Autor: Marcelo Bittencourt
Chapéu Virado,
Palco de um homem velho sem chapéu,
Que fazia dó no violão em frente ao rio.
Duas ondas se tocavam:
Uma tragada no ar,
Outra tragada na terra.
O homem em dó cantava na madrugada.
O rio repetia a mesma canção que sempre cantou.
Os olhos do homem tornaram-se rios.
A madrugada tornou-se pálida.
O dia nasceu;
Deu outro tom para o homem
Em SOL!
Praia do Chapéu Virado (FOTO: Wanzeller – 2010).
Mosqueiro, na pena de poetas sensíveis, como o Marcelo, torna-se mais que uma ilha bela e aconchegante, torna-se também aquilo que Gaston Bachelar nomeia de espaço de topofilia, um nicho louvável para não só apenas viver, mas, para além disso, também devanear, em imagens e sons que despertam o sentido estético da vida. O poeta, com isso, alcança altitudes poéticas inimagináveis, sem sequer sair do chão, levando consigo seu leitor, copartícipe da obra no processo de atribuição de sentidos aos versos. De uma lírica cativante. Alcir comentou.
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