sábado, 31 de outubro de 2015

CANTANDO NA ILHA: O CARIMBÓ DE NAZARENO



Autor: Rogério Silveira

O mestre Nazareno do Castanhal do Mari-Mari realiza em conjunto com o EcoMuseu da Amazônia, um projeto que resgata as raízes da dança Carimbó, considerado patrimônio histórico e cultural da Ilha de Mosqueiro do Pará.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

CURIOSIDADES: A VARINHA DO AMOR E A CANOA





Autor: Rogério Silveira

A Varinha do Amor é uma peça artesanal da Ilha de Mosqueiro do estado do Pará, confeccionada pelas artesãs da comunidade de Caruaru, onde se destaca a famosa carpintaria naval. O EcoMuseu da Amazônia apoia a comunidade na tentativa de resgatar e manter suas tradições.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

JANELAS DO TEMPO: O SÍTIO PARAÍSO

 

Autor: Prof. Eduardo Brandão

Diferentemente do Sítio Conceição, não tive a oportunidade de conhecer o Sítio Paraíso quando ele ainda era ocupado pelos seus proprietários. Na época em que eu perambulava despretensiosamente pela praia do Paraíso, sempre ouvi falar de uma construção antiga que a população local se referia como a casa dos Travassos ou como uma senzala onde moravam os escravos que ali trabalharam. Também me contaram que as águas daquela praia eram encantadas e que a responsável por isso era uma bela mulher que morava naquele casarão, muitos teriam a visto tomando banho em noites de lua cheia. A minha ignorância juvenil não permitia identificar que se tratava de “Sítios irmãos”, o Sítio Paraíso e o Sítio Conceição tinham a mesma origem histórica e patrimonial.

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Ilustração do Sítio Paraíso, em aquarela, de D'Arcy Albuquerque, reproduzida da obra Encantos e Encantamentos em uma Ilha do Rio Mar de Eduardo Brandão e Amaury Dantas.

Nesta publicação, o Blog Mosqueiro Pará Brasil pretende dar sequência ao seu esforço de resgatar e preservar a memória da Ilha. Nela contaremos um pouco da história desta propriedade, detalhes arquitetônicos e de possíveis caminhos para o resgate e valorização dessa memória.

Um pouco de História.

O terreno onde se localizava o Sítio Paraíso foi resultado do desmembramento das terras ocupadas por Simão Nunes e doadas, em 06 de dezembro de 1746, para o seu filho, Padre Antônio Nunes da Silva, através de Carta e Data de Sesmarias. Integrante da terceira geração dos Silva, Tomaz da Silva com sua esposa Izabel tiveram quatro filhos: Fernando, Jorge, Leocádio e Tomaz Filho. Para cada filho ficou uma determinada porção de terra. Desse modo, a propriedade foi assim dividida: ao Fernando, coube o sítio Paraíso; ao Jorge, o Sítio Paissandu; ao Leocádio, o sítio Conceição; e ao Tomaz Filho, as áreas de terra da Fazendinha. Maiores detalhes sobre essa história, já foram relatados no Blog Mosqueiro Pará Brasil através dos artigos A família Silva e as terras da Baía do Sol em Mosqueiro e O Sítio Conceição.

Esta família constituía os latifundiários da época naquela região de Mosqueiro. Era dona de escravos e tinha grande poder social e econômico. Nas suas terras havia muitas plantações de pimenta-do-reino, roçados, hortas, criação de animais e muitos criados ou serviçais. Relatos referem-se à existência de uma senzala, o que supõe um período de escravidão.

Assim sendo, o Sítio Paraíso foi construído por Fernando Silva com auxílio de seus escravos. Herdeira de Fernando, sua filha Ana Silva contrai matrimônio com o português José Travassos. Este enlace matrimonial irá determinar que a propriedade passasse a ser administrada pela família Travassos. Durante muito tempo o sítio Paraíso serviu como retiro para os estudantes primários do colégio Santo Afonso, o qual tinha a família Travassos como mantenedora. Embora o sítio tenha se tornado conhecido, por muitos, como a residência dos Travassos, devemos reconhecer em seus descendentes a presença da carga genética dos Silva.

A Casa Grande do sítio Paraíso vem passando por um longo processo de depredação e abandono. D. Antônio de Almeida Lustosa, na sua obra No Estuário Amazônico, em edição de 1976 do Conselho Estadual de Cultura do Pará, já alertava para a decadência do referido sítio:

“Deixamos o Paraíso bem perto do igarapé do Sucurijuquara. As ideias de paraíso e da serpente se associam facilmente. Esse Paraíso teve mais ou menos a sorte do Éden. Era outrora florescente, teve sua bem cuidada capela: hoje não é bem o Paraíso Perdido de Milton, mas tampouco é o ameníssimo jardim que nossos primeiros pais gosaram, nem mesmo o que os últimos proprietários conheceram”.

O mesmo foi destacado pelo professor La Rocque:

“A decadência referida, muito antes de 1976, caminhou para o estado precário do Sítio Paraíso em 1988, quando da visita da equipe de pesquisa da UFPA...”.

Se antes o estado já era precário, o que constatei na visita que fiz, em 20 de junho de 2007, foi uma situação de quase total ruína da Casa Grande. Completamente tomada pela vegetação, pouco sobrou da construção original, um pequeno pedaço da varanda, o dormitório e o cômodo que ladeiam a capela e parte desta é o que posso dizer que ainda resistia.

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Detalhe da parede da varanda da Casa Grande do Sítio Paraíso  (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe da parede de um dos cômodos da Casa Grande do Sítio Paraíso (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

Apesar da precariedade, ainda foi possível observar que o ladrilho hidráulico da capela e de seu acesso ainda estava preservado, detalhes construtivos como beirais, estrutura e revestimento das paredes, telhas originais, ferragens e armadores de rede feitos de madeira foram registrados através de fotografias.

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Detalhe do ladrilho hidráulico existente na varanda e na Capela da Casa Grande do Sítio Paraíso (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe do beiral da Casa Grande do Sítio Paraíso (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe da parede em enxaimel da Casa Grande do Sítio Paraíso onde pode ser observado algumas "caracas" evidenciando que esse material foi retirado da praia. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe de parede interna da Casa Grande do Sítio Paraíso onde se destaca o armador de redes feito em madeira. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

Da mesma forma que o Sítio Conceição, o Sítio Paraíso possuía uma Capela, esta dedicada à Santana. Em virtude do abandono da propriedade, alguns saques ocorreram motivados por um boato de que havia um tesouro escondido em baixo do altar. Para evitar a destruição total, integrantes da comunidade local, devotos de Santana, construíram uma nova Capela ao lado da propriedade do Hotel Paraíso, para onde levaram a imagem que ficava no Sítio. Desta forma, o culto de Santana seguiu o seu curso na história.

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Detalhe do Altar da Capela existente na Casa grande do Sítio Paraíso (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Detalhe da base do altar da Capela da Casa Grande do Sítio Paraíso, destruído e escavado devido aos boatos de que haveria um tesouro enterrado embaixo dele. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Capela construída pela comunidade em substituição à existente no Sítio Paraíso. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Imagem de Nossa Senhora de Santana trazida da Capela existente no Sítio Paraíso. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

O levantamento feito pelo professor La Rocque, cujos resultados constam na publicação Vivendas Rurais do Pará, foi fundamental para permitir a localização dos cômodos, inclusive da copa/cozinha que ficava fora do corpo da casa. Sua importância também se revela no caso de um possível interesse de recuperação do imóvel seguindo suas linhas originais.

Hoje, as ruínas da casa Grande do sítio Paraíso encontram-se na propriedade do Paraíso Praia Hotel e Resort. A região passou a ser muito procurada por turistas que buscam praias em Mosqueiro com características bucólicas, isto é, locais onde a intervenção humana não eliminou a possibilidade de as pessoas interagirem com elementos da natureza, este ainda é o caso da praia do Paraíso. Sabemos que novos usos são dados a esses territórios, porém, mais do que nunca, reconhecemos a importância de ações no sentido de preservar a memória do lugar, a recuperação da Casa Grande do Sítio Paraíso se apresenta como um novo e grande desafio.

Aspectos Arquitetônicos

A Casa Grande está localizada nos limites do terreno do Paraíso Praia Hotel e Resort e dista cerca de cento e cinquenta metros da praia. Um muro de alvenaria foi construído no seu entorno com a justificativa de evitar que ele continuasse a ser saqueado. Na direção do casarão, a orla apresenta uma área bosqueada, que começa a ser ocupada por barracas/restaurantes de praia.

Tomando como base o levantamento feito por SOARES, o casarão possuía duas varandas, uma na parte da frente, estendendo-se por toda a fachada, e outra na parte de trás do imóvel; seis dormitórios; um banheiro; uma capela com sacristia anexa; dois cômodos com utilização não identificada e uma copa/cozinha construída fora do corpo principal da casa.

O Sítio Paraíso integrou o conjunto de sete vivendas onde SOARES levantou seus aspectos arquitetônicos que foram devidamente registrados através de tabelas discriminando os elementos construtivos, planta baixa, elevações e fotografias.

Elementos construtivos do prédio principal do Sítio Paraíso

Item

Discriminação

Local e acesso

Mosqueiro – Baía do Sol. Praia do Paraíso

Estado de conservação

Precário, exige restauração urgente: mesmo assim, habitado pelo proprietário e família.

Pisos

Cimentado na grande Varanda. Capela com ladrilho regional (hidráulico), inclusive o seu acesso. Cimentado no anexo posterior, tábuas pouco regulares nos dormitórios; novos sanitários internos em ladrilhos cerâmicos.

Altura do assoalho

Variação de 0,30 a 1,20 m devido a inclinação do terreno.

Paredes externas

Enxaimel substituídas por alvenaria (atualmente) sem reboco, inclusive o parapeito da varanda. Pequeno trecho em madeira.

Paredes internas

Enxaimel (as antigas) e as modernas em diversos materiais. Pé direito varia em torno de 3,5 m.

Varandas e pátios

Ao longo da fachada (perpendicular a praia). Parapeito de fechamento sem janelas em cima. Pequena varanda superior onde depois construíram sanitários.

Forros

Só existe na capela, em réguas pouco regulares, substituindo a talha antiga da qual só resta o medalhão central, encontrado no chão.

Telhados

Telha de barro “canal” no prédio principal e áreas cobertas posteriores. Estruturas: madeira em seção retangular.

Beirais

Caibros serrados (seção retangular) com cachorros formando um ângulo do telhado “mole”. 0,60 m.

Escadas

Todas em alvenaria de pedra e cimento alisado.

Capela

Dedicada a “Nossa Senhora de Santana”. Tem sacristia anexa: Altar de alvenaria de tijolo, pintura lisa comum, retábulo simplório.

Ambiente, paisagem e cruzeiro

Paisagem com praia de um lado e capoeirão envolvendo todo o resto de seu perímetro. A vegetação é muito provável ser primitiva, mas já há loteamento imobiliário próximo, ameaçando esse ambiente natural. A praia está a 150 m do prédio.

Planta Baixa

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Elevações

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Fotografias

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Detalhe da porta da Capela existente na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Detalhe do vão da porta da Capela, existente na Casa Grande do Sítio Paraíso, visto de fora para dentro. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe do vão da porta da Capela, existente na Casa Grande do Sítio Paraíso, visto de dentro para fora. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe da varanda na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Detalhe das ruínas da varanda na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe de janela de cômodo na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Detalhe das ruínas de janela de cômodo na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Detalhe de janela de cômodo na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

 

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Detalhe das ruínas na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto: Eduardo Brandão - 2007)

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Perspectiva frontal da Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Perspectiva lateral da Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Cozinha da Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Alpendre na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Detalhe de cômodo na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

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Detalhe de Talha encontrada na Casa Grande do Sítio Paraíso. (Foto reproduzida da publicação Vivendas Rurais do Pará - 1988)

Conclusões e Propostas

As fotos mostradas acima nos trazem uma dolorosa conclusão - o Sítio Paraíso não teve a mesma sorte que o Sítio Conceição. Talvez pelo fato da propriedade ter saído prematuramente da administração da família Silva. De qualquer forma, O Blog Mosqueiro Pará Brasil insiste em registrar sua memória.

A razão de minha visita àquela propriedade, em 2007, era o desejo dos proprietários do Hotel Paraíso em iniciar um estudo capaz de apontar alternativas para as ruínas da Casa Grande do Sítio Paraíso. Com a ajuda do filho do dono do Hotel e de um funcionário foi possível identificar o que restou da edificação e fazer um registro fotográfico daquele momento.

Entre as sugestões apresentadas, considerando que o imóvel não era tombado, foi sugerido a reconstrução do mesmo utilizando as técnicas construtivas originais e a rigorosa reprodução de sua estrutura que ficou documentada no trabalho do Prof. La Rocque. Refeita a edificação, ela poderia se tornar um espaço resgatando a memória do lugar e aberto à visitação de turistas e estudantes. Também poderia ser aproveitado para realização de eventos como casamentos e outros. Em resumo, um equipamento que agregaria valor àquele empreendimento turístico.

Outra alternativa apresentada foi o levantamento arqueológico do lugar realizando estudos mais detalhados e profundos. Com os resultados da pesquisa em mãos, aquele espaço também passaria a ser ponto de visitação e agregador de valor para o produto do Hotel.

Passados 8 anos, continuo achando que as duas propostas ainda são viáveis, submetidas é certo, a avaliações de especialistas em patrimônio e da atividade turística. Enquanto os sinais positivos não chegam, vou continuando o meu papel de registrar a memória de Mosqueiro.  

FONTE: http://mosqueirosustentavel.blogspot.com.br/2015/04/o-sitio-paraiso.html

MOSQUEIRANDO: Sem dúvida, Prof. Eduardo Brandão, sua postagem é um excelente registro de um local da mais alta importância para a história de nossa Ilha, lembrança palpável dos tempos da ocupação e colonização das terras banhadas pela baía do Sol. Infelizmente, a ignorância de uns, o descaso de outros e a omissão de tantos vêm, ao longo dos anos, transformando em pó diversos patrimônios de nossa cidade.

sábado, 17 de outubro de 2015

EVENTO FESTIVO: NEGUINHO DA BEIJA-FLOR NA ILHA

 

No próximo dia 31, a Universidade de Samba do Mosqueiro estará recebendo, no Espaço Beija-Flor, na Ilha (Vila), Neguinho da Beija-Flor, uma das maiores celebridades do Carnaval brasileiro e famosíssimo intérprete de samba-enredo, que estará ladeado pelo casal de Mestre-sala e Porta-bandeira Claudinho e Selminha Sorriso, destaque incontestável no carnaval carioca. Com certeza, sucesso absoluto!

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A OUTRA FACE DA ILHA: A MORTE DO HISTÓRICO TRAPICHE


O Trapiche da Vila, o primeiro Portal da Ilha do Mosqueiro, está fadado a desaparecer da paisagem, mesmo se tratando de um elemento histórico centenário, registro do tráfego de milhares de visitantes e moradores nativos, nas suas vindas e idas, em pequenas embarcações a vela ou navios movidos a vapor e, posteriormente, a óleo diesel.
Pequeno a princípio, já existia no final do século XIX. Com o interesse que a beleza e a tranquilidade da Ilha despertaram nos estrangeiros e belenenses, era necessário construir um novo que permitisse a atracação de embarcações maiores. Assim, no dia 06 de setembro de 1908, era inaugurado o novo trapiche em armação de ferro e pista de madeira, construído pelos ingleses. Ali, durante décadas, trazendo euforia e levando saudade, atracariam vários navios, dentre os quais se destacaram os inesquecíveis “Almirante Alexandrino” e “Presidente Vargas”.



















Mas, a voragem do Tempo não tem limites e é insensível, mesmo diante das mais queridas recordações – principalmente se o homem não valoriza aquilo que o ajudou na construção do presente.
A ação do tempo e das marés, reformas inadequadas ao longo dos anos (algumas com material de péssima qualidade), o descaso do Poder Público e a omissão de muitos condenaram à morte o Trapiche da Vila, cuja estrutura está totalmente comprometida, ameaçando ruir, como mostra o vídeo de MOSQUEIRO SALVE abaixo:



Existe um Projeto para a construção, no local, de um Porto Hidroviário e de uma orla, que, sem dúvida, valorizaria turisticamente o sudoeste da Ilha. Já existem recursos para tal. O que falta? VONTADE POLÍTICA!

FONTES:
URL DAS IMAGENS:


http://3.bp.blogspot.com/-03lQVpkXc6U/VOOUN-tCMrI/AAAAAAAAA-A/9D5pvf1ZVNs/s1600/Trapiche%2B2.jpg
URL DO VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=W4lix2eIObY


terça-feira, 6 de outubro de 2015

EVENTO RELIGIOSO: HOMENAGEM À VIRGEM DE NAZARÉ EM BELÉM DO PARÁ



POSTADO POR HAROLDO SOUZA

CANTANDO A ILHA: DEZEMBRO A ABRIL…


 
Autor: Prof. Alcir Rodrigues

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Quase tudo em redor
resume-se
a branco e cinza.


Aqui e ali
uma vela
(que o vento
pouco leva)...

O mar cor de prata
e pouco encrespado
parece refletir-se
ao olhar-se
no espelho do céu...

As gotículas
friazinhas
aos milhares
quase enregelam
e embranquecem
toda a atmosfera,
até entre nós,                                               

apenas aquecidos
por aquelas
doses de branquinha,
de mão em mão.


Assim era a Praia Grande
         --para nós--
de fim de dezembro a abril...
...e ainda o é,              
nestes versos
         respingados de memória
traspassando-me como
sílabas úmidas...

A brisa
um pouquinho mais ligeira
perpassa
o próprio pensamento.
E o tira-gosto
é a bruma um tanto
translúcida,
quase transparência
no todo embaçado
                            deste panorama...

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FONTE: http://moskowilha.blogspot.com.br/2015/08/dezembro-abril.html