(Texto construído a partir de narrativas dos moradores da Comunidade de Caruaru e transcrito pela Profª Leila do Socorro A. Cunha)
“Eram duas moças órfãs, sempre visitadas por dois rapazes bonitos e vestidos de branco.
Parece que não gostavam delas, queriam só usar as moças, porque só vinham à noite, de dia nunca eram vistos em parte nenhuma.
Depois de algum tempo, elas desconfiaram que os namorados fossem botos e prepararam uma emboscada. Dois homens se armaram de arpões de inajá e se esconderam esperando a noite. Na noite seguinte só veio um rapaz misterioso. Atiraram três arpões sobre o moço que saiu correndo, conseguiu alcançar o rio e pilou na água. No outro dia apareceu boiando, morto, um grande boto tucuxi, com três arpões de inajá fincados nas costas. E as órfãs ficaram para sempre sem nenhuma companhia.”
(Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, p. 65)
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