segunda-feira, 5 de novembro de 2012

MEIO AMBIENTE: S. O. S. CAJUEIRO!

Autor: Pedro Leão

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Com uma população em torno de 1000 habitantes, sendo que desta mais de 400 são pescadores artesanais, dentre os muitos problemas com que a comunidade do Cajueiro se depara, releva-se o da poluição na comunidade, tanto na área habitada com construções desordenadas de casas em alvenarias, madeiras, algumas palafitas, sobre a área da várzea, como no Rio Cajueiro, estratégico para tornar aquela comunidade um dos referenciais na atividade da pesca na Ilha de Mosqueiro.

Se na comunidade o sistema de abastecimento d’água é precário, a mesma não possui coleta de lixo doméstico e outros resíduos sólidos, pelo sistema porta a porta. Parte da produção é jogada embaixo das casas e das precárias estivas em madeiras que, com o fluxo das marés, acabam criando uma potencial área de contaminação do rio e de outros ambientes.

Devido à pesca, moradores comercializam pescados nos jiraus na beira do rio e todos os resíduos, descartes, aparas e resto de evisceração são atirados no rio, poluindo e contaminando o mesmo, que é utilizado para a lavagem do pescado e a captura de espécies como o camarão regional (Macrobrachium amazonicum). Não há o aproveitamento integral do pescado.

Outro aspecto da poluição do Cajueiro está na área de falta de saneamento básico: refere-se à ausência de esgotamento sanitário na comunidade e as poucas fossas sépticas encontradas em solo de várzea acabam por contaminar biologicamente as águas do rio, com fezes e outros contaminantes de cozinha e banheiros.

Por último, a poluição do rio vem sendo agravada com o seu assoreamento, devido à retirada de parte da cobertura vegetal, pela avassaladora ação da retirada de materiais minerais próximo ao rio, pelos chamados covões, pelos assentamentos humanos nas áreas de terra nas proximidades.

Assim, neste ambiente desconhecido por muitos “mosqueirenses” ou pelos milhares de visitantes dessa ilha balneária com suas 19 praias de água doce, habitam e sobrevivem aqueles que contraditoriamente produzem este ambiente adverso às Boas Práticas de Alimentação, à sanidade ambiental e à qualidade de vida, prejudicadas na construção da sustentabilidade ambiental.

Estamos diante da preocupante situação ambiental por que passa a comunidade do Cajueiro, face aos processos poluentes ali desenvolvidos, sobretudo na área de moradia e, também, no principal referencial para a atividade pesqueira local: o Rio Cajueiro. Assim, as formas de poluição acabam prejudicando não só as pescarias, como também a navegabilidade do rio e a qualidade de vida dessa comunidade pertencente à ilha de Mosqueiro, principal balneário de Belém do Pará.

Assim, são necessárias medidas urgentes, através de políticas públicas pela administração local e municipal em parceria com o Estado e a União, que venham mitigar o atual estado socioambiental na comunidade, dentro de uma perspectiva de controle e gestão ambiental, onde o principal parceiro para a realização das ações nesse sentido seja a comunidade, detentora de um rico patrimônio cultural e ambiental, lastreados no Conhecimento Ecológico Tradicional (CET).

FONTE: http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2012/05/sos-cajueiro.html

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