(Texto transcrito da narrativa de Alex N. Raiol – Turma 721 – CB)
“Isso aconteceu de verdade, com a minha mãe, meu pai e meu tio. Nós morávamos lá no Carananduba; o meu pai estava conversando com a minha mãe e meu tio quando a mamãe se levantou e foi até o quintal, já era mais de meia-noite e estava uma lua muito bonita, pois era noite de lua cheia.
Quando a minha mãe olhou para cima viu que com a lua estava claro, mas a vista dela escureceu; ela viu algo que tinha asas compridas, cabelos brancos na cara, com altura mais ou menos de dois metros, uma calça encardida, a blusa velha e unhas grandes. A minha mãe a descreveu como um anjo, mas um anjo do mal que ia voando lentamente e passou por cima da minha casa.
Foi quando a minha mãe chamou o meu pai e o meu tio, que pegaram a bicicleta e foram atrás para verem onde ela ia parar. Chegando lá na esquina ela sumiu e na mesma noite um conhecido nosso que era pescador estava na beira do rio pescando e viu a mesma marmota quando passou por cima dele e saiu no rumo do Marajó. Ele ficou com dor de cabeça e febre e decidiu ir embora para a sua casa e chegando lá ficou quase doido de tanta dor de cabeça.
Os vizinhos ficaram comentando sobre o que tinha acontecido e todo mundo acha que foi a Matinta que apareceu nessa noite e malinou com ele.”
FONTE: (Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, pp. 104 e 105)
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