terça-feira, 12 de outubro de 2010

CANTANDO A ILHA: NOSSA ILHA

“Não havia outro rumo, outro caminho, outra escolha: Mosqueiro. Toda a vida foi essa ilha o abrigo generoso de ricos, de remediados, de pobres. Há lugar para todos, sem qualquer distinção. Suas praias lindas não divisam classes, não marcam prioridades, não estabelecem privilégios. Mosqueiro é um balneário popular, democrático, onde todo mundo se sente livre e igual. Em toda parte predomina a alegria, o bem-estar, a satisfação de viver! O veranista parece, às vezes, senhor de tudo! Cada belemense cuida de que é dono de um pedaço qualquer do Mosqueiro. Criam-se gerações seguidas dos mesmos hábitos, dos mesmos amigos, da mesma maneira de viver. Até certos meses do ano, pela sua casualidade libertadora nas férias, já têm uma fisionomia mosqueirense, típica, especial e irreversível. Há como que um vício de “mosqueirar”. Vimos gente fina retornar de tournées na Europa e na América do Norte, do Líbano e de Israel, para “não perder o mês de julho no Mosqueiro”. Paraenses ricos residentes em Copacabana, Leblon e Ipanema, viajando para aqui desfrutar um “mês-no-Mosqueiro”! E, de São Paulo, gente abastada vir a Belém para as férias de julho no Mosqueiro em qualquer de seus pontos pitorescos e desejados. Já assistimos amigos que buscam o Mosqueiro, vindos do sul, diretamente e da mesma forma, retornando, após as delícias do lugar. Belém, nesse caso, funciona, apenas, como “trânsito”. (a) Não é fácil se chegar a sentir até que ponto o canto do uirapuru fascina nossa gente, irresistivelmente mosqueirense. Talvez aquela paz da semana, o ar fresco das maresias, o alimento sadio e farto, a natureza exuberante de vida e beleza, as noites calmas e silenciosas possam descobrir e anunciar os segredos da Ilha Balneária do Mosqueiro.”

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Foto: Eduardo Anselmo – 2010.

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Foto: Eduardo Anselmo – 2010.

“Nenhuma geração belemita cresceu nesta terra, sem trançar nas suas próprias raízes, as raízes de seus primeiros alumbramentos que nasceram nos tijucos ou nas areias das ribeiras mosqueirenses.”

(Meira Filho, Augusto -- “Mosqueiro Ilhas e Vilas”, Grafisa Ed., 1978, págs. 79 e 80)

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