domingo, 21 de fevereiro de 2010

Janelas do Tempo: A festividade de São Pedro

 

A FESTIVIDADE DE SÃO PEDRO

Na ilha do Mosqueiro, a Festividade de São Pedro, padroeiro dos pescadores, teve início em 1918, com a iniciativa e o apoio da Sra. Isabel Palheta. O evento ocorria, como hoje, na praia do Areião, sendo oficializado em 1920, com a fundação, no local, da Colônia de Pescadores Z-9. O seu primeiro Presidente foi o Sr. Luís de Oliveira, que também era professor da Escola de Pescadores e Tabelião do Mosqueiro.

Naquela época, a festividade acontecia na praia, com missa celebrada em frente à sede da Colônia, procissão fluvial, carimbó dos pescadores e todas as brincadeiras juninas que até então são conservadas.

Tradicional também é o Cortejo do Mastro no dia 28 de junho, manifestação folclórica sempre aguardada com ansiedade pela população. O Mastro, tronco de árvore carregado pelas ruas da ilha e enfeitado com folhagem, flores e frutos, além de ser sinalizador da festa, é também um símbolo fálico, que representa a fertilidade da terra. O Cortejo é uma espécie de agradecimento pelos tempos de fartura e o Mastro, encimado pela bandeira com a imagem de São Pedro, é o elemento de ligação entre o profano e o religioso, tendo o patrocínio de pessoas que são denominadas Juizes do Mastro. Em 1980, teve início o Mastro das Crianças com Luciana Alexandrino Bittencourt e, em 1997, o Mastro das Mulheres com Jane Bentes.

Também acontecem festas dançantes e apresentações de grupos juninos, além da programação religiosa que consta de novenas, ladainhas, missa, romaria luminosa e procissão fluvial, esta realizada no dia 29 de junho, dia dedicado ao Santo.

Durante todos esses anos, inúmeras pessoas têm colaborado para a realização e engrandecimento da festividade. Muitas já faleceram, mas suas ações foram decisivas para manter, através do tempo, essa manifestação popular, que se tornou marcante na vida cultural de nossa ilha. Assim, destacaram-se os senhores José Maria Palheta, Deputado Célio Sampaio, José Sampaio, Manuel Pontes, Joaquim Pereira, José Martins da Trindade, Amilton Lameira, José da Silva Pombo (ex-presidente da Colônia Z-9), Deocleciano de Matos Botelho, Dolores Botelho (de cuja residência saia a romaria luminosa), Waldemar Almeida (que, em 1963, construiu um monumento ao Santo na ilhota de São Pedro, na Praia do Bispo, o qual foi destruído pelas marés altas), o locutor e apresentador da festividade Jacinto, Gilson Cabral (Pepeca) e Roberto Carlos Cardoso (que introduziu o boi-bumbá no Cortejo do Mastro).

Atualmente, a festividade é uma tradição mosqueirense e tem a coordenação da Sra. Maria Diva Palheta Bittencourt, que foi professora e secretária da Colônia de Pescadores. Embora a sede da Colônia Z-9 tenha sido transferida para a Baia-do-Sol, a festa permanece cada vez mais viva como um fato folclórico ao mesmo tempo religioso, atraindo milhares de moradores e visitantes da ilha.

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