tag:blogger.com,1999:blog-27202563929598736612024-03-12T20:32:24.785-07:00MosqueirandoClaudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.comBlogger1012125tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-14033416210750692252023-06-21T07:47:00.002-07:002023-06-21T07:47:12.192-07:00A OUTRA FACE DA ILHA: TERMINAL HIDROVIÁRIO DO MOSQUEIRO: UMA PONTE PARA O NADA OU CARTÃO POSTAL PARA INGLÊS VER? <p><span style="font-family: Arial, "sans-serif"; font-size: 12pt; text-align: justify;">Construído pelos ingleses, o Trapiche do
Mosqueiro, inaugurado em 06 de setembro de 1908, foi uma obra de grande
importância, considerando-se o aumento do fluxo turístico para a nossa Ilha. A
linha Belém-Mosqueiro-Soure, durante seis décadas, foi servida por diversos
navios de grande porte, inclusive um de classe turística construído na Holanda:
o saudoso Presidente Vargas, o cisne branco do rio Pará. Na década de 50,
começaram a construir um trapiche em concreto, cujo projeto só ficou no papel,
pois não passou da triste imagem de pilares levantados e abandonados ao lado do
antigo porto. Com o Presidente Vargas afundado nas águas do rio Paracauari, em
1972, e com o monopólio dos ônibus da Empresa Beira Dão, o povo do Mosqueiro
ficou “a ver navios” passando ao largo. E, com o correr do tempo, o histórico
trapiche foi envelhecendo e desmoronando, esquecido pelo Poder Público.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Em 2014, o Governo Federal, na gestão da
Dilma, liberou a verba para a construção de um Terminal Hidroviário, o qual deveria
solucionar o problema de transporte, já que, na Amazônia, os rios são estradas.
Acontece que o Terminal do Mosqueiro, para ser construído, levou mais tempo do
que a Ponte Sebastião Rabelo de Oliveira, a qual liga a Ilha ao continente e
tem quase um quilômetro e meio de extensão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Inaugurado este ano, pelos governos estadual
e municipal, sob a suave pressão do Ministério Público Federal, até que é
bonito de se ver, mas está longe de atingir sua finalidade: não existe a linha
Belém-Mosqueiro, responsabilidade da administração do Município e se,
eventualmente, alguém precisar da linha estadual das lanchas Golfinho para ir de
Mosqueiro a Soure, terá de comprar as passagens no Terminal de Belém. Em tempos
de internet, de redes sociais, de pix, de cartões de débito, de compras <i style="mso-bidi-font-style: normal;">on-line</i> até de passagens de balsas e de
aviões, isso, além de ser ridículo e cômico, é sinal de atraso e despreparo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Olha, gente, no tempo dos ingleses o trapiche
funcionava e isso acontecia no início do século passado! Ou vai servir de pano
de fundo para turista registrar em sua <i style="mso-bidi-font-style: normal;">selfie</i>?<o:p></o:p></span></p>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-21614245459743798312023-03-28T07:48:00.005-07:002023-03-28T07:55:35.623-07:00NA ROTA DA HISTÓRIA: A MORTE DO CISNE BRANCO DO RIO PARÁ<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: arial; font-size: large; white-space: pre-wrap;">A misteriosa história de um navio feito na Europa, de luxo nunca visto no norte do Brasil, com poltronas de couro, ar condicionado e capacidade para 500 </span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: arial; font-size: large; white-space: pre-wrap;"><a style="color: #385898; cursor: pointer;" tabindex="-1"></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: arial; font-size: large; white-space: pre-wrap;">passageiros que, antes de naufragar, permitiu que todos os passageiros desembarcassem tranquilamente no cais e depois afundou. Uma história conhecida como o Titanic da Amazônia. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: arial; font-size: large; white-space: pre-wrap;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjzZE2kENRyyxbkJk7zHQqN4MA2_8j78trMDGqzx_TByTx3u31RWWWQIyKYtPWZuz-8mcAeTxGEJ37yDPFIjJ-HrELsNIWVI8I8TqNXnMkqg0RS2Q_gI_N5y1800GzwMJNrj1Q3TadK7LQGYn5Ok2ni1fFJI4v2dDGs5xtGC7lSs-z5ioQUeiwMzib3" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="377" data-original-width="604" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjzZE2kENRyyxbkJk7zHQqN4MA2_8j78trMDGqzx_TByTx3u31RWWWQIyKYtPWZuz-8mcAeTxGEJ37yDPFIjJ-HrELsNIWVI8I8TqNXnMkqg0RS2Q_gI_N5y1800GzwMJNrj1Q3TadK7LQGYn5Ok2ni1fFJI4v2dDGs5xtGC7lSs-z5ioQUeiwMzib3=w385-h240" width="385" /></a></div><br /><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: arial; font-size: large; white-space: pre-wrap;">Houve um tempo em que navios fabricados na Europa ligavam Belém a toda a grande região da Amazônia. Lá dentro, a classe popular, em suas redes, convivia de maneira pacífica com a classe executiva em seus camarotes, salas de leitura e restaurante. Parte deles naufragou nos rios, parte virou ferro velho, condenando ao esquecimento um capitulo muito especial na história desta terra. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #050505;"><span style="font-size: medium; white-space: pre-wrap;">Os navios da chamada Frota Branca, eram as joias mais especiais da ENASA, a Empresa de Navegação da Amazônia. Foram os mais luxuosos e velozes que já passaram por aqui, vindos da fábrica da Holanda, atendendo o Marajó e o baixo amazonas, com capacidade para levar até 500 passageiros cada. Depois de uma vida relativamente curta e de muitos serviços, tiveram fins trágicos como a Empresa que sumiu nos desvios e descontroles públicos do país.</span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #050505;"><span style="font-size: medium; white-space: pre-wrap;">O navio Leopoldo Perez, ao navegar pelo estreito de Breves, foi abalroado por uma corveta da marinha, afundando imediatamente. Apesar de ser noite e estar com cerca de 400 passageiros a bordo, não houve vítimas. O Lobo D’Almada e o Lauro Sodré acabaram abandonados em um dos portos na margem da baía do Guajará, num cemitério de navios, em virtude de uma disputa judicial. O Augusto Montenegro acabou quase totalmente no fundo da baía de Guajará, próximo ao barranco de Miramar em Belém. </span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #050505;"><span style="white-space: pre-wrap;">O último a ser apresentado, o Presidente Vargas, foi o mais luxuoso e o primeiro a deixar a Frota. O Presidente Vargas tinha três classes distintas e ar condicionado. Era domingo, 04/06/1972, às 21 horas no Porto de Soure, na ilha do Marajó. Havia desembarcado toda a sua lotação de passageiros. No misterioso naufrágio, em que não houve vítimas, rumores falavam em crime premeditado por obscuras razões, considerando que o navio tinha, recentemente, passado por reformas. O navio "fez água" calmamente, a ponto de passageiros e tripulação poderem sair ilesos do "Presidente Vargas". </span></span></span></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: arial; white-space: pre-wrap;">As circunstâncias do naufrágio - nunca esclarecidas - e as tentativas frustradas de retirá-lo do fundo do rio Paracauary apontam para um "naufrágio calculado", na opinião de um especialista da área. Um naufrágio que ficou conhecido como o do Titanic da Amazônia. </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #050505;"><span style="font-size: medium; white-space: pre-wrap;">Era considerado a mais suntuosa embarcação de toda a bacia amazônica. Com poltronas de couro, cada uma com cinzeiro, o navio tinha cara de iate. Seus amplos compartimentos e largos corredores se assentaram no imaginário de quem viveu a época. Sucateada e mal administrada, a ENASA passou para o controle do Estado do Pará no final da década de 1990. Desapareceria de cena alguns anos depois. </span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="background-color: white;"><span style="color: #050505;"><span style="white-space: pre-wrap;">Fontes: ignacioneto.blogspot.com.br / Salomão Laredo/ O Liberal. </span></span></span><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://web.facebook.com/belemdopassado?__cft__[0]=AZXs2uNtUPn3CjnLd4tcdpfo7IiQBM8ImBeC3TvseunvhQxzR_gAozlHpMLq3S05Pzt8NjRfHBTswgcMZK1UpO8Zw3piLDqfGwR9tUr9qwSVKZQBn99Tn-yZRNMFvbNGHFc6Y-hG6f1Sqced5sdXiHk5X_0JeyDsn1MhHsh5GQCveDEu3A-D8c6vZeK4YEJPMefQqhUT-mGWU06vLMFVe4FW&__tn__=-]K-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline;"> Belém Antig</span></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;">a é um Projeto Salomão Mendes Imóveis.</span></b></span></p>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-85674761443841389032023-03-26T06:03:00.003-07:002023-03-26T06:03:54.659-07:00A OUTRA FACE DA ILHA: SERÁ UMA PONTE PARA O NADA?<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/ToZrZG2uSy0" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-32792974834559505122023-03-26T05:53:00.001-07:002023-03-26T05:53:55.881-07:00NA ROTA DA HISTÓRIA: O TRAPICHE DA VILA<p><br /></p><div class="date-posts" style="background-color: white; color: #666666;"><div class="post-outer"><div class="post hentry uncustomized-post-template" itemprop="blogPost" itemscope="itemscope" itemtype="http://schema.org/BlogPosting" style="min-height: 0px; position: relative;"><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">De suma importância, quando a ilha era ligada a Belém exclusivamente por via fluvial, o Trapiche da Vila do Mosqueiro data do século XIX, antes mesmo de o “Gaivota”, primeiro barco a vapor da linha regular, fazer o transporte de passageiros. Sabe-se, por exemplo, que, em 1891, acontecia uma demorada reforma do velho trapiche, conforme notícia publicada em edição do jornal da época “O Democrata”.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Aliás, quando europeus e americanos, no final daquele século, descobriram a ilha como balneário aprazível, recanto e encanto para o repouso de fim-de-semana, as viagens eram feitas em pequenos barcos. Belenenses bem aquinhoados e comerciantes portugueses, libaneses e hebraicos aprovaram a ideia e acabaram construindo imponentes casarões na orla praiana, onde surgiriam trapiches particulares, marcando alguns um lugar na história, como o da família de Arthur Pires Teixeira (Porto Arthur, hoje nome da praia) e o da família de José Franco (Porto Franco, que passou a designar a vivenda localizada na praia do Chapéu Virado).</span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Certo é que, no dia 06 de setembro de 1908, inaugurava-se um novo trapiche em armação de ferro e pista de madeira, tendo na extremidade uma coberta em estilo arquitetônico francês. Posteriormente, outras reformas ocorreram, mas o projeto de um ancoradouro em cimento armado não saiu do papel, restando algumas pilastras tubulares abandonadas à ação implacável do tempo.</span></div><a href="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jD2AMqP7I/AAAAAAAAAh4/FnvalDEFc_s/s1600-h/image%5B4%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="266" src="https://lh5.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jD6LRYbxI/AAAAAAAAAh8/Th5CEPnBho0/image_thumb%5B2%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="343" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Trapiche da Vila em 1908 (Fonte: A. Meira Filho</b></span></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><a href="https://lh5.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jD-G1AG1I/AAAAAAAAAiA/iubzkNi-9wM/s1600-h/image%5B9%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="290" src="https://lh5.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEFrqmb4I/AAAAAAAAAiE/E9z_c2wze7Y/image_thumb%5B5%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="344" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Trapiche da Vila no início do século XX (Fonte: Família Mathias)</b></span></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Por décadas, nesse primeiro portal da ilha-paraíso, atracaram navios muitas vezes apinhados de gente ávida por gozar as delícias de uma terra ainda selvagem e misteriosa. Assim, além do “Gaivota”, aportaram “Mosqueiro” e “Soure” (navios de uma empresa de alemães, em 1915), o “Valparaíso”(da firma do Sr. Alberto Engelhard), o “Almirante Alexandrino” (navio da empresa Port of Pará, o qual foi pilotado pelo Comandante Ernesto Dias, famoso por suas manobras precisas e seguras) e o saudoso “Presidente Vargas” (navio fabricado na Holanda, especialmente para a linha Belém-Mosqueiro, sempre pilotado pelo Comandante Hosana Pacheco; viajou de 1958 a 1972, quando inexplicavelmente afundou em frente à cidade de Soure, no Marajó).</span></div><a href="https://lh6.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEI8Ze7-I/AAAAAAAAAiI/pOHaSafxlM4/s1600-h/image%5B17%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="287" src="https://lh4.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEPJXTlsI/AAAAAAAAAiM/rsXa2NadXSU/image_thumb%5B9%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="360" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><b><span style="font-size: x-small;">O famoso vapor “Almirante Alexandrino” (Fonte: A. Meira Filho)</span></b></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><a href="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jETEJSDgI/AAAAAAAAAiQ/v-Dswz1EfII/s1600-h/image%5B22%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="288" src="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEYeW9DcI/AAAAAAAAAiU/lDOEWuAULqw/image_thumb%5B12%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="370" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>O saudoso navio “Presidente Vargas”, o cisne branco do rio Pará (Fonte: A. Meira Filho)</b></span></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Naquele tempo, era moda esperar a chegada do navio, o que geralmente acontecia às seis da tarde, e receber os passageiros ruidosamente, com palmas, assovios, gritaria e vaias estrondosas. O interessante é que muitos vaiavam sem saber exatamente o porquê. O importante era seguir quem começou. Ai do primeiro passageiro que, ao subir a rampa, pisasse no marco de forma redonda, ali localizado e encoberto, hoje, pelo asfalto! Xingamentos não faltavam para o desavisado. Não sei o significado do tal marco, mas, segundo dizem, representa o ponto da maior maré que já atingiu a ilha. E a rampa do trapiche era, na época, o ponto obrigatório para a moçada e, enquanto aguardavam o navio, alguns paqueravam e outros jogavam futebol nas areias da praia (o “beach soccer” não foi novidade por aqui).</span></div><a href="https://lh4.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEdRVaFvI/AAAAAAAAAiY/K9iEO1lu_hY/s1600-h/image%5B27%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="285" src="https://lh6.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEhaG8aNI/AAAAAAAAAic/YgN0E_F0cYk/image_thumb%5B15%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="390" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><b><span style="font-size: x-small;">“Chatinha” dos SNAPP que fez várias viagens para a ilha (Fonte: A. Meira Filho).</span></b></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><a href="https://lh4.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEkQU2K8I/AAAAAAAAAig/lEJTT_luqJY/s1600-h/image%5B36%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="361" src="https://lh6.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEsmQz2gI/AAAAAAAAAik/0eDmUZK0rzc/image_thumb%5B22%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="401" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>Navio “Lobo d’Almada”, navio substituto do “Presidente Vargas” (Fonte: A. M. Filho)</b></span></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Após o navio atracar, tudo era animação e muito colorido, no vai-e-vem dos carregadores de bagagens e seus carrinhos-de-mão identificados com chapas numeradas; no corre-corre dos passageiros buscando os melhores lugares nos autolotações; na disputa do inigualável tacacá da Dona Raimundona, senhora gorda e muito simpática; na movimentação das bonitas garotas e senhoras ostentando roupas da moda, chapéus de palha, tamancos (que, na Vila, eram produzidos pelo Seu Cesário e pelo Espanha) e varetas bordadas; na música gostosa do Rauland-Mansour tocada no Praia-Bar, convidando à dança e ao bate-papo com os amigos, sempre regado à cerveja bem geladinha; e até mesmo na repressão da polícia aos jogadores de “beach soccer” que, sorrateiramente, se posicionavam sob o trapiche para espiar, através das frestas, as calcinhas (ou seriam calções?) das mulheres. Enfim, era um caos festivo e gostoso: recepção calorosa nos risos, sorrisos, apertos de mão e abraços efusivos; bagagens que se avolumavam aos montes causando tropeços; mães visivelmente preocupadas com os filhos menores, pássaros antes cativos e agora soltos no meio da multidão; pregões aos berros dos vendedores de jornais, paçoca de gergelim, pirulitos embandeirados e sorvetes de raspa-raspa. Mas a festa acabou.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Depois do “Presidente Vargas”, o cisne branco das águas do rio Pará, que desapareceu tragicamente como o seu patrono, e anos de paralisação, a linha fluvial ressurgiu no governo do prefeito Hélio Gueiros e foi novamente desativada no segundo mandato do prefeito Edimilson Rodrigues, com a alegação de prejuízo financeiro. O prefeito Duciomar Costa até que tentou resgatar essa tradição da ilha, reativando a linha e inaugurando o barco de classe turística “Antônio Lemos”, com capacidade para 400 passageiros. Hoje, entretanto, povo e turistas continuam “a ver navios” passando ao largo. É bom lembrar que, mesmo no tempo dos réis e dos tostões, a navegação para o Mosqueiro sempre foi subsidiada. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Como se fosse pouco a falta do navio,<b> </b>o <b>Centenário Trapiche da Vila</b>, que, no decorrer dos anos, diminuiu de tamanho e mudou de linha (já fazia curva), em verdade, não precisava de reforma e sim de restauração e conservação, por ser um patrimônio histórico da mais alta relevância. Como isso não aconteceu, desaparece irremediavelmente, sendo substituído por um moderno Terminal Hidroviário.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></div><a href="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jEyWWd1qI/AAAAAAAAAio/GlMcbcTjCS0/s1600-h/image%5B42%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="302" src="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jE8axNqoI/AAAAAAAAAis/NxeXj63za6E/image_thumb%5B26%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="375" /></a><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Trapiche Centenário. Ao fundo, Tatuoca e Cotijuba (Foto: Gerlei Agrassar)</b></span></span></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-7109450564555638846" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, sans-serif;"><span style="font-size: 13px;"><b><br /></b></span></span><a href="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jFC1AnqUI/AAAAAAAAAi0/SeulW3cKCVI/s1600-h/image%5B47%5D.png" style="color: #ff9900; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-decoration-line: none;"><img alt="image" border="0" height="293" src="https://lh3.ggpht.com/_GmsxWD6hFb4/S8jFK7JnJrI/AAAAAAAAAi4/qyV3ymQNBwE/image_thumb%5B29%5D.png?imgmax=800" style="border: 0px; display: inline; position: relative;" title="image" width="377" /></a><br /><span style="font-size: x-small;"><b><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;">O primeiro portal da ilha-paraíso (Foto: C. S. Wanzeller)</span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif;"> </span><br /></b></span><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"><b></b></span><br /></div></div></div></div>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-775075288126924122023-03-07T05:35:00.004-08:002023-03-07T05:35:59.993-08:00ARTE NA AMAÔNIA: Challenge - Amazônia<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/r3kwQIhjFsY/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/r3kwQIhjFsY" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-21114496190031881272023-03-07T05:21:00.002-08:002023-03-07T05:36:36.508-08:00ARTE NA ANAZÔNIA: Challenge - Belém do Pará<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/lzrXh-9gCFM" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-80077397907976804522023-03-03T11:04:00.000-08:002023-03-03T11:04:04.309-08:00CURIOSIDADE: SERÁ QUE O CHUPA-CHUPA VOLTOU AO PARÁ?<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/vurhCuCbWW0" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-29552238766781405602023-02-25T12:11:00.002-08:002023-02-25T12:11:38.773-08:00CARNAVAL DO RIO: Melhores Momentos dos Desfiles das Escolas de Samba (1.ª noite)<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/KwXHRTbVHtE" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-35732526974482706552023-02-25T12:07:00.005-08:002023-02-25T12:07:57.618-08:00CARNAVAL DO RIO: Melhores Momentos dos Desfiles das Escolas de Samba (2.ª noite)<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/APR0kUi-FTQ" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-37432881921518901062023-02-22T14:26:00.003-08:002023-02-22T14:26:52.801-08:00CARNAVAL NA ILHA: U. S. PIRATAS DA ILHA 2023<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/b06Fc6OWKhY" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-12266405426203123162023-02-22T14:22:00.002-08:002023-02-22T14:22:11.161-08:00CARNAVAL NA ILHA: E . S. Peles Vermelha 2023<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/P2x8JYcka_E/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/P2x8JYcka_E" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-1879805941679521392023-02-22T13:47:00.001-08:002023-02-22T13:47:24.462-08:00CARNAVAL NA ILHA: IMPÉRIO DO SAMBA DO AEROPORTO 2023<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/kV9zLa7Nqfs" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-20107607137986252842023-02-16T10:56:00.003-08:002023-02-16T10:56:21.145-08:00CARNAVAL NA ILHA: PIRATAS DA ILHA 2023 - ARRASTÃO CULTURAL<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/YzNpJ7UvbkA" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-90464868733815613432023-02-16T08:31:00.002-08:002023-02-16T08:31:15.896-08:00CARNAVAL NA ILHA: PARÁ FOLIA EM MOSQUEIRO 1996 - 1° dia 12/07/1996.<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/PqOwoMIlAAc" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-58184215755488036852023-02-16T08:28:00.006-08:002023-02-16T08:28:41.739-08:00CARNAVAL NA ILHA: PARÁ FOLIA EM MOSQUEIRO - 1996 - 2° dia -13/07/1996.<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/tRdr1-G8vM4" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-53560624451254978962023-02-16T08:24:00.000-08:002023-02-16T08:24:05.717-08:00CARNAVAL NA ILHA: PARÁ FOLIA 1996 - 3° dia 14/07/1996.<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/Cd_V3idnOBM" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-39254393268530912412023-02-16T08:18:00.006-08:002023-02-16T08:40:17.013-08:00CARNAVAL NA ILHA: MOSQUEIRO - 1992<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/SvUjbJqKWIs" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-63147633915759140952023-02-16T06:45:00.003-08:002023-02-16T06:45:30.634-08:00CARNAVAL NA ILHA: SAMBA-ENREDO E. S. PELES VERMELHA 2022-2023<iframe width="480" height="360" src="https://youtube.com/embed/mHgncHA4yxU" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-49498996436207940422023-02-05T05:52:00.003-08:002023-02-05T05:52:18.614-08:00CARNAVAL NA ILHA: SAMBA-ENREDO DA U.S. PIRATAS DA ILHA 2022/2023<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/_JU30TssxL0" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-34444503768777645112023-01-28T06:42:00.002-08:002023-02-05T05:58:31.409-08:00AS PRAIAS DA ILHA: PRAIA DO ARIRAMBA<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Ariramba é termo de origem tupi (warirámba) que os indígenas usavam para designar uma enseada na costa oeste mosqueirense (praia das arirambas), referindo-se a uma espécie pequena de pássaro mariscador, conhecido também pelo nome de martim-pescador, com frequência comum naquela área. Os colonizadores mantiveram o nome da praia e, com o passar dos tempos, essa denominação estendeu-se ao bairro que ali se formou. Localizada entre as praias do Murubira e de São Francisco, a enseada, protegida por alto barranco verdejante, é banhada pelas águas da baía do Marajó.</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></o:p></b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;">JANELAS DO TEMPO: O PONTO CERTO DO ARIRAMBA</span></o:p></b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Autor: Augusto Meira Filho</span></o:p></b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKWv5s9UhVKHPNQ5LPDcEMdupMWpHAfXO7GU3FQxCxMGewcabTHAY4Bzl9SgZb62tyF_dfZr-QIfuUhJatv-NTJmoGf6NnacDZ6CdfbczNmnrAzeLX7_v6ozI_rqEjRdE2Euedl1wQITj_8C3DBhKa9RbHPfbNg6IqD5b5hJHIFVU67KLuf-X7AvkU/s475/ariramba%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="357" data-original-width="475" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKWv5s9UhVKHPNQ5LPDcEMdupMWpHAfXO7GU3FQxCxMGewcabTHAY4Bzl9SgZb62tyF_dfZr-QIfuUhJatv-NTJmoGf6NnacDZ6CdfbczNmnrAzeLX7_v6ozI_rqEjRdE2Euedl1wQITj_8C3DBhKa9RbHPfbNg6IqD5b5hJHIFVU67KLuf-X7AvkU/w338-h254/ariramba%201.jpg" width="338" /></a></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></b><b style="font-family: arial; text-align: left;"><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;">Praia
do Ariramba (FOTO: JCOliveira – 2012)</span></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“Quando o bairro
do Chapéu-Virado era o mais preferido do veranista ou do visitante, outros
locais admiráveis da Ilha do Mosqueiro começavam a ser descobertos, não só pelo
seu clima, mas, sobretudo, pela beleza de suas praias. Assim chegou o belenense
às bordas do Murubira, do Ariramba, de São Francisco, Carananduba e demais
logradouros e já hoje famosos da vida mosqueirense, principalmente após a
construção da nossa estrada de rodagem e da discutida ponte no “Tauarié”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Há muitos anos, as
possibilidades de se chegar ao Ariramba eram remotas. O bonde a tração animal
(...) depois movido a vapor, da Vila ao “Porto Arthur” – concessão de
Pindobussu de Lemos, só permitiria o acesso até aquele ponto. Com esforço se
alcançaria a pé as terras do Murubira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Com o advento da
rodovia beira-mar, incrementada na administração do Prefeito Abelardo Conduru,
os caminhos foram se alongando pouco a pouco, até aquela penetração
alvissareira ao tempo da gestão Stélio Maroja, quando os veículos da Agência
Municipal poderiam chegar à Baía do Sol, via Sucurijuquara. Ainda conhecemos o
“Ariramba” como lugar distante e de difícil penetração. Contudo, já se
celebrizava no bairro o <i>“Ponto-Certo”</i> misto de mercearia e
casa de hóspedes. Uma série de quartos contíguos, de madeira, seguindo a casa
comercial da esquina. Seu proprietário o <i>Oliveira</i> – Euclides
Soares de Oliveira – antigo auxiliar do Russo no Hotel, era o responsável pelo
movimento da freguesia no Ariramba, pois mesmo aquele negócio pertencia ao dono
do Hotel do Chapéu-Virado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Mais tarde, Russo
venderia tudo aquilo ao próprio Oliveira, outra figura histórica do Mosqueiro,
com seus domínios do Ariramba, como o Russo no Chapéu-Virado e o Zacharias
Mártyres, no Farol.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Com outros de
nossa geração, muitas vezes visitamos o Ariramba, ao tempo em que a residência
última do bairro era a do Desembargador Arnaldo Lobo, por nós construída a seu
pedido. A própria linha do ônibus municipal tinha o seu término cerca de 100
metros antes da casa praiana daquele ilustre magistrado. Mas o Oliveira já ali
pontificava e era ele quem abrigava a moçada que, corajosamente, se atirava
para o Ariramba, então, considerada “terra-sem-fim” na Ilha do Mosqueiro. Mal
se conheciam as praias de São Francisco, do Caruara, do Paraíso e, muito menos,
as da Baía do Sol.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Assinalamos
o <i>Ponto-Certo</i> por ser, realmente, um ponto notável dos velhos
tempos mosqueirenses que procuramos fixar nesta contribuição.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E falar nesse
antigo abrigo da estudantada sem recursos que fugia bravamente da “Porta-Larga”
da Vila atrás de algum “rabo-de-saia” merecedor de tamanho sacrifício, seria
injustificável deixar de exaltar o seu <i>chefe</i> soberano
negociante do lugar, o <i>Oliveira</i>, cuja vida seria uma verdadeira
novela se pudesse ele contar ou revelar sua permanência naquele canto do
Ariramba, crescendo e vivendo com ele e por ele.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p><b style="font-family: arial; font-size: small;">FONTE: </b><i style="font-family: arial; font-size: small;">MEIRA FILHO</i><span style="font-family: arial; font-size: small;">, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas” - ED. GRAFISA,
1978- pp. 352 e 355.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="font-family: arial; font-size: large;">MOSQUEIRANDO:</b><span style="font-family: arial; font-size: large;"> </span><b style="font-family: arial; font-size: large;">Euclides Soares de Oliveira</b><span style="font-family: arial; font-size: large;">, o conhecido </span><b style="font-family: arial; font-size: large;">Oliveira
do Ariramba</b><span style="font-family: arial; font-size: large;">, faleceu há bastante tempo. Entretanto, o seu </span><b style="font-family: arial; font-size: large;">Ponto
Certo</b><span style="font-family: arial; font-size: large;"> ainda existe no mesmo lugar e continua atraindo seus
frequentadores com o sabor inigualável dos famosos </span><b style="font-family: arial; font-size: large;">Pasteizinhos do
Oliveira</b><span style="font-family: arial; font-size: large;">, marca registrada dos velhos tempos da Ilha.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> <b>PASTELZINHO DO OLIVEIRA: DE MOSQUEIRO PARA BELÉM</b></span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 15.0pt; margin: 15pt 0cm 0cm; mso-outline-level: 3;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>Autora: Patrícia Ventura</b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Olá leitores,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p><span style="font-family: arial; font-size: large;">Hoje vou falar um
pouco deste pastel. Pastelzinho do Oliveira. Eu tinha por volta de meus 8 anos
e frequentava a bucólica Ilha do Mosqueiro com meus pais. Tenho tantas
histórias para contar desta época. No Ariramba, onde ficávamos havia algumas
moradoras bem idosas. Lembro do nome de uma. A dona Janoca. Parece que tem até
uma ruela com esse nome. Lembro das histórias que minha avó, D. Moça, contava
acerca da lenda da Matinta Pereira e a gente criança, aqui em Belém, não tinha
medo. Mas ao irmos para o Mosqueiro parecia que a gente adentrava a floresta
Amazônica. Parecia que lá a lenda era real. Ficávamos com muito medo, ouvíamos
o xeque-xeque dos calangos verdes e azuis no telhado das casas e por cima das
folhas secas que caiam ao chão. O silêncio da noite era grande. O barulho das
ondas do mar quebrando aquele silêncio fazia presença marcante no entorno das
vivendas da beira da pista. Sempre ficávamos na Vivenda Nossa Senhora de
Fátima, chalé antigo no Ariramba. Nossa criancice não nos permitia saber por que
e como estávamos ali, entretanto, estávamos, então era hora de aproveitar.
Circundando a nossa vizinhança, tínhamos um vizinho muito simples, bom, alegre,
carismático, que viria a se tornar famoso pelo delicioso pastel que
comercializava e até hoje comercializa na bela ilha: o Sr. Oliveira.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Minha família
muito amiga deste ilustre senhor. A gente criança só tem interesse para ir ao
local quanto se tem um motivo tão atrativo e gostoso como esse. Nos meus
cálculos estes fatos têm 42 anos. Idade que conheço e saboreio o Pastel do
Oliveira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O Sr. Oliveira foi
convidado para o meu casamento; lembro-me até do presente que ganhei dele, há
32 anos, direto do túnel do tempo: uma bandeja grande de inox, que uso até hoje
em minhas festas. Confesso que ia a Mosqueiro para aproveitar de tudo um pouco,
mas a ideia de comer o pastel era sempre a primeirona; tudo bem eu gosto de
comer mesmo rsrs!!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Também lembro do
Xavico, o filho do Sr. Oliveira; éramos (somos) praticamente da mesma idade,
com a diferença de um ano mais ou menos... Ainda lembro quando recebemos a
notícia do falecimento do Seu Oliveira...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O pastel continuou
na bela Ilha do Mosqueiro, tornou-se conhecidíssimo. Tenho 4 filhos, todos
conhecem o pastel, a mais nova de 17 anos, a mais traquina, (diga-se de
passagem) EXIGE todas as vezes que vai e já está a ensinar para a minha neta...
Gosto de ver coisas superar décadas e gerações... Pode-se dizer que já faz
parte da gastronomia turística de Mosqueiro.</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O Xavico expandiu,
inaugurou outras pastelarias na ilha e até mesmo aqui em Belém temos dois </span><i style="font-family: arial; font-size: large;">points</i><span style="font-family: arial; font-size: large;"> onde
podemos saborear a gostosura que se apresenta com recheio de carne e camarão,
ao preço de $ 0,35 centavos a unidade...</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p><b style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-small;">FONTE:</span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b>http://simplesmentepatrecantista.blogspot.com.br/2013/10/pastelzinho-do-oliveira-de-mosqueiro.html</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="font-family: arial; font-size: large;">MOSQUEIRANDO:</b><span style="font-family: arial; font-size: large;"> Para recordar Seu Oliveira, que iniciou a produção dos famosos
pasteizinhos, reconhecidamente uma tradição na história da Ilha, publicamos a foto
abaixo cedida por Graciliano Ramos:</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR4aGAOYqUGLj7wmSjV1vEd4zAlUcEsYaLk8WD0IL8o5desE7ldsxExTDwmMQ0ppMh5ddYPPAxan48C62t9LFaj6CEkbiIJFzSzD0g_7LsYlI8zx75br2QoZmW90lkWJXPgpi1xX8qBb4h4GlKC-lOWtB8C8je9V5L3vY8LynzBU6IPW2WI8xdqkiG/s542/Oliveira.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="396" data-original-width="542" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR4aGAOYqUGLj7wmSjV1vEd4zAlUcEsYaLk8WD0IL8o5desE7ldsxExTDwmMQ0ppMh5ddYPPAxan48C62t9LFaj6CEkbiIJFzSzD0g_7LsYlI8zx75br2QoZmW90lkWJXPgpi1xX8qBb4h4GlKC-lOWtB8C8je9V5L3vY8LynzBU6IPW2WI8xdqkiG/s320/Oliveira.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><br /></b></span></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>JANELAS DO TEMPO: MACEDÃO E OS VELHOS TEMPOS DO ARIRAMBA</b></span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://lh4.ggpht.com/-odb6O2hgouw/UuvRMP9g5wI/AAAAAAAAHm0/DHjII2K2m9s/s1600-h/clip_image002%5b4%5d.jpg"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #ff9900; text-decoration: none;"><v:shape alt="clip_image002" href="https://lh4.ggpht.com/-odb6O2hgouw/UuvRMP9g5wI/AAAAAAAAHm0/DHjII2K2m9s/s1600-h/clip_image002%5b4%5d.jpg" id="Imagem_x0020_1" o:button="t" o:spid="_x0000_i1029" style="height: 141.6pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 193.8pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="clip_image002" src="file:///C:\Users\CLAUDI~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></b></a><span style="color: #666666;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span><b style="background-color: transparent;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Autor: Augusto Meira Filho</span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></b><b style="font-family: arial; font-size: large; text-align: justify;">“</b><span style="font-family: arial; font-size: large; text-align: justify;">No “Retiro IBI” de sua propriedade, adquirido de um velho lusitano
precursor no lugar, o ilustre e caridoso médico Dr. José Mariano Cavaleiro de
Macedo fez a sua segunda tenda de vida e de trabalho. Mosqueirense de “quatro
costados” amava sua ilha e deixava-se ficar encantado no seu Ariramba, sem
perder qualquer fim-de-semana e algumas folgas, quando seus trabalhos em Belém
no Instituto Médico Legal e em outras atividades profissionais o permitiam. Na
sua vivenda altaneira, de porão alto, em madeira de lei, o </span><i style="font-family: arial; font-size: large; text-align: justify;">Macedão</i><span style="font-family: arial; font-size: large; text-align: justify;"> –
nome decorrente de seu corpanzil – pontificava entre os nativos, ajudando-os de
todas as formas e fixara em sua casa o centro social do bairro. Amava aquele
Ariramba como ninguém. Freguês do Antônio no Ponto Certo e do João Vicente Lima
(O Manteiga) próximo ao seu IBI, Macedão reunia aos sábados e domingos a fina
flor da elite arirambense e outros convidados de lugares mais distantes.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Ficara famoso pela
excelência do “aperitivo” que sabia preparar com maestria, dando-se ao luxo,
muitas vezes, de exigir frutas especiais para uma aguardente de primeira ordem
que recebia em botijões de amigos e clientes. Uma personalidade curiosa do
eminente médico e a do mosqueirense simples, amigo da gente humilde do
Mosqueiro, prestativo e generoso, dando de tudo de si para atender qualquer
caso, mesmo nos pontos mais distantes, no Carananduba, no São Francisco, no
Sucurijuquara, na Baía do Sol. Ele porfiava com Oswaldo Medrado nessa caridade
coletiva prestada aos habitantes da Ilha naquelas lonjuras da Vila propriamente
dita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Grupos e mais
grupos se formavam em sua casa, no barranco fronteiro, na praia para
desfrutarem do ambiente feliz que reinava em torno do Macedão, saboreando o
mais notável aperitivo do bairro. Juntavam-se ali, prazerosamente, os Fontes,
os Azevedo, os Bisi, os Andrade, os Santos, os Costa, os Machado, os Bentes, os
Leite. Famílias inteiras, tradicionais, do “bairro alto” comungavam da festa
que culminava numa alegria coletiva, secando bojões e bojões do aperitivo
sortido e delicioso do grande Macedão. O Ariramba, realmente, reunia clãs
antigos e respeitáveis, velhos admiradores do local e que não o trocavam por
qualquer outro na Ilha, mesmo com os que se gabavam de estar mais perto da
Vila, da ponte, do navio, do mercado, etc. A verdade é que, hoje, pela estrada,
são os primeiros beneficiados. E merecem!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Além do antigo e
conhecido Colégio de Santa Catarina, retiro das Irmãs da mesma Ordem, residiam
no Ariramba muitas famílias tradicionais vinculadas àquele recanto admirável do
Mosqueiro. Os <i>Chalets</i> famosos dos Sarmento, dos Lobo, de dona
Alzira, o “Vergel” de dona Flor (Florzinha), dos Pereira dos Santos, dos Dawer,
dos Machado, dos Leite são memoráveis vivendas que povoaram o Ariramba quando
Mosqueiro era somente servido do vapor Almirante Alexandrino. Pela dificuldade
de transporte, precariedade nos serviços de ônibus entre a Vila e aquele ponto
do Mosqueiro, realmente, tempo houve em que era uma temeridade residir-se tão
longe da Vila que, por si só, centralizava toda a vida da Ilha. Passageiro do
barco da Companhia, dependendo dos veículos da Prefeitura para chegar em casa,
não só seria o último a desembarcar em sua residência depois de haver sofrido
duras penas na viagem trôpega da viatura sempre defeituosa, como, na recíproca,
era o primeiro a despertar, pela madrugada, para tomar o transporte que
cedíssimo passava pela estrada apanhando a gente mal dormida que se dirigia à
capital. Por isso, dizemos com propriedade, era uma verdadeira temeridade
edificar ou adquirir uma vivenda no Ariramba. Por isso, também, heróis, os que
suportaram tantos anos essa adversidade e não se afastaram um só momento da
brisa amena e da paisagem gostosa, que os barrancos do Ariramba proporcionam
aos seus olhos. Há que se exaltar os que viveram ali ao tempo em que Mosqueiro
vivia insulada, dependendo, inteiramente, do navio da linha. E o nosso <i>Macedão </i>liderou
esse grupo de abnegados que agora desfruta das vantagens proporcionadas pela
nova rodovia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">No Farol, durante
algum tempo, exerceu um poder catalisador da boemia e adeptos da delícia regional
dos preparados, das <i>batidas, </i>o odontólogo Jairo Barata. Um
médico, no Ariramba; um dentista, no Farol, irmanados pela mesma simpatia e a
mesma habilidade nessa química dos aperitivos à base de aguardente. A
residência de Jairo, no Farol, teria a função paralela daquela do Ariramba a
cargo do bom Macedão. Dizem que, um dia, encontram-se os dois, acidentalmente,
no retiro do primeiro. Um dia amargo, sem banho de maré cheia, sem reserva de
frutas e somente um resto de carne estava à disposição dos dois. Macedão correu
à despensa sempre farta de cítricos, mel de abelha, chocolate, baunilha e
outros ingredientes, estava seca, dolorosamente sem condições de atender à
afamada técnica de ambos na elaboração das suas famosas “biritas”. E, na falta
do material essencial ao preparo de uma boa batida, não tiveram dúvidas:
adicionaram à <i>caninha</i> açúcar com pasta de dente, em
quantidades próprias. Bateram o caldo, sacudiram a mistura e, espumosa,
perfumada, foi servida à moda alemã, isto é, beber de um só gole! Assim
firmou-se uma nova fórmula, privativa do Ariramba e em homenagem ao outro
craque do Farol. Jairo ficou na história e foi um doloroso acontecimento sua
morte, vítima de um trágico acidente. Macedão, no Ariramba, é figura
legendária. Ganhou seu nome numa rua e é sempre lembrado.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-small;">FONTE<i>: </i>MEIRA
FILHO, Augusto. <i>“Mosqueiro Ilhas e Vilas” -</i> ED. GRAFISA, 1978-
pp. 429, 430 e 433.</span></span></b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: medium;">CANTANDO A ILHA: MURIRAMBA</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 15.0pt; margin: 15pt 0cm 0cm; mso-outline-level: 3;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>Autor: Prof. Alcir Rodrigues</b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 12pt;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwO4Ksd0n4MRx34QVDsCVPHAO5Ozht74iCJGTQIGJEOGxJ3-ZkxS8YqKPWIzTLB9uTorTMTXroU2lxaVjpSF487OGNWtNGJRqvPDA3MUwp6rMc2S5YRObiOiF-sbHrmJ7fNCrPtYWOk4KtntSuG0j-baZpymrs2aMZjIFuDbfD0AF7sUxULq53fdN1/s489/alcir%201.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="489" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwO4Ksd0n4MRx34QVDsCVPHAO5Ozht74iCJGTQIGJEOGxJ3-ZkxS8YqKPWIzTLB9uTorTMTXroU2lxaVjpSF487OGNWtNGJRqvPDA3MUwp6rMc2S5YRObiOiF-sbHrmJ7fNCrPtYWOk4KtntSuG0j-baZpymrs2aMZjIFuDbfD0AF7sUxULq53fdN1/s320/alcir%201.jpg" width="320" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwO4Ksd0n4MRx34QVDsCVPHAO5Ozht74iCJGTQIGJEOGxJ3-ZkxS8YqKPWIzTLB9uTorTMTXroU2lxaVjpSF487OGNWtNGJRqvPDA3MUwp6rMc2S5YRObiOiF-sbHrmJ7fNCrPtYWOk4KtntSuG0j-baZpymrs2aMZjIFuDbfD0AF7sUxULq53fdN1/s489/alcir%201.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwO4Ksd0n4MRx34QVDsCVPHAO5Ozht74iCJGTQIGJEOGxJ3-ZkxS8YqKPWIzTLB9uTorTMTXroU2lxaVjpSF487OGNWtNGJRqvPDA3MUwp6rMc2S5YRObiOiF-sbHrmJ7fNCrPtYWOk4KtntSuG0j-baZpymrs2aMZjIFuDbfD0AF7sUxULq53fdN1/s489/alcir%201.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://lh5.ggpht.com/-AFwn4383EvM/TyGfzlaxtbI/AAAAAAAAAXQ/xIBTWE6hj5Q/s1600-h/GEDC4431%5b1%5d.jpg"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #ff9900; text-decoration: none;"><v:shape alt="clip_image001" href="https://lh5.ggpht.com/-AFwn4383EvM/TyGfzlaxtbI/AAAAAAAAAXQ/xIBTWE6hj5Q/s1600-h/GEDC4431%5b1%5d.jpg" id="Imagem_x0020_3" o:button="t" o:spid="_x0000_i1028" style="height: 157.8pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 207.6pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="clip_image001" src="file:///C:\Users\CLAUDI~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></b></a><span style="color: #666666;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial;"><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;">Vista parcial da enseada do Muriramba</span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="color: #666666;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="color: #666666;">Acolá, como pequenos tsunamis, </span></b><b style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="color: #666666;">vêm vaticinando, lépidos, </span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="color: #666666;">os rugidos do mar-baia,</span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="color: #666666;">em forma de ligeiros tigres</span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><span style="color: #666666;">―com garras e dentes espumantes ―</span></b></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;">que atacam e dilaceram</span></b></div></b><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;">a carne da indefesa falésia</span></b></div></b><b><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;">da charmosa enseada do Muriramba...</span></b></div></b></span><p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="color: #666666;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAV2KA7Q2xyMLMAw0aZ7xHRDCIG2mT8Um3qcpaZ2TdJaotsMgtvv4FlVaihPLQ2nZZLb12SkmGdCUAnw3BRFt17AyDRc48u-VnLbC8LBUGBMBib_-BB9bz7yFQfGwnxXtw4jSLlt8MlJ9XNukI-1Dlrm6v9NfAcbz99mUN1LGOr9qzMOJRT-T4rwJ8/s490/alcir%202.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="490" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAV2KA7Q2xyMLMAw0aZ7xHRDCIG2mT8Um3qcpaZ2TdJaotsMgtvv4FlVaihPLQ2nZZLb12SkmGdCUAnw3BRFt17AyDRc48u-VnLbC8LBUGBMBib_-BB9bz7yFQfGwnxXtw4jSLlt8MlJ9XNukI-1Dlrm6v9NfAcbz99mUN1LGOr9qzMOJRT-T4rwJ8/s320/alcir%202.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial; font-size: small;"><span style="color: #666666;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial; font-size: small;"><span style="color: #666666;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial; font-size: small;"><span style="color: #666666;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="font-family: arial; font-size: small;"><span style="color: #666666;">Outra vista parcial da enseada do Muriramba</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><span style="color: #666666;">Sangrando, a tabatinga vermelha</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">se desmancha, manchando</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">o pardo plasma do mar,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">lavando e tingindo areias e rochas,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">deslocando devagar as pedras da camboa,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">remota lembrança ali deixada</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">por nossos ancestrais, pedaços</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">da história viva em pedras,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">mixados ao fantasma dos peixes,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">siris e camarões, afugentados todos</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">pela predatória captura industrial...</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="color: #666666;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6H21TwROAz01wdwuD5vHWRT1sf53ifXhJyCAkIUINiMwSH846SYTTuqz0ipneS_c_eslnYXaTeYw_GBgUqhTozkfO6JA4F-c49kc7HyCrI0NL6Vmj3BihpwtmzCH1IuxP2ZyZcDU5KvOkyAHn1Yl6NFLscIXbIdDnMafVpUPrYa6v0Nw95LdnKPXB/s493/alcir%203.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="493" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6H21TwROAz01wdwuD5vHWRT1sf53ifXhJyCAkIUINiMwSH846SYTTuqz0ipneS_c_eslnYXaTeYw_GBgUqhTozkfO6JA4F-c49kc7HyCrI0NL6Vmj3BihpwtmzCH1IuxP2ZyZcDU5KvOkyAHn1Yl6NFLscIXbIdDnMafVpUPrYa6v0Nw95LdnKPXB/s320/alcir%203.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /><b><br /></b>
<span style="color: #666666;"><br />
</span><a href="https://lh6.ggpht.com/-F4vx89Da51Y/TyGgKIiUnXI/AAAAAAAAAXw/2XnGwfnpc5g/s1600-h/GEDC4445%5b1%5d.jpg"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #ff9900; text-decoration: none;"><v:shape alt="clip_image003" href="https://lh6.ggpht.com/-F4vx89Da51Y/TyGgKIiUnXI/AAAAAAAAAXw/2XnGwfnpc5g/s1600-h/GEDC4445%5b1%5d.jpg" id="Imagem_x0020_5" o:button="t" o:spid="_x0000_i1026" style="height: 150.6pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 199.2pt;" type="#_x0000_t75">
<v:fill o:detectmouseclick="t">
<v:imagedata o:title="clip_image003" src="file:///C:\Users\CLAUDI~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image005.jpg">
</v:imagedata></v:fill></v:shape></span></b></a><span style="color: #666666;"><o:p></o:p></span></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;"><br /></span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-size: x-small;">Mais uma vista parcial da enseada do Muriramba</span></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666; font-family: arial; font-size: large;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b><span style="color: #666666;">As garras e dentes espumantes</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">na verdade sorriem e gargalham,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">com sarcasmo</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">lembrando da afamada máxima:</span></b><span style="color: #666666;"><br />
<br />
</span><b><span style="color: #666666;">
“Água mole,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">
em pedra dura,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;"> tanto
bate,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">
até que fura”...</span></b><span style="color: #666666;"><br />
<br />
</span><b><span style="color: #666666;">Mas os rugidos espumantes, ali,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">não só dilaceram e arrancam nacos,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">também lambem e acariciam,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">transmudando-se em canções</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">barcarolas de ninar, alimentando os devaneios</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">de quem vê e ouve, além de tudo o mais,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">a fantasia e a beleza</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">de uma perenidade</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">de</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;"> vaivém e
enche-vaza, ondas</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;"> de seres e sombras,</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">úmidos sons e ecos líquidos</span></b><span style="color: #666666;"><br />
</span><b><span style="color: #666666;">
da dança da infinitude do devir...</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3_GN0Jc_tlPSTOqcxCdYWu2PZ6qlr8nK7gMGhqp3ifuk3z_FI370dB3GvfvXYHtYBgIl7Unj_bxQiBrc27OqHb-MadyW-6L98tKREqLIug3a--oCH9EUj8LnGpiFC1YkM9_kv6KKHNqKiE1wP8q7gG1VRqBp5lh7i-30vk2vVJheTM-9s7GVMov7F/s492/alcir%206.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="492" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3_GN0Jc_tlPSTOqcxCdYWu2PZ6qlr8nK7gMGhqp3ifuk3z_FI370dB3GvfvXYHtYBgIl7Unj_bxQiBrc27OqHb-MadyW-6L98tKREqLIug3a--oCH9EUj8LnGpiFC1YkM9_kv6KKHNqKiE1wP8q7gG1VRqBp5lh7i-30vk2vVJheTM-9s7GVMov7F/s320/alcir%206.jpg" width="320" /></a></b></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><b><span style="color: #666666;"><br /></span></b></b></p><b><br /><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><br /></span></b><p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">Camboas no Ariramba, com vista da
barraca Boêmios, <o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">próximas da Embratel. São resquícios
do tempo passado, <o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">vestígios ancestrais que se recusam –
ainda bem! — a <o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">desaparecer, apesar dos apelos
massivos e cruéis do <o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="color: #666666;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-small;">“progresso”.</span></span></span></b><b style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="color: #666666;"> </span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>“Aproveitando
a temática</b> evocada pelo poema, vale a pena conversar
sobre duas palavras: ‘Muriramba’ e ‘camboa’. A primeira é tratada hoje como um
‘amálgama’ lexical; ou seja, uma fusão de partes de vocábulos (dois ou mais),
originando um híbrido vocabular. Por isso, alguns estudiosos do idioma materno
(o português, na expressão brasileira da língua de origem lusa), também usam a
terminologia ‘palavra-valise’, por conter dentro de uma palavra outras delas;
ou ‘palavra-centauro’, neste caso, acentuando-se, mais ainda, o hibridismo vocabular.
Fiquemos com o primeiro. ‘Muriramba’, na Ilha (do Mosqueiro), dá nome à enseada
singela que intersecciona as enseadas das praias do Murubira (onde habitaram os
indígenas da tribo dos ‘Morobiras’; daí sua denominação) e do Ariramba (espécie
pequena de pássaro mariscador, conhecido também pelo nome de martim-pescador,
com ocorrência comum naquela área, de onde vem a denominação da praia).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Já a palavra
‘camboa’, de origem tupi, consultando o <i>Vocabulário terminológico
cultural da Amazônia paraense </i>(OLIVEIRA, Maria Odaissa Espinheiro de.
Belém, EDUFPA, 2005. v. 2, p 70), tem a seguinte entrada no verbete:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>Camboa:
s.f. Lago artificial à beira-mar, no qual durante a maré alta o peixe miúdo
entra. Esteiro que enche com o fluxo do mar e fica seco com o refluxo.</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">[Vejamos este
exemplo dado no livro citado]<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“[…] O Coló
simplesmente desapareceu da popa da canoa na <b>camboa</b>, no pesqueiro,
e até hoje ninguém sabe que fim levou o Coló …] <i>(C.C.Onde está Coló?
Histórias de Cobra Grande. f. 273. Informante – Agripino Almeida da Conceição.
Pesquisadora –Ana Cristina Lopes Borges).”</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Em dicionário
eletrônico <i>Aurélio</i>, encontrei o seguinte:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>Camboa (ô):
[Do tupi] S. f.</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>1. Cercado
armado em pequena depressão, junto ao mar, onde, na maré baixa, fica retido o
peixe miúdo que ali penetra na preamar.</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>2.
Bras. NE Esteiro que enche com o fluxo do mar e fica em seco com o
refluxo. [Var., nesta acepção: gamboa]</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>3. Bras. MA
Processo de pesca em que diversos pescadores, armados com a tarrafa, cercam com
as suas canoas o cardume de peixes. `</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Para nós, válidas
são as duas primeiras acepções.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Aproveitando o
ensejo em que nos referimos à praia do Ariramba, reproduzimos abaixo uma grande
passagem, muito bem-humorada, da Apresentação do livro <i>Ilha, Capital
Vila</i> (ROCHA, Cândido Marinho. <i>Ilha, capital Vila. </i>Belém:
Falângola, 1973, pp. 12-13):<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“Recentemente,
[naquela época, 1973] um cronista social de Belém passou a citar a Ilha com o
adorável adjetivo de <i>bucólica</i>, no sentido de inocente, simples,
graciosa e não, certamente, como pastoril ou campestre. Considerando injusta a
generalização do título, porque a Ilha não é totalmente pastoril, inocente,
simples, graciosa e campestre – resolvemos modificar a qualificação. Assim,
consideramos <i>bucólica</i> a área abrangida pelos bairros e praias
do Chapéu Virado e do Farol por serem os mais prestigiosos pelo elevado nível
financeiro dos seus frequentadores, constituída a nomeação assim como uma
espécie de sofisticação daqueles bairros. À Vila, em cujo mercado municipal é
vendida uma indefinível sopa, demos o título de <i>cólica</i>. Ao bairro
Morubira [SIC!], cujas praias apresentavam-se crivadas de pedregulhos, com
raras casas de valor e de reduzido movimento social, coube a designação
de <i>melancólica</i>. A bela praia do S. Francisco, assim titulada em
homenagem a insigne santo da igreja e onde começam a surgir os primeiros
prédios custosos, passou a ser <i>católica</i>. Ariramba é bem desenhada e
graciosa enseada, de larga praia e limpas areias. Há lá o frequentadíssimo bar
e botequim “Ponto Certo”, propriedade de um obsequioso Oliveira. A praia
torna-se ainda mais simpática porque é orlada por alcantiladas ribanceiras,
sobre as quais imponentes árvores se erguem, em vistoso balisamento [SIC!]. Em
cima, na pista, jardins públicos e quadra iluminada de vôlei [SIC!],
frequentados pelos veranistas, em desfile de beleza e saúde. Uma cabana chamada
“Matapy” – em forma de guarda-sol coberto de palhas – é curiosa “boite” [boate,
em português] e sede de tertúlias e serenatas, drincagens elegantes. Merece
tudo isso justificado capítulo. Os arirambenses fundaram a “Sociedade dos
Amigos de Ariramba”, que promove o bairro em tempo de férias e das festas da
igreja local´. É Ariramba – nome de pássaro que é o mesmo “Martin-Pescador” –
pela atração do “Ponto Certo”, onde se bebe, recita e canta, e por sua
frequência de gente sem preconceitos, gente natural e fraterna, muito procurada
pelos banhistas de todos os outros bairros. À porta e ao balcão do despretensioso
bar, aglomeram-se crianças, jovens, senhoras, cavalheiro, em qualquer traje,
sem inibição alguma, para amplo relax, em variados tipos de bebidas. Por tudo
isso, Ariramba é conhecida como a <i>alcoólica</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Areião, velha e
abandonada praia, possuiu grandeza n’outros tempos. Seu prestígio foi
exageradamente aumentado pelos episódios decorrentes do rapto de Mainha pelo
nosso personagem Zozó. Às vezes desce de prestígio, também exageradamente, pelo
acúmulo dos detritos da maré que nela encostam. Consequência: é a <i>hiperbólica.</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Em suma, é assim a
Ilha. Nem muito autêntica, nem muito irreal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Tal como no livro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">
Belém, dezembro de 1972.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Palavras do próprio Cândido Marinho Rocha,
no fundo, um admirador de Mosqueiro, mas também um grande gozador</i>)”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">
*
* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>“</b>Retomemos as palavras de Marinho Rocha: <i>Ariramba é bem desenhada
e graciosa enseada, de larga praia e limpas areias. Há lá o frequentadíssimo
bar e botequim “Ponto certo”, propriedade de um obsequioso Oliveira. A praia
torna-se ainda mais simpática porque é orlada por alcantiladas ribanceiras,
sobre as quais imponentes árvores se erguem, em vistoso balisamento [SIC!]. Em
cima, na pista, jardins públicos e quadra iluminada de vôlei [SIC!],
frequentados pelos veranistas, em desfile de beleza e saúde.</i>”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Vejamos
essa beleza, nas fotos a seguir, mesmo numa manhã chuvosa:<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL5iej1eB5GhI2J_3yPVzw_hfym6pssQD-xM0RggB8xLvbr2GfGYssaiNJxSlJXgxRUfOenZDHaPgGeYKq4VWRsP5vp0yu95oBmQxQZf9z0bdQhgyNukLkx_BQ89AE204Ar0z05_janXY2qonsJ4_v7W51qqCxQyLIT7SaYZvViwlW47oUg4hDZiPV/s498/alcir%205.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="381" data-original-width="498" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL5iej1eB5GhI2J_3yPVzw_hfym6pssQD-xM0RggB8xLvbr2GfGYssaiNJxSlJXgxRUfOenZDHaPgGeYKq4VWRsP5vp0yu95oBmQxQZf9z0bdQhgyNukLkx_BQ89AE204Ar0z05_janXY2qonsJ4_v7W51qqCxQyLIT7SaYZvViwlW47oUg4hDZiPV/w320-h246/alcir%205.jpg" width="320" /></a></span></b></div><b><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></b><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"></span></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VVYV_OEwwuiGYKUT-ZgZIn9m1NxnWBW1UAI4d_lqmX2D4tui6U-uYzviiLgIZ91wNrxyAY9mewpkSogYskXzJkKsJrLJSi-fddLAxzaAhhTnJtG_ZCTFWNtP5o7hIqb9Oc5rnEMBfwORhOuFuHnLac_0-3Zk49_MEqEqiAeqGrZD45LO9u4V9I08/s502/alcir%207.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="384" data-original-width="502" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3VVYV_OEwwuiGYKUT-ZgZIn9m1NxnWBW1UAI4d_lqmX2D4tui6U-uYzviiLgIZ91wNrxyAY9mewpkSogYskXzJkKsJrLJSi-fddLAxzaAhhTnJtG_ZCTFWNtP5o7hIqb9Oc5rnEMBfwORhOuFuHnLac_0-3Zk49_MEqEqiAeqGrZD45LO9u4V9I08/s320/alcir%207.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /> </span><p></p>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-47552247896711544632023-01-26T04:20:00.002-08:002023-01-28T06:52:17.321-08:00BATE-PAPO LITERÁRIO COM O PROF. CLAUDIONOR WANZELLER: Mosqueiro - Histórias e Lendas<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/wZGfGVMhB1c" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-69275694206325788692023-01-07T07:35:00.002-08:002023-01-07T07:35:19.212-08:00EVENTO RELIGIOSO: MOSQUEIRANDO NO CÍRIO DE SOURE 2 022<iframe style="background-image:url(https://i.ytimg.com/vi/Jv_EgBnST0c/hqdefault.jpg)" width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/Jv_EgBnST0c" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-74122267709621106612023-01-06T16:35:00.004-08:002023-01-06T16:35:58.654-08:00CÍRIO DO MOSQUEIRO: CÍRIO DE NOSSA SENHORA DO Ó 2022<iframe width="480" height="270" src="https://youtube.com/embed/q3WkxzYw4OM" frameborder="0"></iframe>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-5608206677528175082022-05-14T08:26:00.000-07:002022-05-14T08:26:28.510-07:00PRAIAS DA ILHA: PRAIA DO MURUBIRA <p><br /></p><p>
</p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Segundo a História
local, o nome dado à praia e ao rio que, nascendo às suas proximidades, corta a
Ilha do Mosqueiro de noroeste a sudoeste, é registro da presença de nossos
ancestrais <i>morobiras</i>, os pacíficos tupinambás que se dedicavam à
pesca e ao <i>moqueio</i>. Na
língua tupi,<i> morobira </i>significa “homem forte” ou “homem vigoroso”. Ali,
em 1653, quando os jesuítas chegaram à Ilha, instalaram, na aldeia chamada
Mortigura, a Missão Myribira, para catequisar os indígenas. Localizada entre as
praias do Porto Arthur e do Ariramba, é banhada pelas águas da baía do Marajó e
sua orla original ficava ao nível do mar, sendo depois elevada e protegida por
extenso quebra-mar, para resistir ao ímpeto das marés altas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiCxP3p7XvzCPitkP2kkwBw2BBrpB5OvT0SsvgKLgeV2oe1TbOcFfgvCAQFBtPkOl9C88bLz8fAHfx_p9_N4VuMWmRtUI6WaR8QeM4STvU2C1nj6Gjd6221sFm1Xrv1ItWoBu456Ish7NjN8NelT0LKxb2y0Xe7zgbBeTI_ehHV1CravrIfEISGJUfl" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="418" data-original-width="661" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiCxP3p7XvzCPitkP2kkwBw2BBrpB5OvT0SsvgKLgeV2oe1TbOcFfgvCAQFBtPkOl9C88bLz8fAHfx_p9_N4VuMWmRtUI6WaR8QeM4STvU2C1nj6Gjd6221sFm1Xrv1ItWoBu456Ish7NjN8NelT0LKxb2y0Xe7zgbBeTI_ehHV1CravrIfEISGJUfl=w403-h254" width="403" /></a></span></b></div><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="background: white;"><b><span style="color: #666666;"> </span>Praia do Murubira em
1976 (FOTO: Augusto Meira Filho)</b></span><b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial;"><b> </b></span></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjRM57TB_4xLueQp1Gxu14He7Z4O9KJu6DRdX052NCs__rxiJ6VUwYfrpo_MVczWt23XFw-kTCNS44JnL236kWMdkkS-iN5ywBOqY_f0twM73iuX1M-A9cEkYaEQyaHA4z2P-EInKz7WqblM0hlvkXVK7NYuVRhYLbw2QfK6yzN3GXgi5tFZEAkO7-s" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="505" data-original-width="672" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjRM57TB_4xLueQp1Gxu14He7Z4O9KJu6DRdX052NCs__rxiJ6VUwYfrpo_MVczWt23XFw-kTCNS44JnL236kWMdkkS-iN5ywBOqY_f0twM73iuX1M-A9cEkYaEQyaHA4z2P-EInKz7WqblM0hlvkXVK7NYuVRhYLbw2QfK6yzN3GXgi5tFZEAkO7-s=w375-h283" width="375" /></a></b></span></div><span style="font-family: arial;"><b><br /></b></span><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dYROQuYrgD4/VI8e2al_lvI/AAAAAAAAAT0/zNGGoOXQrJk/s1600/Murubira+1.jpg" style="font-size: large;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #ff9900; text-decoration: none;"><v:shape alt="https://1.bp.blogspot.com/-dYROQuYrgD4/VI8e2al_lvI/AAAAAAAAAT0/zNGGoOXQrJk/s400/Murubira%2B1.jpg" href="https://1.bp.blogspot.com/-dYROQuYrgD4/VI8e2al_lvI/AAAAAAAAAT0/zNGGoOXQrJk/s1600/Murubira+1.jpg" id="Imagem_x0020_6" o:button="t" o:spid="_x0000_i1026" style="height: 242.4pt; mso-wrap-style: square; visibility: visible; width: 322.8pt;" type="#_x0000_t75"><v:fill o:detectmouseclick="t"><v:imagedata o:title="Murubira%2B1" src="file:///C:\Users\CLAUDI~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image002.jpg"></v:imagedata></v:fill></v:shape></span></b></a><b style="font-size: large;"><span style="color: #666666;"> </span></b><b>Praia do Murubira (Foto: João Araújo)</b><b style="font-size: large;"><o:p></o:p></b></span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><b><br /></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Entretanto, esse
topônimo ganhou outra explicação de cunho popular: estória jocosa bem ao gosto
do mosqueirense, fielmente captada pelos versos do nosso poeta repentista
<b>Manoel Gomes da Silva</b> e registrada em sua literatura de cordel:</span></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“A praia do Murubira<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">É a praia da emoção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Dizem que lá morreu<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um tal de Manoel João,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Que era neto legítimo<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Do perigoso Lampião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O tal de Manoel João<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Tinha um filho holandês<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Que se casou com uma jovem<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Filha de um português,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Que se banhava na praia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Sempre uma vez por mês.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um dia ela ia descendo<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Pra na praia passear<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E viu o sogro no muro<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E viu que o muro ia virar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E gritou: o muro bira!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Ainda pode te pegar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E foi desde aquele dia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Que este nome pegou:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Praia do Murubira<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Todo mundo o consagrou<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">E até em nossos dias<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Este apelido ficou.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="background: white;"><br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[endif]--></span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>FONTE:</b><b> Gomes,
Manoel. <i>As Mais Belas Praias de Mosqueiro e História do Círio de N. Srª
do Ó</i>. 2006. Estrofes esparsas..<span style="color: #666666;"><o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 2;"><b><span style="color: #666666;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a name="7450439655325522946"></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><a href="https://mosqueirando.blogspot.com/2013/08/na-rota-da-historia-chegada-dos.html"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">NA ROTA DA
HISTÓRIA: A CHEGADA DOS JESUÍTAS AO GRÃO-PARÁ.</span></a><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Autora: Célia Cristina da Silva Tavares (FFP-UERJ)<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“Já a presença
sistemática de representantes da Companhia de Jesus na região do Maranhão e do
Grão-Pará foi relativamente tardia. No início do século XVII, mais precisamente
em 1607, dois inacianos, Francisco Pinto e Luís Figueira, partiram de
Pernambuco para a serra de Ibiapaba com o intuito de evangelizar tribos
indígenas ali localizadas. O primeiro foi sacrificado pelos índios Tapuias;
Luís Figueira conseguiu escapar e voltou a Pernambuco.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O segundo registro
da presença de jesuítas nas terras do Maranhão se faz com a chegada da armada
que expulsou os franceses de São Luís em 1615. Os padres Manuel Gomes e Diogo
Nunes passaram dois anos e meio realizando trabalhos de evangelização na
região, sem formar missão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Somente em 1622,
Luís Figueira e Benedito Amodei chegam a São Luís para fixar residência dos
jesuítas, encontrando resistência dos colonos na sua permanência, que só foi
assegurada pelo firme apoio recebido pelo capitão-mor Antônio Moniz Barreiros.
Os colonos temiam que os jesuítas dificultassem a escravização dos indígenas e
por isso foram tão hostis.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Nesse mesmo ano, o
colégio e a igreja da Companhia de Jesus em São Luís foram erguidos sobre
ermida construída por capuchinhos franceses no tempo da França Equinocial.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Em 1636, Luís
Figueira, acompanhando o governador Francisco Coelho de Carvalho, chegou ao
Grão-Pará, também enfrentando hostilidade dos colonos. Ele estabeleceu contatos
com indígenas, nascendo então a intenção de formar missão na região. Voltou à
Europa para obter permissão e apoio para seus planos. Pelo alvará de 25 de
julho de 1638, o jesuíta obteve a permissão para a "administração dos
índios" do Estado do Maranhão; mas somente em 1643 conseguiu partir com
mais 14 missionários. No entanto, sua viagem não chegou a bom termo, a
embarcação naufragou na entrada da baía do Sol. Apenas três dos religiosos
sobreviveram ao naufrágio e o projeto das missões jesuíticas no Estado do
Maranhão e Grão-Pará foi adiado.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">FONTE: </b><a href="http://bndigital.bn.br/redememoria/ciajesus.html"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #ff9900; text-decoration: none;">http://bndigital.bn.br/redememoria/ciajesus.html</span></b></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">MOSQUEIRANDO:</b> O que
realmente aconteceu com os primeiros jesuítas que vinham desenvolver a missão
catequética no Grão-Pará e naufragaram na baía do Sol? Conta-nos o historiador
João Lúcio d’Azevedo que:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><i>“A
embarcação, em que ia com elles o governador Pedro de Albuquerque, primeiro
nomeado depois da Restauração, sossobrou perdida nos baixos, que ficam á
entrada da bahia do Sol. Da tripulação e passageiros, com estes o governador,
salvou-se parte nos botes. Os restantes naufragos, em cujo numero Luiz Figueira
e onze dos religiosos, passaram-se a uma jangada, feita com os destroços da
nau. A correnteza e os ventos levaram-nos á margem opposta, na ilha de Joannes,
onde pereceram victimas da ferocidane dos aruans.</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><i>Assim
terminou, como em toda a parte, pelo sacrifício da mais adiantada vanguarda,
este primeiro episodio da conquista.”</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><i>“Em sangue
e nos destroços de craneos despedaçados se aniquillara a primeira tentativa. Os
selvagens vingavam naquelles soldados de paz e doçura os assaltos dos
conquistadores arrogantes e crueis, que por toda parte lhes davam caça, até
finalmente os encerrarem nas espessuras da sua ilha. Sem temor por si próprio
devia Luiz Figueira contemplar o ataque dos barbaros. O tropel pavoroso e os
gritos de guerra eram os mesmos, que trinta annos antes ouvira, quando seu
companheiro e mestre perecera em Ibiapaba. Mas pungia-o a angustia do martyrio,
pelos outros, que com elle iam regar de sangue innocente aquellas praias.
Alguns, apenas adolescentes, que como estudantes tinham partido, haviam de
empallidecer, no terror do momento supremo.”</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: arial; font-size: medium;">“Dos tres
religiosos, escapos do naufragio, nenhum permaneceu no Pará. Um succumbiu á
doença, outro foi chamado ao Maranhão; o ultimo, ainda estudante, agora sem
mestres, voltou a Lisboa, para continuar nos preparatórios do apostolado.”</span></i></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: medium;">FONTE: d’Azevedo, João Lucio. 1901. <i>Os
Jesuitas no Grão-Pará: suas missões e a colonização. </i>Lisboa:
Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão. pp. 40 e 41</span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a name="3691370659324479646"></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><a href="https://mosqueirando.blogspot.com/2010/11/na-rota-da-historia-o-destino-dos.html"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">NA ROTA DA
HISTÓRIA: O DESTINO DOS MOROBIRAS</span></a><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Quando os jesuítas
chegaram à ilha em 1653 e instalaram a Missão Myribira na aldeia chamada
Mortigura, os índios já estavam aqui. Há doze mil anos habitavam a região
litorânea do Norte registrada em mapas antigos como a Província dos Tupinambás.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Às margens do
rio-mar, na ilha do Mosqueiro, viviam os morobiras. Corpos nus bronzeados ao
sol dos trópicos corriam ágeis pelas matas espessas atrás da caça farta,
recolhiam as deliciosas frutas amazônicas, voavam corajosamente em suas
igarités sobre as maresias em busca do peixe ou pontilhavam as areias das
praias na prática da mariscagem ou do moqueio. Cultuavam o deus Sol em rituais
ao amanhecer e, nos solstícios de verão e de inverno, realizavam grandes festas
de agradecimento pela vida tranquila no paraíso banhado pelas águas doces, na
foz do grande rio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um dia, enormes
embarcações com velame enfunado pelo vento adentraram a baía. Eram barcos
estranhos de estranha gente com ignotas armas. Pisaram as areias antes
intocadas pelo homem branco. Atônitos, um misto de surpresa, curiosidade e
receio estampado nas faces selvagens, os morobiras receberam os aventureiros
com amistosidade e respeito, pois lhes pareciam mensageiros de um mundo irreal.
Por muitas e muitas luas, a cena se repetiria nas sucessivas visitas de
espanhóis, franceses, holandeses e ingleses, com os quais os indígenas
praticavam o escambo, ou nas incursões de piratas e corsários em busca das
Antilhas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Até que chegou o
conquistador luso. Apossou-se das terras, construiu um forte aos pés da baía de
Guajará, expulsou os inimigos estrangeiros e começou a construir a cidade de
Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Os morobiras, como as tribos das
proximidades, trabalharam muito, ajudando os invasores na construção e no
abastecimento da cidade. Todo um século se passou, no qual a evolução e o
progresso de Belém dependeram da força produtiva dos nativos. Os interesses
mercantis e a necessidade de gerar riquezas levaram os portugueses a usar os
índios como mão-de-obra escrava. Entretanto, muitos reagiam para defender suas
terras e sua liberdade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Então, muitas
campanhas bárbaras foram empreendidas contra as nações tupis, exterminando
milhares de indígenas. Vários comandantes militares e até figuras ilustres como
o próprio Francisco Caldeira Castelo Branco participaram dessa destruição da
vida selvagem. Triste exemplo dessa fúria desumana e assassina foi o massacre
comandado por Bento Maciel Parente, desde São Luís do Maranhão até Belém do
Grão-Pará, queimando aldeias e aniquilando centenas de tribos. Para quem gosta
de aliar a imaginação à História, é curioso como a rota seguida pelo impiedoso
e sanguinário Bento Maciel foi a mesma que os OVNIs-vampiros (os chupa-chupas)
percorreram na década de 70, aterrorizando os ribeirinhos: baía de São Marcos
em São Luís, região do Gurupi, Vigia de Nazaré, Colares, ilha do Mosqueiro e
baía de Guajará.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>Os índios
morobiras também foram dizimados, triste retrato de uma época pintado pelo
professor-poeta Alcir Rodrigues em seu emocionante poema “Morubiras”:</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><a name="8701542435658291206"></a><b><a href="http://moskowilha.blogspot.com/2010/05/morubiras-o-inicio-do-fim.html"><span style="color: windowtext; text-decoration: none; text-underline: none;">Morubiras ― o
início do fim</span></a></b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Na camboa,<br />
em meio à névoa<br />
da manhãzinha preguiçosa,<br />
o índio morubira<br />
recolhe o peixe, o camarão,<br />
o siri...<br />
Os curumins-filhos o ajudam<br />
nesse labutar cotidiano, sem muriçocas<br />
para atazanar a paciência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Cunhã-esposa, no estirão da areia<br />
recolhe sementes<br />
na companhia das cunhãs-filhas.<br />
Também juntam tabatinga vermelha<br />
para pintar o corpo<br />
pra festa que aí vem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O mar-baía, cinza...<br />
O céu, cinza...<br />
A névoa, branquidão<br />
que oculta o bege<br />
da areia praieira,<br />
onde a lenha já está<br />
distribuída enfileirada<br />
em montes a espaços<br />
pela extensão da enseada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O verde renasce por trás<br />
da brancura a se dissipar, aos poucos.<br />
O guerreiro-pescador morubira<br />
já sente antecipadamente<br />
o cheiro do peixe no moqueio,<br />
o sabor do beiju,<br />
do peixe apimentado,<br />
do cauim inspirador.<br />
Seus sentidos todos despertos,<br />
já antevê ali<br />
seu povo em festa, cantando<br />
e dançando feliz,<br />
na realização de seus rituais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Um trovão, dois, três e mais,<br />
― com um ribombar repetido e assustador ―,<br />
despertam de sua reflexão o índio.<br />
Em um átimo, a paisagem<br />
ganha espessas pinceladas de vermelho.<br />
O mundo explode em sangue<br />
diante do guerreiro: a tribo<br />
covardemente atacada<br />
― velhos, crianças, mulheres,<br />
algumas grávidas,<br />
atravessadas a espada, ou<br />
já atingidas pelos tiros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Sua família, sua tribo,<br />
todos<br />
vítimas de algozes gananciosos,<br />
sedentos por terras,<br />
e pelas riquezas que delas<br />
se pode extrair.<br />
Veloz, o guerreiro tupinambá<br />
corre destemido rumo aos seus<br />
e ouve um trovão ― não, não é de Tupã!<br />
Dor, insuportável dor! ...<br />
Diante de seus olhos, a última visão:<br />
o chão e a escuridão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O nada destruidor passou a imperar<br />
na Enseada dos Morubiras...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">(Alcir Rodrigues)<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
</span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Disponível em: luizmalvino.blogspot.com.<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><b>http://moskowilha.blogspot.com/2010_05_01_archive.html</b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></b></p><br /><p></p>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2720256392959873661.post-57420445851531249402022-04-15T07:38:00.000-07:002022-04-15T07:38:10.034-07:00LITERATURA DA ILHA: NOITE MAL-ASSOMBRADA COM SANDRO ARLAN<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="334" src="https://www.youtube.com/embed/7FNnC82FYxY" width="402" youtube-src-id="7FNnC82FYxY"></iframe></div><br /> <p></p>Claudionor Wanzellerhttp://www.blogger.com/profile/01798001941676625356noreply@blogger.com0