quarta-feira, 19 de setembro de 2012

MEIO AMBIENTE: PRAIA DE CARANANDUBA E MEIO AMBIENTE

Autor: Pedro Leão

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Pescadores na área de Carananduba (FOTO: Pedro Leão)

As praias fazem parte de um sistema costeiro muito diverso, dinâmico e onde tudo interage.

Banhada pelas águas doces do rio Pará, que, sazonalmente, ficam salobras, por sofrerem influência do estuário amazônico, a praia do Carananduba, localizada no bairro com o mesmo nome, é parte dos 17 km de praias da Ilha Amazônica de Mosqueiro.

Composta por sedimento de areia, a praia possui uma extensão lodosa e um ambiente de mangue, de extrema importância para evitar erosões e também na reprodução das espécies ícticas e de alguns crustáceos como o camarão regional (Macrobrachium amazonicum).

Nas áreas próximas ao continente, há ocorrência de muitas espécies vegetais, como a paliteira (Clitoria farchildian), bambu (Bambusa vulgaris), coqueiro (Cocos nucifera), açaizeiro (Euterpe oleracea), mangueira (Mangífera L.), dentre outras. Também existem arbustos e gramíneas próximas às casas dos moradores da praia.

O bairro de Carananduba não conta com um sistema de esgoto sanitário que venha mitigar a contaminação dos mananciais superficiais, como rios e igarapés. Assim, a impactação antrópica é crescente, já que muitas casas se espraiam ao longo da praia, na faixa além da rua que separa a orla do continente.

As populações existentes:

A área de praia é composta por fatores bióticos (biocenose), de organismos autótrofos (produtores), de heterótrofos (consumidores) e fatores abióticos, onde é possível listar e contar as populações de algumas espécies na área, dentre as quais: humana, formigas, com uma espécie de saúva, cupim, aranha, besouro, ambuá, lagarto, sapo, cobra. Além do camarão regional, foi identificado o siri azul, tralhoto, sarará e algumas espécies de peixes, como o bacu, a arraia, a dourada, o bagre, etc., Algumas aves também habitam o ambiente, como o bem-te-vi, pardal, andorinha, garça, pelicano, maçarico, urubu, etc. Há forte presença de fitoplânctos e zooplânctos, pois se trata de área estuarina.

Equilíbrio e desequilíbrio ambiental:

Fator de desequilíbrio é qualquer acontecimento ou evento que venha a perturbar as características naturais de um ecossistema.

O equilíbrio de algumas áreas (biocenose), pode sofrer perturbações de ordem naturais (fatores naturais do desequilíbrio), como forte furacões, terremotos, tempestades, maremotos, vendavais, etc. Nestas circunstâncias, a natureza aciona os mecanismos de autorregulação (homeostáticos), que garantem a normalidade no ecossistema. Porém, podem ocorrer anormalidades, pela ação do homem, como pelo derramamento de óleo nos mares, desmatamento, queimadas, pesca intensiva (predatória), dentre outros. Na área da praia de Carananduba, o principal elemento que vem causando desequilíbrio ambiental é o homem, seja ampliando sua ocupação e uso em áreas como beira de igarapé e enseada da praia, constituindo também uma vila de famílias na praia, sem as mínimas condições de infraestrutura, como água potável e esgoto sanitário. A pesca artesanal de subsistência no local não é predatória, tanto no uso dos apetrechos, nos malheiros da rede utilizados e no esforço de pesca.


Concluindo:

A área de praia de Carananduba possui um elenco de populações, estabelecendo diversas relações ecológicas. Assim, se apresentam diversas cadeias alimentares na área. A principal condição para manter na área o equilíbrio ambiental é sua ocupação, uso e gestão ordenada de forma a contribuir na sustentabilidade ambiental da ilha de Mosqueiro.
Assim, tanto a administração pública local, órgãos ambientais, comunidade e visitantes devem assumir de fato a defesa dessa faixa de terra de grande importância para o desenvolvimento local sustentável.

FONTE: http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2010/07/praia-de-carananduba-e-meio-ambiente.html

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