terça-feira, 18 de junho de 2013

SÃO JOÃO MOSQUEIRENSE: UMA PREFERÊNCIA DESDE A DÉCADA DE 30

Autor: Cândido Marinho Rocha

Ora, aconteceu em 1931. O dia 24 de Junho daquele ano foi feriado parcial por ordem do Interventor Federal, capitão Magalhães Barata, e muita gente tomou o navio das 16 horas, rumo à Vila, para pular fogueira. Deixavam Belém com a sua imensa fogueira no Largo de São Braz, onde se exibiam os grupos “Gato Preto”, “Flor do Campo”, “Está Cavando”, “Treme-Treme”, “Pai do Campo” e tantos outros. Deixavam o chopp geladinho dos Bares Paraense e Pilsen, animadas sessões de música e cantores, cortinas humorísticas com alegres e picantes piadas. Deixavam, todavia, nos jornais, um pedido: que Mr. Smith, gerente da Pará Eletric (Paralítica, como o povo alcunhou a Companhia Inglesa) consentisse que os bondes trafegassem até as 2 horas da madrugada do dia 25. Mas deixavam também o fumaceiro que invadia Belém naquelas noites juninas, queimando os olhos. Muitos preferiam a Vila do Mosqueiro, onde tudo era mais à mão, sem problemas de transportes, sem despesas maiores e melhores probabilidades de conquistas amorosas. Eles e elas sentiam-se mais afrodisíacos na Vila. Além de que a cumplicidade da proteção das sombras das mangueiras era detalhe que se não podia abandonar, sem falar, veja-se bem, nas acomodações naturais e convidativas das praias...

Por isso, os espertos e as espertas preferiam, decididamente, o São João na Vila.

FONTE: MARINHO ROCHA, Cândido. “Ilha Capital Vila”- GRÁFICA FALÂNGOLA EDITORA. Belém-Pa. 1973- p. 89.

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