Autor: Rogério Portela
As ruas e os automóveis cochichavam sem parar;
a matriz não entendia o tom do sábado enluarado;
os bancos da praça espichavam-se por trás
de centenas de cadeiras estendidas na grama.
Todos queriam contemplar o acontecimento:
mangueiras, açaizeiros conversavam extasiados,
já o coreto mantinha-se calado
perante a grandiosidade do evento.
Versos em branco, outros rimados,
poetas sonhando, outros airados;
aplaudia-se de pé as obras recitadas.
Muita emoção, amor, solidão,
magnetismo, prazer, inspiração...
o que queria dizer não precisava saber, apenas se sentia.
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