quinta-feira, 28 de maio de 2015

JANELAS DO TEMPO: CORONADOS



Era assim que mosqueirenses e veranistas denominavam os dois primeiros ônibus com carroceria metálica adquiridos pela Prefeitura Municipal de Belém para solucionar o problema de transporte interno da Ilha, principalmente nas ocasiões de muito movimento.
Também chamados de papa-filas, cada um deles chegava a transportar 2.500 passageiros por dia, segundo palavras do senhor Luiz Bentes, sub-prefeito na época. Fabricados em São Paulo, o primeiro chegou ao Mosqueiro, em 1965, comprado pelo prefeito Oswaldo Melo; o segundo, posteriormente, por decisão do prefeito Alacid Nunes.
Tais coletivos, dirigidos por Florêncio e Apolinário, tornaram-se um sucesso, já que os ônibus anteriores, com carroceria de madeira e partida do motor a manivela, sacolejavam bastante, sendo muito desconfortáveis. Os Coronados faziam as linhas Vila-Ariramba e Ariramba-Carananduba. Nos períodos escolares, transportavam os estudantes da Ilha.
Em uma entrevista concedida ao Prof. Francisco Antônio Almeida Pereira, o Sr. Apolinário recorda assim aqueles tempos:

Dirigi os ônibus chamados Coronados, fazendo o percurso Vila até o bairro Ariramba, lembro que os ônibus eram grandes, com um salão interno muito grande, cadeiras espaçosas que dava para os passageiros esticarem bem as pernas, o ônibus era forte e bastante confortável, tinha cinquenta lugares sentados. Teve um período que transportei cento e cinquenta passageiros sem problema algum, o motor era o modelo FM a diesel. Comecei a trabalhar como ajudante na prefeitura aos 13 anos, aos 18 anos passei a ser mecânico e motorista, com mais de 30 anos de habilitação nunca bati nenhum carro. Os ônibus coronados vieram de balsa e desembarcaram na rampa do trapiche da Vila e foi muito difícil trazer para margem, pois tivemos de esperar a maré secar para poder colocar em terra firme. Foi no tempo do prefeito Dr. Luís Bentes” (Apolinário, 24/10/2012).

FONTE: Antônio Pereira, Almeida; Mendes, Maria Beatriz Pacheco. Mosqueiro: uma viagem ao passado. Belém: Imprensa Oficial do Estado. pp. 27 e 28.


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