quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MEIO AMBIENTE: PRINCIPAIS ESPÉCIES CAPTURADAS PELA FROTA PESQUEIRA DE MOSQUEIRO

Autor: Pedro Leão

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 A valorização dos saberes locais sobre sistemas ecológicos vem se ampliando através de diversas áreas do conhecimento científico, dentre estas a do uso e conservação dos recursos pesqueiros em comunidades tradicionais, compostas de trabalhadores que possuem a arte da pesca, apoiada nas inter-relações ambientais, subjacente aos saberes, as decisões e práticas sobre o mundo da pesca.

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Na Ilha do Mosqueiro, desde os primórdios de sua ocupação por grupos nativos até os dias atuais, a pesca ainda é uma significativa atividade responsável pelo abastecimento alimentar das comunidades locais e dos visitantes. Na atualidade garante a ocupação e gera renda a trabalhadores nativos e migrantes de outros municípios como Abaetetuba, Cametá e do arquipélago marajoara, que ali se instalaram para desenvolver a prática pesqueira.

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Principal elemento dessa comunidade, o pescador, se por um lado ainda está excluído das principais decisões que envolvem seu trabalho e sua qualidade de vida, por outro lado detém uma cultura, um rico e complexo conhecimento, de importância impar, na garantia do abastecimento e segurança alimentar, fundamental para o manejo e gestão dos recursos pesqueiros no estuário amazônico.

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Em Mosqueiro, além da captura de espécies de baixo valor comercial como o bagre, bacu, mapará, cangatá, uricica, mandií, acari, branquinha ou caratipioca/ pitipioca, jacundá, jandiá, cará, ituí-roxo, carataí, matupiri, timbiro ou pratchuira e cachorro-de-padre, outras conhecidas como “peixes do salgado”, têm ocorrência tanto nas águas costeiras da ilha, como nos principais rios, igarapés e furos que a recortam ou ainda nas áreas denominada de salgada, quando da chamada “pescaria de baixo”, realizada no período de maior salinização das águas locais, a partir da redução das precipitações (julho/dezembro). A frota mosqueirense captura tainha, pratiqueira, enxova, cação, corvina, uritinga, bandeirado, mero, camorim, cavala, gurijuba, peixe-serra, dentre outras espécies.

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Segundo a pesquisa, diante da grande diversidade de espécies capturadas na Ilha de Mosqueiro, revela-se características de sustentabilidade da atividade. Destacam-se 9 (nove)  espécies, sendo que 19,25 % da participação, refere-se ao conjunto de 14 outras espécies capturadas pela frota mosqueirense.

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Os dados apontam para captura em quase todas as áreas de pesca de três espécies principais: pescada branca,  dourada e piramutaba. No Cajueiro  representam respectivamente 16,7%; 23,3% e 20% das capturas. Destaca-se a presença do filhote (25%) na Praia Grande,  bacu (25%) no Ariramba,  camarão regional (25%), no  Furo das Marinhas e (20%)  no Carananduba.

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Nas Ilhas, o mandií representa 8,4 % e na Baia do Sol a pratiqueira com a mesma representação. Por fim, os dados indicam que 19,25% representa uma vasta variedade de espécies de capturadas, como arraia (raia), camarão da Malásia (malasiano), jurupiranga (jupiranga), mandubé, pescada amarela, pescada curuca, sarda, serra, siri (siri azul), tainha, tucunaré, uricica, uritinga e xaréu.

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Gráfico estatístico das principais espécies capturadas:

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Fonte: LEÃO, Pedro da Silva. ILHA DE MOSQUEIRO: Práticas de Pesca Sustentável numa Comunidade Tradicional da Amazônia – Estudo de Caso. 2011.92 p. Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental, Universidade Norte do Paraná, Belém-Pará, 2011. IN., http://mosqueirando.blogspot.com.br/

Imagens: Arquivo Mosqueiro Ambiental

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