Texto de Luís Otávio Barros dos Santos-Turma 242- EJA
“Quando a minha mãe tinha 9 anos, foram morar lá na casa dela uma irmã dela com a filha, que tinha 7 anos. Como a mãe da menina tinha se deixado do pai, a avó levou-as para casa.
Todas as noites ela chorava; só que uma noite a mamãe se espantou com a avó espraguejando e dizendo para a garota se calar se não a Matinta Perera ia levá-la, mas ela continuava a chorar e nisso a mamãe ouviu o assobio da Matinta Perera. Ela começou a tremer na rede.
No quintal tem até hoje um pé de caramba e parece que a Matinta estava na árvore, quando ela falou meio fanhosa, dizendo:
-- Essa menina não tem mãe? Se ela não tem, eu vou levar.
A mamãe tremeu que nem vara verde, porque ela já tinha visto lá no campo do Bitar o assobio e a gargalhada ao mesmo tempo, quando ela passou para o Maracajá. Quando ela assobiava, os cachorros latiam muito. A menina parou de chorar e durante o tempo em que ela ficou na casa, ela não chorou mais.”
FONTE: (Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, p. 100)
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