terça-feira, 31 de dezembro de 2013
VEM AÍ 2014!
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
JANELAS DO TEMPO: A CAMINHADA DA FÉ
A Caminhada da Fé em homenagem à Nossa Senhora do Ó, que acontece todos os anos por ocasião da Festividade da Santa Padroeira da Ilha do Mosqueiro, teve início no dia 06 de dezembro de 2001. Segundo relatos do Sr. Amandio Ribeiro, proprietário do mais antigo posto de gasolina do lugar, a ideia da referida peregrinação surgiu em uma conversa entre ele e os Srs. Ocir, Domingos e Ceará, devotos que, há alguns anos, vinham realizando a caminhada até Belém, para homenagear a Virgem de Nazaré, em sua Basílica-Santuário.
Decidiram realizar a caminhada na quinta-feira que antecede o Círio e, desejando contemplar o maior número de pessoas com a passagem da Imagem da Santa, pensaram em iniciá-la na Baía do Sol. Como já existisse, na época, a Moto-Romaria, que saía da localidade naquele dia, resolveram mudar o ponto de partida para o Furo das Marinhas.
A ideia foi comunicada ao Pe. Paulo Falcão, pároco do Mosqueiro naquele início de milênio, o qual a aceitou com muito entusiasmo. O sacerdote só impôs uma condição: o horário da saída deveria ser calculado de forma que os peregrinos chegassem à Av. Getúlio Vargas, na Vila, às 19h, antes da Moto-Romaria, para se juntarem à Procissão Luminosa, a qual era realizada também no mesmo dia. Dali, os integrantes das três romarias seguiriam para a Igreja Matriz, na Praça Cipriano Santos.
Os organizadores procuraram, então, o Sr. Acácio Pinheiro e sua esposa Maria Zenilda, moradores do Furo das Marinhas, às proximidades da Ponte Sebastião R. de Oliveira, solicitando permissão para que a Caminhada tivesse início em frente à sua residência, o que foi concedido com muita alegria pelo casal.
Atualmente, o evento reúne milhares de participantes, mas, naquele ano, uma dúvida pairava na mente dos idealizadores: embora houvesse alguma divulgação, será que, além deles, apareceriam outras pessoas para ajudá-los a carregar o andor da Santa? Afinal, são cerca de 22 km a serem percorridos, sob um sol inclemente ou eventual chuva forte!
No dia da peregrinação, às 10h, os quatro senhores transportaram, na camionete do Sr. Amandio, o andor da Santa até o Furo das Marinhas. A Imagem conduzida nessa primeira Caminhada era a de Nossa Senhora de Nazaré e pertencia à sogra do Sr. Ceará. Ao voltarem ao local, às 13h, para iniciarem a Primeira Caminhada da Fé, os organizadores ficaram surpresos com a quantidade de devotos decididos a participarem do evento: aproximadamente 150 ou 200 pessoas. Assim, só carregaram o andor umas três vezes.
Após uma oração, os devotos iniciaram a Caminhada, que teve o seguinte trajeto: Furo das Marinhas, Rodovia PA-391, contornando o trevo em direção ao Chapéu Virado, Vila Nova, Variante, Pires Teixeira (fazendo uma parada em frente à Capela Savina Petrilli), Avenida Beira-Mar (Porto Arthur) até a Capela do Sagrado Coração de Jesus (Praça do Chapéu Virado), Avenida 16 de Novembro, Travessa Coronel Motta, Avenida Beira-Mar (Praia do Bispo), Rua Nossa Senhora do Ó até a Igreja Matriz.
Várias homenagens foram prestadas à Santa durante o percurso. Quando começou a anoitecer, uma vela foi acesa para iluminar o andor (em 2002, o andor passou a ser iluminado por lâmpadas alimentadas por bateria conduzida em carrinho de supermercado).
Em 2003, a Caminhada da Fé começou no Estabelecimento Comercial de Dona Rosinha para, finalmente, definir como seu ponto de partida a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Furo das Marinhas, construída e inaugurada em 2004.
Ultimamente, esse evento religioso ganhou importância significativa dentro da programação do Círio do Mosqueiro, pois congrega devotos de todas as idades, principalmente jovens, que conduzem a Imagem da Senhora do Ó, orando ou entoando cantos animados por um trio elétrico e bandas católicas
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
EVENTO RELIGIOSO: É NATAL!
Claudionor Wanzeller
domingo, 22 de dezembro de 2013
JANELAS DO TEMPO: SIQUEIRA MENDES
Conheça a história de Manuel José de Siqueira Mendes, o Vice-Presidente da Província do Grão Pará que criou a Freguesia do Mosqueiro, em 10 de outubro de 1868.
Cônego Político ou Político Cônego? – Siqueira Mendes
Autor: Thiago Bezerra Vianna
Manuel José de Siqueira Mendes, nasceu em Cametá em 6 de dezembro de 1825, sendo filho de Francisco José de Siqueira Mendes e Maria do Carmo Brito Mendes.
Seus estudos primários ocorreram em sua cidade natal, passando posteriormente para o seminário de Belém, por influência de Dom Romualdo Coelho, onde recebeu as ordens de presbítero. Será na administração de Dom José Afonso de Morais Torres que será nomeado secretário do bispado e pouco depois cônego da Sé de Belém.
Está intimamente ligado ao magistério, onde desempenhou as funções de lente de Teologia e Moral do Seminário e de latim no Liceu Paraense, neste último aposentou-se em 21 de abril de 1871. Juntamente com Antônio Gonçalves Nunes e outros, realizou a fundação do Colégio Santa Cruz em Belém, que mais tarde passou a chamar-se Colégio Paraense. Em sua terra natal, fundou outra instituição de educação, também chamada de Colégio de Santa Cruz.
Amado por muitos, odiado por outros, o Cônego Siqueira Mendes, era um homem energético, alimentado por ideais que muitas vezes não foram compreendidos por seus pares. Iniciou sua vida política junto ao partido liberal, mas rapidamente passou para o conservador, onde em pequeno espaço de tempo, impulsionado por seus ideais e sagacidade, passa a desempenhar papel de destaque, tornando-se a partir da década de 70, um de seus indiscutíveis chefes. Uma década depois era chamado de o chefe único do partido conservador do Pará.
Por diversas vezes foi eleito para a Assembléia Provincial, onde em alguns mandatos, desempenhou a função de presidente da casa. As disputas entre liberais e conservadores sempre marcaram a política paraense, chegando-se a afirmar que dentro da província não existiam partidos políticos, mas sim interesses pessoais alimentados pelas presidências. Eram verdadeiras brigas pessoais, onde todos eram atacados tanto no âmbito público como privado.
O cônego em nenhum momento esteve distante deste tipo de política regional, sofrendo frequentes ataques de seus opositores e no início da década de 70, tendo que enfrentar uma cisão dentro de seu partido, o que levou à criação de uma sociedade opositora a sua liderança e ao nascimento do partido Católico, liderado por Dr. Pinheiro e o futuro Barão de Igarapé Miry.
Esteve na capital do império, por 4 vezes a ocupar uma das cadeiras da Deputação Geral, onde brigou energeticamente por políticas e medidas que visavam o engrandecimento da província que representava.
Foi nomeado vice-presidente da província do Pará e deste modo foi chamado, algumas vezes para desempenhar o exercício da presidência. Em todos os momentos foi amplamente atacado e suas políticas contestadas por muitos. Não se esquivava de enfrentar seus opositores e de defender seus ideais, mesmo que para isso fosse necessário enfrentar a própria população da província.
Nos finais da década de 60, teve que enfrentar o movimento dos liberais, em 72, declarou guerra aberta ao então presidente da província Abel Graça e ao presidente da Assembléia Provincial, e nos primórdios da década de 80, durante a sua presidência na câmara, teve que enfrentar armadamente o levante popular contra as resoluções votadas na assembléia.
Seu nacionalismo exacerbado, também lhe rendeu duras criticas, uma vez que foi ferrenho defensor do fim do monopólio do comércio por estrangeiros, e assim seu nacionalismo foi confundido com xenofobia.
Ocupou, o Sr. Cônego Siqueira, eminente posição no Brasil, sendo senador representante da terra que lhe foi berço. Por 3 vezes tinha feito parte da lista tríplice para ocupar uma das cadeiras vitalícias do senado, porém mesmo sendo o mais votado de todas elas, sofreu o dissabor de não ser escolhido pelo imperador, em favor de homens de menor prestigio. Somente em 1886 recebera o tão merecido reconhecimento e será elevado ao nível dos mais altos políticos do império, onde se manteve até a proclamação da república.
Com a proclamação da Republica, o chefe único do partido conservador no Pará declarou a extinção do partido do trono e do altar e a incorporação de seus membros nos novos partidos políticos, como o democrata e o republicano, para assim engrossar as fileiras do novo regime e facilitar a transição. Para muitos foi o último e maior erro que cometeu em sua vida política.
Inconformado com o andar da política e dos negócios públicos, ainda tentou organizar o partido nacional, e criou um órgão na imprensa, visando divulgar sua contestação e organizar a oposição, porém o peso da vida lhe tolheu os anseios.
Jamais curvou-se ante homem algum, mas o peso dos anos e a vida conturbada lhe renderam uma grave moléstia, que acarretou na sua retirada da vida publica e a busca de melhores ares na província do Ceará. Foi na Capital desta província e afastado da terra que lhe ofereceu berço, que veio a falecer em 6 de março de 1892, um dos maiores vultos paraense.
Durante toda sua vida política, péssimo juízo foi traçado a seu respeito e a sua honestidade, porém tudo isso foi ultrapassado, quando se verificou o estado de miséria em que encontrava-se no momento de sua morte, estando desprovido de bens materiais e desapegado como sempre o foi.
Foi um homem trabalhador, batalhador vitorioso, exemplo de constância e afervo à disciplina, que teve uma vida tumultuada e muitas vezes fruto de polêmicas. As opiniões e apreço a sua figura, não são unânimes, porém a história de nossa política e sociedade reserva-lhe lugar honroso em suas paginas.
Foi deputado provincial, deputado geral, vice-presidente de província e senador do Império do Brasil de 1886 a 1889.
FONTE: http://albumdosjuvencios.blogspot.com.br/2009/05/o-conego-politico-o-politico-conego.html#links
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
MEIO AMBIENTE: BALNEABILIDADE DAS PRAIAS
“TESTE DE BALNEABILIDADE FOI REALIZADO NAS PRAIAS DE OUTEIRO, MOSQUEIRO E ICOARACI.
A praia do Amor, em Outeiro, apresenta índice de poluição elevado e foi considerada imprópria para o banho, segundo o resultado final do teste de balneabilidade das praias de Belém, divulgado na manhã de ontem pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA).
As águas das praias do Amor, Brasília e Praia Grande (Outeiro), praia do Cruzeiro (Icoaraci) e as praias da Baía do Sol, Marahu, São Francisco, Ariramba, Murubira, Chapéu Virado, Farol, Praia Grande, Areião e Paraíso (Mosqueiro) foram alvo, desde janeiro, de um monitoramento com, no mínimo, duas coletas a cada trimestre.
As amostras recolhidas foram encaminhadas para o Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN) para serem analisadas. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Cláudio Alves, a partir de julho deste ano, com as ações intensificadas de licenciamento, fiscalização e educação ambiental, houve uma redução dos índices de poluição das demais praias.
“Os índices de poluição apresentados no primeiro semestre eram maiores. Hoje nós estamos com os índices reduzidos, apesar de Outeiro apresentar a praia do Amor como imprópria para o banho”, afirma.
Para evitar incidentes serão realizadas campanhas de informação em parcerias com a Polícia Militar e agência distrital.
RESOLUÇÃO
A avaliação das praias é feita de acordo com a Resolução de nº. 274/2000, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
Segundo o artigo 2º. , as águas são consideradas impróprias quando no trecho avaliado o valor obtido na última amostragem for superior a 2.500 coliformes fecais (termoto-lerantes) ou 2.000 Escherichia Coli (E. Coli) ou 400 enterococos por 100 mililitros.”
FONTE: Praia do Amor está imprópria para banho - A 8- Diário do Pará – Belém-PA, 20/12/2013.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
A IMAGEM E O TEMPO: MOSQUEIRO NA DÉCADA DE 80
O Nostalgia Belém vem "presentear" os seus seguidores com duas imagens da década de 80 da bucólica Mosqueiro. As fotos seguintes são:
A praia em foco principal é a do Chapéu Virado (Repare nas únicas edificações que são localizadas até hoje no entorno).
Os dois postais são da EDICARD.
Ajude-nos a resgatar a memória de nossa cidade.
Envie e-mail com imagens de arquivo para: nostalgiabelem@gmail.com
Veja nossa Fanpage: http://www.facebook.com/Nostalgiabelem
FONTE: http://www.nostalgiabelem.com/2013/07/mosqueiro-na-decada-de-80.html
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
EVENTO RELIGIOSO: CÍRIO DO MOSQUEIRO 2013
Na ensolarada manhã de domingo, 08 de dezembro, dia consagrado a Nossa Senhora da Conceição, aconteceu nas ruas da Ilha a Procissão do Círio de Nossa Senhora do Ó, a Padroeira do Mosqueiro. Saindo da centenária Capela do Sagrado Coração de Jesus no Chapéu Virado e percorrendo cerca de 4 km, o grande número de devotos conduziu a bem ornamentada Berlinda da Santa até a Igreja Matriz, na Praça Cipriano Santos, localizada na Vila.
Como todos os Círios realizados no Pará, foi uma belíssima festa da cristandade mosqueirense em homenagem à Virgem Santíssima, precedendo as comemorações do Natal. No dia 18, dedicado à Senhora do Ó, uma nova Procissão estará louvando a Santa dos mosqueirenses.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
CURIOSIDADES: A IMAGEM MOSQUEIRENSE DA SENHORA DO Ó
Apresentada em 2008 pelo Pe. José Maria da Silva Ribeiro e abençoada por Dom Orani João Tempesta, atual Arcebispo do Rio de Janeiro, a Imagem Mosqueirense de Nossa Senhora do Ó foi esculpida em cedro pelo artista plástico Afonso Falcão de Oliveira. Com 60 cm de altura e peso de 4,194 kg, a Imagem possui uma simbologia embasada nas Sagradas Escrituras e na História.
No aspecto físico, vemos:
a) uma jovem gestante (Maria aos quinze anos de idade);
b) últimos dias de gravidez (18 de dezembro, uma semana antes do Natal);
c) ventre dilatado em forma de O (símbolo do infinito: Ela é a Mãe do Infinito.);
d) cabelos longos sobre os ombros (sinal de reverência ao Senhor).
Quanto às vestes, podemos observar:
a) traje típico estilizado (túnica das jovens da Galileia);
b) dourado com detalhes em branco e pedras preciosas (a pureza e a realeza do Filho de Deus);
c) o Sol impresso à altura do ventre (o próprio Messias);
d) o azul-marinho no manto (a grandiosidade do amor de Deus como o mar);
e) o vermelho no manto (o sangue de Cristo, o sacrifício de Jesus na cruz);
f) o azul-celeste em seu antebraço (o Céu, a meta dos cristãos);
g) a Imagem sem a coroa (Maria na condição humana e terrena).
Ressalte-se que a Coroação da Virgem Maria como Rainha foi realizada pela Igreja Católica somente após sua Assunção ao Céu.
A moderna Imagem da Padroeira dos Mosqueirense humaniza a Santa, aproximando-a de todas as mães e revelando a ação pastoral inovadora da Igreja em nossa Ilha.
PESQUISE NESTE BLOG E ENCONTRE MAIS DETALHES:
http://www.mosqueirando.blogspot.com.br/2010/11/na-rota-da-historia-padroeira-da-ilha.html
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
EVENTO RELIGIOSO: CÍRIO DO MOSQUEIRO 2013
No próximo dia 8 de dezembro, na Ilha do Mosqueiro, será realizada a maior festa católica do povo mosqueirense: o Círio de Nossa Senhora do Ó. Entretanto, a programação litúrgico-religiosa da Festividade da Padroeira da Ilha foi iniciada no dia 22 de outubro, com a Missa do Envio e o início das Peregrinações da Imagem da Santa.
Nesta terça-feira, dia 03, acontecerá a homenagem dos Órgãos de Segurança Pública do Mosqueiro com uma carreata, que sairá, às 17h, do 16º. AISP, em Carananduba.
Dia 04, às 15h, Moto-Romaria, saindo da Igreja de São Sebastião, na Baía-do-Sol.
Dia 05, às 12h, Caminhada da Fé, saindo do Furo das Marinhas.
Dia 06, às 8h, Visita da Santa ao Mari-Mari e Caruaru, partindo do Porto do Pelé. Às 18h, encerramento das Peregrinações, com a concentração na Rua dos Jambeiros.
Dia 07, às 8h30h, Missa e Romaria Fluvial, saindo da Capela de Santa Rosa de Lima (Caruaru). Às 10h, Romaria dos Ciclistas, partindo do Porto do Pelé. Às 18h, Missa e Trasladação da Imagem.
Dia 08, às 7h, MISSA e CÍRIO DE NOSSA SENHORA DO Ó.
Segue uma variada programação religiosa até o dia 18 de dezembro, data dedicada à Santa Padroeira, quando será encerrada a Festividade, destacando-se o Círio das Crianças (dia 15, às 8h) e a Procissão de Nossa Senhora do Ó (dia 18, às 19h30h).
O Círio do Mosqueiro deste ano, que tem como Presidente da Comissão Executiva o Pe. Cristóvão Freitas (Pároco da Ilha), traz como tema: COM MARIA, O IMPOSSÍVEL ACONTECE!
PARTICIPE! VENHA PARA O CÍRIO DA ILHA!
NA ROTA DO TURISMO: LUZES DO NATAL
A noite de 30 de novembro, na Ilha, foi marcada pela inauguração das luzes do Natal do Areião Encantado. O projeto, que teve início em 2011 e foi idealizado pelas professoras Luciana Bittencourt e Emmanuele Franco, reuniu, em seu primeiro dia de realização, muitas crianças, jovens e idosos para assistirem ao bonito espetáculo de luzes multicoloridas associadas à criatividade desenvolvida com a reciclagem de garrafas PET.
Com a decoração natalina, a praia do Areião, localizada no sudoeste da Ilha, transformou-se num atrativo cenário para festas de confraternização de final de ano entre as famílias mosqueirenses e visitantes.
Deverá acontecer uma variada programação festiva neste mês de dezembro, inclusive no réveillon.
Fotos: Wanzeller, 2013.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
EVENTO RELIGIOSO: FESTIVIDADE DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
“A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, criada no dia 25 de agosto de 2008, pelo então Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta, está situada no Município de Belém, Distrito de Mosqueiro, com sede em Carananduba.
A Paróquia comprometida com a evangelização desenvolve suas atividades pastorais contemplando milhares de famílias, especialmente mulheres, crianças, jovens e idosos e pretende expandir com maior intensidade suas atividades neste período forte de maior evangelização que é a Festividade de Nossa Senhora da Conceição.
A Festividade é um momento de cunho festivo e evangelizador aberto a toda a população mosqueirense e demais visitantes presentes na Ilha.
No período que acontece a Festividade, a animação é feita por bandas católicas. Aproveitando o momento, realizam-se vendas de comidas típicas e bingos, com o objetivo de captar recursos financeiros para ajudar nas obras sociais e missionárias da Paróquia.
Queremos como Paróquia de Carananduba viver este tempo de festa para toda a Igreja e comunidade paroquial.” (Pe. Francisco Nunes e Pe. Isan Vieira)
A Festividade de Nossa Senhora da Conceição teve início no dia 22 de novembro com a Caminhada da Alvorada e prolongar-se-á até o dia 01 de dezembro, com a Caminhada das Crianças e um Bingão no campo do Conceição E.C., além da Santa Missa dominical, que será celebrada às 7 e 19h.
A Procissão de Nossa Senhora da Conceição pelas ruas do bairro (centenária povoação da Ilha) aconteceu domingo, dia 24, com a participação de um grande número de devotos e várias autoridades.
Durante a semana, vem acontecendo extensa programação religiosa e também festiva destinada às famílias da comunidade e aos visitantes.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
A FICÇÃO E A ILHA: O BOTO E O CHAPÉU VIRADO
Autor: Salomão Larêdo
“Muitas vezes Chica fica olhando pro teto. Como pode ter sido vítima (?) de uma história que, desde pequena, sabe? Essa coisa passa de geração a geração, o boto continua fazendo das suas e com gente esclarecida, dentes firmes e fortes, brancos sem podridão na boca, ela está de dentes alvos e caiu nessa. Ela ri e chora. Ri, porque parece coisa de outro mundo e chora, porque está emocionada! Chica continua apaixonada, louca de amor, sempre foi assim, sempre será assim...
Ficou matutando e quis saber que título dar ao livro. Imaginou muitos e ficou contente, quando botou de “Chapéu Virado”! Por que será Chica botou esse nome?
Os pescadores disseram a ela que é nessa praia que o boto gosta de aparecer e fazer das suas. É nessa praia que ele vira o chapéu que sempre usa para esconder o buraquinho que ele tem no meio da cabeça. Chica não lembra de seu homem de sunga lilás usar qualquer coisa na cabeça. Usava ou não usava? Não lembra, mesmo.”
FONTE: LARÊDO, Salomão. “Chapéu Virado”- EDITORA SUPERCORES. Belém-Pa, 1997- pp. 160 e 161)
MOSQUEIRANDO: Para conhecer a história de Chica e o encantamento do boto no mágico cenário da ilha-paraíso, leio o livro de Salomão Larêdo. Note que, no texto acima, existe mais uma explicação para o nome Chapéu Virado atribuído àquela praia da Ilha.
O autor:
Salomão Laredo (Cametá, 23 de abril de 1949) é um jornalista, advogado, poeta, contista e romancista brasileiro. Estudou no interior do Pará (Vila do Carmo, Mocajuba, Tucuruí, Baião e Cametá), depois em Belém e Garanhuns, cidade de Pernambuco. Formou-se em Direito, pela Universidade Federal do Pará e fez parte de movimentos político-estudantis e da publicação de jornais. Foi repórter, redator, editor e trabalhou nos jornais Folha do Norte, onde iniciou a publicação de textos, A Província do Pará e O Liberal e em agências de publicidade. Recebeu, por sua atividade literária, prêmios e menções honrosas do município São Bernardo do Campo (São Paulo), da Academia Carioca de Letras, no Rio de Janeiro e, em Belém, da Academia Paraense de Letras.
Salomão Laredo tem especialização em língua portuguesa, pela Universidade Federal do Pará, e mestrado em estudos literários, pela Universidade Federal do Pará; pela UNICAMP tem curso de extensão em direção geral de programas.
É atualmente advogado e trabalha na prefeitura municipal de Belém, onde já exerceu inúmeras funções, como de consultor jurídico da Secretaria Municipal de Saúde e Meio-Ambiente – Sesma e diretor-geral da Secretaria Municipal de Administração entre outras. É professor titular da Escola Superior da Amazônia, lecionando a disciplina Literatura Brasileira de Expressão Amazônica, com ênfase na literatura paraense.
Recebeu menção honrosa da Academia Paraense de Letras pelo seu livro de contos. Foi homenageado, em 2004, pela Secretaria Executiva de Educação (Seduc), por sua contribuição literária ao Estado do Pará. Recebeu medalhas e diplomas de diversas instituições paraenses por sua participação na cultura, entre as quais, Academia de Jornalismo, Conselho Estadual de Cultura do Pará.
Há quase trinta anos dedica-se à promoção da leitura, empenhado em formar leitores com consciência social crítica e política. É do conselho do comitê de leitura da Associação Nacional dos Jornais, coordenador do programa O Liberal na escola, que visa formar leitor crítico. Trabalha em prol do livro, leitor e leitura, de instalação de bibliotecas e da democratização do acesso ao livro, tendo inúmeros artigos publicados nessa área. Vem trabalhando na instalação de espaço de leituras nos barcos, canoas, cascos, motores, rabetas e lanchas no baixo-Tocantins, região de Cametá, na Amazônia e nos ônibus na região metropolitana de Belém.
Obras do autor:
· Senhora das Águas
· Sibele Mendes de amor e luta
· Guamares
· Remos de faia:
· As mil e uma noites amazônicas
· Águas tocantinas
· A Vingança da Amada nas Ardências da Amante
· Chapéu Virado – a lenda do boto
· O Prazer de Ler e Escrever - Ouvindo Histórias do Imaginário Amazônico
· Marcas D’água - aerotextos
· Timbuí - a lenda da anta – Conto
· Eu lhe direi sem embaraço – em parceria
· Vera – o romance - 2000
· Moiraba – a lenda do sapo – Conto
· Capitariquara e nas Conceição dos Araguaias
· Trapiche - aerotextos
· Lâmina Mea – mulher não chora ou Suzama matriz
· Matinta Perera
· Embaixo do Casco
· Amor Engarrafado
· Os papagaios do paruru
· Moju Moju meu amor
· Boiúna-me
· Matintresh
· Jibóia Branca via Tapanã/ Tenoné
· Palácio dos Bares
· Antonia Cudefacho - romance - encíclica cametaense -
· A garota que tentou bater na mãe com a vassoura e ficou seca, na hora
· Sarrabulho - a lenda da cobra Norato
· Cametá-Camutás - cadernos populares
· Os Fofós de Cametá
· Marabaenses
· Ilha das Flores
· A Família Larêdo - memória afetiva
· Lygia da Cunha Nassar - livro de memória
· Vila do Carmo - Paisagem de Afetos
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Salom%C3%A3o_Laredo#Biografia
IMAGEM: www.portalcultura.com.br
sábado, 23 de novembro de 2013
CARNAVAL NA ILHA: ESCOLAS DE SAMBA UNIDAS EM PROL DO CARNAVAL
Ontem à noite, dia 22 de novembro, na sede social do Parazinho E. C., reuniu-se a primeira Diretoria da LIGA MOSQUEIRENSE DAS ESCOLAS DE SAMBA (LIMES) para apresentar, ao público em geral e às autoridades, todos os seus membros eleitos e empossados.
A nova associação, fundada no dia 26 de maio de 2013, é dirigida pelos senhores Luiz Carlos Lima Borges e Carlos Augusto Souza Santos, respectivamente nos cargos de Presidente e Vice-Presidente, tendo como objetivo prioritário desenvolver ações capazes de resgatar o carnaval-espetáculo, que era desenvolvido pelas escolas, anos atrás.
Participando desse momento histórico, usaram da palavra o Sr. Orlando Brito, representante do Sr. Agente Distrital do Mosqueiro Gilberto Nascimento, os vereadores Prof. José Elias e Eduarda Louchard, o Presidente da Liga Sr. Luiz Carlos Borges e os Presidentes de escolas de samba, Marcelo Okita, Miguel Júnior e Iracema Cezar.
A LIGA é a concretização do sonho de antigos carnavalescos. A presença de muitos foliões garantiu o sucesso do coquetel de lançamento da nova entidade, uma festa muito bonita, da qual tivemos a honra de ser mestre de cerimônia.
Ficamos honrados também com a concessão do Primeiro Título de Sócio Benemérito da LIMES à nossa pessoa, outorgado pela Diretoria.
Marcante também foi a participação da BATERIA SHOW, constituída por ritmistas das agremiações filiadas, a qual encerrou o encontro festivo, executando sambas-enredo que se destacaram no carnaval da Ilha nos últimos tempos.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
JANELAS DO TEMPO: LUÍS DA SOPA versus BAIANO
A eterna e cômica "briga" entre Luís da Sopa e Baiano, duas figuras folclóricas da Ilha do Mosqueiro/PA, cuja irreverência animava o Mercado Municipal nos velhos tempos, surpreendendo os fregueses desavisados. Ambos, já falecidos, eram movidos pelo espírito da gozação.
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
CARNAVAL NA ILHA: EM BUSCA DOS ANTIGOS E MEMORÁVEIS DESFILES
As quatro grandes escolas de samba da Ilha do Mosqueiro deram um grande e decisivo passo para o retorno ao desfile-espetáculo que realizavam no passado e interrompido em 1999, o que representou um retrocesso nessa modalidade do carnaval mosqueirense, pois essas agremiações passaram a ter estrutura de bloco de abadá.
Assim, Peles-Vermelha, Piratas da Ilha, Estação Primeira de Maracajá e Universidade de Samba do Mosqueiro criaram e já regularizaram a LIGA MOSQUEIRENSE DAS ESCOLAS DE SAMBA (LIMES), fundada em 26 de maio de 2013, após anos de frustradas tentativas.
Além de representar as associadas junto ao Poder Público e às entidades privadas, a LIMES tem por objetivo orientar, coordenar e promover, junto às suas afiliadas – escolas do 2º. Grupo – seminários, palestras, cursos e outros eventos, visando a um carnaval organizado como espetáculo, critério essencial para a realização de concursos, o que deverá acontecer em 2015.
Na próxima sexta-feira, dia 22 de novembro, às 20h30, na sede social do Parazinho E.C., a nova associação e sua primeira diretoria serão apresentadas às autoridades em um coquetel de lançamento. A Diretoria eleita está assim constituída: Luís Carlos Lima Borges (Presidente), Carlos Augusto Souza Santos (Vice-Presidente), Raimundo Nonato Bentes da Silva (1º. Secretário), Edgar Silva do Amaral (2º. Secretário), Paulo Gilberto Cruz Furtado (1º. Tesoureiro), José Orlando Rocha de Lima (2º. Tesoureiro), Miguel Ferreira da Silva Júnior (Presidente do Conselho Fiscal), Iracema Cezar Jardim e Marcelo Álvares Okita (membros do Conselho Fiscal), Alcino Sebastião Santana da Silva, João Guilherme Gomes Brasil e Gerry Adriane Cabral Bitencourt (suplentes do C. Fiscal).
Indubitavelmente, a LIGA une as ESCOLAS em busca de seu principal objetivo: realizar um espetáculo, verdadeiro teatro ao ar livre, contando, representando e cantando temas culturais, históricos e político-sociais, através de sambas-enredo contagiantes, coreografias expressivas, alegorias criativas e fantasias representativas.
sábado, 16 de novembro de 2013
EVENTO POLÍTICO: DILMA FRUSTRA MOVIMENTO EMANCIPACIONISTA DA ILHA.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
EVENTO POLÍTICO: SESSÃO ESPECIAL DA CÂMARA NA ILHA
terça-feira, 12 de novembro de 2013
A FICÇÃO E A ILHA: O AMOR E A CHUVA
Autor: Cândido Marinho Rocha
“Inchado não era nome de gente. O peixeiro chamava-se Bragança – vestígio de nobreza – exercia o ofício de dia, à noite bebia. Boêmio, solteiro, péssimo cavaquista, tirador de desfeiteira nos bate-coxas da Ilha, companheiro ideal de Zozó, de quem jamais dissentiu, dele recebendo apaziguadores níqueis. Então Inchado cedeu-lhe a casa, vestiu a capa negra de guerreiro noturno e, já abonado, foi procurar botecos. Lá sufocaria a sede, abrandaria o frio, evitaria a chuva e fugiria àquele testemunho, que o arrepiava. Da praia vinha o ruído das ondas batendo e, pouco distanciadas, luzes baças de lanternas das vigilengas ancoradas pareciam estrelas brincalhonas sobre a baía. Vento vagaroso ventinho friinho vinha virar, sacudir a copa daquele coqueiro solitário.
Zozó “sentia” que não estava só. Presenças difusas, indeterminadas, aconteciam, pressentia, pressentimento presente. Rumores, sussurros sobre numeráveis, soflagrantes, ressuplicavam-lhe sossego. Ventos, águas, travessuras fanáticas. Paulito rondando, revisando, recurioso – seria mesmo? Abriu janelas para o tempo. Nada, nadinha. Era a chuva batendo amorosa na areia a canção predileta do vento.
Lá ao cabo da praia, pesada e triste, a fábrica Bitar, em cujo interior algumas lâmpadas luziam oscilantes, vivas almas. A praia assim deserta parecia ameaçadora no faz de conta de maus presságios. No interior da pequenina casa daquele Inchado, lamparininha de querosene via-que-não-via Mainha tremendo, sentada, entregue.
Tomado de súbito calor – medo seria? Zozó despiu-se, saiu para o tempo, sob chuva fria, ao vento voluptuoso, parecia escutar gemidos de gatos. Recuar, adiar, pensar? Entidades sutis sussurravam: não! Chuva aconselhando: não! Vozes gerais das alturas e do fundo do mundo: não! O sangue, chefão: não!
Trejeitava em caretas e sombra da luz-que-luz da lamparininha.
Roliço, molhado, pingando, voltou em seguida. Pele do corpo era branca, viu assim Mainha. Sorridente galhofeiro em perguntas vadias, descarado. Procurou a toalha não encontrou. Pediu anágua, que a moça lhe deu retirando-a de sob as saias. Soltou então Mainha o primeiro sorriso da noite. Diferente. Sorriso muito diferente de todos os sorrisos de antes. Enxugou-se, em piruetas, palhaçadas. A moça sorriu mais ainda. Interessada, curiosa, diferente. Luzinha era escassa, mas oferecia sombras reais do corpo luzidio, úmido, saudável, como que encouraçado de “Olho-de-Boto”. Com anágua entre as mãos, como esfregão, pensou ele: “É uma peça a menos no corpo dela”.
E o pensamento, de repente, excitou-o.
Falou afinal, meio sério, meio artista:
-- A chuva é bela. A mais bela coisa da natureza. Quando chove fico a pensar na ausência total dos problemas do mundo. Há felicidade absoluta na chuva. Limpa, purifica, salva. Convida, expões, explica, define, assalta, comove, resolve. Adoro a chuva, a grande música dos trovões, a invisível magia dos ruídos espaciais. Viro santo quando um relâmpago ilumina, rápido, a terra em prece, humilde, submissa, abúlica. Não é?
Sorrindo Mainha afirmou, gesto leve, lindo, liberto.
-- A chuva que cai em gotas prova a existência da natureza em ação, dividindo blocos pesados de água. Cortinas de Deus, querida, cortinas de Deus, líquidas e cristalinas, turmalinas claras e versáteis, diamantes sem dureza, tudo purificado pela destilação, renovando, emprenhando a terra. Gerando flores e frutos e pessoas e almas.
Mainha muda mundiada, caída em mundéu, expropriava-se.
Caçador carinhoso beijando a caça, em velhacas solenizações, grandes gestos mínimos de amor, prelúdios.
Zozó crescia-se, ouvindo canções da chuva sobre as palhas da cobertura da casinha do Inchado. Mainha reduzia-se, ouvindo as canções do amado no sonho da mulher.
Casaram-se, ali.
As testemunhas daquele ato de amor teriam sido Iaras, Botos, Caruanas e Bacuraus.
A chuva seria assim marcha nupcial, acalanto em Bach. O vento representaria o sussurro de vozes variadas, anjos propiciadores. Corais. A praia o vestíbulo, as arcadas do Templo, as palhas de ubuçu que cobriam o casebre; os respingos-goteiras eram levíssimas carícias, felicidade. Turíbulos, incensos estavam e brotavam da lâmpada de querosene. O Sacerdote, impreciso, vago, era de fato o Sonho e a Verdade, combinações vitais.
Os cumprimentos foram apresentados ao amanhecer.
O coro dos caraxués, cantores da manhã, saudou os amantes. As arirambas, que são, em verdade, os famosos Martins-Pescadores, personagens importantes entre umbandistas, voavam sobre a baía em volteios ornamentais.
A chuva passava, o sol vinha também apresentar cumprimentos, beijando o beiral da casa, renovando vidas de sanguinolentas papoulas, restituindo ao casal, em suma, o sentido real da realidade. A luz do dia reduzia o ânimo do amante, já sem ginete e sem asas.
Modorrento, Mosqueiro recebia a claridade lá por cima das copas das mangueiras, folhas verdes douradas, úmidas ainda, em gotas, cascatinhas miúdas. Domingo, a ponte estava sem o navio da linha, deserta, grande, toda molhada. O sino da igreja batia, fino, alegre, promoções. Mainha-Mulher dormia ainda, negligente, livre, na almiscarada rede velha do Inchado. Zozó saiu. Respirou, saudável, refarto. O ar balsâmico mosqueirense, que tanto amava, era-lhe especial naquele domingo diferente. Ergueu a cabeça e, como Príncipe da Renascença, foi levar a notícia aos pais. Marchava galhardo como Pelágio, vencedor de árabes. Glorioso como o Papa na Capela Sixtina. Magnífico como um verso de Bilac. Consciente como um sacerdote.
Inchado também estava na rua, ia à casa apanhar o facão para cortar o peixe da venda.
-- Não, lá não vais. Ela dorme.
-- E meu peixe?
-- Quanto custa o peixe que compraste?
-- Vinte e cinco mil réis.
-- Toma lá. Manda-o deixar lá em casa. Hoje não vais trabalhar. O troco é pra birita...
Inchado exultou. O trabalho na Vila é, sem dúvida, opressor aos domingos, quando as mulheres da cidade chegam e se soltam na praia Grande. Celebraria Inchado muito bem o dia.
E Mainha-Mulher acordava. Silêncio, sol, solidão. Quieta, pensou:
-- Quem irá vestir os meninos? Quem colocará café, chocolate e biscoitos à mesa? Quem defenderá a mãe querida das iras do pai pela fuga?
-- Quem poderia tudo explicar? Quem viesse até Areião ver seu destino.
-- Quem podia ser mais feliz do que ela? Quem seria mais livre e amada?
Mainha-Mulher chorava, ria, sofria, amava.”
FONTE: MARINHO ROCHA, Cândido. “Ilha Capital Vila”- GRÁFICA FALÂNGOLA EDITORA. Belém-Pa. 1973- pp. 160, 161, 162, 163 e 164).