AUTOR: Prof. Lairson Costa
Tive a grata satisfação de passar pela orla do Murubira e ver que dois dos mais bonitos chalés de Mosqueiro, o Jardim Guanabara e o Sissi, estão com suas fachadas restauradas.
Pena que isso não aconteça com muitos outros chalés, que vêm amargando a deterioração sem que providências para freá-la sejam tomadas.
É bem verdade que há quem tenha interesse nessa deterioração, principalmente os que vivem da especulação imobiliária.
Dia desses caminhava pela orla do Ariramba, Murubira e Porto Arthur - que aproveito para admirar as praias e os chalés - quando me apareceu um senhor perguntando por determinado endereço. Logo fiquei sabendo de que se tratava de um corretor. Após indicar-lhe o local, continuamos a caminhada até ele chegar ao destino esperado. O corretor então me falava de não saber por que manter aqueles casarões à beira da praia. Na visão dele, o melhor a fazer era derrubar todos aqueles chalés e fazer condomínios e hotéis modernos, o que, segundo ele, atrairia mais turistas para Mosqueiro.
Disse-lhe que nem só da modernidade vivem as cidades e seu povo, e que não tinha nada contra a construção de prédios modernos, contanto que isso não significasse a "extinção" de prédios que têm em si a história de como a Bucólica foi sendo construída.
Li em um dos jornais de Belém que uma vereadora comprou um desses casarões antigos da Ilha e está deixando-o à própria sorte para que quando nada dele restar possa construir a casa que ela deseja.
É bem verdade que muitos dos que são proprietários desses imóveis não recebem nenhuma ajuda do poder público para mantê-los e daí o número cada vez maior de chalés que representam parte de nossa história desaparecem.
Disponível em:
http://proflairson.blogspot.com/2010/06/chales-de-mosqueiro.html
Chalés. Chalés de Mosqueiro uma história que o tempo está apagando.
ResponderExcluirNossas autoridades não pensam como nós sobre essa parte da história. E, como venho afirmando, somos os maiores culpados de permitir que isso aconteça. A história é nossa. É uma herança que a especulação está tomando conta. Pessoas interessas em criar uma linha turística, estão permitindo o abandono dos prédios da orla das praias do Porto Arthur, Chapeú Virado e Farol e, das orlas das praias da Baia do Sol, Paraído e Marahú.
Tudo começou por volta do início do ano 2000, quando foi criada a intenção de transformar mosqueiro num paraíso de imóveis com mais de 10 andares. Isso é verdade! A partir dessa idéia, empresários de outros estados, estão avaliando areas nobres da ilha para a construção dos prédios. Isso por culpa de empresas locais. Como já citei, as areas apresentam as melhores condições para isso. São recantos certos para esse novo paraíso: dos prédios de mais de 10 andares, que venham atender a idéia de implantar o turismo local. O tão e sonhando turismo que dizem mosqueiro apresentar e como a sua maior fonte de renda, se o mesmo for emancipado. Essa é a idéia principal e de interesse de muitos empresários, após a emancipação. E pergunto quem é contra e quem é a favor desse processo? E surge uma nova interrogação, quem é contra e quem é a favor da especulação imobiliária na ilha?
Aparentemente isso é quase impossível mas, na verdade, já começou há anos, muitos é que ainda não atentaram. O primeiro arranha-céu já existe no chapéu virado e foi construído, não por fatalidade, mas por uma falha da lei e por autorização. Nada pode ser feito e ele está por lá.Quem ousa destruir?
Então, voltando ao assunto,como disse, Augusto Meira Filho, em seu livro Mosqueiro, Ilhas e Vilas "O Mosqueiro tornar-se-ia, durante longo período, abrigo de raras personalidades estrangeiras que procuram, ali, respirtar melhor e deleitar-se com as belezas do lugar". E assim continua, "Suas praias lindas não divisam classes, não marcam prioridades, não estabelecem privilégios. Mosqueiro é um balneário popular, democrático, onde todo mundo se sente livre e igual". Essa foi a melhor parte da história e que trouxe os chalés para a orla das praias. O local ideal para suas construções. O local que, hoje, especula-se demolir dando lugar a uma nova etapa.
Precicamos refletir sobre tudo isso, pois não é apenas um ou outro prédio que está abandonado ou sendo demolido, mas diversos. Caminhando do Farol ao Ariramba é possível visualizar essa nova realidade. Uma realidade que nos põe em conflito com o passado, com os herdeiros, com a tradição dessas famílias e com as nossas autoridades,pelo descaso histórico, além, claro, dos especuladores, que de alguma forma, estão estimulando o abandono e de olho no futuro, sem importar-se com essa parte que tanto nos interessa manter viva. Ou nos interessa manter apenas a imagens que circulam na internet, mundo afora?
Acredito, fielmente, como defensor das boas idéias para um balneário melhor, que mosqueiro precisa da minha, da sua, da nossa maior atenção, pois, hoje, somos poucos mosqueirenses. Mosqueirenses, mesmo, que amam esse local e lutam por um mundo melhor.
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