terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CARNAVAL NA ILHA: Bilhetinho de Belém para Mosqueiro

Autor: Ronaldo Franco

Lídia, estou em tuas mãos envelopado. Abre-me sob o sol implacável. (Como é difícil, Lídia, escrever o desejo. Não preciso de letras para eu te sentir...). Adoro a sacanagem dos verbos repetidos, o sexo dos adjetivos, os beijos saindo dos fornos das manhãs como pão nosso de cada dia.

O Carnaval é público; o amor tem público; Mosqueiro é nossa república. Serás publicamente minha: publique-se no teu corpo e cumpra-se nas águas do rio. Aguarde-me com a minha obscena curiosidade (quero ver o progresso da marquinha do biquíni). Quero empinar o meu papagaio (devasso), num cínico impudor com a linha puída da saudade.

Que chinem tristezas. E o cerol no eu-te-amo corte distâncias. E toda lágrima derramada bebamos com sede e na concha de nossas mãos. Estou chegando nesse Mosqueiro que vira cabeça para a liberdade – Liberdade coberta por um Chapéu Virado.

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FONTE: Diário do Pará – tdb- Diário do Poeta- p. 10 – Belém-Pa- 01.02.2013

O autor:

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A Poesia de Ronaldo Franco:

A METÁFORA VANGUARDISTA E O PALAVREADO PARAOARA (NA POESIA) DE RONALDO FRANCO

"A minha poesia dialoga (primeiramente) com a Ecologia dos Afetos. Como reconstrução da humanidade. Como investimento ético-afetivo. Uma ética que permita recuperar o sentimento pelo outro, pela fauna e flora".

Ronaldo Sérgio Batista Franco nasceu em Belém. Jornalista por excelência, é considerado pela intelligentsia paraense como um artesão das palavras. Um trabalhador sem relógios. Sobrevivente dos abscessos da desinteligência. E continuo aprendiz que em dezembro de 2009 completou 61 anos, dos quais mais da metade dedicado à poesia. Ronaldo, conhecido por todos os amantes da poesia como "Poetinha" – codinome criado pelo jornalista Elias Pinto –, é desses escritores, com presteza de poeta, boa praça, fomentador de culturismo e homem culto, que vive de bem com a poesia. Tido como um marechal das palavras já publicou quatro livros – alguns em parceria com outros intelectuais. Autodenomina-se voraz leitor de grandes escritores contemporâneos e circula com facilidade por todas vertentes literárias.

Fiel ao encanto poético, desde jovem, sofre forte influência de escritores do peso de Ruy Barata, Max Martins, José Maria de Vilar Ferreira, Mário Faustino, Pedro Galvão, Ferreira Gullar, Mário Quintana, Carlos Drummond, Jorge de Lima, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, Stéphane Mallarmé, Tristan Corbière, Charles Baudelaire, Maiakóvski, Walt Whitman, Dylan Thomas, Sylvia Plath e Ezra Pound.

A paixão pelas palavras caminha a passos largos: a poesia de Ronaldo Franco é, pois uma grande angular cabana. Uma voz repetindo uma, ou duas palavras junto ao ouvido. Uma coceira de letras no corpo. Imagens soltas na cabeça. Outras encarceradas na memória onde o poeta trabalha numa viagem até aqui. Ou bem longe. Dentro de um navio com asas. Nas ondas dos caminhos. Onde florescem janelas. Até a palavra nuvem. Até a última pedra. Até logo.

Por amor a poesia: desde 2004 Ronaldo tem uma celebrada página no caderno "Por Aíclip_image005" do jornal "Diário do Pará": coluna que sai todas às sextas, onde – com sensibilidade – municia seu cativo público com poesias de vida e morte e concorridas agendas culturais. Vale destacar que em parceria com compositores e cantores de Belém, o "Poetinha" tem letras de música gravadas em CDs, e nos colégios públicos do estado distribuiu (de graça) mais de 800 livros (o Cidade Velha).

O poeta Ronaldo Franco pode ser lido e admirado por meio de seu visitadíssimo blog de variedades, que responde por informações das artes paraoaras – e principalmente das artes belemitas – lugar que o poeta publica seus poeminhas, mistura-se com os normais. É o caderno eletrônico (- visível -) de todas as raças multiculturais, posto que com simplicidade e sem veneno, repassa aos internautas as dicas dos movimentos de todos os palcos de nossa literatura, música, teatro, política, esporte, bem como a cultura do Brasil e do mundo.

Livros publicados:

“Teia”, “Cidade dos Poetas” (em parceria com o poeta José Maria de Vilar Ferreira), “Cidade das Águas” (em parceria com Alfredo Garcia) e “Lente Feminina” (com as fotografias de Ana Mokarzel e Karol Khaled, livro inovador produzido com imagens incorporadas às palavras)

FONTE: http://academiadospoetasparaenses.blogspot.com.br/

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