sexta-feira, 29 de agosto de 2014

NA ROTA DO TURISMO: Tapioquinhas da Vila são tradição na Ilha do Mosqueiro.

 

Segredo de como preparar as delícias, doces, salgadas, secas e molhadas não é revelado pelas tapioqueiras.

clip_image002

Desde cedo, a procura é grande pelas famosas tapioquinhas na praça da Vila, em Mosqueiro. Para a tapioqueira Sandra Silva, mesmo com todas as mesas ocupadas e com clientes em pé, o movimento é considerado baixo. “Nem está tão grande como em outras vezes”, analisa.

Mas os clientes não reclamam da esperar. O desejo fala mais alto. “Eu vim para Mosqueiro só para comer tapioca. Não foi nem para pegar sol. Só a tapioca na folha da bananeira”, revela a técnica em enfermagem, Ana Duarte.

Mês de férias é assim na Vila. Os visitantes não param de chegar e as tapioqueiras não têm tempo para descansar. “É direto, de 4h até 11h30, meia-noite. E tem freguês”, conta Leila Monteiro. O engenheiro agrônomo Marconi Sabino, já na terceira tapioca, define: “é a melhor tapioca do Brasil”.

Parada obrigatória

As barracas de tapioquinha da Vila são parada obrigatória para quem vêm em Mosqueiro. As famosas tapioqueiras são como um patrimônio da ilha e as delícias que preparam, doces, secas, molhadas, se transformou em uma marca registrada de um dos destinos mais visitados do verão no Pará.

O costume já virou tradição e passa de mãe pra filha. Mas o que há de tão especial nessa tapioca? “O segredo, todas nós temos. Mas só em Mosqueiro você encontra a melhor tapioquinha”, afirma a tapioqueira Rita de Cássia da Silva, sem revelar o segredo do sabor. “Elas fazem com bastante carinho”, arrisca a administradora Taiana Gama.

O cardápio é para deixar qualquer visitante em dúvida. São mais de 60 opções, fora os pedidos que surgem da cabeça do cliente. “Eles chegam e dizem: eu quero uma tapioca assim. Eles dão a ideia deles e a gente faz, ao gosto do freguês”, garante a tapioqueira Doralice Araújo.

E foi assim, para agradar o cliente, que Dora criou a tapioca paraense: folhas de jambu cozidas no tucupi e camarões entram no recheio. Para a estudante Lorena Cavalcante, a mistura está aprovadíssima. “Muito boa, a gente sente o gosto do tacacá”.

Confira a receita da tapioca de Camarão com Jambu:

Ingredientes:

1 quilo de goma de tapioca
1 tomate
1 cebola
1 maço de cheiro verde
1 maço de jambu
Sal a gosto
2 colheres de óleo de cozinha
1 porção de camarão pitu ou camarão d’água-doce

Modo de preparo:

Coloque a goma em uma bacia com água e deixe-a de molho por um dia. Depois, deixe-a secar por mais um dia, colocando-a envolta em um pano. Depois, seque e coe com um crivo. Com a goma já peneirada, jogue-a, aos poucos, em um frigideira aquecida, até o pó ficar consistente.

Descasque os camarões, corte o tomate, a cebola em cubos, o cheiro verde e refogue em uma frigideira com o óleo. Depois, deixe por uns 10 minutos até dourar. Em uma outra panela com água, cozinhe o jambu com um pouco de sal. Para finalizar, basta rechear a tapioquinha com o refogado do camarão e o jambu. A porção rende oito tapioquinhas.

FONTE: http://redeglobo.globo.com/pa/tvliberal/edopara/noticia/2014/07/tapioquinhas-da-vila-sao-tradicao-na-ilha-de-mosqueiro.html

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

EVENTO RALIGIOSO: FESTIVIDADE DE SANTA ROSA DE LIMA

 

A Coordenação da Festividade de Santa Rosa de Lima, na povoação de Caruaru, interior da Ilha do Mosqueiro, realizou, no último dia 22, a procissão fluvial em homenagem à Santa Padroeira do lugar, assim focalizada por Tiago Júlio, na reportagem do Diário do Pará de sábado:

Fiéis homenageiam Santa Rosa de Lima

Uma procissão grande e bela dentro da sua simplicidade. Assim pode ser descrita a romaria de Santa Rosa de Lima, que reuniu dezenas de devotos pelas ruas e canais do distrito de Mosqueiro, ontem pela manhã.

A caminhada seguiu da Paróquia de Nossa Senhora do Ó em direção ao porto do Pelé. De lá, a imagem de Santa Rosa de Lima foi embarcada e seguida de perto por dezenas de barcos de todos os tamanhos, até a comunidade de Caruaru. O percurso, repleto de homenagens, subiu o rio Tamanduaquara e emocionou os fiéis.

Com queima de fogos, apresentação de coral e acompanhamento da banda “Luz Divina”, a imagem de Santa Rosa de Lima foi recepcionada na comunidade de Caruaru. O padre Cristóvão Freitas, que celebrou a missa no local, afirma que Santa Rosa foi a primeira Santa da América Latina.

“Os ribeirinhos a elegeram para devoção e hoje nós vemos uma relação muito próxima do homem do rio e Santa Rosa. Essa romaria fluvial, que nada mais é que uma grande manifestação de fé, revela todo amor do povo pelo divino”, comenta.

Para o devoto Augusto Amaral, 33 anos, a festividade de Santa Rosa de Lima merece mais atenção. “É uma procissão que pouca gente conhece e por isso nem imagina o quanto é bonita. Eu me sinto muito recompensado de poder estar todos os anos participando”, diz.

A devota Eliete Jardim, 64 anos, conta que passou por um grave problema de saúde e acredita que se recuperou graças à intercessão de Santa Rosa de Lima. “Com fé a gente consegue tudo e nada é impossível. Basta a gente acreditar e confiar. Não tenho nada pra pedir, só agradecer”, fala.

Alfredo da Silva, 41 anos, fez questão de enfeitar seu barco de pesca, instrumento de trabalho, para participar da romaria fluvial. “A safra do açaí deu muito boa e nós conseguimos pescar muito camarão. É importante a gente ser grato à Santa Rosa de Lima por tudo que tem conseguido”, lembra. Se depender de Alfredo e da comunidade do Mosqueiro, a tradição de homenagear a Santa perdurará por anos. “A fé não tem tamanho”, completa o pescador.

clip_image002

Imagem de Santa Rosa de Lima foi seguida por centenas de pessoas pelo rio Tamanduaquara.

Para conhecer detalhes da festividade, pesquise neste blog:

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/09/na-rota-do-turismo-caruaru-e.html

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2013/08/evento-religioso-os-passos-da-devocao.html

terça-feira, 12 de agosto de 2014

NA ROTA DO TURISMO: PROGRAMA SUCESSO | BELÉM DO PARÁ



Programa de Televisão.Gênero: Entretenimento
Exibição: Domingo, às 11h na TV Cidade/Record Ma
Site: www.programasucesso.com.br
Apresentadora: Rejanny Braga

NA ROTA DO TURISMO: NOSSA GENTE NOSSA TERRA - MOSQUEIRO




Primeira parte da matéria sobre a ilha de Mosqueiro - Belém/PA no programa Nossa Gente Nossa Terra. O programa é uma produção independente exibido pela TV Tocantina, afiliada da Rede Bandeirante, canal 6, Cametá-PA. Apresentação Kelves Raniery (2.011).

CANTANDO A ILHA: PRAÇA DO MOSQUEIRO



Autor: Severino Britto

No Mosqueiro, há gente que é gente.
O que nos torna a Ilha bem saudável;
Lá na Praça, encontramos o Contente,
A nós, ofertando um sorriso afável.

Quem gosta de jogar o dominó,
Diverte-se bastante: tem “burrinho”
Entre os quais destacamos o “Cocó”
Que faz da “baratada” o seu joguinho!

Desfrutamos sabores do Pará:
Tapioca, cuscuz e o tacacá.
As crianças soltando os seus balões!

Os adultos nos “papos” relembrando...
Sentados em seus bancos... Caminhando,
E o sangue agitando os corações!


FONTE: O Viajante/ Severino José Britto – 1. ed. – Belém: Ed. Do Auto, 2009, p. 127

O autor:

Severino José de Britto, brasileiro, Oficial Superior da Marinha de Guerra (RRM) e com formação em Odontologia (UFPA):

“Já vivo a terceira idade,
No Norte, lugar que me quis.
Já fiz até faculdade,
Mas sou um eterno aprendiz.

Sou o Severino Britto,
Natural de Alagoas.
Cá estou, pois acredito,
Que aqui só tem coisas boas!”

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CANTANDO NA ILHA: CLIPE OFICIAL DE VALKETHELLY - MEU MUNDO.



Postado por Paulo Sérgio

NA ROTA DA HISTÓRIA: ASSENTAMENTO MÁRTIRES DE ABRIL–15 ANOS

 

No Pará, Assentamento Mártires de Abril completou 15 anos, no dia 5 de maio de 2014.

REPOSTADO DA PÁGINA DO MST

A ilha de Mosqueiro, região metropolitana de Belém, sempre foi conhecida como um dos refúgios da burguesia da capital paraense. Juízes, promotores, empresários e políticos da cidade têm mansões e terras na ilha.

No dia 03 de maio de 1999, cerca de 400 famílias ligadas ao movimento ocupam a fazenda Taba (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica) e montam acampamento reivindicando a desapropriação da área. Depois de quatro ações de despejos de forma violenta, em 2001 as famílias conseguem conquistar a terra.

A antiga fazenda, onde antes acontecia degradação do meio ambiente, prostituição e tráfico de drogas, hoje abriga o assentamento Mártires de abril, que completou 15 anos de lutas e resistência.

A festa de aniversário do assentamento contou com a participação de partidos políticos de esquerda, movimentos sociais da cidade de Belém e da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH). Todos acompanharam e se solidarizaram com essa luta desde os primeiros dias de acampamento, em 1999.

“O primeiro resultado positivo é saber que aqui não se passa fome. Aqui se produz macaxeira, feijão, peixe, cupuaçu, açaí, galinha caipira. E isso é muito importante pra gente, pois as pessoas que aqui estão lutam por sua dignidade enquanto seres humanos”, afirma Jane Cabral, da direção do movimento.

Lapo: Uma experiência agroecológica

Em 2005 as famílias organizam o Lote Agroecológico de Produção Orgânica (Lapo) a partir de uma concepção do próprio MST através das leituras e estudos a respeito da agroecologia.

O militante Mamede Gomes, assassinado em 2012 no seu lote enquanto trabalhava, foi um dos principais responsáveis pela criação do projeto e um dos homenageados durante a mística de abertura da celebração dos 15 anos do assentamento.

A produção começou com maracujá, hortaliças, macaxeira, feijão até consolidar o Lapo dentro de uma transição agroecológica, produzindo alimentos de forma saudável e diversificada, livre de venenos, agrotóxicos, fazendo a troca de sementes e combatendo a política do monocultivo do Agronegócio.

“Temos a prática de troca de sementes e mudas, intercâmbio com as universidades e pesquisadores, vivência e troca de experiências com estudantes. O Lapo se tornou o legado que o Mamede nos deixou e queremos que ele sirva de exemplo para os nossos outros acampamentos e assentamentos”, afirma Teo Nunes, assentada e viúva de Mamede.

FONTE: http://www.mst.org.br/node/16057

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

CURIOSIDADES: O MISTÉRIO DAS FÓRMULAS EM BAÍA DO SOL–MOSQUEIRO

 

Autor: HERNANDES FERNANDES

image

Conheci o Sr. Fred, um americano que fixara residência em Baía do Sol, na casa que pertencera ao Dr. Osvaldo Medrado. Eu o conheci através de meu Tio "Sinuca" que trabalhava no posto médico de Baía do Sol.

O Sr. Fred precisava de alguém para pintar umas fórmulas eletrônicas nas paredes de seu estúdio de rádio amador, com o objetivo de decorar a sala, fotografar e mandar para seus amigos que tinham também o mesmo hobby. Acertamos o preço, ele me forneceu um livro de eletrônica e escolheu as fórmulas que queria que eu transcrevesse para a parede. Ampliei as fórmulas em cartolinas, recortei os desenhos e assim obtive as matrizes vazadas.
No dia seguinte, convidei meu amigo Claudio e lá fomos fazer as pinturas das paredes. Pintamos as paredes e até o teto. Eram muitas fórmulas, mas o espaço era grande, por isso, se observarmos, verificaremos que estas se repetem várias vezes.
As cartolinas foram cortadas com estilete e o esmalte sintético utilizado na pintura foi passado com rolinho de espuma.

É uma pena que tudo será destruído com a reforma da casa. Naquela ocasião não lembramos de fotografar o trabalho, até porque eu não tinha consciência da importância do mesmo. No final, o Sr. Fred pagou acima do que havíamos acertado e disse que o trabalho ficou excelente.

Abaixo as imagens do documentário do Sr. Armando Monteiro sobre a operação prato 36 anos que fala sobre as "fórmulas misteriosas" pintadas nas paredes da casa do Sr. Fred.

image

image

Fórmulas eletrônicas nas paredes

image

image

Fórmulas eletrônicas no teto

image

Fórmulas repetidas

image

Prefixo de Rádio Amador do Sr. Fred (PY8ZLC), na          grade da frente.

FONTE:

http://www.baiadosolsempre.blogspot.com.br/2014/07/o-misterio-das-formulas-nas-paredes-da.html

PESQUISE NESTE BLOG:

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2014/02/curiosidades-piloto-da-nasa-morou-na.html

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

NA ROTA DO TURISMO: IAKURUARÚ NA TRILHA DA TERRA FÉRTIL

 

Autores:

Prof. Dr. Daniel dos Santos Fernandes 1

Prof. Me. Jorge Alex de Almeida Souza 2

Prof.ª Esp. Márcia Bittencourt Brito 3

Raianne dos Santos Fleck 4

Gerlei Agrassar Menezes 5

Shirlene Machado Santos 6

Resumo

Este artigo e resultado do Projeto de Pesquisa “Entre Trapiches, Trilhas e Vilas: Organização Comunitária e Práticas Sustentáveis no Distrito de Mosqueiro, PA/Brasil”, relata as experiências interdisciplinares de docentes e discentes das Faculdades Integradas Ipiranga na Comunidade de Caruaru, localizada na Ilha do Mosqueiro, distrito de Belém do Para. Adotando procedimentos de pesquisa participante, anotações de trabalho de campo, aplicação de questionários, filmagens e oficinas junto aos ilhéus, foi possível identificar perfil socioambiental com destaque para o saber local, relações de gênero e parentesco, atividades de subsistência, o papel relevante da escola e propostas de roteirização turística de base comunitária para Caruaru, tendo como ênfase a pesquisa ação que resultou em uma interação maior com a comunidade, centrada na mediação entre Escola, Associação de Moradores do Caruaru (ASMOCA) e moradores não-associados.

Palavras-Chave: Saber Local, Escola, Base Comunitária, Desenvolvimento Sustentável.

Abstract

This article is the result of the research project called “ Entre Trapiches, Trilhas e Vilas: Organização Comunitária e Práticas Sustentáveis no Distrito de Mosqueiro, PA/Brasil,” reports the interdisciplinary experiences of teachers and learners of the Faculdades Integradas Ipiranga in the community of Caruaru, located on the island of Mosqueiro, District of Belem of Para. Adopting procedures for participant research, notes of fieldwork, the application of questionnaires, filming and workshops along the islanders, which were possible, identify environmental profile focusing on, local knowledge, gender relations and kinship, life subsistence activities, the important role of the scholarship and proposals for community-based tourism routing to Caruaru. Tends as emphasis the research action that resulted in a larger interaction with the community, centered in the mediation among School, Association of Residents of Caruaru (ASMOCA) and no-associated residents.

Keywords: Local knowledge, School, Community Base, Maintainable Development.

Introdução

O projeto “Entre Trapiches, Trilhas e Vilas: Organização Comunitária e Práticas Sustentáveis no Distrito de Mosqueiro, PA/Brasil”, que deu origem a este trabalho, tinha como objetivo alcançar a interação dos saberes acadêmico e tradicional, a fim de estudar e analisar a organização social e práticas sustentáveis no distrito de Mosqueiro, nas comunidades de Caruaru e Castanhal do Mari-Mari. Devido à necessidade de readequar as novas contingências, como o tempo e o orçamento disponibilizado, bem como as singularidades encontradas em Caruaru e Castanhal do Mari-Mari, que impossibilitariam ações junto às duas comunidades ao mesmo tempo, optamos por trabalhar apenas com Caruaru. Desta forma, o lócus da pesquisa passou a ser Caruaru, para que pudéssemos dar conta dos objetivos da pesquisa, agora redimensionada, e contribuirmos com o entendimento dos processos culturais e políticos da referida comunidade em direção às possibilidades de construção de práticas sustentáveis.

1- APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

clip_image002

Figura 1. Distrito administrativo de Mosqueiro – DAMOS Fonte: Adaptado do Plano Diretor de Belém (2006)

Situada no Distrito de Mosqueiro (FIG.1), ilha fluvial localizada na costa oriental do rio Para, no braço sul do rio Amazonas, em frente a baía do Guajará, localizado a 70 km de distância do centro de Belém do Pará, localiza-se a comunidade de Caruaru, termo de origem indígena com significado incerto, que teria vindo de iakuruarú (jacuraru: variedade de lagarto) ou do dialeto dos índios cariris: caru (coisa boa) + aru aru (abundância), que pode ser entendido como “terra da fartura” ou “terra fértil”; designa importante povoação no interior do distrito.

Para chegar a Caruaru, já na Vila de Mosqueiro, é necessário irmos até o Porto Pelé, que fica no final da Trav. Siqueira Mendes, de onde saem todos os barcos para as comunidades ribeirinhas do Distrito de Mosqueiro.

Leva-se quarenta minutos de barco seguindo o igarapé Tamanduaquara, um trecho do rio Murubira e, depois, subindo os rios Pratiquara e Caruaru, onde se atraca no trapiche da comunidade de Caruaru.

A comunidade de Caruaru já existe há mais de cem anos, criada pelo Sr. Manoel Bartolomeu Fróes, a partir do termo de posse datado de 1894 (FIG. 2), tendo como famílias tradicionais os Fróes e os Araújo, que iniciam uma relação de parentesco por afinidade.

clip_image004

Figura 2. Título de Posse da Terra de Caruaru para a família Froes. Fonte: SOUZA,

Possui como centro um campo de futebol, em cujas cercanias existem uma Escola de Ensino Fundamental (E. M. Prof.ª. Maria Clemildes), um salão de festas e uma capela dedicada à Santa Rosa de Lima, padroeira do lugar, festejada em agosto, inclusive com procissão fluvial.

2- QUESTÕES ANTROPOLÓGICAS EM CARUARU

Em Caruaru, a construção das relações sociais inicia-se a partir da família Fróes, em um processo de parentesco por afinidade em uma longa relação com a família Araújo, começando uma descendência única que reflete ainda hoje nas construções sociais da comunidade, ratificando Auge (1978, p.19):

...a filiação é o princípio de constituição e de organização interna de cada grupo de parentesco, enquanto as alianças (o parentesco por alianças matrimoniais) são o princípio da organização das relações externas entre os diferentes grupos, constrangidos a estabelecer relações necessárias de troca matrimonial por força da exogamia.

A construção social em Caruaru apresenta-se, desta forma, como a afirmação de descendência legitima a partir das relações de parentesco, por afinidade, surgida entre os Fróes e os Araújo, em um processo, hoje, mais estendido, prioritariamente, de afinidade com outras famílias, fruto da relação de casamentos com membros de outras famílias vindas de outras localidades. Porém, ainda é muito forte em toda a comunidade repetir-se a mesma afirmação: “aqui dentro todo mundo é parente”.

Alguns depoimentos caracterizam-se da seguinte forma: “aqui é como uma família, todo mundo é parente”, a partir da existência, principalmente entre os moradores mais antigos, de casamentos entre primos diretos e indiretos, o que demonstra a ratificação, pelos moradores, das relações de parentesco como principal lógica de organização local.

A comunidade nunca viveu isolada, portanto, já trazia laços com moradores de outras comunidades e das cidades próximas. No entanto, a “teia” de parentesco cuja origem está num passado e na relação de apropriação do espaço é o que lhes oferece a legitimação de sua identidade. Porém, a forma de continuidade de relação de parentesco, por afinidade, com outras famílias além da Fróes e Araújo, inicia divergências pela questão do poder local, situação já observada por Quaresma (2008) ao trabalhar o Parque Ambiental do Mosqueiro, do qual a comunidade de Caruaru é entorno:

O predomínio de laços familiares, intensificando a familiaridade como elemento central das comunidades, agrega um complicador que pode ser compreendido deste modo: as novas comunidades, no entorno do Parque vão surgindo continuamente e resultam, quase sempre, de dissidências entre membros da mesma família, ou de casamentos em que pessoas do lugar casam-se com estranho, que passa a ser aceito na comunidade original do cônjuge, fazendo parte da mesma, ou seguindo o casal para nova comunidade. A facilidade de ocupar um terreno à beira do rio permite esse rearranjo que desagrega aqui para reagregar lá adiante (QUARESMA, 2008, p.13).

Assim, algumas lideranças, na atualidade, surgem de cônjuges em relação de parentesco por afinidade, que começam a destacar-se nas ações para atenderem a demanda comunitária local, provocando algum desconforto nas relações comunitárias em Caruaru, refletindo na relação comunidade e organizações representativas locais, prejudicando a construção de práticas sustentáveis na comunidade.

3-ALGUNS ASPECTOS EDUCACIONAIS EM CARUARU

A escola da comunidade, por estar localizada em uma zona rural para a área da educação, é caracterizada como uma escola do campo. Em Caruaru, observou-se a presença de uma única escola denominada Unidade Pedagógica Maria Clemildes dos Santos (FIG. 3), que está sob a jurisdição da Secretaria Municipal de Educação – SEMEC, ligada à prefeitura de Belém.

Embora o projeto Entre Trapiches, Trilhas e Vilas – ENTRATRIVI não contemple em seus objetivos iniciais a pesquisa voltada para a escola, houve, em um momento preliminar, uma forte inquietação dos pesquisadores em relação às questões educativas na comunidade, como elemento importante para o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária, uma vez que, nas comunidades ribeirinhas, geralmente são encontrados altos índices de analfabetismo.

A Unidade Pedagógica oferta o ensino fundamental organizado de forma multisseriada, termo que adotaremos por ser o mais utilizado. Esse tipo de organização escolar está previsto pelo art. 23, do capítulo II, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96:

A educação básica poderá organizar-se em series anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

clip_image006

Figura 3. Unidade Pedagógica Maria Clemildes dos Santos Fonte: BRITO,

A educação multisseriada é uma solução adotada em diferentes países para permitir que a população das áreas rurais tenha acesso á educação, já que a baixa densidade demográfica nessas áreas e, consequentemente, o baixo número de alunos inviabilizam a criação de turmas voltadas ao atendimento das séries ou anos específicos.

A pesquisa realizada pelo ENTRATRIVI apontou que na comunidade de Caruaru a faixa etária é um dado relevante, uma vez que lá 5% da população entrevistada encontram-se na faixa etária de 7 a 14 anos, considerada a faixa etária ideal para a formação dentro do ensino fundamental.

Neste sentido, para as crianças da comunidade de Caruaru, não se apresentam opções de espaço escolar, sendo a Unidade Pedagógica o lugar que congrega tanto as práticas educativas quanto às atividades culturais que culminam com as atividades da comunidade. Essa relação está presente na fala de um líder ribeirinho comunitário das adjacências:

A escola é importante porque tem o trabalho de resgatar a nossa cultura, a nossa história, a coordenação da escola mostra o trabalho das crianças para a comunidade e isso é importante para divulgar a nossa cultura. Isso é importante, não é pra gente, mas pra eles, ter as crianças conhecendo e divulgando o que e nosso. (Fala de um líder comunitário).

O líder comunitário reflete sobre a importância da participação das crianças na principal festa religiosa que a comunidade promove, é o momento de culminância dos projetos desenvolvidos na escola. O líder comunitário reforça que as práticas educativas devem ser reflexos da cultura ribeirinha.

Para Arroyo (2009), o direito à educação foi usurpado da população brasileira durante décadas, muitos saíram dos campos em busca de uma “vida melhor” na cidade, ou saíram do campo para estudar, uma vez que a zona rural do pais nunca recebeu atenção.

O que percebemos é uma relação de interesse muito grande da comunidade em relação à escola. Os professores com que tivemos contato moram na comunidade, o que nos ajuda a refletir um fator positivo de conhecimento da realidade. O contato com a associação dos moradores de Caruaru nos fez pensar sobre a importância da organização comunitária e da efetiva participação da comunidade, além do envolvimento que deve passar desde a preocupação com a educação dos filhos até as formas de sobrevivência sustentável. Essa dinâmica é favorável na constituição de escolas, pois:

Uma escola do campo não é, afinal, um tipo diferente de escola, mas sim a escola reconhecendo e ajudando a fortalecer os povos do campo como sujeitos sociais que também podem ajudar no processo de humanização do conjunto da sociedade, com suas lutas, suas histórias, seus trabalhos, seus saberes, sua cultura, seu jeito (ARROYO, 2009, p.110).

Essa afirmação reforça que as escolas do campo e as comunidades não podem caminhar separadas, elas são constituídas política e pedagogicamente pelos sujeitos do campo, devem ser incorporadas pela organização e pelo trabalho desses sujeitos. Dentro dessa perspectiva, podemos perceber na comunidade de Caruaru esta dinâmica, não aprofundada na vivência de praticas pedagógicas, no currículo implantado, na convivência com os professores, uma vez que não vivenciamos o espaço escolar. Mas o experimentamos nas conversas e reuniões de que participamos nos finais de semana na comunidade, com professores, líderes comunitários e pais e mães dos educandos, que se referem à escola como um lugar importante na comunidade.

Diante disso, podemos inferir que há uma esperança da comunidade de Caruaru de que a educação formal possa contribuir para a melhoria de vida dos seus filhos, bem como há uma necessidade de implantação de outros níveis de ensino, como, por exemplo, a modalidade da Educação de Jovens e Adultos – EJA, que é necessária para atender os 24% da população que, segundo os dados da pesquisa, nunca foram a escola. Em contato com a comunidade, podemos perceber que esse dado pode ser explicado por, pelo menos, dois motivos: primeiro, pela dificuldade de acesso na idade própria, e segundo, pela distância física da comunidade de Caruaru em relação às escolas que ofertam outros níveis de ensino, sendo necessário que os moradores saiam de seus lugares e tenham que viajar de barco até a Vila do Mosqueiro, o que dificulta a continuidade de estudos.

4- GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA A PARTIR DE PROPOSTAS SUSTENTÁVEIS

Os resultados da pesquisa socioambiental da comunidade de Caruaru foram auferidos da aplicação de questionários e vídeos coletados no período de 15 de janeiro a 17 de abril de 2011. A definição do perfil da comunidade foi o objetivo inicial das pesquisas em campo para que identificássemos as práticas econômicas, as necessidades principais, as relações de gênero e a relação dos moradores com o turismo.

clip_image008

Gráfico 01 - Gênero dos entrevistados Fonte: Trabalho de campo, 2011.

Assim, coletadas e analisadas as informações, percebemos que a maioria dos entrevistados pertence ao sexo masculino, exatamente 52%, e 48% são do sexo feminino. Nesse sentido, é possível constatar que essa maioria masculina favorece o fortalecimento do trabalho encontrado na comunidade do Caruaru, como: agricultura, pesca, aluguel de embarcação e comércio local (GRAF. 01). Os dados de campo também indicam que o artesanato compõe as atividades econômicas, e quem está à frente desse trabalho são as mulheres. As práticas de trabalho em Caruaru mantêm relação de proximidade da moradia, ocupam pequena extensão territorial e apresentam forte dependência de laços familiares.

clip_image010

Gráfico 02 - Fonte de Renda da Comunidade de Caruaru  Fonte: Trabalho de campo, 2011.

A maioria dos entrevistados, 64%, obtêm o sustento familiar através do extrativismo. Isso se deve à influência dos cursos d’aguas, da herança indígena e da tradição nordestina no trabalho da agricultura. São práticas que atendem às necessidades internas das famílias sem grandes produções externas, isto e, escoamento a mercados externos (GRAF. 02).

Os moradores relatam que incrementam a renda com a contribuição do governo federal por meio da bolsa-família, que se mostrou presente na renda de quase todos os entrevistados. Os outros resultados se dividem em 11% do comércio, 7% da aposentadoria, 6% do artesanato, 6% da merenda escolar e 6% da carpintaria. Esses dados apontam a importância da proposição do Turismo de Base Comunitária como um elemento que auxiliara na composição da renda dos moradores de Caruaru.

clip_image012

Gráfico 03 - Relação dos moradores com o turismo Fonte: Trabalho de campo, 2011

Apenas 9% das pessoas na comunidade trabalharam de forma direta ou indireta com atividades ligadas ao turismo, existe percentual considerável de 29% que trabalham com o turismo, e uma grande parcela de comunidade, 62%, não trabalha com turismo (GRAF. 03). Pode-se inferir que os locais pouco participaram de propostas vinculadas ao turismo e tampouco se beneficiaram dos efeitos do turismo à época do Programa de Ecoturismo para Amazônia Legal (âmbito federal) e das políticas executadas pela Prefeitura de Belém tendo em vista a Trilha Olhos d’Água. Há também expectativas de melhorias de vida, por parte dos moradores, em curto período, o que nos remete a pensar que falta esclarecimento sobre a importância de trabalhar para a sustentabilidade em médio e longo prazo.

clip_image014

Gráfico 04 - Interesse dos moradores por oficinas Fonte: Trabalho

Para aumentar possibilidades de ocupação e renda, percebe-se o grande interesse da comunidade em participar de oficinas, representando 90% dos interessados (GRAF. 04). Os resultados demonstram que os moradores preferem cursos ligados à agricultura (33%), uma vez que esta atividade compõe as práticas de subsistência abrangendo as familias de Caruaru. Os dados revelam interesses diversos, como cursos de pintura, informática e guia de turismo, carpintaria, pesca, leitura e escrita, inglês, mecânica, trabalhos manuais, costura, doces e bolos (GRAF. 05).

                                        CURSOS SUGERIDOS

CARPINTARIA 5%                  AGRICULTURA 33%                                PINTURA 9%

PESCA 9%                                  INGLÊS 5%        COSTURA, DOCES E BOLOS 5%

LEITURA E ESCRITA 5%         MECÂNICO 5%                        GUIA TURISTICO 9%

INFORMATICA 5%          TRABALHOS MANUAIS 5%                   NÃO OPINOU 5%

Após a aceitação de nossa pesquisa local, a equipe promoveu a oficina de elaboração de roteiros, momento no qual se adotou a estratégia de Grupo de Discussão, objetivando o diálogo, a troca de ideias, a valorização da memória local no que se refere à história dos primeiros moradores, da religiosidade, da cultura, da economia e do lazer, permitindo o máximo de interação e integração dos moradores quanto aos eventos e fatos da ilha.

Houve a montagem de painel com as proposições dos ilhéus e a indicação dos atrativos culturais e naturais que eles gostariam que fossem desenvolvidos pelo poder público, Instituições de Ensino Superior, Organização Não- Governamental, demais parceiros. A cada evento e fato apontado pelos moradores como de valor cultural e turístico, há relato relembrando o passado recente e o presente. Este exercício democrático no turismo objetiva registrar as transformações por que passa a comunidade, como também mostrar aos visitantes os costumes e modo de vida local a partir das decisões dos ilhéus. As conversas foram gravadas e transcritas para subsidiar o roteiro abaixo sugerido após a oficina.

Propostas Iniciais de Roteirização Ecoturística em Caruaru

A Romaria Fluvial

As preparações começam em julho, inicialmente com as peregrinações e as novenas. Estas romarias acontecem nas casas dos ilhéus. A festividade religiosa culmina com a romaria fluvial em homenagem à Santa Rosa de Lima, realizada em agosto, na última sexta-feira desse mês, parando em cada porto e/ou trapiche, até chegar à igreja para a realização da missa com soltura de fogos. No sábado, há o levantamento do mastro, no domingo continuam os festejos e na segunda-feira derruba-se o mastro.

 

A pesca do Camarão

Pratica extrativista permanente dos ilhéus que capturam o camarão para subsistência, utilizando matapi nas margens dos rios. As famílias colocam as armadilhas, geralmente no período da tarde, e na manhã seguinte retiram o camarão. Segundo os locais, o camarão que se vende na ponte que dá acesso a Mosqueiro não vem da ilha. A verdadeira cultura do camarão está nas comunidades.

 

O grupo de Ca-rimbó

Ressurgimento do grupo de Carimbó Raízes do Caruaipim. Este grupo não se apresenta há seis anos. Antes era convidado a participar de festivais e concursos em Belém e outros municípios. O grupo, membros próprios da comunidade, era formado por doze casais.

 

As plantas Medicinais

Várias espécies encontradas nas áreas de terra firme e várzea servem para atender à saúde dos ilhéus quando acometidos por doenças. Dores de cabeça, febre, crises renais, contusões, dores estomacais, gastrite etc. são males citados. Para combatê-los, há na comunidade plantas que ajudam.

A cultura da Farinha

Cada família tem seu centro (local de plantar e fazer a farinha). É necessária mais informação acerca de técnicas que não agridem o ambiente, segundo os próprios moradores. Os ilhéus vêm, ao longo dos anos, mantendo as mesmas técnicas (derrubada e queima) e hoje esperam mudanças para mostrar a cultura da farinha e sua influência nos hábitos alimentares locais.

 

O artesanato

Aprimoramento e escoação da produção local. Alguns moradores utilizam sementes e outros materiais da floresta para confecção de biojoias. Colares, pulseiras, anéis, brincos são feitos em Caruaru. Há a vontade de valorizar o artesanato usado na pesca e no âmbito doméstico, como cestas, peneiras, tipitis.

 

Time de futebol

Criado por volta das décadas de 1940 a 1950 por três moradores de Caruaru, recebeu o nome de Três Corações, onde hoje existe uma localidade com o mesmo nome. As competições e demais jogos na ilha reúnem várias pessoas vindas de localidades próximas, constituindo um aspecto cultural e de lazer muito forte na Comunidade. As competições abrangem as modalidades de futebol masculino e feminino. Na localidade de Três Corações, fica localizada a Associação dos Moradores da Comunidade de Caruaru – ASMOCA.

O Açaí

Cultivado e extraído pelas famílias da Comunidade, compõe o sistema de saberes que se estende desde o plantio, a retirada dos cachos (subida do ilhéu no açaizeiro, com a peconha), ao processo de debulhar, deixar de molho em água e produção do vinho (peneira ou máquina) e seu modo de consumir. Segundo os moradores, todo dia há famílias que consomem o açaí, não importando se está na safra ou não. Outro aspecto importante que existe na localidade de Três Corações é uma máquina particular de açaí, porém pode ser usada por um membro da comunidade quando solicitar e/ou precisar.

Quadro 1 - Elementos para roteirização Fonte: Pesquisa de campo, janeiro e marco de 2011.

Outra técnica de pesquisa desenvolvida para entender a relação antrópica local com seu meio foi entregar papel vegetal, lápis e caneta para que os ilhéus pudessem desenhar os aspectos mais representativos da cultura e para os quais atribuem forte simbolismo e práticas cotidianas, capazes de indicar o legado econômico, religioso, do lazer, entre outros. Para Tuan (1980), essa relação homem e ambiente se dá tanto pelos sentidos (tato, audição, paladar, olfato e visão) aos estímulos externos, quanto pela atitude proposital influenciada pela estrutura cultural formada por uma longa sucessão de experiências, construindo, assim, técnicas, modos, costumes e hábitos.

Nesse contexto socioambiental, o Turismo de Base Comunitária, através de seus facilitadores e demais profissionais, tem que ser direcionado como elo estruturante, ou seja, ele agregará, somará valor às práticas existentes, propiciando melhorias, valorizando a cultura local, ou será um fator de ressurgimento de algum aspecto cultural, como é o caso do grupo de carimbó Raízes do Caruaipim.

Considerações Finais

Acreditamos que as organizações comunitárias no Caruaru estão em processo de construção de relações democráticas, tensas, processo este natural, pelo espaço comunitário ser um espaço de poder, onde as questões de relações de parentesco deverão ser trabalhadas visando o bem comum, até para possibilitar a chegada mais próxima de um desenvolvimento sustentável para a comunidade. Nesse processo, a construção de estratégias que não excluam nenhum segmento, formal ou informal, de liderança é muito importante.

Durante seis meses deste projeto de pesquisa, observamos a vontade de moradores de Caruaru em ampliar as suas fontes econômicas, principalmente no anseio de inserção de novas tecnologias no plantio de mandioca e de outras culturas agrícolas. Aliados a isso, a aceitação de uma proposta de turismo sendo construída com a participação dos ilhéus valorizando seus olhares, opiniões e visões do futuro mostraram-se exitosas.

Prova disso foi a permissão desta pesquisa a qual aponta para a elaboração de um roteiro inicial, priorizando o ecoturismo e a gestão democrática. Outro dado importante foi analisar as relações das vivências ribeirinhas e suas temporalidades sociais como condição da pratica turística adequada com a tradição, costumes, saberes locais, para respeitar ilhéus e turistas quando do planejamento e da execução da atividade turística, tentando evitar cenários construídos para visitante e evasão de divisas de Caruaru ou concentração das benesses do turismo em pequenos grupos locais. Vale ressaltar que este passo inicial do projeto objetiva empoderar os moradores com propostas de turismo feitas por eles próprios, de acordo com as ideias do Turismo de Base Comunitária.

Notas

1 Doutor em Antropologia, professor das Faculdades Integradas Ipiranga, Coordenador do Projeto de Pesquisa. Interesse em Antropologia, Cultura, Literatura e Turismo de Base de comunitária. E-mail: dasafer@ibest.com.br – Faculdades Integradas Ipiranga

2 Mestre em geografia. Professor e Coordenador do Curso de Bacharelado em Turismo, pesquisador do projeto de pesquisa. Interesse em Planejamento Urbano e Regional, Geografia do Turismo e Turismo de Base Comunitária.                                             E-mail:jsouza.alex@yahoo.com.br – Faculdades Integradas Ipiranga

3 Discente do Programa de Pós-graduação em Educação, mestrado, da UFPA. Especialista em Educação, Assessora da Direção de Ensino das Faculdades Integradas Ipiranga. E-mail: marciabittencourt@faculdadeipiranga.com.br – Faculdades Integradas Ipiranga

4 Discente e Bolsista do Curso de Bacharelado em Turismo das Faculdades Integradas Ipiranga. E-mail: raifleck@hotmail.com

5 Bacharel em Turismo pelas Faculdades Integradas Ipiranga e voluntária do Projeto de Pesquisa. E-mail: gerlei1@hotmail.com

6 Discente e pesquisadora voluntária do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia das Faculdades Integradas Ipiranga. E-mail sirley_para@hotmail.com

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel Gonzalez. CALDART, Roseli Salete, MOLINA, Monica Castagna (Organizadores). Por uma educação do campo. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

AUGE, Marc. Os domínios do parentesco. Lisboa: Edições 70, 1978.

BRASIL Lei No 9.394 – Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 20 de Dezembro de 1996.

PLANO Diretor de Belém/ Distrito Administrativo de Mosqueiro (DAMOS). Belém/PA: Prefeitura Municipal de Belém. PMB. 2006, 31p.

Disponível em: <http://www.belem.pa.gov.br/planodiretor/

Audiência_territorialdamos/Apresentação/apresentacaodamos.pdf>. Acesso em: 19/01/2010.

QUARESMA, Helena Doris de Almeida B. Políticas Públicas e Gestão de Recursos Florestais: o caso do Parque Ambiental da Ilha do Mosqueiro, BELEM/PA. Belém: NAEA, 2008.

TUAN, YI-FU. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980.

FONTE: http://www.nead.faculdadeipiranga.com.br/revista/index.php/pesquisas/article/download/8/15

domingo, 3 de agosto de 2014

TRISTE EVENTO: ADEUS TOTE!

 

clip_image002

Ontem, à tarde, aos 67 anos, faleceu Jorge Carlos Ferreira da Silva, o Tote, personalidade bastante conhecida nos meios mosqueirenses pelo seu infalível bom humor, sempre demonstrado através de piadas criativas e de uma risada solta, inconfundível, contagiante.

Tote foi jogador do Pedreira -- o clube alvi-azul da Ilha do Mosqueiro -- torcedor fanático do Paysandu S.C., grande incentivador da Caminhada da Fé em Nossa Senhora do Ó e figura marcante em nosso carnaval.

No tempo dos mascarados do carnaval de rua, encarnou o domador do gorila, na dupla de foliões que formava com Diógenes Godinho.

No final da década de 60, com alguns amigos, participou da fundação do bloco que, mais tarde, daria origem à Universidade de Samba Piratas da Ilha. Entretanto, era um apaixonado pela Escola de Samba Peles Vermelha e, todos os anos, desde os tempos de bloco, fantasiava-se de cacique e saía às ruas para alegrar o Carnaval da Ilha, com sua risada feliz de índio guerreiro.

Tote escreveu sua história com a simplicidade de quem sabe viver com alegria, marcando sua passagem na memória da Ilha. Adeus, amigo!

sábado, 2 de agosto de 2014

VERANEIO NA ILHA: FIM DE FÉRIAS

 

E julho se foi e com ele foram-se as férias escolares. Na Ilha do Mosqueiro, julho é o mês em que a população flutuante chega a mais ou menos 300.000 habitantes, principalmente nos fins-de-semana, exigindo uma infraestrutura maior e melhor planejada para atender às necessidades de todos. É verdade que muitos problemas surgem, principalmente nas áreas de transporte, mobilidade urbana, abastecimento de água (embora estejamos numa ilha amazônica), segurança, saúde pública e recolhimento do lixo doméstico. Também é verdade que a administração local bate a cabeça para resolver tais problemas. Infelizmente, a solução para alguns é apenas paliativa, momentânea e, com o passar do tempo, o que foi minimizado é multiplicado, transformando-se em tormento maior para a população.

Apesar de tudo, o desejo de viver as alegrias de umas férias em nosso paraíso amazônico supera qualquer decepção e todos buscam o seu espaço ao sol em nossas praias de água doce com ondas. Agradecemos aos que nos visitam e a todos que trabalham para engrandecer a nossa Ilha!

clip_image002

clip_image004

FONTE DAS FOTOS: https://www.facebook.com/profile.php?id=100007302125955&fref=pb&hc_location=friends_tab