Embarque em Mosqueiro para Belém | 2. Praça da Igreja Matriz | 3. Trapiche de desembarque em Mosqueiro / Belém, estudo da geografia urbana - Antonio Rocha Penteado (1965)
"Os que se destinam ao Chapéu Virado, ao Murubira, ao Ariramba, ao Carananduba, disputam os melhores lugares [no ônibus]. Os carros não são maus e as estradas estão bem conservadas. O percursos é feito mais ou menos com rapidez. O tempo que se perde é nos desembarques. Os veranistas vão ficando e com eles o motivo da demora: malas, sacos, ranchos de mercadorias. Paga-se ao próprio motorista, no momento de apear. Todos os choferes e ônibus são chamados ‘Mascarenhas’.
Os carros descem para a Vila às 5 [da manhã]. O primeiro é das compras. Foi nele que tomamos passagem. Antes de chegar ao hotel do Farol, já estava quase lotado. Mas aí se deteve. O chofer buzinava várias vezes. Temos de assistir a uma cena curiosa e comum no interior. O carro continuava parado e a buzinar. Um serviçal vem do hotel e deposita um pequeno volume ao ônibus. O cinesíforo fala:
- Diga ao dr. que não demore, tenho um frete a fazer. Todos os dias é isto. Ainda se fosse algumas vezes…
O sr. nada. A buzina funciona. Os passageiros pacientemente aguardam que o carro prossiga a viagem. O chofer resolve ir em busca do dr. e deixa o veículo. Daí a pouco volta.
- Acordou agora.
Finalmente o dr. chegou. Ninguém reclama. Perdêramos 10 ou 15 minutos. O auto parte velozmente. Quase 6 horas. Uma brisa fresca eriça de leve a superfície das águas tranquilas. Seis e trinta. O Almirante Alexandrino desatraca. Lenços se agitam”.
Crônica da Folha do Norte em 1947. In: Jornal Pessoal, 1ª Quinzena de Junho/2013 FONTE: http://fragmentosdebelem.tumblr.com/page/8
mto bom o blog
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