Há noventa e nove anos atrás, na manhã do dia 29 de junho de 1918, sob uma frondosa mangueira na praia do Areião, Dona Izabel Magalhães, matriarca da família Palheta, ladeada pelas senhoras Isaura Magalhães e Helena Magalhães, aguardava ansiosa a chegada dos barcos que conduziam o quadro de São Pedro, numa bonita e alegre procissão fluvial.
Ano passado, na tardinha de 28 de junho, também ansiosa e emocionada, a Prof.ª Maria Diva Palheta Bittencourt, promotora da festividade quase centenária, embora debilitada pelo tempo e pela doença, esperava, com a mesma firmeza de outrora, a chegada do Mastro do Santo, um dos símbolos folclóricos da festa, que nos remete aos tempos de agradecimento dos pescadores pelos frutos da terra e do mar.
Hoje, essas senhoras, como centenas de pessoas que já se foram deste mundo, não mais estão presentes de corpo na praia do Areião, mas, com certeza, pelo alto significado religioso, histórico e folclórico desta festa, estão e continuarão presentes em espírito, pois, através de uma fé inabalável no Santo Pescador de Almas, tiveram a honra de construir uma bonita história intimamente ligada às origens da Vila do Mosqueiro e, com essa tradição, passaram a integrar a alma coletiva do povo mosqueirense.
Que cada um de nós tenha a humildade de agradecer a Deus pela Vida e pela oportunidade de participar mais um ano deste legado tradicional de nossos antepassados!