sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CANTANDO A ILHA: OÁSIS MOSQUEIRO


 Autor: Assis Oliveira

Ainda lembro daquelas tardes em Mosqueiro
Na orla fervendo apinhada de gente
E o trio que levava o mundo pra frente
Do lado da praia, até fevereiro,

Lembro das chuvas nas tardes cinzentas,
Da bola parando em poças de areia
E o garoto novo que aos peixes margeia
Armando ciladas, ah!, sempre tão lentas.

Recordo estações: caju e pescada,
Do tempo das pacas, jambo e acerola,
Das ondas surfadas na breve marola.
Tempos de criança, de brincar na calçada.

No gasto arraial sem roda gigante
As belas barracas das Donas de Mingaus,
Que tantos provei em outras naus
Mas só aqui achei sabor tão instigante.

Da ponte que corria até o meio do mar
Buscava, dos barcos, ribeirinho e turista,
De noite eu pensava ser só uma pista
Feita na medida pra pescar e namorar.

Tinha a estação da chuva, que era verão
E a estação das secas, que era inverno.
Boas horas de sossego quase eterno
Que às vezes pergunto: não fora ilusão?

Mosqueiro tão bela, a ilha-cidade,
Prendada de dotes pra quem lá morava.
Na volta das férias a saudade chorava
Do sonho hibernando e o acordar da realidade.


Referências:
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Revista: Tucunduba: arte e cultura em revista.
UFPA, 2010, n. 1. ISSN  2178-4558, p. 45.
FONTE: Blog MOSKOWILHA

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

JANELAS DO TEMPO: PARAZINHO ESPORTE CLUBE

Quando o mundo, ainda manchado de sangue, se ressentia dos horrores da guerra, aqui nesta aprazível Ilha, em 13 de junho de 1.945, formava-se um novo grupo social, que deveria, com o correr dos anos, tornar-se prova inconteste da união, da compreensão e da coragem de alguns homens, em defesa de um firme propósito.
Fundava-se assim o Parazinho Esporte Clube que, por deliberação de sua Assembleia Geral realizada no dia 26 de janeiro de 1.974, passou a denominar-se Parazinho Beneficente Esporte Clube.
Admirar-se-á quem, nos recônditos da memória, buscar os fatos que fizeram da história do Grêmio Alvi-rubro uma tradição de lutas, uma mensagem de altruísmo.
No início, o clube nada possuía, mas, depois de muitos anos de sacrifícios e lutas, conseguiu da Paróquia de Nossa Senhora do Ó a doação de dois terrenos, um na Trav. Siqueira Mendes e outro na Trav. Maracajá, onde foram construídos a sede social e o campo de futebol, com material doado e mão-de-obra oferecida gratuitamente por muitos associados.
Quem não lembra, quando nos idos dos anos 60, saindo de uma fase de ostracismo e esfacelamento, o clube ressurgiu nas mãos vigorosas de um Severino Aragão, teve o trabalho meritório de um Nazareno Costa, foi orientado segura e habilmente por um Carlos Gomes da Cunha e deu um salto decisivo para o futuro, impulsionado pela vontade férrea de um Oswaldo Bentes Teixeira? Da coragem deste cidadão, do denodo de seus assessores, do desprendimento de muitos que ficaram e permanecem no anonimato, surge a idealização e a construção da sede social desse grêmio.
Respondendo aos anseios de toda uma coletividade, com suor e sacrifício, levanta-se o prédio de tijolo e cimento, saído da pena do projetista Firmino Melo e da responsabilidade do engenheiro Josué Freire. Tal prédio viria substituir a antiga, improvisada e saudosa casa de madeira que, durante tantos e inesquecíveis anos, servira ao clube de quartel-general para suas ilusões, de trincheira para as suas esperanças e de base para as suas fileiras. E, nessa época de audacioso pioneirismo, despontaram tantos e tantos nomes, como um Albertino Pereira ou um José Maria Bahia, que, capinando, carregando pedra ou batendo massa, foram construindo, tijolo após tijolo, a concretização de seus ideais.
Não há de esquecer-se o nome de Maria Olinda Campos que, frente ao departamento feminino, projetou-se como figura relevante, insuflando vida social ao clube e incentivando os seus companheiros de jornada.
Na década de 70, não poderíamos deixar de mencionar a gestão do senhor Carlos Gomes da Cunha, reestruturando o estatuto da agremiação e transformando-a em sociedade beneficente. Carlos Gomes da Cunha, ao longo dos anos, com sua grande e prestativa experiência, jamais negou sua orientação e seu apoio altamente valiosos, tendo, por último, na presidência da Assembleia Geral, desenvolvido trabalho admirável. 
Do mesmo modo, não poderíamos deixar de nos reportar às diversas gestões do senhor Osmar Gonçalves que, com sua filosofia de trabalho e uma equipe de assessores perfeitamente coesa e operosa, procedeu como verdadeiro baluarte, um sustentáculo insofismável.
E, entre as grandes personalidades que participaram dessa época áurea do alvi-rubro mosqueirense, citamos Doroty Dias, Antônia Miranda, Paulo Barbosa, José Brígido da Trindade, Isaías Santos, Raimundo Paixão da Silva e José Ferreira da Silva, o famoso “Zé Broca”, todos imbuídos de um forte sentimento clubístico e de firme determinação, exemplos sempre válidos para os atuais e futuros dirigentes esportivos, sendo merecedores de nossa sincera homenagem.  
A partir de 1965, foram registrados em ata os seguintes Presidentes do Parazinho E.C.: Eduardo José Martins Aguiar - 1965 a 1967; Oswaldo Bentes Teixeira – 1970 a 1972; Carlos Gomes da Cunha – 1972 a 1976; Osmar Gonçalves – 1976 a 1978; José Brígido da Trindade – 1978 a 1980; Firmino da Espírito Santo Melo – 1980, presidindo Junta Governativa; Raimundo Pinheiro Pantoja – 1986 a 1988; Raimundo Nonato Ferreira – 1988 a 1990; Raimundo Pinheiro Pantoja – 1990 a 1992; Antônio Rita Rodrigues – 1992 a 1994; Raimundo Pinheiro Pantoja – 1994 a 1996; Leandro Ferreira da Silva – 1996 a 1998; Raimundo Nonato dos Santos – 1998, presidindo Junta Governativa; Jorge Ribeiro de Araújo – 1999; Ary Carlos Silva Rodrigues – 2001 a 2005; Ary Carlos Silva Rodrigues – 2005, presidindo Junta Governativa; Raimundo Marcos Cabral Bahia – 2006 a 2010; Aldo Cézar dos Santos – 2010 a 2012; Veríssimo Pinto da Silva - 2012 a 2016; e a partir de 13 de junho de 2016, o clube continua a ser administrado pelo Sr. Veríssimo Pinto da Silva, mandato que se estenderá até 2018.        
Mesmo esbarrando na escassez de recursos financeiros, sem o apoio do Governo, de políticos ou de quaisquer instituições públicas ou privadas, muitos serviços foram realizados nos últimos anos, como a edificação de 50% do muro do campo, a elevação para 5m dos muros em torno da sede social, a instalação de poço artesiano com caixa d’água e bomba; a construção de banheiros novos, de uma arena e de calçadões. Já existe o projeto para uma grande reforma na sede social, mas falta dinheiro suficiente para custeá-lo.        
O Parazinho, clube que já foi beneficente, passou por muitas crises financeiras ao longo dos anos, tendo o seu patrimônio quase leiloado, pois se encontrava inadimplente, com atrasos consideráveis em seus impostos. Entretanto, conseguiu dar a volta por cima e, hoje, é o único clube da Ilha que está plenamente legalizado perante as instituições governamentais. Portanto, o clube é uma tradição na Ilha do Mosqueiro, cujo nome já foi veiculado algumas vezes na mídia esportiva do Pará e do Brasil.

        

domingo, 2 de outubro de 2016

EVENTO RELIGIOSO: VIRGEM DE NAZARÉ NA ILHA DO MOSQUEIRO 2016



Embora a devoção à Nossa Senhora do Ó seja anterior à Freguesia do Mosqueiro fundada em 1868, o povo mosqueirense tem uma estreita relação com a Virgem de Nazaré, pois o Círio da Ilha, que começou na década de 1920, conduziu a Imagem da Padroeira dos Paraenses até os anos 50, quando foi substituída pela Imagem da Senhora do Ó. Também foi Mosqueiro o primeiro local a ser visitado pela Imagem Peregrina da Virgem de Nazaré. O fato aconteceu em 12 de dezembro de 1965, dia do Círio da Ilha, e a Imagem aqui permaneceu durante quinze dias consecutivos. Foi uma bênção especial ao povo mosqueirense e à Rodovia Augusto Meira Filho.