terça-feira, 8 de julho de 2014

A OUTRA FACE DA ILHA: MORADORES RELATAM PROBLEMAS EM MOSQUEIRO

 

Problemas como falta de saneamento básico e segurança tiraram o brilho do aniversário.

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Autor: Denilson D’Almeida

Muito procurada, sobretudo nesta época do ano, Mosqueiro completou, no último dia 6, 119 anos, mas os problemas que atingem este distrito de Belém acabaram tirando o brilho da festa.

Falta de saneamento básico, segurança, transporte público de qualidade e de políticas públicas que valorizem e preservem o patrimônio histórico são alguns dos problemas enfrentados pelos moradores.

“São tantos presentes que a gente poderia dar para Mosqueiro, neste aniversário, mas um olhar mais carinhoso e de atenção é tudo o que precisa”, disse o gestor de recursos humanos Rodrigo Teixeira, 24, morador da ilha.

A carência em Mosqueiro é percebida logo na entrada do distrito, no portal. À noite, algumas lâmpadas da estrutura estão apagadas e precisam ser trocadas. A estrada que dá acesso à Baía do Sol está em condições precárias, cheia de buracos e sem acostamento. Na localidade, é comum a reclamação por falta de saneamento e infraestrutura. Na praia, a erosão assusta moradores e comerciantes. A erosão também provoca transtornos no Paraíso e no Marahu.

Na orla do Murubira, que nos domingos das férias fica tomada por veranistas, somente esta semana que passou foi que começaram as obras de revitalização do calçadão. No entanto, do outro lado da rua, casarões e chalés antigos estão se deteriorando. “Alguns desses prédio já são tombados pelo patrimônio. Por isso, para reformá-los sai mais caro que construir uma casa nova”, disse o morador Henrique Soares.

Segundo ele, os maiores transtornos que a população local enfrenta não estão na orla e sim na parte mais periférica de Mosqueiro. “Vocês podem entrar em qualquer passagem dessa que dá acesso à Beira-Mar e tudo o que vão encontrar é mato e lama”, afirmou o morador. “A cada dez moradores vocês vão ver que oito irão reclamar de lixo e lama”, quantificou.

A passagem São Paulo, na Praia Grande, confirma o que Henrique pontuou. A via está tomada por entulhos, mato e lama. Nem mesmo as viaturas da polícia trafegam pelo local porque não tem condições dos carros trafegarem. “A comunidade aqui já chegou a fazer um abaixo-assinado e entregou à Agência Distrital de Mosqueiro para pedir que olhem pela gente”, comentou um morador da rua, que se identificou apenas como Luís.

Insegurança

Ele não esperou nem terminar de ser questionado sobre a segurança do local para afirmar que a criminalidade aumentou em Mosqueiro. “Os números de homicídios aumentaram. Os assaltos também. Tenho amigo que é taxista e ele nem quer mais trabalhar à noite, com medo”, colocou.

Segundo o gestor de RH Rodrigo Teixeira, que mora desde que nasceu em Mosqueiro, a falta de saneamento é um dos principais problemas enfrentados para quem mora ali. “No bairro do Aeroporto, apenas 20% das ruas são pavimentadas. O restante é uma lama só”, frisou.

“A gente enfrenta também problemas com a qualidade de água que chega às torneiras. É muito suja e ninguém faz nada. Tem áreas aqui que a população luta há cinco anos por melhorias e nunca receberam uma resposta positiva”, lamentou Rodrigo. Ele também critica a ausência de transporte público de qualidade. Quem precisa transitar de um bairro para outro na ilha, tem apenas o transporte alternativo para se deslocar. E a maioria das vans funciona em condição irregular e sem segurança.

Na orla do Chapéu Virado, existe um quiosque com uma placa informando que ali funciona – ou deveria funcionar – a “Central de Atendimento ao Turista (CAT)”. No entanto, no último sábado, 5, quando os primeiros turistas chegavam a Mosqueiro para passar o verão, o quiosque estava fechado. Ao olhar pela vidraçaria da porta, era possível ver que o local está abandonado e sujo.

Na Vila, funciona o Mercado Municipal, cuja última reforma data de 2005. “A gente espera por uma reforma de verdade há mais de trinta anos”, ressaltou Dilermando Souza, que tem uma barraca de hortifruti no espaço. As paredes do prédio apresentam infiltrações. Em alguns pontos, a fiação elétrica está exposta. “Já houve reuniões com a equipe da Prefeitura, mas toda vez se fala que vão adiar a reforma do mercado”.

Respostas

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Belém, mas até o fechamento da edição não obteve resposta.

Sobre as reclamações da falta de segurança, a Polícia Militar informou que realiza rondas intensivas pelo distrito. Além disso, neste mês de férias, a PM diz que reforçou o efetivo e que, além das viaturas e motos, também contará com apoio de animais (cães e cavalos) para fazer a segurança dos veranistas. A operação segue até o dia 4 de agosto.

Em relação à precariedade do serviço de transporte público, a Superintendência de Mobilidade Urbana (SEMOB) informou que, desde o dia 1º. de julho, começou a circular pela ilha de Mosqueiro o Transporte Suplementar, feito por micro-ônibus e quatro linhas que irão transitar pelas praias. Os veículos em situação irregular estão sendo retirados de circulação, segundo a SEMOB.

FONTE: Diário do Pará, nº. 10950. A8 BELÉM, 08/07/2014.

MOSQUEIRANDO: Já ouvimos falar que a História é cíclica. Deve ser verdade, porque, depois das férias, “tudo volta a ser como antes no quartel de Abrantes”. Apesar de tudo, todas as nossas praias estão liberadas para o banho no rio-mar, dependendo da consciência ecológica dos banhistas e dos vendedores da orla. Por sorte, ou melhor, por capricho da Natureza, a poluição oriunda de Belém – como os navios – passa ao largo. Como diz o velho pescador, “na Ilha, a maré de vazante puxa pra fora, pra bem longe das nossas praias”.

2 comentários:

  1. Povo que não sabe escolher seus politicos e acabam votando em estelionatarios, passam quatro anos sofrendo e o politico esperto viajando pro estrangeiro.

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  2. Duciomar destruiu Mosqueiro, mas o povo não aprendeu e elegeu o Zenaldo, outra fraude que saiu da mesma escola do Dudu e jatene. Agora aguentem!

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