sábado, 25 de outubro de 2014

CURTA NA AMAZÔNIA: AS AVENTURAS DE TUNICO & VARDIVINO - "O ET "



Quadro humorístico da dupla Coroné Tunico "Luis Antônio" e Cumpadi Vardivino "Castor" exibido na cidade de Abaetetuba no Pará.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

CONEXÃO BRASIL:: Menino Bom de Bola.





Vídeo produzido pelo Programa Conexão Brasil, um clipe sobre a música "Menino bom de bola", de Graciliano Ramos, um dos compositores e poetas da Ilha do Mosqueiro.

MEIO AMBIENTE: TÉCNICAS DE PESCA ARTESANAIS ANTIGAS E EM USO NA AMAZÔNIA

 

Por: Pedro Leão

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Socó: Técnica utilizada em capturas de camarões em Bragança-PA

A Amazônia, pelas suas condições geográficas, climáticas e físicas de bacia hidrográfica – composta de regiões de várzeas, lagos, rios, igarapés, paranás, foz de rios e uma extensão marítima banhada pelo Oceano Atlântico – apresenta características bem definidas: fluvial, lacustre e marítima (FURTADO, 1981).

Suas águas são ricas em nutrientes e microrganismos que contribuem para sua fertilidade, estimulando o desenvolvimento da cadeia alimentar de várias espécies da ictiofauna. Por essas razões, encontram-se variados tipos de peixes e outros organismos aquáticos bastante apreciados pelo mercado consumidor, criando assim interesse comercial por esses produtos das águas, que são importantes à subsistência das populações que vivem da exploração da pesca nessa região.

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Matapi: Técnica utilizada na captura de camarões em  Mosqueiro

As variadas espécies de peixes em todas as regiões da Amazônia hídrica (FURTADO, 1981) contribuíram para uma alimentação saudável e abundante à base de peixes, facilitando a ocupação dessa área pelos colonizadores portugueses, segundo Furtado (1981). Foi o caso da expedição de Pedro Teixeira em sua missão de exploração, de 1638 a 1639. Nesse período, a alimentação de sua equipe era à base de produtos naturais (peixes e caças), o que aumentou a permanência dessa missão na exploração da área.

Nesse tempo não existia a pecuária no Pará, o que só aconteceu na época das comunidades civis na Amazônia, entre 1759 e 1859 (FURTADO, 1981), quando se começou a criar o boi, do qual se utiliza a carne, o leite, a manteiga, o couro, etc.

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L. surinamens> espécie utilizada no Conambi.

A abundância de águas ricas em peixes na Amazônia favoreceu a pesca artesanal, que é realizada em quase toda a área hídrica dos 3.581.180 km2 da Bacia Amazônica, sendo que 34,3% dessa área fazem parte do Estado do Pará, composta de rios, lagos, igarapés, foz de rios, num total de 20.512 km2 de águas internas, habitat de uma fauna ictiológica em regiões pesqueiras de alta produtividade (FURTADO, 1981) e que conta também com uma costa marítima que se estende do Maranhão ao Amapá, em uma extensão de 562 km. As pescas artesanais mais praticadas no Pará são a fluvial, a lacustre e a costeira. As limitações à pesca artesanal marítima no Pará são devido às condições precárias das embarcações de madeira, à falta de recursos financeiros e à falta de tecnologias de navegação. A pesca marítima acima das 10 milhas (MANESCHY,1993) é realizada por empresas da pesca industrial, que usam barcos de ferro de tecnologia moderna de pescar, são capitalizados e recebem incentivos fiscais do governo.

O que atribui o caráter artesanal à pescaria, segundo Furtado (1981), é o uso de tecnologia simples de produção – constituída de barcos de madeira artesanal, a vela ou a motor –; alguns apetrechos de pesca serem feitos também de forma artesanal pelos pescadores; os métodos de detecção de cardumes de peixes serem realizados com base na experiência e observação dos pescadores; e a precariedade dos meios de produção na captura e na conservação do pescado.

As técnicas de pesca artesanal usadas na Amazônia, no período Colonial, ainda eram baseadas em conhecimentos usados pelos índios: a tapagem de rios, a palheta – que consistia no lançamento de flechas sobre os peixes –, a narcotização dos peixes por meio da maceração de plantas venenosas como o cipó-timbó, o cururu-timbó e o conambi. As tarrafas e as redes de emalhar que ainda são usadas foram técnicas de pescas introduzidas pelos europeus (FURTADO, 1981).

Nessa época, pescavam-se, além de tartarugas (Dermochelys coriacea), pirarucus (Arapaima gigas), peixes-boi (Trichechus manatus) e outros peixes de água doce.

Segundo Furtado (1981), as técnicas de pesca artesanais antigas e até hoje em uso na Amazônia são:

Pesca com timbó (Paullinia pinnata L. Sapindaceae) – timbó-açu e timboí: é realizada com esses cipós venenosos que, ao serem batidos nos rios, narcotizam os peixes, fazendo-os virem à superfície, tontos, o que facilita a sua captura.

Pesca com conambi (há duas plantas ictiotóxicas com este nome: Phyllanthus conami (Aubl.) Muell. Arg. (Euphorbiaceae) e Libadium surinamensis L. (Compositae): consiste em preparar iscas de conambi com pirão de farinha de mandioca. Quando os peixes as ingerem, ficam dopados e sobem à superfície d’água, facilitando a sua captura.

Pesca com cacuri: é a pesca que utiliza um tipo de cesto chamado cacuri, manufaturado com talas de jupati (Raphia taedigera). O cesto possui uma entrada afunilada por onde os peixes entram sem possibilidade de fuga.

Pesca de tapagem – Pode ser feita com linha de nylon ou com o pari, uma espécie de esteira feita de talas de marajá (Pyrenoglyphis maruja). A técnica consiste em cruzar um igarapé com estas linhas ou com as esteiras, fixando-as a varas cravadas (paritás) no chão, impedindo a fuga dos peixes (tapagem do igarapé).

Pesca com matapi: armadilha de forma cilíndrica, fechada por dois cones por

onde entram os peixes e ficam presos. Assim como o cacuri, o matapi é confeccionado com talas de jupati (Raphia taedigera), porém este é mais alongado.

Pesca com gapuia: consiste em vedar um igarapé com aninga e tijuco (de argila) encostado em paus cravados a prumo no fundo do igarapé, para não deixar escapar a água e peixes; em seguida, bate-se o timbó para narcotizar os peixes e pegá-los com a mão ou com o puçá.

Pesca com maçará: consiste em colocar uma porta no pari para que os peixes

fiquem presos ao entrarem por elas.

Pesca com pessá: consiste em agitar uma pequena rede (tipo puçá) armada em um arco de pau e depende de uma vara para prender os peixes dentro do pessá.

Pesca maponga: consiste em alvoroçar as águas, fazendo barulho para direcionar os peixes para a rede de pesca e fazer a gapuia ou mucuoca (prender os peixes nas malhas da rede).

As maiorias das pescarias citadas acima são do tipo predatória, se realizadas em larga escala, porque não são pescarias seletivas de tamanhos (podem pescar alevinos ou peixes ovados).

A pesca artesanal no Pará ainda hoje é praticada com técnicas e práticas antigas, com o uso de redes ou espinhel, que não são consideradas práticas predatórias quando não usadas em épocas de desovas de peixes, não causando impactos ambientais, pois são seletivas, ou seja, podem-se selecionar os peixes adultos pelo tamanho da malha da rede ou pelo tamanho do anzol do espinhel.

Fonte:

Informações extraídas e condensadas da Tese de Mestrado (Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia PPGDAM, Universidade Federal do Pará (UFPA), Núcleo de Meio Ambiente (NUMA), de autoria de Carlos de Souza Arcanjo.

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ARCANJO, Carlos de Souza. Segurança Ambiental: Mapa de Riscos Ambientais da Pesca Artesanal com Espinhel, Litoral Nordeste do Pará.  Carlos de Souza Arcanjo; Orientador Sérgio Cardoso Moraes. _2010, 123 p, Dissertação (Mestrado) _ PPGEDAM/ NUMA/Universidade Federal do Pará, Belém, 2010. Disponível em:http://www.ppgedam.pro.br/ppgedam/attachments/article/79/disserta%C3%A7%C3%A3o-CARLOS%20ARCANJO.pdf. Acesso em:  20 nov. 2013.

Imagens

http://www.labohidro.ufma.br/upload_art/vol21_artigo08.pdf.

MOSQUEIROAMBIENTAL
http://herbario.up.ac.pa/Herbario/herb/vasculares/view/species/559

Postado por

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2013/11/tecnicas-de-pesca-artesanais-antigas-e.html

domingo, 12 de outubro de 2014

EVENTO RELIGIOSO: É O CÍRIO DE NAZARÉ!

 

Autor: Claudionor Wanzeller

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Rios de gente escorrem pelas ruas de Belém

E convergem para o berço da cidade.

Lá, abraçam-se na incontida emoção,

Em torno da Santinha.

E avolumam-se

E transformam-se no rio-mar,

No Grão-Pará de Fé!

 

No correr das horas, espraiam-se pela cidade morena

Em busca de Nazaré,

Onde tudo começou.

 

Na Procissão Colossal, não existem diferenças:

Só a multidão contrita, fraterna,

Esperançosa, emocionada,

Vivendo um Momento Divino!

sábado, 4 de outubro de 2014

MEIO AMBIENTE: AMAZÔNIA: Corantes naturais são alternativa sustentável na moda

 

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Urucum (Bixa orellana L.)

O uso de corantes naturais para tingimentos na moda mostrou-se uma alternativa eficaz para ligar a indústria têxtil à sustentabilidade. Mais que isso, os corantes provenientes de espécies de origem amazônica movimentam a economia e o mercado de trabalho daquela região. A pesquisa conduzida na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) por Janice Accioli Ramos Rodrigues buscou testar a eficiência de formas de pigmentação com fórmulas menos agressivas para a aplicação em artigos do vestuário de moda, tentando minimizar os impactos ambientais causados pela indústria têxtil, que é considerada uma das maiores poluidoras do meio ambiente. A dissertação de mestrado Uso de corantes de origem natural para o tingimento de artigos têxteis de moda foi orientada pelo professor Mauricio de Campos Araújo.

As espécies utilizadas na pesquisa foram: açaí (Euterpe oleracea), andiroba (Carapa guianensis Aubl.), jenipapo (Genipa americana L.), mamorana (Pachira aquatica Aubl.), urucum (Bixa orellana L.) e cipó- verônica (Dalbergia subcymosa Ducke). Os extratos foram preparados e, após processos químicos, foram testados em tecidos. “Foram feitos testes em tecidos planos PT com ligamento sarja, de algodão 100% fornecido pela empresa Cedro Têxtil, e em um segundo momento tecido meia-malha composto por 98% algodão e 2% elastano, fornecido pela empresa Rosset Têxtil, alvejado e purgado pela Donacor Lavanderia, para comparar-se tal afinidade”, relata Janice. “Deu-se preferência às fibras com algodão pela sua origem vegetal.”

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Roupas confeccionadas e tingidas pela pesquisadora

Após o tingimento, foi analisada a potencialidade dos corantes, ou seja, os testes seguintes tinham como objetivo analisar a solidez do corante diante da lavagem. Essa análise contou com alguns fatores como temperatura, alcalinidade, alvejamento e ação abrasiva. Após esse processo, foi criada uma cartela de cores como resultado das colorações, uma coleção e quatro artigos de roupa com os tecidos tingidos.

“No tocante à coleção e aos artigos do vestuário, estes foram elaborados como forma de validar os resultados experimentais do presente estudo. Como o objetivo principal é o uso dos corantes no vestuário de moda, alguns dos corantes foram aplicados nas peças confeccionadas, as quais foram projetadas em um estágio junto ao curso de Design de Moda, da Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal, de setembro a novembro de 2012”, explica a pesquisadora. A criação da coleção envolveu uma pesquisa teórica de imagens, definição de uma temática, modelagem das peças escolhidas e a elaboração de peças-piloto para a posterior confecção no Brasil. O tema escolhido para a coleção foi “Navegar é preciso, ser sustentável também é”.

Benefícios além-moda

“Quanto aos resultados, pode-se dizer que se chegou ao objetivo proposto, pois foram obtidos corantes aptos a serem usados na indústria têxtil, com boa solidez às lavagens e à luz, além de terem sido produzidas peças de roupa em tamanho normal para a aplicação dos mesmos”, relata Janice.

Além do incentivo à sustentabilidade, a concretização do uso dos corantes naturais pode agregar projetos com base na economia solidária na Ilha do Combu, próxima à Belém do Pará, local de onde advém os materiais estudados. A estruturação de uma cooperativa voltada para a manufatura de produtos de moda com corantes naturais levaria em consideração os aspectos sociais, econômicos, ambientais e culturais.

A pesquisadora tem como metas a reverter benefícios financeiros para a comunidade local, assim como preocupa-se com possíveis impactos causados por pessoas de fora dessas comunidades, que não têm familiaridade com as técnicas utilizadas. Logo, a colaboração dos povos locais deve ser iniciada “pelo manejo dos elementos vegetais, com a devida observação de que a ilha é uma área de preservação ambiental e, portanto, tem certos limites para a exploração dos seus recursos”, explica Janice. “Com a consequente capacitação da população local para trabalhar em algumas das etapas da produção, fruto da participação de profissionais diversos, haveria a geração de trabalho, inclusão social e, consequente, renda.”

A geração de renda a partir da produção dos corantes naturais seria um ganho excepcional, na visão de Janice. A maior parte da população local tem baixa renda e os produtos extraídos por eles não são valorizados, sendo que a produção de corantes pode reverter essa situação e agregar maior valor aos produtos.

“Certamente, por meio de um estudo mais detalhado, o que ocuparia um trabalho inteiro, seria possível trazer as bases certas para este empreendimento e, assim, além de estar cuidando da localidade com melhorias advindas deste trabalho e respeitando a natureza pelo uso adequado das matérias-primas, seria mais uma contribuição para a atmosfera da moda sustentável”, conclui Janice.

Mais informações: e-mail: janiceaccioli@gmail.com

http://www.usp.br/agen/?p=159754

Em 4 de novembro de 2013

Imagens:

http://www.usp.br/agen/?p=159754

http://www.andif.com.br/ver.php?codigo=838

FONTE:

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2013/11/amazonia-corantes-naturais-sao.html

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

EVENTO RELIGIOSO: VISITA DA VIRGEM DE NAZARÉ

 

Ontem, dia 02 de outubro, às 21 h, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré adentrou a praça Cipriano Santos, na Ilha do Mosqueiro, dirigindo-se à igreja de Nossa Senhora do Ó, onde foi recebida com fogos de artifício, chuva de papel picado e muitos aplausos pelos fiéis católicos que se encontravam ali, lotando o interior do templo. A visita da Santa à Ilha vem acontecendo há vários anos, evento que consta da programação da maior festa cristã do mundo: o Círio de Nazaré. A primeira visita da Padroeira dos Paraenses à Ilha ocorreu há quarenta e nove anos, no dia 12 de dezembro de 1965, por ocasião do Círio de Nossa Senhora do Ó. Aliás, essa foi também a primeira vez que a Imagem deixou o seu nicho no Colégio Gentil Bittencourt, nos braços de Monsenhor Américo Leal, para uma visita a outra localidade, atravessando o Furo das Marinhas de balsa, já que não havia ponte ligando a Ilha ao continente, na época. Hoje, bem cedo, após a Santa Missa na Igreja Matriz, a Imagem Peregrina foi conduzida pelos paroquianos até a Agência Distrital do Mosqueiro e, depois de ser homenageada, seguiu viagem para a cidade de Santa Bárbara do Pará, levando os pedidos, as promessas e os agradecimentos do povo mosqueirense.

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