segunda-feira, 31 de agosto de 2015

TRISTE EVENTO: MOSQUEIRO PERDE UM GRANDE EMPREENDEDOR

 

POSTADO POR BETO MESSIAS

Nosso amigo Empresário Célio Almeida, da Loja de material de construção São Sebastião, faleceu neste sábado. Célio Almeida, entre suas atividades empresariais, também foi um grande incentivador da cultura e da cidadania mosqueirense, pois presidiu o famoso Piratas da Ilha, agremiação carnavalesca de grande tradição em Mosqueiro e o tradicional Pedreira Esporte Club, Rotary Club e foi Presidente do Conselho de Segurança da ilha.

Descanse, Amigo Célio, e tenha certeza que sua passagem na terra foi muito importante!

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FONTE: https://www.facebook.com/beto.messiasdemosqueiro?fref=nfParte superior do formulário

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

CARNAVAL NA ILHA: ESCOLHA DO SAMBA-ENREDO DA UNISAM PRA 2016

 

No próximo dia 06 de setembro, às 17 h, a Universidade de Samba do Mosqueiro (UNISAM) realizará o 1.º Festival de Samba-Enredo da escola, para escolher a composição que será apresentada na Avenida, em 2016.

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O tema a ser abordado pelos compositores é “Mosqueiro, em teus 120 anos, abre teu relicário para presentear Belém em seus 400 anos! ”, enredo do carnavalesco Guilherme Repilla.

O concurso acontecerá no Salão Nobre da ONG – Universidade de Samba do Mosqueiro, na Casa de Recepções Espaço Beija-Flor.

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sábado, 22 de agosto de 2015

EVENTO RELIGIOSO: PROCISSÃO DE SANTA ROSA DE LIMA

 

A devoção à Santa Rosa de Lima, iniciada pela família Fróes em 1945, tornou-se a tradição religiosa da comunidade de Caruaru, no interior da Ilha do Mosqueiro. A procissão fluvial, criada posteriormente, é o ápice das manifestações religiosas realizadas em agosto (neste ano, no dia 21), mas a festividade reúne também algumas atividades profanas (festas dançantes, torneio de futebol e cortejo do mastro).

A saída da Procissão registrada nas fotos de Beto Messias:

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Nas fotos de Gildelisa Favacho Cézar da Trindade, o percurso da procissão pelos igarapés e rios da Ilha:

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As fotos de Rosa Nunes mostram a chegada ao povoado de Caruaru:

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PARA CONHECER MAIS SOBRE A FESTIVIDADE DE SANTA ROSA DE LIMA ACESSE:

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/09/na-rota-do-turismo-caruaru-e.html

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2013/08/evento-religioso-os-passos-da-devocao.html

sábado, 8 de agosto de 2015

CURIOSIDADES: A DESCONHECIDA HISTÓRIA DA PRIMEIRA FÁBRICA DE PNEUS DO BRASIL, EM MOSQUEIRO

 

Postagem de Belém Antiga

A fábrica Bitar em Mosqueiro, ainda em 1967, conhecida Usina Santo Antônio da Pedreira, tinha usina diesel-elétrica própria, um parque industrial de 10.200 metros quadrados, além de reservatório de 100.000 litros de água para resfriamento dos motores.

Hoje, a velha fábrica, símbolo de uma era da indústria de Belém, ainda mantém a fachada (foto publicada no Blog Mosqueirando) e a família, ainda mantém um exemplar do produto líder em vendas da indústria: o pneu de calhambeque com a marca, a declaração de origem " Made in Pará" e o símbolo do velho cacique. Na ausência de um Museu para ensinar novas gerações sobre a história desta terra, atos heroicos insistem em manter viva a memória.

A informação de ser Santo Antônio da Pedreira a primeira fábrica de pneus do Brasil é sugestiva. Certamente, foi uma das primeiras.

Nas fotos, a fachada atualmente da Usina (Blog Mosqueirando) e detalhes do pneu de calhambeque produzido há quase 100 anos.

Fontes: Augusto Meira Filho “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978 / Mosqueirando/ Arquivo Família Bitar

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FONTE:https://www.facebook.com/belemdopassado/posts/1632300120324522?comment_id=1632702023617665&reply_comment_id=1632707556950445&total_comments=1&comment_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7DParte inferior do formulário

MOSQUEIRANDO: Para conhecer mais sobre a Fábrica Bitar, acesse:

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/03/curiosidades-ponta-da-pedreira.html

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/05/na-rota-da-historia-fabrica-bitar.html

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/05/mosqueiro-lendas-e-misterios-fabrica.html

domingo, 2 de agosto de 2015

A FICÇÃO E A ILHA: ENCANTOS E ENCANTAMENTOS EM UMA ILHA DO RIO-MAR–Capítulo I

 

Autor: Prof. Eduardo Brandão

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Esta obra é de autoria de Amaury Dantas e Eduardo Brandão com ilustrações de D'Arcy Albuquerque e Felipe Dias.

Província dos Tupinambás: do jardim do Édem ao inferno colonial

      Nas areias brancas de uma bela praia, à sombra de um ajuruzeiro, próximo a um cacuri, aqueles currais feitos de paxiubinha, um índio tupinambá prepara o seu peixe. Sobre um moquém feito de pau de tucumã e envolto em folha de guarumã, o peixe fica exposto a um fumeiro feito com a lenha do maraximbé ou do murucizeiro, afinal de contas os dois queimam lentamente e são apropriados para este fim.

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      Depois que os brancos construíram um pequeno forte no outeiro que fica na baía dos Guajarás, na ilharga do igarapé do Piri, os índios não mais se assustam com as caravelas que navegam ao largo.

      Aos olhos do estrangeiro, nem cacuris, nem currais; aquele lugar de passagem obrigatória e de paisagem ardente e selvagem, é ela, a praia dos moqueiros, a ponta da musqueira, a Ponta do Mosqueiro.

      Nela há um casamento perfeito de luz e água. Sol radiante e bonitas praias de rio. A luz que vem do céu se reflete na mata, na terra, na água. Até parece que as plantas, os bichos e os homens assumem coloridos mágicos.

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        Na embocadura do igarapé do Cajueiro a Iara penteia seus longos cabelos, negros e lisos. Tem olhos amendoados e pele morena, cuja cor confunde-se com a do barranco. Prepara com requinte de uma rainha o seu banho de ervas cheirosas. Arreda uma árvore aqui, ajeita umas orquídeas ali, põe umas samambaias acolá, uns aguapés na frente e deita-se molemente em seu leito de água refrescante.

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      A Boiuna não deixa a Iara adormecer e vem chegando lentamente em seu leito. De seus olhos emanam fachos de luz como se fossem os raios da morte. Da grande boca sibilam sons apavorantes que preconizam o medo. Ao chegar, vai logo falando:

      “Esses estranhos estão despejando no rio um veneno pior que o da jararaca e o da coral juntos. Construíram uma engrenagem e deram o nome de Engenho de Anil. O que não presta jogam no rio como se este fosse um grande esgoto. ”

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      O Boto, sempre garboso, chega e vai logo se metendo na conversa:

      “Boa Noite Yara! Boa noite dona Boiuna! O que está acontecendo? Por que tanta preocupação?

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      “É a Boiuna que está assustada com os últimos acontecimentos. Parece que a nossa tranquilidade acabou”, respondeu a Iara.

      A Mati-tapererê, que até então não se fazia notar, pousada sobre uma ramagem de taquara, abre sua mortalha e fala:

       “Ouvi o cacique Peroassu dizer que pretende arribar. Vai retirar o seu povo da beira no rumo da floresta. Há problemas, não aceitam os invasores e vêm encontrando dificuldades para pescar. ”

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      O Boto que também já vinha observando algumas coisas estranhas comentou:

      “De fato, alguns cardumes se afastaram da Baía do Sol! Até os meus irmãos eu não os encontro faz é tempo! ”

      Com o olhar fixo no horizonte, observando um belo pôr-do-Sol, a Iara pensou em voz alta:

      “Então a causa de nossa inquietação é a presença dos intrusos, dos estrangeiros...”

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      “Não quero aumentar a pororoca que está formada, mas o Curupira anda dizendo que fostes tu, Boiuna, que permitistes a estes estranhos chegar e sentar praça. E ainda por cima que fizestes a tua Câmara Real debaixo do Forte do Castelo, do comandante mor”, provocou o Boto.

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      “Só se for para acabar com a tranquilidade do meu sono. Precisamos é tomar uma atitude, imediatamente. Quem eles pensam que são? Os senhores do tempo? Donos da terra? ”, defendeu-se a Boiuna.

      Tentando serenar os ânimos e, ao mesmo tempo, fazer algo com relação ao que estava acontecendo, a Mati sugeriu:

      “Não adianta brigar. Tenho uma ideia. Vamos assustá-los. Sei que os Tupinambás e os Morobira estão aborrecidos. Eles têm motivos de sobra para não gostar da presença desses aventureiros. Acontece que, sozinhos, não poderão enfrentá-los. Mas, com a nossa ajuda...”

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      “Assustá-los é pouco. Precisamos aterrorizá-los! E isso eu sei fazer muito bem. Afundo todos aqueles barcos”, sentenciou a Boiuna.

      “Pois eu prefiro seduzi-los. Nada como a música suave. Nada como, digamos, o charme de uma mulher maliciosa. Em pouco tempo, eu os terei em minhas mãos”, segredou a Iara.

      “Taí, gostei da ideia. O importante é estarmos unidos. Cada um deve fazer a sua parte. Cada um usa as armas que possui e.... mãos à obra. Pelo visto, temos muito trabalho”, disse o Boto.

      Sem perder tempo, cada um deles foi para o seu canto começar a agir. Ao longe ainda se ouvia as gargalhadas da Mati:

      “Ah, Ah, Ah, Ahhhhh.... Ah, Ah, Ah, Ahhhhh...! ”

      Então, assim ficou combinado: o Boto com a esperteza; a Boiúna o medo; a Iara a sensualidade e a Mati-tapererê o pavor.

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      No dia seguinte, na aldeia de Moribira, o cacique Peroassu comentava com a Mati e outros índios da tribo:

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      “Estamos muito preocupados. Os estrangeiros além de levar nossas riquezas tentam nos escravizar. Trazem Caruaras, que são as doenças. ”

“É bexiga da pele de lixa

É sarampo da cara pintada

Tosse de cachorro brabo

Tem cólera dos intestinos

E dor de barriga quebrada

Dizem para não andarmos nus

Falam que somos almas pecadoras. ”

     

      “Pois fique sabendo cacique, que uma prima minha, irmã do murucututu, no mastro de uma caravela, escutou uma conversa que um tal marinheiro desembarcou doente e que a praga vai se espalhar”, comentou a Mati.

“Dizem que é a peste das bexigas.

Desmoraliza qualquer valente.

Traz pânico aos inocentes.

Caruara mais que danada. ”

 

      “Então é lutar ou fugir. Depois que o meu povo começou a ter contato com esses brancos, toda gente danou a padecer. Aqueles que casam com as nossas mulheres recebem até uma recompensa do chefe deles”, concluiu Peroassu.

      O cacique se referia ao pagamento que era dado aos colonizadores portugueses, espécie de dote, como incentivo para aqueles que casassem com as índias. Para defender os interesses da Coroa portuguesa as missões religiosas estimulavam os casamentos como estratégia de povoação, sinônimo de dominação e poder.

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      E foi da mistura de sempre, dos casamentos entre colonizadores e índias e, mais tarde, também com a presença do negro africano, que surgiram os cafuzos, os mamelucos, os mulatos... Da mestiçagem de hábitos e cores, crenças e virtudes, peles e costumes, teve origem o caboclo. De caboclos em caboclos surgiu o nosso povo, de fala doce e da pele morena, herdeiro das lendas, das tradições e da história.

MOSQUEIRANDO: Para conhecer os outros capítulos dessa belíssima história sobre a nossa Ilha, acesse:

Capítulo II:

http://mosqueirosustentavel.blogspot.com.br/2015/04/encantos-e-encantamentos-em-uma-ilha-do_8.html

Capítulo III:

http://mosqueirosustentavel.blogspot.com.br/2015/04/encantos-e-encantamentos-em-uma-ilha-do_9.html

Capítulo IV:

http://mosqueirosustentavel.blogspot.com.br/2015/04/encantos-e-encantamentos-em-uma-ilha-do_59.html