Quem conheceu a ilha antes dos anos 70 se lembra, com certeza, de um bar que ficava às proximidades do Trapiche da Vila, quando ainda não existiam as chamadas barracas de praia. Era o QUEBRA-MAR, um dos points preferidos pelos pescadores, pelos carregadores de bagagens, pela gente humilde da terra e pelos veranistas que buscavam uma integração prazerosa com a comunidade. Quantos amigos viram o nascer ou o pôr-do-sol e a chegada do Presidente Vargas, saboreando ali, no Quebra-Mar, uma cachaça ou uma cervejinha bem gelada e os tira-gostos servidos amavelmente pela Dona Irene!
E para quem não lembra ou nunca viu, trazemos algumas imagens do passado:
QUEBRA-MAR, um point inesquecível (FOTO CEDIDA POR IRENE SANTOS)
O Quebra-Mar e ao fundo o Presidente Vargas (FOTO DE IRENE SANTOS)
O Quebra-Mar visto da praia (FOTO CEDIDA POR IRENE SANTOS).
Esse bar tinha como proprietário o Sr. Raimundo Monteiro. No entanto, o local é público e, em1971, o Prefeito Nélio Lobato determinou a sua desocupação. Assim, o Quebra-Mar e todos os quiosques que existiam na Praça da Matriz foram demolidos. Acredito que o único remanescente, depois de muita polêmica, é o BAR DO PARQUE, na Praça da República, em Belém. E o que tinha esta imagem:
FOTO CEDIDA PELA SENHORA IRENE SANTOS.
... ficou assim:
FOTO WANZELLER (2011)
Mas a Dona Irene Santos Ferreira, que desde 1968 gostava de trabalhar naquele local, não se conformou, subiu a ladeira e instalou, ali perto, o NOVO QUEBRA-MAR. Lembro-me das sopas de fim-de-festa, nas madrugadas da ilha, das deliciosas fritadas de camarão e do acordo que alguns amigos e eu fizemos, em março de1979, para um reencontro dez anos depois, naquele mesmo lugar. E não é que voltamos! Claro que houve uma grande comemoração!
A SEGUNDA FASE DO QUEBRA-MAR (FOTO CEDIDA POR IRENE SANTOS).
Mas existe, nesta história, outra personagem não menos importante que a Dona Irene: o marido dela! Chamavam-no de Parente, talvez porque fosse legal com todo mundo. Era o Sr. Raimundo Nonato Ferreira. Olhem, que ele está bem aí com sua esposa, sob o olhar brincalhão do Carlito Urubu:
PARENTE E IRENE NOS VELHOS TEMPOS (FOTO CEDIDA POR ELA).
O Parente não era feio: ele tinha um carro!
FOTO CEDIDA PELA DONA IRENE SANTOS.
E era dono até de um ônibus, que ele trouxe de Belém:
FOTO CEDIDA PELA DONA IRENE SANTOS.
E esse ônibus foi o primeiro coletivo a fazer linha para a Baía do Sol, já que os CORONADOS, ônibus da Prefeitura, só faziam o transporte até o Carananduba. Aliás, para facilitar o acesso à Baía, o Parente ajudou bastante na construção da primeira ponte de madeira sobre o rio Sucurijuquara, adquirindo material para a mesma. A isso eu chamo de investimento, coisa que muitas empresas privadas poderiam fazer. Parente faleceu no dia 17 de novembro de 1990, mas marcou passagem. Na lembrança, aí está ele, saboreando uma cerveja com o conhecidíssimo CRICRI também já falecido:
FOTO CEDIDA PELA DONA IRENE SANTOS.
A segunda fase do Quebra-Mar acabou, mas a Dona Irene, sempre determinada e sem medo da vida, continua com o seu negócio, ali bem pertinho, no início da Rua da Pedreira. É gente que faz história!
DONA IRENE SANTOS FERREIRA (FOTO: WANZELLER, 2011)
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