Autor: Armando Amarante Filho
“A matéria publicada na coluna do nobríssimo Guilherme Augusto que fala sobre o novo agente distrital do Mosqueiro me fez lembrar novamente que o atual modelo de gestão, Agência Distrital, é, sem sombra de dúvidas, fator determinante para a falência de nossa fantástica e abençoada Ilha do Mosqueiro, retratada na referida matéria, pois as obras e os serviços dependem da boa vontade e até da disponibilidade das secretarias municipais, ou seja, o agente, independente de sua qualificação profissional, nada poderá realizar, pois não dispõe de autonomia administrativa, financeira e política. Ele apenas cumpre ordens de quem lhe indicou ao prefeito de Belém e, como na política brasileira o que interessa é a manutenção do poder dos grupos políticos, infelizmente, só nos resta a triste condição de morar em uma ilha abandonada, sem turismo, sem emprego para seus moradores, suja, sem água, sem transporte público e em processo de erosão de toda sua orla, o que lamentavelmente acaba afastando os turistas e visitantes, contribuindo ainda mais para o empobrecimento dos desassistidos socialmente, a falência do empresariado e da própria economia.
Mas o digno prefeito Zenaldo, que esteve pelo menos duas vezes em Mosqueiro durante sua campanha, não pode ficar alheio às gravíssimas necessidades da Ilha e precisa adotar medidas urgentes e saneadoras para começar a minimizar esse estado de “vergonha pública”, buscando um novo modelo de gestão.
Venho já há algum tempo sugerindo a criação do Distrito Municipal do Mosqueiro, que assim passaria a ter dotação orçamentária própria, instalaria as cinco secretarias básicas, possibilidade de realizar convênios e parcerias com o poder estatal e a iniciativa privada, instalação da Guarda Municipal e da Amub, com estrutura e efetivos suficientes para atender toda a Ilha, além de outras ações de fundamental importância para resgatar nossa outrora bucólica. Finalmente, a Ilha do Mosqueiro, por suas belezas naturais, é com certeza um presente de Deus.”
FONTE: ESPAÇO DO LEITOR- A 2- Diário do Pará – Belém-PA, 30/05/2013.
MOSQUEIRANDO: Há poucos dias foi normalizado o abastecimento de água nos bairros da Vila e do Maracajá, problema que vinha atormentando a população fixa da área e afastando os veranistas. Entretanto, não devemos esquecer que a água doce, potável é um bem finito e que, apesar de nossa ilha pertencer ao grande estuário amazônico, precisamos conservar impolutos os nossos rios e suas nascentes, pois deles será retirada a água que beberemos num futuro bem próximo. Aliás, chegou a hora de o governo municipal e as autoridades competentes empreenderem estudos e ações nas áreas de conservação previamente já delimitadas, com o objetivo de resguardar os recursos hídricos da Ilha e elaborar projetos para a instalação de estações de tratamento de água.
Outro ponto de suma importância que deve ser lembrado é o Projeto de Esgotamento Sanitário há oito anos não concluído, enterrado, abandonado e esquecido sob as ruas da Ilha – talvez até poluindo as águas dos lençóis freáticos superficiais. As autoridades devem avaliar tais instalações, assim como as chamadas “lagoas de contenção”, atualmente abandonadas.
Por outro lado, o lixo não é apenas um problema governamental (e que problema!), mas um problema social e, sobretudo, cultural. Acreditamos que a Prefeitura deve promover maciças campanhas educativas – inclusive nas escolas – orientando a população, realizar fiscalizações efetivas e fazer funcionar o Código de Posturas do Município. No entanto, a coleta de lixo e de entulhos e a limpeza das vias urbanas devem estar plenamente regularizadas.