ASPECTOS ECOLÓGICOS EM UMA ÁREA DE MANGUE NA BAIA DO SOL MOSQUEIRO, BELÉM - PA.
ASPECTOS ECOLÓGICOS EM UMA ÁREA DE MANGUE NA BAIA DO SOLMOSQUEIRO, BELÉM - PA.
JOSÉ CARLOS SILVA SANTOS
Gestor Ambiental - UNOPAR
1 - INTRODUÇÃO:
Este estudo tenta descrever de maneira simples e objetiva os aspectos, como populações, relações ecológicas, cadeias alimentares e condições ambientais, junto com seus equilíbrios e desequilíbrios, em uma área de ambiente de mangue localizada na Baia do Sol, ilha de Mosqueiro, Distrito de Belém-PA.
A importância deste estudo é a aplicação in loco de algumas idéias básicas de Ecologia, onde o principal objetivo é especificar as ações mutuas entre os seres vivos e o meio ambiente. A Ecologia como fim cientifico, procura compreender as relações existentes entre os organismos e o meio ambiente.
2 - ÁREA DE ESTUDO
A área definida para o estudo localiza-se em uma das margens do igarapé Irapara, território da Baia do Sol, Mosqueiro, Belém-PA.
Esta área onde foi realizado o estudo é de grande importância para comunidade ribeirinha que ali reside, o manguezal liga o ambiente terrestre, de água doce ao marinho e se desenvolve em áreas encharcadas, salobras e calmas, com influência das marés, porém não atingidas pela ação direta das ondas, o substrato é lodoso e formado por uma mistura de lama e areia; os sedimentos apresentam cor cinza-escura e possui grande quantidade de água, baixas concentrações de oxigênio, elevados teores de sal, muita matéria orgânica e são ricos em sulfeto de hidrogênio; a vegetação é relativamente pobre em número de espécies vegetais, porém as águas são ricas em nutrientes e materiais em suspensão.
3 – RESULTADOS
As áreas alagáveis ou várzeas desempenham um papel fundamental na regulação da quantidade e qualidade da água, e a ampliação do conhecimento sobre estas áreas são essenciais para evidenciar a função positiva deste ambiente.
Estes sistemas têm importantes funções dentro dos ecossistemas onde são inseridos, entre as quais se destacam:
- Regular os fluxos dos rios;
- Modificar e melhorar a qualidade das águas, funcionando como filtros naturais que purificam a água à medida que a mesma escoa;
- Controlar a erosão, evitando o assoreamento dos rios;
- Proteger a biodiversidade, como, área de refúgio da fauna terrestre;
- Fornecer o suprimento de alimentos para toda a cadeia alimenta e
- Ser um local para reprodução e alimentação da fauna aquática.
3.1- AS POPULAÇÕES EXISTENTES
Após visita na área delimitada, constatamos a existência de um numero enorme de seres vivos que ali habitam e se reproduzem. Foi possível identificar, listar e contar as populações de algumas espécies na área de interesse, dentre as quais: crustáceos como o camarão regional, siri, caramujo, sarará e o turu, uma espécie que vive dentro da madeira apodrecida do mangueiro. Encontramos uma espécie de peixe conhecido como tralhoto, que adentra o mangue na maré cheia em busca de alimentos, algumas aves também habitam o ambiente, como o bem-te-vi, andorinha, garça, maçarico, urubu, pica-pau, guará e alguns insetos que sobrevivem nos troncos apodrecidos, onde a água não alcança: o cupim, aranha, besouro, ambuá, lagarto, sapo e cobra. Há forte presença de fitoplânctos e zooplânctos, pois se trata de área estuarina.
3.2- ALGUNS TIPOS DE RELAÇÕES ECOLOGICAS EXISTENTES
Relações harmônicas:
Ø Inquilinismo: orquídeas nas árvores
Ø Mutualismo: Presença de micorrizo, relação às raízes de certas orquídeas e de árvores florestais com fungos, que em troca fornecem as orquídeas nutrientes minerais e nitrogênio.
Relações desarmônicas:
Ø Competição: A ocorrência desse tipo de relação entre peixes, por nutrientes no estuário.
Ø Predação: Camarão gigante conhecido popularmente como malasiano (macrobrachium rosenbergii) e camarão regional (macrobrachium amazonicum).
Ø Parasitismo: Erva-de-passarinho nas árvores
Ø Herbivorismo: (intraespecífica) Uso de parte de plantas na alimentação de passarinho e outras aves. O peixe denominado bacu (lithodoras dorsalis), utiliza em sua alimentação o broto de uma espécie de tajá. (aninga)
3.3. CADEIAS ALIMENTARES QUE OCORREM NA ÁREA DE MANGUE:
A cadeia alimentar completa apresenta três categorias de organismos, que constituem seus níveis tróficos: o nível dos produtores, os níveis dos consumidores e o nível dos decompositores (fungos e bactérias).
Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são muito ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância das populações que neles vivem. Por isso, podem ser considerado um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil.
Devido à riqueza de matéria orgânica disponível, uma grande variedade de seres vegetais e animais irão utilizá-la: centenas de diferentes tipos de minúsculos seres, denominados plâncton. A fração vegetal do plâncton denominada fitoplâncton, retira os sais nutrientes da água e, através da fotossíntese, cresce e se multiplica.
A porção animal do plâncton, o zoo-plâncton, alimenta-se das microalgas do fitoplâncton e de matéria orgânica em suspensão. Larvas de camarões, caranguejos, siris e Caracas filtram a água e retiram microalgas e matéria orgânica. Pequenos peixes filtradores, como o tralhoto, também se alimentam desse rico caldo orgânico. A partir das microalgas, se estabelece uma complexa teia alimentar.
Quanto à fauna, destacam-se as várias espécies de caranguejos, formando enormes populações nos fundos lodosos. Nos troncos submersos, vários animais filtradores, alimentam-se de partículas suspensas na água.
Os caranguejos em sua maioria são ativos na maré baixa, enquanto os moluscos alimentam-se durante a maré alta.
Uma grande variedade de peixes penetra nos manguezais na maré alta. Muitos dos peixes que constituem o estoque pesqueiro das águas costeiras dependem das fontes alimentares do manguezal, pelo menos na fase jovem.
Diversas espécies de aves comedoras de peixes e de invertebrados marinhos nidificam nas árvores do manguezal. Alimentam-se especialmente na maré baixa, quando os fundos lodosos estão expostos.
3.4. EQUILIBRIO E DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL.
Ø Desequilíbrio
Na área em estudo o principal elemento que vem causando desequilíbrio ambiental é o homem, ocupando áreas como beira de igarapé e enseada da praia, sem as mínimas condições de infraestrutura, como água potável e esgoto sanitário, e o lixo depositado em quase toda área de mangue.
Ø Equilíbrio
A pesca artesanal de subsistência do camarão é considerada como um fator de equilíbrio, pois são usados materiais de pesca artesanais, que não agridem e não depredam o meio ambiente, ex: o matapi, instrumento usado para captura do camarão, e o viveiro que é usado para armazenar e selecionar o mesmo durante o período de pesca, e isso contribui para o equilíbrio da população do camarão.
4 – CONCLUSÃO
A área de mangue possui um elenco de populações, estabelecendo diversas relações ecológicas. Assim, se apresentam diversas cadeias alimentares na área. A principal condição para manter na área o equilíbrio ambiental e sua ocupação é o uso ordenado de forma a contribuir na sustentabilidade ambiental da ilha de mosqueiro.
5 - APOIO BIBLIOGRÁFICO:
Ø Zompêro, Andréia de Freitas. Ecologia aplicada: gestão ambiental, São Paulo: Person Education do Brasil, 2009-03-24
Ø Colégio São Francisco: WWW.colegiosaofrancisco.com.br
Ø Ecologia: Ecossistema e cadeia alimentar. O que é ecologia? Disponível em WWW.ambientaebrasil.com.br Acesso em 22 de março de 2009.
FONTE:
http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2012/05/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_31.html
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