sexta-feira, 29 de março de 2013

NA ROTA DO TURISMO: ILHA DE SÃO PEDRO: UM SÍTIO HISTÓRICO.

Autor: Adrielson Furtado Almeida

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Foto: Vista da chegada à ilha de São Pedro

A ilha de São Pedro localiza-se ao sul da ilha do Mosqueiro, distante 27,8 km do centro de Belém. Possui uma área de 416,80 ha, correspondendo a 4,168 Km² (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2007).

Durante as administrações municipais passadas, alguns dos gestores de Ananindeua consideravam que a ilha estava dentro dos seus limites territoriais, divulgando seu nome e sua história em materiais impressos como mapa e folders.

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Foto: Casarão da Ilha de São Pedro - Fonte: Almeida (2008)

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Foto: Casarão da Ilha - Fonte: Almeida (2008)

Sua história possui forte e inseparável ligação com as ilhas de Ananindeua, principalmente Santa Rosa, Sororoca e João Pilatos, pois no processo de ocupação deste território insular a ilha de São Pedro foi uma das primeiras a ser ocupada e explorada economicamente (ALMEIDA, 2006; ALMEIDA, 2008).
No século XVIII, foi implantado um engenho para a produção de açúcar e cachaça pelos alemães, que utilizavam as ilhas de João Pilatos, Santa Rosa e Sororoca para cultivar canas para a produção de açúcar (ALMEIDA, 2006; ALMEIDA, 2008).

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Foto: Capela da Ilha de São Pedro Fonte: Almeida (2008)

No século XIX, os alemães deixaram a ilha, que passou a pertencer ao português Manoel Coimbra, que iniciou os seus trabalhos com ajuda de alguns dos antigos empregados. O português registrou em cartório a posse da ilha (ALMEIDA, 2006; ALMEIDA, 2008).

Os empregados da ilha de São Pedro passaram a ocupar as ilhas próximas, constituindo famílias e fundando localidades e comunidades, como as comunidades de Igarapé Grande (Ilha de João Pilatos), Roldão e Remanso (Ilha de Santa Rosa) (ALMEIDA, 2008).

Com base nas informações orais, verifica-se que a ilha exerceu grande influência nos séculos anteriores em virtude de seus empreendimentos, configurando-se uma relação de coexistência com as demais ilhas de Ananindeua, que naturalmente as consideravam como parte integrante do mesmo território.

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Foto: Placa de sinalização do Museu Industrial - Almeida (2008)

No entanto, segundo o Diário Oficial do Estado do Pará, de 16 de dezembro de 1993, a ilha pertence ao município de Belém conforme a Lei nº 5.778. Reforçada pelas leis municipais n° 7.682 de 12 de janeiro de 1994, Lei n° 7.806 e 30 de julho de 1996, Lei nº 8.655, de 30 de julho de 2008, que instituem a região insular, a divisão político-administrativa do município de Belém, em que a ilha de São Pedro passa a pertence ao Distrito Administrativo da Ilha do Mosqueiro (DAMOS) e o Plano Diretor de Belém (ALMEIDA, 2006; ALMEIDA, 2008; PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2007).

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Foto: Maquinário do Museu Industrial da Ilha de São Pedro Fonte: Almeida (2008)

Atualmente, a ilha faz parte da Zona do Ambiente Natural 2 (ZAN) – Setor III, estabelecida pelo Plano Diretor Lei n° 7.684 de 12 de Janeiro de 1994, dividida para fins de estudo, obedecendo às características comuns de forma a permitir a elaboração de atividades relacionadas à sua utilização, tendo como objetivo manter a ambiência paisagística e a preservação do seu sítio histórico, bem como, o uso racional dos seus recursos, que, em conjunto com as outras ZAN, visam à manutenção da qualidade de vida na cidade de Belém (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2007).

A ilha de São Pedro é uma propriedade particular em que se encontram as instalações da cerâmica, de um museu industrial, uma capela datada do século XIX e restaurada na década de 1930, as casas dos funcionários e uma casa em estado de conservação, construída pelos alemães e habitada e administrada pelo português Elísio Capela, filho do português Manuel Coimbra.

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Foto: Casas dos funcionários da Ilha de São Pedro - Almeida (2008)


Fontes:

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2013/03/ilha-de-sao-pedro-um-sitio-historico.html
http://adrielsonfurtado.blogspot.com.br/
ALMEIDA, Adrielson Furtado. Ananindeua e a sua identidade cultural. 2006. 108f Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Turismo) – Centro Sócio-Econômico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.

ALMEIDA, Adrielson Furtado. Diagnóstico sócio-ambiental da região insular de Ananindeua (PA): uma proposta de zoneamento turístico. 90f. (Monografia de Especialização em Gestão Ambiental). Núcleo de Meio Ambiente, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.
PARÁ, Lei n° 5.778, 15 de dezembro de 1993. Define os limites político-administrativos e territoriais entre os municípios de Belém e Ananindeua e dá providências. Diário Oficial do Estado: Belém, n° 27.615, 16 de dez. 1993.
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. Diagnóstico da região insular do município de Belém. SILVA, Sérgio Brazão (Org.). Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão, Fundação de Apoio a Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias. Belém: 2007.

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quinta-feira, 28 de março de 2013

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: O HOMEM PRETO

Transcrição da narrativa de Rodolfo Williams – Turma 622, CB III, 2º ano.

Era uma vez um homem de preto que andava pelo terreno de casa; ele gostava de ficar no poço que nós tomávamos banho. Uma vez, meu tio foi tomar banho no poço assombrado e quase o homem de preto pegou o meu tio. Quando ele viu o homem, ficou com medo e saiu correndo para a sua casa; se não fosse a sua mulher, ele seria morto pelo homem de preto.

No sábado, as minhas primas estavam juntas tomando banho e de repente o balde ficou se jogando água sozinho, que elas ficaram tremendo de arrepios, quando elas viram que o balde parou de se jogar água. Quando foi anoitecendo que a minha tia foi colocar as crianças para dormir, ela olhou pela fechadura da porta e viu o homem perto do poço e ela percebeu que o homem preto não tinha rosto; ele saiu correndo na sua direção, a minha tia ficou com tanto medo, que ela ficou muda, sem se mexer.

FONTE: (Caldeira, Gianny. Cartilha “Mosqueiro Ilha das Lendas”, 2009 – p. 111. CRAS – FUNPAPA)

segunda-feira, 25 de março de 2013

CURIOSIDADES: AS VARINHAS DE SANTA CLARA

Autora: Katia Esteves

Conta a tradição que, na Praça da Vila do Mosqueiro, quando o navio chegava, os jovens do século passado mandavam desenhar, nas varinhas de Santa Clara, seu nome. E como as relações amorosas no século passado eram discretas e eram construídas bem devagar, os jovens que já paqueravam as meninas na praça entregavam àquela favorita a varinha com o seu nome impresso e isto era um pedido de namoro. Se a menina aceitasse, aceitava o rapaz como namorado!

Não tive a oportunidade de namorar assim, pois na minha adolescência pouco frequentei o Mosqueiro, mas teria adorado receber uma varinha assim!

Atualmente, esta tradição amorosa se perdeu nos modernos hábitos da comunicação virtual, mas permanecem na memória dos saudosistas, que veem como um símbolo saudável e romântico de toda uma geração, que foi a minha!

Um dia ainda vou ganhar uma varinha com o nome de meu amor. Hoje, entretanto, comprei, lá no Mercado, cinco varinhas da artesã Socorro, que confecciona a varinha, em um sítio em Caruaru, uma ilha no entorno da ilha do Mosqueiro, que visitaremos em breve.

Entrevistamos Socorro e ela resgatou alguns fatos relacionados à Varinha do Amor que logo, logo vamos editar.”

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FONTE:

http://katializ2008.blogspot.com.br/2012/09/cultura-e-tradicoes-valorizando.html

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http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/09/curiosidades-varinhas-da-lembranca.html

sábado, 23 de março de 2013

JANELAS DO TEMPO: FÉRIAS ESCOLARES DE HOJE E DE OUTRORA; QUANTA DIFERENÇA…

Autora: Prof.ª Doralice Araújo

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Abundância de sol, areia, banhos na praia e tempo livre para brincar à vontade nas férias de outrora - Ilha de Mosqueiro, PA - arq. Pessoal

Vamos conversar sobre as férias escolares de outrora, aquelas da época de meninas e meninos estudantes? As que eu vivi após a temporada de fim de ano eram longas; prosseguiam até o começo do mês de março. Eram deliciosas em tudo, mesmo com o tempo mais chuvoso, o que caracteriza até hoje o clima na Amazônia paraense.

Lá em casa? Ah... o roteiro já estava traçado antes mesmo das aulas encerrarem; iríamos para Mosqueiro, ilha fluvial que dista mais ou menos 1h20m de Belém.

Tenho muita saudade dessa época, meu caro leitor. Nada se compara hoje ao que dispúnhamos, nem mesmo a companhia dinâmica do computador, adereço indispensável aos que saem em passeios com os filhos ainda crianças ou adolescentes. Outros tempos e outras contingências, eu sei, mas fiquei com saudade e vontade de conversar nostalgicamente sobre os dias de criança escolar em férias. Está disposto a trocar informações?

Até a próxima!

FONTE:

http://namiradoleitor.blogspot.com.br/2012/01/ferias-escolares-de-hoje-e-de-outrora.html

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http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/07/na-rota-do-turismo-nas-ondas-de-rio.html

sexta-feira, 22 de março de 2013

JANELAS DO TEMPO: MOLECAGENS DO PASSADO 9

O PRIMEIRO TURISTA DE SUNGA

Narrativa de Joseph e Alexandre Farah (entrevista concedida a Coely Silva)

Bill – E os turistas aqui, vocês conseguiram aprontar alguma com turista?

ALEXANDRE – Ah, rapaz, teve aquela do primeiro cara que vestiu biquíni aqui no Mosqueiro.

JOSEPH – Nessa época, as moçoilas usavam babados até as coxas, puritanismo total.

ALEXANDRE – Teve o turista que foi agredido e os Farahzinhos tomaram a defesa dele. Ele era nórdico, era da Noruega ou Suécia, então ele passou no hotel do Zacharias e trocou a roupa. Então, quando ele desceu do quarto e apareceu de sunga, os proprietários do hotel disseram que era um absurdo, uma imoralidade e o expulsaram a bofetão. Indignados contra aquela agressão à pessoa humana, os Farahzinhos...

JOSEPH – Ele vestiu novamente a roupa e pediu para mim que queria trocar de roupa e eu levei prum quarto de nossa casa e botou a sunga. Quando ele saiu do quarto, eu mesmo me assustei que a sunga do cara era mínima mesmo, era igual das garotas de Ipanema, muito minúscula mesmo: era um curativo band-daid, tanto é que ele muito branco, o traseiro ficava exposto. Quando eu vinha saindo com o gringo lá de dentro de casa, o velho se encontrava sentado defronte da casa do seu Athias, ele olhou e disse: “Mas que sacanagem é essa na minha casa, ô Joseph, você está maluco, homem nu dentro de casa?”. “Calma, papai”, e eu fui descendo com o gringo para a praia e joguei o pobre do gringo na praia. Ele foi cercado por toda aquela multidão assustada que nunca tinha visto o nudismo e avançaram pra cima do gringo, tacaram o dedo no... do gringo e botaram pra fora da praia: “Seu viado, você não é homem!”

 

FONTE: Silva Coely. Especial de Férias de O Estado do Pará, de julho de 1978.

quarta-feira, 20 de março de 2013

EVENTO EDUCACIONAL: GEPERUAZ E A EDUCAÇÃO DO CAMPO

 

O Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia (Geperuaz) promove no mês de março diversas atividades na Universidade Federal do Pará, por meio do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Ciências da Educação (ICED). Os encontros serão mensais, com o objetivo de fortalecer a produção do conhecimento e os debates em torno de questões relevantes para a educação no Brasil e na região.

O evento é destinado a estudantes, professores da Educação Básica, pesquisadores, comunidade em geral interessada em participar dos encontros formativos do Grupo Geperuaz e nas temáticas discutidas em cada encontro. “Temos a intenção de aproximar a Universidade das escolas, dos movimentos e organizações sociais. E o grupo Geperuaz, a partir das programações mensais, vai materializar esta frente de trabalho também nesse diálogo”, explica a professora Conceição Santos, integrante do Grupo. Os interessados podem fazer as inscrições na hora de cada encontro, no auditório do ICED (altos). Há entrega de certificado e a inscrição é gratuita.

Programação - Para o mês de março, os encontros ocorrerão às segundas-feiras, iniciando no dia 4, com o tema de discussão “Expansão do capital na Amazônia e os desafios da Educação do Campo”, proferida pelo professor Evandro Medeiros (UFPA).

No dia 11, haverá como palestrantes o professor mestre Sérgio Corrêa (UEPA) e Ulisses Manasses (MST/PA), discutindo sobre o tema “Educação do Campo, Movimentos Sociais e Reforma Agrária”. Na semana seguinte, dia 18, o tema será “Desafios Socioambientais da Ilha de Mosqueiro”, com a participação dos professores Claudionor Wanzeller e Valdir Fonseca Barros (Seduc-Pará). Na última semana do mês, dia 25, será debatido sobre “Resex e Populações Tradicionais na Amazônia Brasileira”, com os professores doutores José Bittencourt da Silva (UFPA) e Flávio Barros (UFPA).

Geperuaz – O Grupo já existe há 11 anos e vem realizando inúmeras atividades no campo da pesquisa, do ensino e da extensão, desenvolvidas no âmbito da Amazônia paraense. Parafraseando o coordenador do Grupo, Salomão Hage, o Geperuaz se configura em um espaço de formação de uma nova geração de pesquisadores educador-militantes, comprometidos com uma concepção de educação e de ciência dialógica, engajada e transformadora, que envolve pesquisadores da universidade, profissionais da educação e integrantes dos movimentos e organizações sociais na disputa pela hegemonia de um projeto popular e emancipatório de sociedade, pautado pela interculturalidade e afirmação das diferenças, pela sustentabilidade, pela convivência e solidariedade entre os grupos sociais.

FONTE: http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=7326

MOSQUEIRANDO: Agradecemos ao Prof. Salomão Hage e aos integrantes do GEPERUAZ o convite para compartilhar com o Prof. Valdir Barros da apresentação do Projeto de Educação Ambiental da Escola Estadual Honorato Filgueiras, assim como a oportunidade de ressaltar este blog como ponto de cultura mosqueirense e fonte de pesquisa para os estudantes da Ilha.

JANELAS DO TEMPO: RECORDANDO O PASSADO DA ILHA

Relato do Prof. Dr. João Prisco dos Santos, descendente de uma das mais antigas famílias que frequentava Mosqueiro, com residência na Praça Cipriano Santos (Praça da Matriz).

Vamos buscar o ano de 1900 para cá. Naquele tempo, tanto a fisionomia do Porto de Belém, como a do Mosqueiro, eram diferentes. Belém se apresentava cheia de trapiches e a ponte do Mosqueiro terminava em um barranco, seguido de um capinzal.

A ponte denominada “trapiche do peixe”, que ficava ao lado do Forte do Castelo, era o local de onde partia a lancha Tucunaré, pequena embarcação movida a lenha e que conduzia os veranistas para Mosqueiro. Anos depois, essa embarcação foi substituída por outra maior, denominada “Gaivota”. Eu devia ter uns sete anos de idade.

Quando o interesse pela vila balneária aumentou, o Governo do Estado adquiriu o “Almirante Alexandrino”, navio que por muitos anos prestou relevantes serviços aos moradores e visitantes do Mosqueiro, e que, após 1950, foi substituído pelo navio “Presidente Getúlio Vargas”, que há poucos anos naufragou.

Na minha juventude, os veranistas ou visitantes iam para Mosqueiro vestidos nas suas melhores roupas. Era como se fossem para um baile.

As praias eram policiadas. Trocava-se a roupa atrás das moitas de mato nas praias e os homens banhavam-se para um lado e as mulheres para o outro. As praias visitadas, possuindo ainda poucas casas, eram as de Areião, Bispo, Grande e Chapéu Virado, este considerado o bairro chic, destacando-se a residência de Pires Teixeira, o grande incentivador dos melhoramentos ali introduzidos.

As viagens da Vila ao Chapéu Virado eram feitas de tilburi e caleche, até que a Prefeitura de Belém introduziu o bondinho puxado a burro, que partia da Praça Cipriano Santos e terminava na garagem denominada Porto Arthur, abaixo do Chapéu Virado.

Anos depois, o bondinho foi substituído pelo trenzinho, tipo de brinquedo ainda hoje existente nos parques de diversões. Depois, os ônibus.

Devemos sempre lembrar que os grandes benfeitores do Mosqueiro passado foram os Prefeitos Alcindo Cacela e Abelardo Conduru.

FONTE: Amanajás, Wilson – Mosqueiro – IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO, Belém/PA, 1976, pp. 6 e 7.

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domingo, 17 de março de 2013

A OUTRA FACE DA ILHA:CASARÕES E PRAIAS NA ILHA DO MOSQUEIRO

Autora: Prof.ª Doralice Araújo

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A manutenção do casario antigo é um modo de preservar a memória arquitetônica - ilha de Mosqueio, Belém, PA- arq. pessoal 2012.

Na semana passada estive na ilha de Mosqueiro, ilha fluvial que dista 65 km de Belém. A visão de encanto e saudade de quem está distante dos lugares queridos sofreu, entretanto, impactos e constatações alvos da reflexão costumeira. A surpresa com a manutenção é rara e os maltratos às praias, por exemplo, a que vi na praia Grande serão temas de oportunas postagens, meu caro leitor.

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Cadê aquele paredão natural de pedras que funcionava como um quebra da correnteza, ali na praia Grande? Quem autorizou a retiradada proteção e manutenção da praia? Mosqueiro, arq. pessoal 2012.

Um dos meus irmãos fez conosco um minucioso tour pela Av. Beira-Mar. Eu e minhas irmãs, residentes agora em outras cidades brasileiras, sonhávamos com o momento de rever a grande avenida e diminuir a saudade. Queríamos avivar as lembranças que dela conservávamos na memória. Assim feito, todas as fotos dos casarões  e praias, mesmo sob os limites da câmera do celular serão compartilhadas, tal como fiz nas postagens anteriores. As imagens ajudarão a dimensionar a gravidade da situação, a beleza da ilha e as peculiaridades da região, ora tão perto dos meus olhos.

 

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Detalhes na arquitetura antiga não interessam nem aos estudantes daárea? Lambrequins saltam aos olhos nos antigos casarões – Ilha do Mosqueiro, Belém, PA, arq. pessoal 2012.

A invasiva especulação imobiliária e as dificuldades financeiras dos proprietários de alguns dos casarões fotografados são evidentes; elas certamente traçarão o destino dos belos prédios, outrora residências praianas das famílias proprietárias. Ao ver o estado no qual se encontram as edificações lamento pela iminente perda da memória arquitetônica mosqueirense. 
Já esteve aqui em Belém e na ilha de Mosqueiro, meu caro leitor? Que tal conversarmos sobre o tema, mesmo que esteja distanciado geograficamente da região?

Em 10.10.2012.

FONTE: http://namiradoleitor.blogspot.com.br/2012/10/casaroes-e-praias-na-ilha-de-mosqueiro.html

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sexta-feira, 15 de março de 2013

NA ROTA DO TURISMO: MARCELO KATSUKI FALA SOBRE A PARAENSE ILHA DO MOSQUEIRO.

 

 

Autora: Prof.ª Doralice Araújo

 

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Veja o belo panorama que o Marcelo Katsuki fez da ilha do Mosqueiro, no Pará- Reprodução da imagem autorizada pelo autor ao NaMiradoLeitor.

Cheguei há poucos dias de uma temporada feliz lá na minha saudosa Belém e arredores, mas é impossível não ficar com inveja de quem pode agora desfrutar da gostosura que a ilha do Mosqueiro oferece ao visitante. Veja, por exemplo, meu caro leitor, os últimos tuites do Marcelo Katsuki. Eu não tenho qualquer dúvida de que um dia, além de dançar carimbó, gostar de Mosqueiro, de tacacá e daqueles peixes amazônicos saborosos, o japa querido irá comprar um lugar cativo, ali pelos arredores da baia do Guajará - e, quando conhecer a região tapajônica e a imensidão do arquipélago marajoara, a rendição turística do jornalista e arquiteto alcançará maior potencialização à região paraense, porta de entrada à Amazônia.

Potencial não falta! -   Ainda bem que um paulista com fartura de amigos viajantes, além de cativante figura pública na área do turismo e gastronomia, sabe reconhecer o potencial de belezas daquela ilha fluvio-marinha. Infelizmente, o poder público de Belém e as figuras de expressão midiática local, que muito poderiam agir em favor da preservação das belezas, atendimento às necessidades do morador mosqueirense e acolhida receptiva ao visitante têm negligenciado os cuidados com a preservação daquele paraíso geográfico, localizado nos arredores da foz do imenso rio Amazonas. Ainda há esperança, entretanto, quando um olhar atento e divulgador abre uma grande janela na internet.

É pra já! - Recomendarei aos cadernos de turismo dos jornais sulistas, cuja acolhida gentil às minhas sugestões comumente acontece, a imediata pauta, lá para a ilha do Mosqueiro. Meus conterrâneos com histórico de vivências, residências e prazeres nas temporadas usufruídas na ilha bem poderiam reforçar a minha recomendação.

Com justiça! - Esta postagem é dedicada a todos os mosqueirenses nativos ou adotados e aos que um dia, sob o calor da acolhida na ilha, sentirão a saudade que eu dela sinto, aqui em Curitiba.

Até a próxima!

FONTE:

http://namiradoleitor.blogspot.com.br/2012/10/fala-marcelo-katsuki-sobre-paraense.html

A autora:

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Prof.ª Doralice Araújo

Paraense, professora, mãe de adolescente, moro em Curitiba desde 1992, mas jamais esqueço da Amazônia. Mantenho um curso de redação e oriento a escrita dos vestibulandos, universitários e interessados na melhoria das condições de leitura e escrita. Leio e escrevo com prazer. Gosto de blogs e da interação que advém com os comentários. Estou sempre com a câmera fotográfica na bolsa e, se considerar oportuno, faço registros e compartilho com os leitores. Ah... não suporto injustiças, fofocas e mesquinharias.

Interesses:

Leitura, escrita, viagens, gastronomia, empreendedorismo, fotografia e história da Amazônia

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quarta-feira, 13 de março de 2013

NA ROTA DO TURISMO: UM PRODUTO CHAMADO MOSQUEIRO

Autor: Beto Messias

A fantástica e exuberante Ilha de Mosqueiro, um dos mais famosos balneários de nosso estado, é um excelente produto para ser exposto nas prateleiras do turismo nacional e internacional, diante da definição dos 4 Ps do Marketing (Produto, Preço, Promoção e Praça).

A Ilha apresenta todos os requisitos necessários para ser um Produto com grande procura entre os mais variados públicos consumidores de um aprazível lugar para visitação, pois temos o Ponto: a Ilha está inserida dentro da populosa região metropolitana de Belém e possui fácil acesso e uma curta distância.

Preço – o custo de entrada e estadia é relativamente barato em relação a outras localidades com menor potencial turístico.

Promoção – a divulgação positiva é natural e espontânea, pois todos aqueles que a visitam ou moram têm algo de bom e bonito para falar da Bucólica.

Produto – este quesito é o ponto mais forte, é o diferencial competitivo de atração, pois o Mosqueiro tem muito o que mostrar. Possui mais de vinte praias, uma saborosa culinária de pratos e uma variedade de frutas amazônicas por época.

A nossa veia artística e cultural é riquíssima com várias manifestações folclóricas; o povo mosqueirense é reconhecidamente ordeiro, animado e altamente receptivo.

Todos estes ingredientes favoráveis mercadológicos nos dão uma margem segura para afirmar que a Ilha de Mosqueiro é um excelente produto para ser oferecido ao Pará, ao Brasil e ao Mundo. E com uma alta demanda de procura. Venha pra Mosqueiro, tudo isso é grátis!

FONTE: ESPAÇO DO LEITOR- A 2- Diário do Pará – Belém-PA, 11/03/2013.

terça-feira, 12 de março de 2013

A ILHA CONTA SEUS “CAUSOS”: A MULHER QUE VIRAVA O BICHO MATINTA.

 

A mulher que virava o bicho Matinta.

Texto transcrito da narrativa de Ewelyn Giulliane Barbosa – Turma 221, CB II – 2.º ano.

Era uma vez uma mulher que virava bicho, era uma Matinta Perera. Todos os dias, assobiava na mangueira lá do quintal da casa da minha avó.

Um certo dia, a minha avó Diquinha disse para ir buscar tabaco de manhã lá na casa; logo o pássaro desapareceu e surgiu a velha Lula, uma senhora que morava próximo, na casa vizinha. A vovó deu tabaco para ela e quando foi no outro dia, já de noite, começou a assobiar na mangueira de novo; aí a minha avó disse:

-- Oh, Deus!

Então ela caiu lá do alto, se batendo nos galhos, e a minha avó pegou a lamparina e viu que era a velha Lula.

A vovó ficou impressionada porque nunca tinha visto um bicho tão feio.

(Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, p. 27)

 

A transformação da Matinta Perera

Texto transcrito da narrativa de Adenilson – Turma 721, CB IV – 1.º ano.

Dizem que é gente humana, que à noite aquelas pessoas se transformam e passam a ter poderes sobrenaturais, passam a voar e outras coisas mais. Mesmo que a pessoa que vira não queira se transformar, quando chega a noite, elas não conseguem controlar e pagam a penitência. Essa lenda também diz que essa criatura durante a noite percorre sete cidades e só faz mal àquela pessoa que mexe com ela; ninguém a vê, só se ouve um assobio fino que dá arrepios. Se você ouvir um assobio estranho, não mexa, pois você não sabe o que pode acontecer e pode se dar mal porque ela malina com a pessoa.

(Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, p. 27)

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segunda-feira, 11 de março de 2013

JANELAS DO TEMPO: UMA TARDE, EM 1931.

Autor: Cândido Marinho Rocha

Alastrava-se por toda a Ilha aquele calor de início de tarde, sem a viração dos ventos marajoaras nem os ruídos dos carros ou dos bondinhos puxados a burro, da linha Vila-Chapéu Virado. Como que a vida suspendera a respiração e a população estivesse de repente ausente. Nem pescador, nem carregador, nem longínquo mestre a bater o seu martelo, nem grito de qualquer criatura. Nada. Nas árvores, até os passarinhos se aquietavam, atemorizados, talvez. A linguagem do silêncio era expressiva como as vozes de um sol que se afundasse do outro lado da baía do Guajará. Àquela hora, todavia, o sol luzia no alto, nítido e belo, ardente e senhoril, a dominar a Ilha com a augusta presença. Se alguém pudesse estar atento, ouviria, apenas, ao longe, suavemente, preguiçosamente, a batida das ondas nas praias desertas e tristes. Poderia ainda ver uma pequena vigilenga, lá ao largo, a se deslocar muito lentamente, como se fosse a cabeça de um grande ofídio. As águas brilhavam como escamas de peixes rútilas e rubras.

A Ilha toda se espreguiçava, indolente e cálida, consciente da sua força amorosa. Até os cães modorravam, deitados sobre as calçadas, nos alpendres sombreados, sob as mangueiras copadas, com a cabeça repousada nas patas dianteiras, de olhos fechados, a respirarem sem pressa.

Uma que outra ariramba cortava, em voo oblíquo, a superfície das águas, improdutivamente, pois não mergulhava, porque decerto os peixes estariam também mergulhados na sonolência amorosa da Ilha.

O céu estava tão azul, que feria a vista de qualquer ser que tivesse a audácia de a erguer para a luz. As árvores pareciam curvar as grandes copas, cansadas, vencidas pela luminosidade. Os coqueiros, tristes e esguios, curtiam a febre da temperatura resignadamente, na esperança da brisa vespertina.

A atitude extenuada da Ilha era apenas a preparação para incursões, durante o resto do dia, pelas veredas macias do amor.

FONTE: MARINHO ROCHA, Cândido. “Ilha Capital Vila”- GRÁFICA FALÂNGOLA EDITORA. Belém-Pa. 1973- p. 40).

sexta-feira, 8 de março de 2013

CURIOSIDADES: POR QUE FAROL?

 

 

Era uma agradável tarde de sábado, no final da década de 70. Estava eu confortavelmente instalado na barraca do saudoso Zacharias, numa das mais belas enseadas da ilha do Mosqueiro, saboreando uma cerveja bem geladinha, uma inigualável unha de caranguejo e um pôr-do-sol inesquecível, quando um casal de turistas recém-chegados se aproximou e perguntou:

-- Por que Farol?

-- Ahn?!

-- Moço, viemos andando pela praia desde o Chapéu Virado e não vimos farol algum. Só aquele prédio em frente à ilhota. Por que praia do Farol? Esse farol existiu realmente?

Com efeito, quem chega à praia vindo pelo Chapéu Virado não consegue ver o farol que lhe emprestou o nome. Assim, convidei o casal a sentar-se e expliquei:

-- De certa forma, o farol ainda existe, mas só poderão vê-lo depois da ilhota, na outra enseada, que denominamos prainha do Farol. Porém, não foi exatamente este farol que deu nome à praia onde estamos.

-- Como assim?

-- Voltando no tempo, lá no século XIX, toda esta enseada tinha o nome de praia do Chapéu Virado, não havia outro nome. Foi quando em 1872, o comandante do vapor de guerra Marcílio Dias instalou, sobre o barranco onde fica o prédio do hotel – que vocês podem ver daqui – o antigo farol, o mesmo que inspirou os pescadores da época a batizarem esta ponta de praia.

-- Quer dizer que um farol existiu ali, antes da construção do hotel?

-- Isso mesmo e era bem visível daqui. Mas, por uma questão de ordem prática, em 1883, foi desmontado e transferido para onde se encontra até hoje. Ele se foi, entretanto seu nome continua lembrado pelo Hotel Farol, construído ali pelo Zacharias Mártyres, o primeiro dono.

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Farol do Chapéu Virado (Galeria de Belém)              O Hotel Farol e a Ilha dos Amores

-- Interessante... muito interessante! E que rio é este... ou será um mar?

-- Este é o rio Pará, meu amigo, o rio que dá nome ao nosso Estado, o mesmo “mar dulce” que impressionou o Vicente Pinzón. É o rio-mar, que aqui se abre e se avoluma para formar a baía do Marajó, cujas águas banham esta praia.

PESQUISE NESTE BLOG:

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http://www.mosqueirando.blogspot.com.br/2010/12/na-rota-da-historia-hotel-farol.html

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quinta-feira, 7 de março de 2013

CANTANDO A ILHA: mosqueiro

 

Autor: Denílson Rodrigues

                   *

nasci em dois lugares

na maternidade e em tuas praias

logo de manhã cedo

com o sol acariciando

                     as costas

                  *

não falas, pois que és

um acidente geográfico

e daí? o barulho das ondas

se arrebentando contra o arrimo

de barro e pedra me diz muito

                  *

calado fico eu quando

a noite vem e se deita

contigo minha ilha

lugar tão querido

                  *

o tempo passou e o

menino de 12 anos ficou

na marca do risco de pedra

singela lembrança

de dois grandes amores da infância

ela a ilha

e a ilha dela a bela

 

Em 20/05/2006

FONTE: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/159424

quarta-feira, 6 de março de 2013

MEIO AMBIENTE: Mosqueiro chuvoso: ótimo!

Autor: Carlos Barretto

Aqui, um singelo relatório fotográfico deste fim-de-semana em Mosqueiro.
Um fim-de-semana quase inteirinho de chuva. No sábado, quando chegamos, ainda encontramos a ilha ensolarada e com vento forte. Os açaizeiros estavam assolados pelo vento fortíssimo.

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              Que os deixava assim...



Mas à noite, o vento úmido e frio, avisava que a madrugada não seria fácil. Dava para vestir um moleton e ficar no terraço, tomando vinhos, comendo queijos e jogando conversa fora (conversa se joga fora?!).

Ao final da sessão de "esquenta corpo", uma bela noite de sonho, embalada pelo ruído da chuva no telhado.

Pela manhã, um dia inteiramente cinza. A chuva se intercalava: ora forte, ora fraquinha. Mas sempre chovendo. Umidade e vento mantidos, mesmo ao meio dia.
Mas a florzinha azul, que só se abre pela manhã bem cedo, fechando-se novamente por volta de 11 horas, nos mostrou suas pétalas molhadas.
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                                E ficou assim.

A roseira não se fez de rogada, e fez abrir um belo botão "novinho da silva". Peguei o guarda-chuva, e fui lá fotografar e conferir seu perfume característico.


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             E assim, ela se mostrou em toda sua juventude.


Meu quintal deve ter uns 70 metros de fundo. Lá temos 3 taperebazeiros muito antigos, que lá já estavam, mesmo antes da construção da casa. Temos também 2 jaqueiras, um ingá-cipó, um abiuzeiro, uma goiabeira, 2 mangueiras e muitas bananeiras.

Além disso, cuidamos de um belo par de pimenteiras.

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              E a pimenteira estava assim. Bem brasileira.


E assim é esta magnífica ilha. As flores e os frutos parecem nem se incomodar com as estações.

E a chuva? Bem. Quem liga para ela?

FONTE: http://blogflanar.blogspot.com.br/2008/01/mosqueiro-chuvoso-timo.html

terça-feira, 5 de março de 2013

CANTANDO A ILHA: ROTINAS DE UMA VILA CHAMADA “MOSQUEIRO”

Autora: Ana Zélia

Chove aqui. A chuva é o reflexo da tristeza e num contraste transmite alegria.

É a semente que germina, as folhas que se renovam, a flor que se abre, os rios que transbordam, a maré que sobe...

Chove aqui. Estou tão distante de tudo, todos, de mim...

A paisagem é linda, uma ilha, ondas batendo nas margens encobrindo as pedras negras que parecem dividir terra e água.

O céu encoberto prenuncia mais e mais chuva. O horizonte pálido não traduz o azul da esperança de um novo dia.

Sol! Astro-Rei, aquece com teus raios de fogo esta terra fria. És o soberano capaz de bronzear a pele da moça, da criança que brinca, que se deita debruço no chão e fica à tua mercê. Acaricias levemente a pele pálida que aos poucos transformas em índias morenas de pele queimada.

Não gosto de chuva, ela só me transmite tristeza, sinto frio e o calor se torna difícil.
A lembrança como os pássaros voa longe, divago olhando as águas, as ondas que nada são, são presas fáceis que se quebram nas margens.

Mosqueiro (Belém-Pará), 10/01/1993.

NOTA DA AUTORA:

Sou Manauara, índia pura de uma raça dura. Durante um estágio na Câmara dos Deputados, indicada pelo ex-deputado federal pelo Amazonas, hoje Vereador José Mário Frota , em 1978, conheci ESTERLINDA MOARES LISBOA, representando o Estado do Pará. Fomos companheiras de quarto e criamos um elo tão forte de amizade que só foi cortado quando da passagem de ESTERLINDA, Professora Universitária, Economista, passou para o mundo dos Mistérios. Linda quando eu ia a Belém me levava ou pra Mosqueiro ou Marudá e ali passava horas a observar, escrever, neste caderno tenho uns cinco artigos, minha amiga partiu, ainda vou a Belém, Salinas, Mosqueiro, parte de um Estado cheio de magias, com um povo maravilhoso.

Manaus, 21.01.2010.

(Ana Zélia)

segunda-feira, 4 de março de 2013

MEIO AMBIENTE: COMUNIDADES RURAIS DE MOSQUEIRO

Autor: Pedro Leão

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No período das férias de julho, o mais concorrido balneário de Belém, a Ilha de Mosqueiro, chega a alcançar 500 mil pessoas que buscam a ilha para o descanso, lazer e badalação dentro da extensa programação esportivo- cultural.

Mosqueiro possui 17 km de praias de areias com ondas de água doce, muitas das quais ligadas ao ambiente que podemos caracterizar como praias urbanas, recebendo influência direta das marés do estuário amazônico, mas com variações de gradiente de salinidade, que acompanham as mudanças sazonais de pluviosidade.

O ambiente praiano da ilha é composto das seguintes praias: Areão, Bispo, Praia Grande, Prainha do Farol, Farol, Chapéu Virado, Porto Artur, Murubira, Ariramba, São Francisco, Carananduba, Caruara, Marahú, Paraíso, Conceiçã0, Praia Grande (Baía do Sol), Bacuri, Camboinha.

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         VISTA PANORÂMICA DO TRAPICHE DE MOSQUEIRO

Mosqueiro estabelece relações e influências ambientais diretas e indiretas com as águas do Rio Amazonas e de outros ambientes aquáticos aos quais mantém limite ou dos que recortam seu território, como os pequenos rios, igarapés, furos e alagados, de águas brancas (barrentas) ou pretas, de grande importância no deslocamento das populações locais e ambientes de desenvolvimento ictofaunístico explorados pela pesca artesanal, uma das principais atividades econômicas da ilha.

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      TRILHA ECOLÓGICA OLHOS D'ÁGUA

Dentre as comunidades rurais da ilha, denominadas de sítios, dotadas de inigualável beleza paisagística, mas que vêm sendo antropizadas aceleradamente, elencamos as comunidades do Parque Ambiental Municipal – Margens do Rio Murubira, Tamanduaquara, Pratiquara e comunidade do Espírito Santo, Caruaru, Tucumandeua, Itapiapanema, Castanhal do Mari-Mari e Tabatinga ou Cantuário.

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                RIOS DA ÁREA RURAL DE MOSQUEIRO

No povoado do Caruaru (terra de alimento em abundância), onde termina a Trilha Ecológica Olhos d’água, além da captura de peixes e camarões, realizada através de apetrechos e armadilhas tradicionais, a comunidade se dedica ao plantio de mandioca, para feitura de farinha, goma e tucupi, e plantio de outras culturas, como o cupuaçu. Destacando-se pelo artesanato com materiais tirados da natureza, tem-se ainda viva a produção de canoas e montarias com a madeira retirada da mata.

A comunidade do Caruaru se notabilizou por ambientar o curta-metragem Matinta, que tem  a  paraense Dira Paes no elenco.

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                             FOTOGRAFIA  DE “MATINTA"

Territorialmente, Caruaru apresenta uma significativa área de terra com redominância de solos de terra firme. Segundo seus moradores, está dividida em duas áreas: Caruaru de baixo e Caruaru de cima (Tucumandeua).

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                                  PESCA ARTESANAL

Na comunidade Castanhal do Mari-Mari, ainda é forte a atividade pesqueira artesanal. Seguindo a tradição local, na comunidade é famosa a produção artesanal feita com folhas e materiais naturais. Seus moradores são hábeis artesãos de instrumentos usados na pesca, como canoas, remos, matapi e redes, atividade que se realiza nos igarapés Mari-Mari Açu, Canavial, além  das águas claras do Aracairu..

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                                         MARI-MARI

Fontes:

http://ecomuseuamazonia.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html

Oesselmann, Dirk. Encontros transculturais: sua importância para pensar e agir democrático de educadores (as) numa comparação internacional / Dirk Oesselmann  e  Maria Lúcia Gaspar  Garcia  (Orgs.). – Belém: Unama, 2010.

http://www.fotoativa.blogger.com.br/2007_10_01_archive.html

http://www.panoramio.com/photo/44021370?tag=Mosqueiro

LEÃO, Pedro da Silva. ILHA DE MOSQUEIRO: Práticas de Pesca Sustentável numa Comunidade Tradicional da Amazônia – Estudo de Caso. IN. mosqueirando.blogspot.com/

FONTE:

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2012/07/comunidades-rurais-de-mosqueiro.html

sábado, 2 de março de 2013

NA ROTA DO TURISMO: É MUITA ONDA EM MOSQUEIRO!

Autor: Beto Messias

“Já estamos em pleno mês de março, conhecido como o mês das grandes águas, período em que a maré atinge seu nível máximo medido nas tábuas. Este fenômeno da natureza pode ser contemplado de qualquer canto da orla mosqueirense. O bailar das ondas nos faz refletir o quanto as coisas foram milimetricamente pensadas pelo Criador.

Nesta época do ano, nas praias do Murubira e Porto Arthur, observamos um teatro das águas quando estas batem nos paredões. No local, muitos vão para banhar, curtir e registrar fotos. Os rios Pratiquara e Cajueiro transbordam de alegria com a criançada pulando dos galhos mais altos das árvores. O famoso Igaracoco, no São Francisco, fica extremamente convidativo a um mergulho relaxante em suas águas escuras e geladas.

Na praia do Marahu, as ondas assemelham-se às oceânicas do Atlântico. Já era de se esperar que uma ilha fosse cercada por todos esses atrativos divinos e, como canta Tom Jobim, “são as águas de março fechando o verão, é a promessa de vida no teu coração”. Assim é a Ilha de Mosqueiro, o nosso orgulho do Pará com muitas ondas.“

FONTE: ESPAÇO DO LEITOR- A 2- Diário do Pará – 01/03/2013

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FOTO: Cézar Magalhães

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sexta-feira, 1 de março de 2013

CANTANDO A ILHA: NO MOSQUEIRO

Autor: Otacílio Mota

No Mosqueiro,
Copulam as flores,
Vão-se as dores
E a palavra se faz alma.
No melhor fonema
O silêncio se faz poema.
No umbigo,
A ânsia profunda.
O amor cresce belo
E a tudo inunda.
A mão mergulha o fundo do rio
E cata a semente
Que vai florir meu chão.
Mesmo que o amor seja justo
O amanhã será sempre um susto.
No Mosqueiro,
Sinto o gosto
E imagino o amor
Como se fosse o vento
Tocando o meu rosto.
O amor é o sangue que brota
E corre nas minhas veias,
Que tece as teias
Que me enlaçam.
Na minha idade
A claridade me invade
E demarca o ritmo dos passos.
Os braços
Agarram o antigamente
E trazem a demasia
Que encharca o dia.
No Mosqueiro,
As lembranças boiam
Junto ao travesseiro,
Besuntam-se de essências,
Acalentam o sangue e o coração
E a vida expele pulsação.
Sinto saudades dos tempos idos,
Nada perdura além dos sentidos.
Na cabeceira,
Fica o retrato.
Não posso dar rosto ao abstrato.
Gostaria que ela fosse
O aqui e o agora,
Dentro de mim e fora
Porque
Ela não é a razão da poesia,
Ela é a própria poesia.


Assim...
Incrustada em mim.
No Mosqueiro,
Assopro o meu grito,
         Fico sozinho
                   E infinito.

FONTE: http://otaciliomotamanuscrito.blogspot.com.br/2013/02/no-mosqueiro.html