Em todo o Estado do Pará, o Círio é uma procissão católica que ultrapassa os limites da religião, mesclando o sentimento da Fé com inúmeras manifestações festivas e profanas, o que faz do evento, além de comemoração pré-natalina, uma tradição que engloba folclore, comércio e confraternização de familiares e amigos. Em qualquer município ou pequena localidade do Estado onde se promove a procissão, pode-se observar que ela, em menor escala, reproduz o magnífico Círio de Nazaré, o qual atrai milhões de romeiros a Belém do Pará. Pela magnitude da festa que envolve toda uma comunidade, dizem que o “Círio é o Natal dos paraenses”. E assim o é, principalmente na ilha do Mosqueiro, pois aqui festejamos, no segundo domingo de dezembro, Nossa Senhora do Ó, a Imaculada Conceição na expectativa do nascimento de Jesus, o Messias.
Círio do Mosqueiro em 1943 (Foto: Família Mathias)
A partir da década de 1920, teve início a Procissão do Círio na ilha do Mosqueiro, quando todos os fiéis conduziam compridas velas (círios) acesas e os romeiros pagavam suas promessas carregando oferendas como canoas em miniatura, boias de pesca, enormes pedras sobre a cabeça e peças do corpo humano em cera. Os pescadores, geralmente molhados, puxavam a corda atrelada à Berlinda, como pagamento de promessas por terem sido salvos de algum naufrágio. Os demais carros do cortejo eram movidos por tração animal.
Naquela época, a Imagem conduzida na Berlinda era a de Nossa Senhora de Nazaré e o Círio, a partir de 1929, acontecia no 2º domingo de novembro, por determinação de D. João Irineu Joffily. A Trasladação da Imagem seguia, no sábado à noite, até a Casa-sítio dos Irmãos Maristas, na estrada da Praia Grande, às proximidades da Travessa Coronel Motta, de onde, no domingo, saía a Procissão do Círio para a Igreja Matriz, sempre acompanhada por banda de música, cujos integrantes eram mosqueirenses.
O Carro dos Anjos (INF. DO MOSQUEIRO 93).
Na década de 1950, o trajeto do Círio foi ampliado para a Capela do Sagrado Coração de Jesus, no Chapéu Virado, ocorrendo também, naquele momento, a substituição da imagem de Nossa Senhora de Nazaré pela de Nossa Senhora do Ó, padroeira da ilha do Mosqueiro, ressaltando a antiga devoção local. O Círio passou a ser realizado no 2º domingo de dezembro e, no dia 18, que é dedicado à Santa, ocorre a Procissão de Nossa Senhora do Ó.
(FONTES: O. Chagas, Marco Antônio – “Informativo do Mosqueiro”, DEZ/1993;
Meira Filho, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978, pp 403 e 404).
A Chegada do Círio em 1982 (INF. DO MOSQUEIRO 93).
O CÍRIO
Corres ao teu oceano de amor
procissão de esperança
rio de desejos, estuário de fé.
Corro junto, feito gota de emoção
nesse mar de almas
rumo ao destino: DEUS.
Círio de Nossa Senhora do Ó, a fé
renova a ilha
transborda os rios na maior
jusante.
de carinho e devoção.
Aqui pequenino, apertado
chora meu coração
entre a tristeza e a alegria
de te ver passar arrastando
estes milhares de personagens,
minha mana, da verdadeira e
divina
comédia humana.
Carlos Ribeiro (Carlão) – 1993.
Círio do Mosqueiro de 1977 na rampa do Trapiche (Fam. Mathias).
Participe do Círio de Nossa Senhora do Ó (ilha do Mosqueiro), no próximo dia 12 de dezembro.
Claudionor, na minha opinião a igreja da primeira foto não fica em Mosqueiro. Fica melhor a imagem da Igreja Matriz.
ResponderExcluirvocê tem foto do cirio de 2003 a 2007 do cirio de nossa senhora do ó
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