(Estória contada pelo comunitário e Prof. Mauro Braga e transcrito pela aluna Alessandra Cardoso – Turma 441 – EJA)
“No Carananduba, na antiga Lalor Mota, houve um caso assustador. Durante muitos anos, acontecia uma coisa pavorosa nesta rua: era uma rua de poucas moradias, sombria; todos que ali moravam temiam passar por lá tarde da noite.
Dizem que, de cinco em cinco anos, ouviam-se barulhos aterrorizantes, que ninguém sabia o que era. Quando acontecia, as pessoas ficavam imóveis e não conseguiam se mexer de tanto medo. Sempre acontecia na mesma data, a cada cinco anos. Uma senhora bem velhinha que ali morava dizia que só iria parar o barulho quando alguém ficasse na rua para ver o que era que fazia todo esse terror.
Na data da assombração, ela chamou um rapaz para que ficasse na rua e visse o que era que fazia todo aquele barulho. Quando chegou a noite, o rapaz foi até o final da rua e ficou esperando. De repente, os barulhos começaram: ruídos de corrente arrastando no chão, gemidos e um barulho como se algo muito pesado caísse no chão. Quando aquilo se aproximou, ele viu que era uma criança que carregava uma cruz enorme e cheia de correntes, mas como o peso era demais, às vezes a deixava cair e fazia todo aquele barulho que as pessoas temiam tanto.
O rapaz só falou isso e nada mais; só se sabe que desde que o rapaz viu o que fazia tanto barulho nunca mais ouviram nem corrente, nem gemidos nem a cruz caindo. Nada mais se ouve.”
(Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, p. 117)
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