Autor: Vitor Quintela
Vou começar explicando o motivo que me levou a escrever este artigo sobre a ilha de Mosqueiro, sempre ouvi comentários a respeito da ilha, na maioria das vezes comentários negativos, de que era tudo muito sujo e desorganizado, mas ainda não tinha tido a oportunidade de conhecê-la. Minha primeira impressão sobre a localidade foi mais positiva do que eu imaginaria e de um modo geral me agradou bastante os dois dias em que lá estive, toda localidade tem seus pontos positivos e negativos e acho que é injusto destacar uns mais do que outros, e Mosqueiro parece sempre estar sendo injustiçada pelo povo do Pará, principalmente por ter as praias mais populares do estado.
Com seus 212 km² de extensão e cerca de 17 praias banhadas pelo mar de água doce da baía do Guajará, Mosqueiro já possui 118 anos desde que iniciaram a colonização da ilha e curiosamente ao contrário do que muitos pensam, Mosqueiro não é um município, mas sim um distrito da cidade de Belém. Confesso que me espantei com o tamanho do núcleo urbano, pois pensei que fosse apenas um povoado, todavia o núcleo urbano já possui mais de 50 mil habitantes e sem dúvidas já tem ares de cidade de médio porte. O acesso à ilha é feito através da estrada Engenheiro Augusto Meira Filho, que possui uma ponte de 1.400m interligando a ilha ao continente.
Quando cheguei à Mosqueiro me avisaram logo que as ruas eram muito sujas e fétidas, realmente há locais muito descuidados, contudo assim que vi suas praias e o “rio-mar” me encantei com a beleza do local, quando pela primeira vez fui à praia do Farol confesso que fiquei surpreso com a areia da praia, que pensei ser mais grossa do que era, na verdade imaginei que nem praia tivesse, e a água é também diferente do que julguei, me alertaram que a água aparentava um “caldo de feijão” e realmente a água não é cristalina, mas estamos falando de uma ilha fluvial e não marítima, mas há seus prós, pois como a água não é salgada não há qualquer tipo de irritação na pele ou nos olhos, destaco que o sol é incessante mas o vento dá um clima mais ameno à ilha, aconselho-os a sempre usarem o filtro solar. No quesito culinária, Mosqueiro está de parabéns, a culinária local tem em seus pratos muitas comidas típicas como camarões, caranguejos, e peixes, que é a base de diversos pratos como tacacá, vatapá e outros, a praça Cipriano Santos no centro da vila é durante a noite o local mais frequentado, achei muito interessante ver as pessoas sentadas com suas cadeiras de praia no gramado da praça, simplesmente conversando e saboreando a culinária local, o café da manhã também é uma iguaria à parte, na mesma praça há uma tapiocaria, que serve uma infinidade de sabores, mas os aconselho a prepararem o bolso, pois na orla nem tudo é barato!
Como disse anteriormente, sempre ouvi muitos comentários sobre Mosqueiro, quase sempre negativos, sim, Mosqueiro ainda necessita de muitos investimentos, principalmente investimentos que potencializem o turismo, mas também investimentos em saneamento e infraestrutura urbana para os nativos, afinal já não se trata mais de apenas um povoado de pescadores, mas sim de um núcleo urbano que cresce rapidamente e que se não for devidamente planejado acabará prejudicando todo o potencial da ilha. Talvez fosse o momento de se pensar na emancipação política de Mosqueiro, o que poderia direcionar atenção maior às demandas da localidade, mas isso é assunto para o povo da comunidade.
A alta temporada em Mosqueiro é no mês de julho durante as férias escolares, é nesta época que a vila fica fervilhando de pessoas de todos os cantos do estado, mas principalmente da capital, as casas que ficam desocupadas durante a maior parte do ano, logo estão todas cheias de gente, uma curiosidade em Mosqueiro é que as casas recebem nomes, achei isto muito legal, Mosqueiro também recebe muitos visitantes durante o réveillon, assim como no carnaval. Mas não sei se é bom ir à Mosqueiro durante as temporadas, pois os transtornos podem aumentar. Em relação a estadia e hotelaria não estou a par dos preços e das condições dos hotéis ou chalés, mas de acordo com o que me informaram o preço sai em conta. Bem, agora que já conhecem um pouco de minha impressão sobre Mosqueiro, arrumem as malas e peguem a estrada, divirtam-se!
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FONTE: http://quintelavitor.blogspot.com.br/2013/11/impressoes-sobre-ilha-de-mosqueiro.html
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