sexta-feira, 22 de abril de 2016

MEIO AMBIENTE: CARTOGRAFIA E IMPACTOS AMBIENTAIS NA ILHA DE MOSQUEIRO EM BELÉM/PA

 Autor: Luiz Henrique Almeida Gusmão

* Geógrafo e Licenciado pela Universidade Federal do Pará (UFPA)
* Editor chefe e proprietário do Blog Geografia e Cartografia Digital de Belém
* Bolsista no Laboratório de Sensoriamento Remoto na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL)
* Instrutor dos softwares de Cartografia: Philcarto, Phildigit, Google Earth e Adobe Illustrator aplicado a Cartografia Temática
* Contatos: henrique.ufpa@hotmail.com ou luizhenrique.ufpa@yahoo.com
Cursos, Mapas, Cartogramas, Consultoria em Geotecnologias - (091) 98306-5306 (WhatsApp)  





1. INTRODUÇÃO

O crescimento urbano acelerado e desordenado das cidades causa sérios prejuízos à qualidade ambiental, devido a pressão antropogênica sobre os recursos naturais, contribuindo para o desflorestamento, contaminação hídrica, queimadas, assoreamento, extinção de espécies nativas, entre outros. Nessa postagem, iremos enfatizar alguns impactos ambientais que vem afetando diretamente o Distrito de Mosqueiro, no município de Belém, com o auxílio de imagens de satélite da área de estudo, sendo recursos tecnológicos importantes na visualização de problemas ambientais, podendo ser usado no direcionamento de políticas ambientais.

Palavras-chave: Ilha de Mosqueiro. Belém.  

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Nesta postagem, utilizamos como fontes trabalhos de dissertação e de conclusão de curso sobre alguns dos impactos ambientais que Mosqueiro vem enfrentando na atualidade. Foi usado o software Google Earth como ferramenta para visualizar algumas problemáticas em questão através de imagens de satélite disponíveis do local.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. ILHA DE MOSQUEIRO EM BELÉM/PA 

As primeiras habitações de Mosqueiro surgiram por volta do século XVIII, com a vinda de colonizadores portugueses para a ilha, deparando-se com os residentes locais da época, os índios tupinambás. Nesse período, a prática dos indígenas conhecida como moqueio (Processo de conservação de animais putrescíveis) deu origem ao nome da ilha, que após variações linguísticas, passou a ser chamado de moquear e posteriormente, tornou-se Mosqueiro (TAVARES, et. al, 2007).
A partir do século XIX, com o ciclo da borracha na Amazônia, o espaço começou a se valorizar devido a proximidade com Belém, que naquele período passava por um intenso desenvolvimento econômico, contribuindo para a chegada da eletricidade, meios de transporte interno e edificação de residências luxuosas na ilha no início do século XX (NASCIMENTO, E, 2009). Nos anos 60, era o principal destino de férias da classe média e alta da capital, sendo responsáveis pelas construções de casas na orla das praias (FURTADO, 2008)
Antes da inauguração da ponte em 1976 que liga a Região Metropolitana de Belém à ilha de Mosqueiro, o acesso se dava somente por navios pela Baía de Guajará e do Marajó, por isso era quase restrita a elite e aos estrangeiros moradores da capital. Com a abertura da via terrestre, o número de veranistas aumentou significativamente, sendo refúgio durante os finais de semanas, feriados e férias, com linhas de ônibus regulares partindo do bairro de São Brás.
Hoje, a ilha de Mosqueiro e outras menores fazem parte do Distrito de Mosqueiro que está incorporado ao município de Belém/PA (MAPA 01). O local está a 70 km do centro da capital e tem uma população de aproximadamente 30.000 habitantes (IBGE, 2010). É o balneário mais frequentado do Pará, com estimativa de quase 300.000 veranistas em cada fim de semana de Julho, que vão atrás principalmente dos 17 km das várias praias existentes (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 2014).

Mapa 01. Ilha de Mosqueiro em Belém e no Estado do Pará (Brasil)



                  














                                                            
Fonte: Luiz Henrique Almeida Gusmão (Geógrafo)



3.2 IMPACTOS AMBIENTAIS COMUNS

3.2.1 Desmatamento 

A ocupação desordenada por meio da expansão de moradias precárias, a especulação imobiliária, extração de madeira e de areia irregular, e mais a abertura de vias marginais têm sido os principais motivos para o aceleramento do desmatamento na ilha de Mosqueiro em Belém. Esse quadro tem sido agravado pela intensa migração de famílias com baixa renda, devido a abundância e os preços mais atrativos dos terrenos em Mosqueiro do que na sede municipal de Belém.
 A profusão de praias e uma orla turística com uma infraestrutura razoável tornam-se atrativos da ilha como ponto de lazer. Mais recentemente (Meados dos anos 90), o boom imobiliário da cidade de Belém tem contribuído para alta demanda por areia e provocado a sua extração em lugares cada vez mais distantes como em Mosqueiro. Com base nas imagens disponíveis pelo Google Earth, foi mapeado alguns dos problemas relatados acima:



Figura 01. Áreas de extração de areia, expansão urbana e vias recém-abertas em Mosqueiro visto no Google Earth (Belém/PA)  Fonte: Autoria própria (2014)
Com base na figura acima, é possível ver que há grandes áreas de extração de areia, principalmente próximo as vias que dão acesso as praias de Carananduba, Chapéu Virado, Murubira e São Francisco, e que muitas delas, estão atreladas as vias recém abertas na ilha. Grande parte dessas atividades ainda estão em processo de regularização, em que este procedimento deva ser concluído o mais rápido possível, para que não haja impactos ambientais mais significativos, tais como erosão, desflorestamento, queimadas, entre outros.
A área urbana consolidada está em um raio de 3 km em direção ao continente, contemplando os bairros ao oeste de Mosqueiro. A expansão urbana de Mosqueiro segue a área de ocupação mais antiga, sendo com maior força nos bairros a oeste: (Vila, Farol, Chapéu Virado, Ariramba, Natal do Murubira e Murubira), enquanto na porção norte-nordeste (Baía do Sol, Paraíso, Marahu e Sucurijuquara), mostra-se mais vagarosa, ainda com extensas aglomerações florestais, porém com sinais de pressão demográfica, visto no aumento da construção de casas, bares e hotéis.
Nesse sentido, diversas ações vêm sendo realizadas pelos órgãos competentes para coibir um acelerado desmatamento, como o sobrevoo em áreas consideradas críticas, a intensificação da fiscalização ambiental, o mapeamento e o monitoramento das atividades existentes. Uma das medidas que pode ser realizada é o aumento de áreas de proteção permanente (APP) na ilha, a elaboração de um zoneamento ecológico e principalmente o seu cumprimento pelo governo municipal, a fim de preservar a biodiversidade existente, garantir melhor qualidade de vida aos seus moradores, utilizar de maneira sustentável seus recursos naturais e implantar um turismo ecologicamente sustentável, sem grandes impactos ambientais.


3.2.2 Lixo urbano e lançamento de esgoto doméstico nas praias

Segundo (FRÉSCA, 2007, apud. NASCIMENTO E, 2009), o lixo é a forma de disposição final de resíduos sólidos, que é caracterizado pela descarga sobre o solo sem medida de proteção ao meio ambiente ou a saúde pública. Nesse caso, infelizmente é bastante comum o acúmulo de lixo doméstico como cocos, garrafas, copos, plásticos em geral e materiais orgânicos na areia (Figura 02) e nas suas margens em várias praias do mundo.


.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                

                                                             






Figura 02. Lixo doméstico em uma praia de Mosqueiro 
Fonte: praiasdemosqueiro.blogspot.com

Em Mosqueiro, isso é agravado principalmente nos meses de férias (julho e dezembro), porque não há uma  intensificação das ações dos órgãos competentes em saber a destinação desse lixo, assim como é quase inexistente uma política de reeducação ambiental direcionada aos banhistas durante o mês de julho, aliado ainda a insuficiência de lixeiras na orla. Na verdade, todos deveriam ter consciência de sua obrigação de dá uma destinação correta ao lixo que produziu. Por outro lado, é necessário que a Prefeitura Municipal de Belém amplie seus programas direcionados à educação ambiental, principalmente nas praias com maior movimentação, conforme a imagem abaixo:





















Mapa 2. Praias com maior movimentação e prioritárias na execução de projetos voltadas à educação ambiental em Mosqueiro (Belém/PA)
Fonte: Autoria própria (2014) 
Com base no mapa, as medidas de Educação Ambiental devem contemplar as praias do Farol, Chapéu Virado, Ariramba e Murubira, pelo fato dessa área ter a maior e melhor infraestrutura, com inúmeros bares, restaurantes, farmácias, mercados, praças e consequentemente, ter a maior circulação de pessoas. Esta deve ser a área prioritária dos projetos, inclusive aqueles relacionados ao tratamento de esgoto doméstico despejado por bares e restaurantes na orla, afim de não pôr a saúde dos banhistas em risco. 
Caso a situação atual permaneça, os banhistas serão os principais prejudicados, pois estarão em um lugar impróprio para se refrescar do calor. Nesse caso, fica aqui um apelo para que sejam tomadas as devidas providências, como projetos de reeducação e sensibilização ambiental, tratamento do esgoto doméstico de bares e restaurantes da orla, e limpeza urbana mais eficiente em prol da população que frequenta. Alguns dos problemas que os banhistas podem ter são: alergias em geral, verminoses, entre outros. Dessa forma, o blog é a favor da limpeza regular das praias por parte da Prefeitura e dos veranistas também!





















Entre os problemas frequentes, destacamos a ação das marés sobre o relevo, intensificando a erosão nas encostas de algumas praias da ilha, em que o poder público tem sido omisso na maioria dos casos, causando indignação por parte dos moradores, por causa da frequência de perdas materiais das barracas de alimentação e de calçadas.
Em relação à poluição sonora, esse é um tipo de problema ambiental mais frequente no mês de julho e de dezembro, principalmente nas áreas com grande quantidade de bares e restaurantes (Mapa 3), porém a Prefeitura tem tomado medidas de contenção para este tipo de caso, proibindo o excesso de volume principalmente de carros, a partir das 3h da manhã.






















Mapa 3. Áreas com Poluição Sonora frequente em  Mosqueiro          
(Belém/PA) Fonte: Autoria própria (2014)
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que a ilha de Mosqueiro vem sofrendo com inúmeras formas de agressão ao meio ambiente, tais como desmatamento, deposição de lixo doméstico em áreas inadequadas, lançamento de esgotos domésticos em algumas praias, erosão e outros, em que a Prefeitura de Belém tem o dever de solucionar tais problemas ou ao menos, amenizar significativamente, para que não surjam adversidades em uma escala maior. Nesse sentido, o referido artigo tem o propósito de chamar atenção das autoridades públicas para tais problemáticas nesta maravilhosa ilha conhecida como bucólica que ao longo dos anos não está sendo cuidada conforme a sua grandiosidade.

5. REFERÊNCIAS

FURTADO, A; JUNIOR, O. Impactos Ambientais do Desmatamento e Expansão Urbana na ilha de Mosqueiro(Belém- PA). Universidade Federal do Pará (UFPA), 2009.
NASCIMENTO, E. Avaliação dos impactos ambientais na região costeira da ilha de Mosqueiro-PA devido a ação antrópica. UNAMA. (Trabalho de conclusão de curso TCC). Belém, 2009.
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. 2014. Disponível em http://www.belem.pa.gov.br/
Praiasdemosqueiro.blogspot.com. 2014. 
VENTURIERI, A. et. al. Avaliação da dinâmica da paisagem da ilha de Mosqueiro, Município de Belém, Pará. Anais do XI Simpósio de Sensoriamento Remoto, Santos. Brasil. 11-18 setembro 1998, INPE. 

FONTE:
http://geocartografiadigital.blogspot.com.br/2014/08/impactos-ambientais-na-ilha-de.html

terça-feira, 19 de abril de 2016

DIA DO ÍNDIO: POVOS INDÍGENAS: CONHECER PARA VALORIZAR



CURSO HISTÓRIA DOS ÍNDIOS NO BRASIL

Publicado em 20 de ago de 2013
Este documentário foi realizado para discutir a Lei 11.645/2008 e desmistificar algumas noções equivocadas sobre os povos indígenas no Brasil. Configura-se num excelente trabalho para abordar com os alunos da escola não indígena.

domingo, 17 de abril de 2016

CANTANDO A ILHA: PAISAGEM DE PALAVRAS

AUTOR: Prof. Alcir Rodrigues



                                                     Fotografia: Alcir Rodrigues


O mês de março
            desaba sobre os telhados,
                sob os quais fluem
jatos-goteiras,
 liquefazendo aquela imagem
--já difusa -- da paisagem
         memorável:

          uma estampa, um postal,
conjunto da estrada líquida
cobreada do Pratiquara
com suas margens
inundadas de mangueiros e siriúbas...

         Um lápis mental
   vai derrapando o grafite
                      em linhas de meio-tom
por este curso d’água
               reconstruindo
uma bela paisagem de palavras
-- estas deste poemeto –,
onde a utopia traz
        pelos olhos
            que decodificam os signos
deste grande bem perdido
    em degradas águas
             turvas
a cortar, serpenteando,
um solo pobre
            e desmatado.

A paisagem de letras
-- em imagem difusa,
                                  não esqueçamos –
            põe de volta no céu coloridas aves e,
                            no rio,
      lépidos peixes.

       Põe também a musa
            nesta canoa
               que piloto;
põe em nossas mãos
taças de vinho,
            nos meus lábios
                         os doces beijos dela,
   a ambrosia há muito desejada...

o céu azul em pleno
   inverno amazônico,
         põe, enfim
-- o poeta grafitando nesta página --,

                            Sim, põe
                             o caos
                                  em grande
                                  harmonia


(nesta bela paisagem de palavras).


Fonte: http://moskowilha.blogspot.com.br/2016/04/paisagem-de-palavras.html

quinta-feira, 14 de abril de 2016

CURTA NA AMAZONIA: PAJERAMA



Postado por: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL

Um índio é pego numa torrente de experiências estranhas, revelando mistérios de tempo e espaço.