Autor:
Augusto Meira Filho
“Sempre foi incisiva a
presença rodoviária no Mosqueiro. Em 1946 demos início aos estudos da Estrada a
começar de Benevides (vimos no texto inicial deste trabalho) e logo depois era instituído
o SMER (Serviço Municipal de Estradas de Rodagem), em 1949, na gestão do
Prefeito Rodolfo Chermont. Teve como seu primeiro Diretor o Engº. Alírio Cezar
de Oliveira, que depois o passou ao engº. alemão Richard Schumandeck. Com a
posse do Prefeito eleito em 1953, Dr. Celso Malcher, assumiu a direção do
organismo rodoviário o Engº. Heronildes Moura, técnico do Quadro de Servidores
do Serviço e que, na administração seguinte, passaria a Departamento, tendo a
dirigi-lo o Engº. Evandro Bonna, sendo o Prefeito o Dr. Lopo Alvarez de Castro.
Nesse tempo foi dada grande avançada na abertura da rodovia PA-17, iniciada em
1951, pelo mesmo político na gestão do General Zacarias de Assunção. Agora,
Lopo de Castro voltava à direção do Município, eleito pelo povo, e Evandro
Bonna dirigiria o novo DMER, em toda a sua permanência no governo de Belém.
Muitas vezes visitou as obras da rodovia, emprestando-lhe a importância que
merecia.
Depois, substituiu Lopo de Castro na
Prefeitura, igualmente eleito pelo povo, o Coronel Luiz Geolás de Moura
Carvalho, entregando os destinos do DMER ao engenheiro José Maria Cordeiro de
Azevedo. Ainda na gestão de Moura Carvalho, o Órgão Rodoviário seria comandado por
pouco tempo pelo Engº. Sílvio Aflalo. Em seguida, é nomeado Prefeito de Belém,
o Major Alacid Nunes, já no período da Revolução de 1964, sendo o Governador do
Estado o Coronel Jarbas Passarinho. Para dirigir o DMER, foi indicado e
empossado o Engº. Alírio Cezar de Oliveira, que assim retornava àquelas
funções, ele que fora o pioneiro na direção do DMER em seus primeiros dias.
Diga-se que, em cada administração, algum serviço se fazia em benefício da
rodovia Belém-Mosqueiro, cada qual dentro de suas possibilidades financeiras.
Desde essa época, ocupando a elevada função de Presidente do Conselho
Rodoviário Municipal, escolhido e designado pelo Prefeito Lopo de Castro,
começamos a influir para que o Mosqueiro tivesse uma vinculação especial à
repartição rodoviária do município, porque, de sua ação e de seus recursos,
muita coisa seria feita a favor da Ilha. Defendia, mesmo, que o administrador
do distrito deveria ser um profissional preso aos escalões técnicos daquele
Organismo especializado. O maior número de rodovias municipais estava na Ilha.
Suas atividades em termos de Agência Municipal se confundiam com as próprias atribuições do DMER, razão
maior para que a Ilha tivesse toda a assistência, e direta, de um dos mais
importantes setores da administração municipal.
Com a saída de Alacid para candidatar-se ao
cargo de Governador, assumiu a Comuna Belenense o Dr. Oswaldo Mello, que
entregou o DMER ao Engº. Luiz Baganha. Foi nessa época que se concluíram os
serviços da rodovia, nos extremos do continente (DER com Guilhon e Aliverti) e
na Ilha (DMER com Baganha e Machado). Também, conforme relatamos, realizou-se
sob os auspícios da gestão Oswaldo Mello, tendo Jarbas Passarinho no Governo
Estadual e Fernando Guilhon no DER-PA, a famosa procissão de Belém à Vila do
Mosqueiro, levando a Imagem da Virgem de Nazareth. Isso aconteceu em dezembro
de 1965, por ocasião das festas de Nossa Senhora do Ó, na Vila e marcou a
história da Ilha do Mosqueiro com a presença da padroeira do Pará e da
Amazônia, visitando seu povo pescador, no mais belo balneário do Estado.
Concluída essa pequena, mas operosa
administração municipal, elegeu-se Prefeito de Belém, juntamente com o
Governador Alacid Nunes, o Dr. Stélio de Mendonça Maroja. No mesmo pleito, o
eleitorado escolheu, também, seu Vice-Prefeito recaindo a escolha na pessoa do
Dr. Ajax Carvalho de Oliveira, que passou a presidir a Câmara Municipal de
Belém.
Stélio Maroja entregou a direção do DMER ao
Engº. Maluf Gabbay, que, quase ao fim do período dessa gestão, passou a função
ao Engº. Sílvio Aflalo e, após, ao Engº. Marioadir Miranda Santos. Em todas
essas gestões, o Mosqueiro recebeu obras e melhoramentos executados pelo
organismo rodoviário, interpretado pelos seus representantes à frente das
obras, colaborando eficientemente com o Agente Municipal. Vem de então a enorme
contribuição pessoal e técnica do Engº. José Machado a quem coube a
responsabilidade de toda a rede rodoviária do Mosqueiro, incluindo-se nos
programas de trabalho as novas aberturas para o Sucurijuquara e para a Baía do
Sol, principalmente nesta última.
Deixando a Comuna de Belém, o Prefeito Stélio
Maroja a entregou ao Sr. Mauro Porto, já executivo municipal nomeado pelo
Governador Alacid Nunes. Este chamou o Engº. José Augusto Affonso para gerir o
DMER. Foi deste diretor que partiu a primeira nomeação de um engenheiro rodoviário
para Agente Municipal do Mosqueiro, recaindo essa escolha no Engº. Paulo Ponte
e Sousa, também no quadro daquela repartição.
Após o término da administração do Engº.
Mauro Porto, foi nomeado Prefeito de Belém o Coronel Nélio Lobato. Estávamos no
Governo do Engº. Fernando José de Leão Guilhon. Quatro técnicos se uniram para
a felicidade da Ilha, acidentalmente, é certo, mas de grande expressão para a
nossa querida Ilha do Mosqueiro.
Nessa gestão municipal, o DMER foi comandado
pelo Engº. Deuzimar Macedo. O colega Heronildes Moura aceitou o cargo de Agente
Municipal e a sua presença no Mosqueiro foi decisiva, laboriosa e
empreendedora. Tendo a seu lado um grande mosqueirense, o Engº. Jacy Gonzaga da
Igreja, realizou uma administração admirável, empreendendo grandes obras, entre
as quais as de urbanização dos bairros do Farol e Chapéu Virado, a construção
do muro de arrimo do Murubira, o embelezamento do Porto Arthur e uma série de
outros serviços na Vila e em outras praias. Abriu rodovias, beneficiou o transporte,
melhorou as condições das vias de acesso, na Ilha, e deu um tal impulso que
seus exemplos marcaram o governo municipal de Nélio Lobato. A seu lado, Jacy
Igreja, como que estabelecia uma preparação para a sua administração que viria
em seguida.
Após três anos de trabalho na Prefeitura de
Belém, ainda na notável gestão do Governador Fernando Guilhon, Nélio Lobato
deixaria suas funções e seria nomeado o Dr. Octávio Cascaes, para Prefeito de
Belém.
Coube a esse ilustre paraense administrar a
cidade até o término do governo estadual de Guilhon, ocorrido a 15 de março de
1975. Para o DMER, o novo Chefe da Comuna nomeou o Engº. Ramiro de Nobre e
Silva, técnico abalizado do DER-PA que veio requisitado daquele órgão para
prestar seus serviços na municipalidade, por determinação do Governador. Nesse
tempo, continuou, ainda, dirigindo o Mosqueiro, como Agente Municipal, o Engº.
Jacy Gonzaga da Igreja. Foi uma dinâmica e operosa administração no DMER e que
muito empreendeu a favor da Ilha. Apesar de pouco tempo, o DMER, sob a
orientação de seu novo Diretor, prestigiado pelo Prefeito Cascaes e sob as
vistas do Governador Guilhon, o balneário ganharia uma série imensa de
melhoramentos que ergueriam seus realizadores e beneficiariam a gente simples
nativa da Ilha como a seus costumeiros veranistas. E essa confiança adquirida
serviria de suporte para que o sucessor do Prefeito Cascaes o mantivesse nessas
funções.
Com a posse do novo Governador do Estado, o
Dr. Aloysio da Costa Chaves, assumiu as rédeas do Poder Executivo Municipal, o
Dr. Ajax Carvalho de Oliveira. O DMER passou a ser comandado pelo Engº. Sílvio
Aflalo, velho servidor da Casa, desde 1953 quando fora nomeado para técnico
daquela repartição pelo então Prefeito Municipal Celso Malcher, com o DMER
entregue a Alírio Cezar de Oliveira. Foi apontador, agrimensor, topógrafo e
engenheiro em 1959, com Lopo de Castro.
Agora, novamente, pela confiança do Chefe da
Comuna belenense, voltaria a ocupar a função de Diretor do DMER. Manteria Jacy
Igreja na Agência Municipal do Mosqueiro, onde já vinha prestando relevantes
serviços à Prefeitura. Em longo período na direção da Agência, esse
profissional demonstrara invulgar dedicação e através das últimas gestões
oficiais na capital, Governo e Município realizaram, no Mosqueiro, obras de
base, entre as quais podemos destacar: construção do novo escritório da
Agência, construção do 1º. bloco do Mercado Municipal, Unidade Mista de Saúde,
Av. Beira-Mar no Areião, reforma da Praça da Matriz, construção da ponte Zacarias
Mártyres no igarapé do Cajueiro, construção da Praça “Pires Teixeira” de
Carananduba, muro de arrimo no Murubira, instalação do Camping, reforma da
Praça do Farol, preparo da Av. Beira-Mar no Maraú e no Paraíso, reforma da
Praça do Chapéu Virado, construção de três quadras de esportes (Vila,
Sucurijuquara e Baía do Sol), reconstrução de diversas artérias na Vila e
abertura de dez ruas no Sucurijuquara. Também em sua gestão, ao tempo do
Prefeito Octávio Cascaes, a inauguração da Estação Rodoviária pelo Governador
Fernando Guilhon, denominada “Estação Pires Teixeira”. Muitos trabalhos em
Carananduba, na Baía do Sol, na Vila Nova e em São Francisco. Também dos
últimos tempos, a instalação dos Telefones e extensão de Rede Elétrica para
Carananduba e Baía do Sol.”
FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA,
1978- pp. 415, 416, 417 e 418.
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