terça-feira, 21 de abril de 2015

HISTÓRIA: TIRADENTES, UM ANSEIO DE LIBERDADE



Dos dez condenados à morte no episódio da Conjuração Mineira, somente Tiradentes foi executado. Por quê? Será que existe alguma semelhança entre a justiça brasileira daquela época e a dos tempos atuais?

A IMAGEM E O TEMPO: A PONTA DO FAROL NA ILHA DO MOSQUEIRO

 

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A PONTA DO FAROL (antiga PONTA-DO-CHAPEO VIRADO) NO INÍCIO DO SÉCULO XX.

FONTE:http://3.bp.blogspot.com/-8TWRQ9QygZU/VSnYi8mp0GI/AAAAAAAABwM/uimzEzVkb48/s1600/encantos%2Bgloss%C3%A1rio%2Beditado%2B08.jpg

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A PONTA DO FAROL NO INÍCIO DO SÉCULO XXI.

FONTE:https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTKMJJIGGFazqAt46Ba9I8o8IjRKc8HJQhj_y09IxfkUowqUR24

domingo, 19 de abril de 2015

EVENTO CULTURAL: DIA DO ÍNDIO



Os índios morobiras também foram dizimados, triste retrato de uma época pintado pelo professor-poeta Alcir Rodrigues em seu emocionante poema “Morubiras”:


Na camboa,
em meio à névoa
da manhãzinha preguiçosa,
o índio morubira
recolhe o peixe, o camarão,
o siri...
Os curumins-filhos o ajudam
nesse labutar cotidiano, sem muriçocas
para atazanar a paciência.

Cunhã-esposa, no estirão da areia
recolhe sementes
na companhia das cunhãs-filhas.
Também juntam tabatinga vermelha
para pintar o corpo
pra festa que aí vem.

O mar-baía, cinza...
O céu, cinza...
A névoa, branquidão
que oculta o bege
da areia praieira,
onde a lenha já está
distribuída enfileirada
em montes a espaços
pela extensão da enseada.

O verde renasce por trás
da brancura a se dissipar, aos poucos.
O guerreiro-pescador morubira
já sente antecipadamente
o cheiro do peixe no moqueio,
o sabor do beiju,
do peixe apimentado,
do cauim inspirador.
Seus sentidos todos despertos,
já antevê ali
seu povo em festa, cantando
e dançando feliz,
na realização de seus rituais.

Um trovão, dois, três e mais,
― com um ribombar repetido e assustador ―,
despertam de sua reflexão o índio.
Em um átimo, a paisagem
ganha espessas pinceladas de vermelho.
O mundo explode em sangue
diante do guerreiro: a tribo
covardemente atacada
― velhos, crianças, mulheres,
algumas grávidas,
atravessadas a espada, ou
já atingidas pelos tiros.

Sua família, sua tribo,
todos
vítimas de algozes gananciosos,
sedentos por terras,
e pelas riquezas que delas
se pode extrair.
Veloz, o guerreiro tupinambá
corre destemido rumo aos seus
e ouve um trovão ― não, não é de Tupã!
Dor, insuportável dor!...
Diante de seus olhos, a última visão:
o chão e a escuridão.

O nada destruidor passou a imperar
na Enseada dos Morubiras... 

(Alcir Rodrigues) 
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Disponível em: luizmalvino.blogspot.com.
http://moskowilha.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

quinta-feira, 16 de abril de 2015

JANELAS DO TEMPO: O CANTO DO SABIÁ

 

Autor: Prof. Eduardo Brandão

Histórico

Entre as edificações de Mosqueiro que causam muita admiração para alguns e curiosidade para outros, certamente a chácara o “Canto do Sabiá” encontra-se em destaque. Primeiro pela influência alemã na arquitetura eclética de Mosqueiro, consequentemente da Amazônia, em segundo, pelo estilo reservado dos seus proprietários.

Localizada à rua Nossa Senhora do Ó, no bairro da Vila, na ilha do Mosqueiro, a propriedade, onde situa-se a chácara “Canto do Sabiá”, foi adquirida no ano de 1933, pelo Sr. Carl Ferdinand Johannes Fechter, para ser residência de veraneio da família.

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Oriundo da região central da Alemanha, mais especificamente da cidade de Erfurt, capital da Turíngia, o Sr. “João” Fechter, como era conhecido, chegou a Belém no início do século, por volta do ano de 1908, para trabalhar em uma firma de exportação de produtos tropicais (castanha-do-pará, madeira, cacau e borracha) e transações bancárias denominada Berringer & Cia, situada na antiga Boulevard da República, atual Boulevard Castilho França, no 36. Não há qualquer registro da entrada de imigrantes alemães em Belém, segundo informação do consulado da Alemanha, pois esses documentos foram confiscados pelo governo brasileiro, quando da Segunda Guerra Mundial, sendo, atualmente, propriedade do Arquivo Nacional, localizado no Rio de Janeiro.

Ainda solteiro, prosperou dentro da empresa, até tornar-se, em 1923, um dos sócios majoritários da firma, que possuía além desta em Belém uma filial em Manaus.

Já casado com D. Emma Antoine (? /1965), também de origem alemã, com quem teve duas filhas – Annemarie Emma e Érika Aita – O Sr. Fechter costumava frequentar a ilha do Mosqueiro para passar temporadas com a família e amigos, dentre estes, os sócios da firma Berringer & Cia.

Segundo informações de D. Érika, filha mais nova do Sr. Fechter, em 1930 (ela então com sete anos) ficavam hospedados em uma residência alugada no bairro do Chapéu Virado, pois não tinham residência própria para hospedarem-se em Mosqueiro.

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Depois de ter sido propriedade de vários donos, o terreno onde está situada a chácara “Canto do Sabiá” é adquirido, no ano de 1933, pelo Sr. Fechter. No local existia uma residência, cuja distribuição interna possuía características tipicamente coloniais, ou seja, havia um corredor lateral para o qual abriam-se todas as dependências da casa. Infelizmente, não há registro em plantas e fotografias que permitam identificar com clareza a forma da residência original. Contou-se apenas com as lembranças de D. Érika Aita, para obtermos tais informações.

Gradativamente, foram feitos acréscimos na residência primitiva, para proporcionar maior conforto para a família. Construíram-se os terraços, as varandas, os banheiros, a torre da caixa d’água e as dependências dos empregados, nos fundos da mesma. O declive existente possibilitou o aproveitamento do espaço sob os ambientes citados, para a colocação de um porão, onde ficou alojado o quarto do caseiro. Estas modificações foram realizadas pelo próprio Sr. Fechter que muito interesse demonstrava por construção.

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A residência foi adquirindo nova feição através da utilização de materiais típicos da época de sua construção, bem ao gosto eclético. Assim as janelas receberam vidros coloridos e os vãos em arcos pleno e abatido, ganharam vedações em madeira e folhas almofadadas e com venezianas fixas. Nas faixadas foram acrescentadas sacadas com guarda-corpo em balaústres, marcações em argamassa semelhantes aos tramos do enxaimel alemão. Algumas dependências tiveram seus usos modificados, em decorrência das introduções realizadas, como por exemplo, a transferência da sala de visitas para a antiga sala de jantar.

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Ao redor foi construído um jardim, onde canteiros em formas geométricas, cercados por passeios, eram primorosamente cuidados pela Sra. Fechter. Já na década de quarenta, por volta de 1941, o Sr. Fechter adquiri terrenos confinantes ao seu e constrói, nos fundos do terreno onde há um declive, jardins em forma de terraços com canteiros e escadarias que dão acesso à praia do Bispo.

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Data desta mesma época, a construção de uma outra casa nos fundos do terreno para ser a casa do caseiro. O Sr. Fechter construiu esta edificação por motivos de segurança, pois, esta parte era muito isolada do resto da propriedade devido ao desnível existente no local.

No ano de 1942, alguns fatos foram marcaram de forma decisiva a vida dos Fechter e, também, por conseguinte, a chácara “Canto do Sabiá”. Em meio a Segunda Guerra Mundial, navios brasileiros são atacados por supostos navios alemães. Uma onda de nacionalismo invade o País, provocando uma série de manifestações contra aqueles considerados súditos do Eixo, como eram conhecidos os alemães, italianos e japoneses.

De acordo com jornais da época, no dia 18 de agosto de 1942, uma manifestação de estudantes, jornalistas, políticos e a população de um modo geral, saiu às ruas de todo Brasil, para exigir uma atitude do então presidente Getúlio Vargas.

Os “Súditos do Eixo” são hostilizados e têm seus patrimônios depredados e confiscados sob a alegação de espionagem e de traição ao Brasil, sendo poupados somente aqueles que hasteavam a bandeira brasileira em seus estabelecimentos e propriedades. Alguns chegaram a ser presos acusados de serem espiões. Inclusive o Sr. Fechter teve a sua residência de Belém (antiga faculdade de arquitetura da UFPA) saqueada pelos manifestantes e onde, supostamente, foi encontrada uma emissora clandestina.

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A família é obrigada a deixar a residência, depois de ver seus pertences destruídos pela população enfurecida. Refugiaram-se em Mosqueiro e de lá só retornaram em 1952, vindo o Sr. Fechter a falecer dias depois de ter chegado a Belém.

Devido à mudança da família para a chácara, a propriedade passou por algumas alterações para que houvesse maior conforto para os seus moradores. Foi nesta época que se construiu a lavanderia atrás da casa principal, no mesmo local onde existia um caramanchão.

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Outra construção feita na época foi um chalé todo em madeira que possuía dois pavimentos e telhado em duas águas, com presença de águas-furtadas em cada empena. Situava-se ao lado da casa principal e foi construído pelo proprietário para ser a casa de hóspedes, no entanto, o neto do Sr. Fechter e herdeiro da propriedade, o Sr. Andréas Kruger relatou que o seu avô havia mandado construir o chalé para verificar quanto tempo ele duraria nas condições climáticas da região amazônica.

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A família morou durante dez anos na chácara, que depois da morte do Sr. Fechter, passou um longo período fechada. Somente na década de sessenta voltou a ser ocupada pela família, mas somente nas temporadas de veraneio.

Depois da morte de D. Emma Antoine, a chácara passou a ser propriedade da filha mais velha do casal Fechter, D. Annemarie. Juntamente com o esposo, o Sr. Hans-Detlev Kruger, e o filho Andréas Kruger, passaram a residir na edificação principal, ficando a casa do caseiro alugada para a família de veranistas e o chalé em madeira servindo de laboratório fotográfico do Sr. Kruger. Durante este período, a chácara pôde retomar o aspecto de outrora, devido aos cuidados de D. Annemarie com o local.

Após a morte do casal Kruger, no início de 1999, o herdeiro da propriedade, o Sr. Andréas Kruger, passou a residir na residência principal. A casa do caseiro voltou a ser ocupada pela família do caseiro até o início de 2000, quando foi novamente desocupada. Segundo informações dos proprietários, voltaria a ser alugada para veranistas. Quanto ao chalé de madeira, infelizmente foi demolido para dar lugar a um conjunto de quartos, nos quais funciona uma pousada totalmente destoante das demais construções existentes no local.

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Atualmente, a chácara “Canto do Sabiá” perdeu parte de suas características originais, devido aos acréscimos realizados pelos atuais proprietários que vêm agredindo de maneira significativa o conjunto arquitetônico do local. Estas modificações, em nada, têm respeitado o estilo das construções mais antigas, que correm sérios riscos de desaparecer.

Cronologia das Edificações:

As modificações ocorridas na casa principal, descritas a seguir, ocorreram em uma construção primitiva que existiu no mesmo local, quando da compra do imóvel pelo Sr. Johannes Fechter. Devido à inexistência de plantas ou fotografias que pudessem orientar quanto à disposição original desta edificação a análise baseou-se em relatos de D. Érika Aita, filha mais nova do construtor, e de pesquisas in loco, a fim de elaborar uma planta baixa da possível disposição interna da residência.

A cronologia foi dividida em três etapas: a primeira corresponde ao período compreendido entre os anos de 1933 a 1935; a segunda entre 1937 e 1942; e, a terceira entre 1942 até o ano de 1999.

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1ª Etapa: de 1933 a 1935

No ano de 1933 o Sr. Johannes Fechter adquire a propriedade, localizada na rua Nossa Senhora do Ó, na ilha do Mosqueiro na qual existia uma residência em estilo colonial. A esta são acrescentados, primeiro o terraço ao lado da cozinha e as duas varandas laterais, posteriormente, foram construídos os banheiros, a despensa, a torre com a caixa d’água e o porão; todos estes ambientes são de tabique, mesma técnica construtiva da antiga casa.

Em seguida, na faixada leste, é acrescentado um bay-window, de pequenas dimensões, com cobertura de cobre abobadada e esquadrias com vidros bisotados; utilizado para proteger a sala de visitas da incidência direta das intempéries. Nesta modificação, ocorre a retirada das esquadrias que compunham a antiga fachada, permanecendo apenas o vão.

A entrada foi transferida para a lateral do terreno acarretando na mudança do uso da sala de jantar para a de estar. A antiga sala de visitas, também tem seu uso alterado para quarto, pois os moradores da casa necessitavam de mais este ambiente.

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Ao redor da casa principal, foi construído um jardim tipicamente eclético com vários canteiros ladeados de passeios com traçado geométrico, bem ao gosto da burguesia da época.

2ª Etapa: de 1937 a 1942

Nesta etapa, poucas mudanças foram significativas na casa principal. Todavia, no terreno, operam-se alterações de grande importância, que modificaram, substancialmente, a fisionomia do conjunto.

Primeiro, ocorreu a compra dos terrenos confinantes à chácara, nos quais o Sr. Fechter construiu um chalé todo em madeira por volta de 1937, ao lado da casa principal. Também foram construídos terraços em desníveis e escadarias, aproveitando o declive acentuado do terreno em direção à Praia do Bispo. Nos fundos da propriedade, à orla da praia, onde havia um terraço coberto, ergueu-se uma edificação de formas mais simples que as da casa principal, porém com o mesmo tratamento nas fachadas, para ser a casa do caseiro e, ao mesmo tempo, proteger a parte posterior do terreno de eventuais invasores.

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No ano de 1941, ergueu-se um novo terraço ao lado da cozinha da casa principal, todo em alvenaria de tijolo, para substituir o antigo de madeira.

3ª Etapa: de 1942 até 1999

As mudanças, que ocorreram entre 1942 e 1999, foram menos intensas e com pouca alteração na leitura do “todo”, com exceção da lamentável retirada de uma edificação, o belo chalé de madeira.

No ano de 1942, construiu-se a lavanderia, nos fundos da casa principal, onde antes existia um caramanchão.

Já nas décadas seguintes ocorreram mudanças superficiais, como a colocação de grades nas esquadrias da fachada sul e a retirada dos pisos da varanda de acesso ao interior da residência, do terraço dos fundos da casa e da cozinha. Também são acrescentadas esquadrias de alumínio nos vãos da varanda da fachada norte, para proteger o interior da residência dos objetos e lixos que eram lançados por pessoas que transitavam ao lado da edificação, pela rua Getúlio Vargas. Estes elementos que foram sendo inseridos na edificação não respeitaram os materiais originais, descaracterizando boa parte da leitura original desses ambientes.

Em maio de 1999, foi demolido o chalé de madeira, para dar lugar a uma construção com características contemporâneas, conflitante com as demais construções. Esta introdução foi realizada pelo Sr. Andréas Kruger, neto do Sr. Fechter e atual proprietário da chácara, para servir de pousada nas temporadas de veraneio. Também, neste caso, não houve qualquer preocupação em adequar esta inserção ao estilo das demais edificações existentes no local.

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O texto que você teve a oportunidade de ler, foi extraído e adaptado da monografia que serviu de Trabalho Final de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará de autoria das então graduandas Maria Claudia da Silva Faro e Ruth Helena Almeida da Silva, sob orientação caprichosa da Profa. Ana Léa Nassar Matos, no primeiro semestre de 2000.

Como colaborei com a pesquisa, apresentando as autoras do trabalho aos proprietários da chácara “O Canto do Sabiá” e fornecendo alguns elementos para o resgate da história, recebi das autoras uma cópia deste valioso trabalho que possui subsídios fundamentais para uma possível restauração e revitalização do imóvel, importantíssimo, não só para Mosqueiro, mas para o Estado do Pará e para a Amazônia.

Sabemos que dificuldades financeiras dos proprietários, aliadas ao desconhecimento do valor inestimável do patrimônio têm contribuído para a sua deterioração. Também sei que os atuais donos não se oporiam à negociação com órgãos de defesa do patrimônio no sentido de recuperação do mesmo, evidentemente, mediante uma indenização justa.

Fico na esperança de que alguma autoridade sensível, inteligente e comprometida com Mosqueiro possa “comprar” a ideia e resgatar esse tesouro de Mosqueiro e também da Amazônia. Ainda seguem abaixo uma pequena amostra do vasto material desenvolvido na monografia citada.

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FONTE: http://mosqueirosustentavel.blogspot.com.br/2015/01/o-canto-do-sabia.html

sábado, 11 de abril de 2015

MEIO AMBIENTE: TROMBA D’ÁGUA NA ILHA

 

Postado por José Carlos Oliveira

FENÔMENO DA NATUREZA TROMBA D`ÁGUA VOLTA A ASSUSTAR MORADORES E BANHISTAS DE MOSQUEIRO, EM PLENO DOMINGO DE PÁSCOA.

Como se um aviso dos céus, desde o ano de 2009, a costa marítima de Mosqueiro, em pleno Rio Pará, tem registrado Trombas d’Água, fenômeno, incomum, provocado por formação de nuvens, podendo atingir 80 quilômetros e um quilômetro de altura. Fenômeno esse, sempre acompanhado de chuva, segundo o INMET.

No último domingo, 5, por volta de 15h, não diferente do ano de 2009, o fenômeno se repetiu, chamando a atenção dos moradores e banhistas, que ficaram assustados, devido à chuva, ondas e vento forte, vindos da baía. Apesar dessa ocorrência, neste ano, não foram registrados danos de grandes proporções, mas todos ficaram assustados.

Quem teve a oportunidade de observar o fenômeno, neste ano, afirma que uma nuvem negra, de chuva, se formou sobre a baia, em direção à ilha, rumo à praia e à Vila. Minutos depois uma forte ventania se fez sentir por quem estava na areia e nas barracas das praias do Chapéu Virado, Farol e praias próximas. Logo após, uma espécie de funil se formou sobre as águas e ali permaneceu por alguns minutos. Algo impressionante, maravilhoso, mas temeroso, segundo afirmações de uma banhista. Uma barraqueira, diz já ter presenciado algo mais temeroso e assustador, com lixo e telhas voando. A cada ano fico mais espantada com esse fenômeno!

Uma cena incomum, mas nada assustador, se comparados aos anos anteriores e registrado em vídeo pela moradora da praia Grande, na Vila do Mosqueiro, Isabel Pereira.

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Complemente a leitura lendo o artigo: Evento Tornádico na Ilha do Mosqueiro, em

 http://cbmet2010.web437.uni5.net/anais/artigos/825_89257.pdf

FONTE: https://www.facebook.com/jcsoliveira.carlos?fref=pb&hc_location=friends_tab&pnref=friends.all

sexta-feira, 10 de abril de 2015

MEIO AMBIENTE: CLAMOR DO SAMBA PELA NATUREZA

 

Autor: Prof. Alcir Rodrigues


Aqui apresento um texto que escrevi no calor da semana anterior ao Carnaval (2014) e seu desfile oficial na ilha de Mosqueiro. Trata-se de uma percepção bem pessoal, mas que assume uma visão analítico-interpretativa de um leitor que pretende dar seu pitaco, de um ponto de vista cauteloso, ao ponto de não extrapolar os limites interpretativos, embora especule no rumo de possíveis interações com os contextos sugeridos no interior do próprio texto da letra do samba. É isso.
Primeiro, segue a letra do samba e os referidos créditos. Após, segue nossa contribuição.

ENREDO: Banthu e Pinhama em perfeita relação com o poder da criação
COMPOSITOR: Jorge do cavaco
INTÉRPRETES: Carlinhos do Samba, Dimas Júnior, Justino e Denílson



Míticas é o meu canto de emoção
Que vai tocar os corações
Na luta em defesa do planeta
Com esperança no futuro que virá
Vamos todos preservar a Terra
Ter compromisso com um mundo bem melhor
Vivendo sempre em harmonia
O homem e a natureza em perfeita relação


Preservar eis a questão
Pro futuro de outras gerações
Conservar a diversidade do planeta
Respeita e cuida sem destruição


Da Grécia berço da sabedoria
Vem pro mundo exemplo de cidadania
Liberdade com respeito e participação
Sem desigualdade social
É no poder da informação
Que vem pro mundo a transformação
O desmatamento aquece a terra
O lixo polui o rio e mar
O fogo que queima a floresta
Destrói fauna e flora sem perdão
Sou Piratas, fonte de luz que irradia
Um alerta contra devastação
Pro lindo renascer de novo


Olorum, nzambi criador do universo
Os orixás, babalorixás, babalaôs relação de fé
Banthu, Pinhama são vermelho e branco
Divina obra do poder da criação.

               *     *      *
Após singrar os Sete Mares em seus galeões imaginários, a Nação Piratiana está retornando agora pelas águas do Rio Pará, deslizando pelas baías do Mar Dulce (de Santo Antônio, do Marajó e do Sol) e pelo Furo das Marinhas, circunavegando nossa querida Ilha do Mosqueiro, em meio ao balanço das grandes marés e do Carnaval 2014, aportando na passarela do samba e brindando seus brincantes e o público em geral com o enredo Banthu e Pinhama em perfeita relação com o Poder da Criação.
            Resolveram empreender essa viagem, não só pelos espaços, mas também pelos tempos, pelas Eras, para poderem se nutrir de saberes e fazeres pertinentes ao tema e enredo abordados. O propósito, em parte, é compreender por que nos tempos atuais a espécie humana, de modo geral, pouco (ou quase nenhum) respeito demonstra em relação ao ecossistema, e, assim, constatar que, além disso, não está se importando nem com o futuro do planeta nem com o da Humanidade.
Outro propósito da viagem é compreender como os ancestrais de nossa espécie pensavam a relação Humanidade-Natureza-Criador; em outras palavras, a relação entre Deus, Ser Humano e Natureza, que na tradição religiosa de determinadas culturas africanas, como as da nação banto, seria a relação Olorum/Nzambi-Banthu-Pinhama: o Poder da Criação, os Seres Humanos e os Animais, aqui a palavra tomada como sinédoque (a parte pelo todo), representando, na verdade, toda a natureza.
Percebemos, porém, de tempos para cá, que o ser humano ocidental fundou um modo de vida que buscou separá-lo da natureza, mas sempre querendo transformá-la, via exploração irracional e irresponsável de seus recursos: queimando, aterrando, desmatando, poluindo, extinguindo espécies, levando o planeta e as comunidades humanas espalhadas pela Terra à escassez de comida e água, ao superaquecimento, às catástrofes que surgem com as transformações climáticas.
Na cultura religiosa dos africanos da nação banto, não há essa separação, esse divórcio, entre seres humanos, meio ambiente e universo. Tudo está, de fato, intimamente ligado por uma força vital e universal criadora e unificadora, nomeada pelos sinônimos Olorum/Nzambi, que faz com que todo o ambiente, representado aqui por Pinhama, e toda a humanidade, figurada por Banthu, comunguem de uma mesma origem e um mesmo princípio e propósito harmonizadores.
O tema – ligado à questão ambiental– e nosso enredo – homem e meio em harmonia entre si e também com o Criador– faz remeter panoramicamente à Antiguidade e reconhecer indubitavelmente no pensamento dos sábios gregos as primeiras reflexões e inquietações registradas em obras escritas, muito pertinentes, a respeito desse futuro divórcio que caracterizará as futuras ações impensadas do ser humano em relação ao ambiente no qual deveria se sentir mais integrado, fato que deveria ocorrer, mas não ocorre, de modo algum, nos tempos atuais, contexto em que a ausência de uma consciência mítica ancestral, daqueles tempos recuados na História, muito tem prejudicado o ser humano.
Mas a USPI (Universidade de Samba Piratas da Ilha) conclama a todos, em seu enredo e samba, um retorno a esse modo de vida, a esse ciclo ancestral, no qual um consórcio perfeito e total do ser humano com a natureza pode ser um anseio a ser concretizado. E é pela fé nos Orixás (Ogum, Oxum, Xangô etc.), que simbolicamente representam as forças da natureza e fazem o intermédio entre o plano físico e o espiritual, com a ajuda dos babalorixás e babalaôs (os sacerdotes), que todos nós podemos despertar para uma consciência ecológica de caráter mais pleno e ético.
Esta época contemporânea endeusa a Ciência e a Tecnologia, que pouco valem sem a consciência ambiental. Todo o conhecimento produzido, todas as invenções, inclusive a cura para tantas doenças, todas as riquezas acumuladas e que causam a desigualdade social, tudo isso e mais o que se possa imaginar, de nada valerão em um futuro sem futuro, de Terra devastada e doente. Por isso, a informação deverá privilegiar uma consciência cidadã, para reservar, preservar e conservar a diversidade em um planeta que é, verdadeiramente, nosso lar.
E não só de informação se precisa; precisa-se também de formação da consciência crítica para se vencer esta “luta em defesa do planeta/com esperança no futuro que virá”. Por isso Os Piratas da Ilha estão na avenida para divulgar pela música, pelo canto e pela dança “Um alerta contra a devastação/ Pro lindo renascer de novo”. Assim, é preciso sedimentar no coração do povo que lutar por um futuro melhor é preciso. É preciso preservar, para as gerações que virão, um planeta saudável para se viver, uma plenitude de vida e de felicidade duradoura que é possível, se lutarmos agora para trazer de volta uma relação homem e natureza mais harmônica.
E é aí que nossa herança afrodescendente pode fazer a diferença, pois no pensamento religioso banto o elemento Homem é visto como parte integrante da Natureza e obra (como esta, também) da Criação. Preservando a Mãe Natureza, estaremos agindo em conformidade com a Ética e respeitando o Criador. E estamos deixando hoje uma herança fecunda para as gerações futuras, que nos verão com um olhar benévolo, pois estarão lá na frente nos agradecendo pelo belo planeta que herdaram de nós.

FONTE: http://moskowilha.blogspot.com.br/2014/06/letra-do-samba-de-enredo-dos-piratas-da.html








quinta-feira, 9 de abril de 2015

LENDA AMAZÔNICA: A LENDA DAS AMAZONAS

 

Em 1541, após descer o afluente Napo e chegar ao então Mar Dulce, nome que Pinzón deu ao Rio Amazonas, eis que Francisco Orellana é atacado por uma tribo de mulheres que, no testemunho de Frei Gaspar Carvajal, “são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entrançado e enrolado na cabeça. São muito membrudas e andam nuas em pelo, tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios”.

Em seu relato, Carvajal narra a seguir que embora abatessem vários índios que eram comandados pelas mulheres e mesmo algumas destas, os espanhóis se viram obrigados a fugir, tendo, porém, capturado um índio. Este mais tarde, ao ser interrogado, declarou pertencer a uma tribo cujo chefe, senhor de toda a área, era súdito das mulheres guerreiras, que eram acompanhadas pela chefe Canhori.

O prisioneiro, respondendo a várias perguntas do comandante, disse que as mulheres não eram casadas e que sabia existir setenta aldeias delas. Descreveu a casa das mulheres como sendo de pedra e com portas, sendo todas as aldeias bastante vigiadas. Disse ainda que elas pariam mesmo sem ser casadas porque, quando tinham desejo, levavam os homens de tribos vizinhas à força, ficando com eles até emprenharem, quando então os mandavam embora. Quando tinham a criança, se homem era morto ou então mandavam para que o pai o criasse, se era mulher, com elas ficavam e a menina era educada conforme as suas tradições guerreiras, seus hábitos e suas riquezas, pois tais mulheres possuíam muito ouro e prata.

Fontes: Livro: “Conhecendo o nosso folclore”

http://parapraias.no.comunidades.net/index.php?pagina=1835014792

terça-feira, 7 de abril de 2015

MEIO AMBIENTE: PNEUS PARA A CONSTRUÇÃO DE MUROS DE ARRIMO E PROTEÇÃO DOS PAREDÕES EM MOSQUEIRO

 

PNEUS PARA A CONSTRUÇÃO DE MUROS DE ARRIMO E PROTEÇÃO DOS PAREDÕES EM MOSQUEIRO?

Postado por José Carlos de Oliveira

PNEUS REAPROVEITADOS EM OBRA PÚBLICA: SERIA ESSA UMA DAS SOLUÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE MUROS DE ARRIMO E PROTEÇÃO DOS PAREDÕES EM MOSQUEIRO?

Acredito que temos a solução para resolver, em parte, o problema que ameaça nossas costas, decorrentes das marés grandes, que provocam desabamentos dos paredões das nossas praias, ameaçando a Avenida Beira-Mar.

Estudos de engenharia, comprovam essa utilidade que, com pouco investimento, poderá trazer grandes benefícios para nossa Ilha.

Vejam alguns exemplos e um estudo da Faculdade de Engenharia-Departamento de Estruturas e Fundações, da FEUERJ PGECIV Profa. Denise M S Gerscovich Muros de Arrimo - Estruturas de Contenção

Fonte: http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf

Subprefeitura Freguesia/ Brasilândia – 1º/Ago./2013

Mais de 4 mil pneus foram reutilizados para contenção de muro de arrimo em uma praça localizada no bairro do Jardim Cachoeira. Em entrevista ao portal, o subprefeito Eduardo Peres Palia, explica sobre este trabalho em prol do meio ambiente.

Funcionários da prefeitura instalam pneus na obra.

INICIATIVA – A experiência teve início como teste no Córrego do Bananal, que fica no Jardim Princesa. Uma das margens estava caindo e tinha uma casa em risco. Como não havia recursos suficientes para resolver o problema surgiu esta ideia de usar os pneus velhos para revitalizar a margem. Devido ao sucesso da obra, pensou-se em continuar a experiência em outros locais. Então surgiu a praça, ainda sem nome, no Jardim Cachoeira, na altura da av. Itaberaba 3800.

MOTIVAÇÃO – Esta ideia foi incentivada pela necessidade em iniciar logo as obras, além de haver uma enorme quantidade de pneus descartados que poderiam ser usados, com custo quase zero para o poder público. Além disso, este trabalho é muito mais rápido e não precisa esperar muito tempo após as chuvas. Seria preciso aguardar a verba pública para iniciar estas obras e também ter um período de tempo seco para fazer a contenção do muro com material de alvenaria. Usar pneus resolveu todos esses detalhes.

Pneus descartados irregularmente.

IRREGULARIDADE – Uma das maiores preocupações da subprefeitura é o descarte irregular, tanto de pneus quanto de outros tipos de materiais, como móveis, entulho e até o lixo residencial. Mesmo com informação por jornal e mídias fornecidas pela prefeitura, boa parte das pessoas continua jogando o lixo em locais proibidos. O subprefeito afirmou que a coleta da prefeitura é pontual e que existem caçambas em pontos estratégicos de difícil acesso. Eduardo Palia acredita ser necessário um trabalho de conscientização. “Já existe um projeto para visitar escolas e orientar as crianças e também pedir para que elas incentivem os pais a dar mais importância ao descarte correto”, afirmou o subprefeito.

REUTILIZANDO – O subprefeito explicou como foi feita à reutilização desses pneus na praça. “Tem uma técnica em que você não pode deixar uma parede reta, ela deve ser como uma rampa e ter uma inclinação. Então prepara-se o chão dessa rampa ou muro, que recebe uma camada de brita (pedra), depois vem colocando os pneus que vão se encaixando, em seguida coloca-se o entulho no meio deles e isso vai travando o muro, o que forma uma parede resistente”, diz Eduardo.

ARBORIZAÇÃO – Além da contenção do muro o projeto inclui revitalização da praça em que “serão plantadas espécies arbóreas dentro dos pneus, o que trará maior beleza ao espaço”, disse Waldir Martins da Silva, da equipe de córregos, que realiza os serviços com os pneus. Um trabalho positivo que dará à população mais uma área verde e de lazer.

Minudências

@ Já foram recolhidas cerca de 220 toneladas (equivalente a mais de 45 mil pneus) pela subprefeitura neste 1.º semestre. Isso equivale a cerca de 30 toneladas/ mês, sem somar os pneus de caminhão.

@ Em uma carga (caminhão) cabem cerca de 2 mil pneus de passeio. Porém na mesma carga cabem apenas 300 pneus de caminhões.

@ Muros de arrimos são feitos com diversas técnicas. A maioria é feita de alvenaria, mas em casos de economia são usados sacos cheios com cimento e areia e/ou terra, que com a ação da chuva endurecem, formando a parede de contenção.

@ Cerca de 80% dos pneus recolhidos é destinado à indústria de cimento. O restante vai a fabricação de solado de sapatos, borrachas de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais, além de tapetes para automóveis.

@ A Reciclanip é a empresa responsável por toda a logística da retirada dos pneus, destinando os mesmos. Clique AQUI para acessar o site.

@ Existem três postos de coleta de pneus na Zona Norte:

- Subprefeitura Freguesia do Ó/ Brasilândia: 3981-5043 ou 3931-3971

- Subprefeitura Jaçanã/ Tremembé: 3397-1028

- Subprefeitura Vila Maria/ Vila Guilherme: 2905-3043

@ Há também estudos para utilização dos pneus para a fabricação de manta asfáltica e asfalto-borracha.

@ Essa obra da subprefeitura Freguesia/ Brasilândia foi destaque na revista São Paulo, da Folha de S. Paulo de 04/08/2013 (pág. 10)

@ Clique AQUI e veja matéria sobre o descarte irregular e suas consequências na r. Ezequiel Freire, mesma rua em que está localizada a redação do Portal ZNnaLinha.

Texto: Márcio Andrade

Fotos: Assessoria de imprensa:

Subprefeitura Freguesia/ Brasilândia

http://www.znnalinha.com.br/…/pneus-reaproveitados-em-obra-…

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A IMAGEM E O TEMPO: PRAIA DO MURUBIRA


Praia do Murubira em 1976
Foto: Augusto Meira Filho
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Praia do Murubira em 2009
Foto: Odilson Sá
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Para conhecer detalhes sobre esta praia, pesquise em: 
http://mosqueirando.blogspot.com.br/2012/09/curiosidades-praia-do-murubira.html

















sábado, 4 de abril de 2015

CANTANDO A ILHA: MARAÚ DE AREIA



Autor: Prof. Arnaldo Rodrigues

No meu Maraú
de areia,
tabaroa faceira,
com decote que encandeia
e o tangará
no galho seco.

Vida ribeira
costumeira:
joga a vida,
joga a rede,
veja a vela,
veja o mar.

Rede trança
caroá:
joga a vida,
joga a rede,
veja a vela,
veja o mar.

Vela velha
Companheira:
joga vida,
joga a rede,
veja a vela,
veja o mar.