Doze de outubro. Nove e meia da manhã. Sol forte extraindo reflexos das águas esbranquiçadas da baía de Santo Antônio. Entramos pela foz do rio Mari-Mari, cujo nome de fruta amazônica parece lembrar os pescadores indígenas dos primeiros tempos e os antigos ribeirinhos. Pilotado pelo Beto, o Tucuxi – nome do barco e também do boto da lenda – avança rapidamente levado pela correnteza da meia maré de enchente. Há muito, a força das águas salobras adentrando o rio impeliram para o fundo as negras e frias águas que vêm das nascentes. Seguimos a corrente como antes fizeram os tucunarés. Nosso destino: o Sítio Rei Davi.
Foz do Mari-Mari. (Foto: Wanzeller, 2010).
Vamos ao sítio (Foto: Wanzeller, 2010).
Lá, a meninada das redondezas nos aguardava e ansiosos esperavam os presentes a serem ofertados pelo Thiago e pela Karina, espécie de agradecimento por uma graça alcançada. Afinal era o Dia das Crianças! Trinta minutos subindo o Mari-Mari, ultrapassamos a pequena formação rochosa e arborizada conhecida como ilha do Navio, pois à noite, sob a tênue claridade do luar, assemelha-se à popa de um imenso cargueiro bem no meio do rio. Logo após, avistamos o sítio, que é propriedade do Sr. Deuzarino.
Thiago e Karina (Foto: Wanzeller, 2010).
Ilha do Navio (Foto: Wanzeller, 2010).
Sítio Rei Davi (Foto: Wanzeller, 2010).
Ganhamos o dia com a distribuição de brinquedos, livros didáticos e um lanche à criançada, assim como de roupas a pessoas da comunidade. Uma ação social é sempre gratificante quando não tem segundas intenções. Depois de um almoço simples, mas delicioso; um banho de rio e um passeio nas trilhas vizinhas completaram a satisfação daquele feriado.
Homenagem às crianças (Foto: Wanzeller, 2010).
Banho de rio (Foto: Alice Lameira, 2010).
Passeio nas trilhas (Foto: Wanzeller, 2010).
Visitando a comunidade (Foto: Wanzeller, 2010).
No entanto, ficamos entristecidos ao sabermos que o Projeto Luz para Todos não chegou àquela localidade, deixando sete famílias sem energia elétrica, embora tenha sido aprovado em 2007 e o Governo Federal, repassado os recursos para a Rede Celpa. Não sabemos se é falta de interesse, excesso de burocracia ou preguiça mesmo, com todo o respeito ao animal que vimos no alto de uma embaúba, muito apressado em proteger o filhote ao sentir os primeiros pingos de chuva.
O bicho-preguiça e seu filhote (Foto: Alice Lameira).
Com a palavra o Ministério Público e o Comitê Gestor do Projeto Luz para Todos.
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