sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

JANELAS DO TEMPO: PASTELZINHO DO OLIVEIRA: DE MOSQUEIRO A BELÉM


 
Autora: Patrícia Ventura


Olá leitores,

Hoje vou falar um pouco deste pastel. Pastelzinho do Oliveira. Eu tinha por volta de meus 8 anos e frequentava a bucólica Ilha do Mosqueiro com meus pais. Tenho tantas histórias para contar desta época. No Ariramba, onde ficávamos havia algumas moradoras bem idosas. Lembro do nome de uma. A dona Janoca. Parece que tem até uma ruela com esse nome. Lembro das histórias que minha avó, D. Moça, contava acerca da lenda da Matinta Pereira e a gente criança, aqui em Belém, não tínha medo. Mas ao irmos para o Mosqueiro parecia que a gente adentrava a floresta Amazônica. Parecia que lá a lenda era real. Ficávamos com muito medo, ouvíamos o xeque-xeque dos calangos verdes e azuis no telhado das casas e por cima das folhas secas que caiam ao chão. O silêncio da noite era grande. O barulho das ondas do mar quebrando aquele silêncio fazia presença marcante no entorno das vivendas da beira da pista. Sempre ficávamos na Vivenda Nossa Senhora de Fátima, chalé antigo no Ariramba. Nossa criancice não nos permitia saber por que e como estávamos ali, entretanto, estávamos, então era hora de aproveitar. Circundando a nossa vizinhança, tínhamos um vizinho muito simples, bom, alegre, carismático, que viria a se tornar famoso pelo delicioso pastel que comercializava e até hoje comercializa na bela ilha: o Sr. Oliveira.

Minha família muito amiga deste ilustre senhor. A gente criança só tem interesse para ir ao local quanto se tem um motivo tão atrativo e gostoso como esse. Nos meus cálculos estes fatos têm 42 anos. Idade que conheço e saboreio o Pastel do Oliveira.

O Sr. Oliveira foi convidado para o meu casamento; lembro-me até do presente que ganhei dele, há 32 anos, direto do túnel do tempo: uma bandeja grande de inox, que uso até hoje em minhas festas. Confesso que ia a Mosqueiro para aproveitar de tudo um pouco, mas a ideia de comer o pastel era sempre a primeirona; tudo bem eu gosto de comer mesmo rsrs!!

Também lembro do Xavico, o filho do Sr Oliveira; éramos (somos) praticamente da mesma idade, com a diferença de um ano mais ou menos... Ainda lembro quando recebemos a noticia do falecimento do Seu Oliveira...
O pastel continuou na bela Ilha do Mosqueiro, tornou-se conhecidíssimo. Tenho 4 filhos, todos conhecem o pastel, a mais nova de 17 anos, a mais traquina, (diga-se de passagem) EXIGE todas as vezes que vai e já está a ensinar para a minha neta... Gosto de ver coisas superar décadas e gerações... Pode-se dizer que já faz parte da gastronomia turística de Mosqueiro.

O Xavico expandiu, inaugurou outras pastelarias na ilha e até mesmo aqui em Belém temos dois points onde podemos saborear a gostosura que se apresenta com recheio de carne e camarão, ao preço de $ 0,35 centavos a unidade...


FONTE:
http://simplesmentepatrecantista.blogspot.com.br/2013/10/pastelzinho-do-oliveira-de-mosqueiro.html

MOSQUEIRANDO: Para recordar Seu Oliveira, que iniciou a produção dos famosos pasteizinhos, reconhecidamente uma tradição na história da Ilha, publicamos a foto abaixo cedida por Graciliano Ramos:

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PESQUISE NESTE BLOG:
http://mosqueirando.blogspot.com.br/2012/08/janelas-do-tempo-o-ponto-certo-do.html














2 comentários:

  1. Ai meu Deus que lindo. Obrigada por usar o meu texto. Estou muito alegre tb por ver foto antiga. Muito ver as nossas tradições não se acabarem. Parabéns!!!

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  2. Mais uma vez vim aqui! Fiquei contente por usar o meu texto. O Sr Oliveira me deu um presente por época de meu casamento que tenho até hoje. Como é bom recordar!

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