Um lugar existe onde, se tiveres a paciência de observar da praia a trajetória do Sol desde o nascente até o poente, poderás, com certeza, ver o astro-rei, em toda a sua plenitude, cruzar o céu a tua frente, sobre as águas que recebem o seu nome: baía do Sol. Ali, ele surge exuberante vindo de Colares (a antiga ilha do Sol dos tupinambás), segue incandescente espalhando seu calor tropical e, aos poucos, vai descambando magnífico para as bandas do Paraíso.
O amanhecer na baía do Sol visto da ilha das Guaribas (FOTO: Edivaldo João Caldeira – 1989).
E essas águas que tantas vezes, ao romper da aurora, banharam os nativos levando suas oferendas, enquanto rufavam os tambores, também conduziram os bravos cabanos em fuga para Vigia e refletiram as luzes multicoloridas dos chupa-chupas, os OVNIs que, há mais de trinta anos, deslocavam-se pelo céu estrelado, aterrorizando o povo simples da região.
Praia Grande da Baía-do-Sol (FOTO: Wanzeller-2010).
E a baía onde nasce e morre o Sol emprestou o seu nome à povoação mais antiga do Mosqueiro, o lugar onde se deu o primeiro contato do colonizador com os índios da ilha. Lugar simples, aprazível e acolhedor conserva ainda um ar bucólico e suas praias revelam uma beleza selvagem que encanta os sentidos, despertados pela carícia do vento e pelo beijo ardente do Sol.
Assim o poeta Othom Luiz Macedo (1993) nos descreve a Praia Grande da Baía-do-Sol: “Nos pequeninos grãos de areia da praia, o sol, qual um pintor, produz reflexos maravilhosos. Nas ondas que se espraiam, os tons luminosos nos deslumbram. As gotinhas que ficam parecem pedras preciosas de algum tesouro oculto no fundo do mar. As águas parecem nos acariciar. Nas verdes palmas dos coqueiros, diversos tons de verde brilham intensamente. A praia inteira é como uma explosão de luz, de cores, de vida. É Apolo que passa na sua carruagem dourada.”
O pôr-do-sol ao lado da ilha das Pombas (FOTO: Ricardo, 2010- http // baíadosolsempre.blogspot.com/).
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