sexta-feira, 20 de junho de 2014

NA ROTA DO TURISMO: PRAIA DE JANEQUARA

 

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Entrando pela baía do Sol e subindo o Furo das Marinhas, vamos encontrar, antes da Ponta do Queimado, na costa sudeste da Ilha do Mosqueiro, uma pequena faixa arenosa denominada Praia de Janequara. O acesso a esse lugar pouco conhecido também pode ser feito através de uma longa trilha com o mesmo nome, aberta na mata a partir da Rodovia Augusto Meira Filho.

A praia de Janequara é frequentada, principalmente, pelos adeptos do turismo de aventura, praticantes de canoagem, ciclismo e trilha ecológica.

O nome que designa a praia significa “lugar de Jane”, sendo um termo híbrido formado pelo nome próprio Jane (vindo do hebraico e do francês antigo Jeahne: agraciada por Deus) e do radical indígena coara: lugar). Quem o criou ainda não sabemos, assim como desconhecemos quem é a pessoa homenageada com o nome dessa pequena e selvagem praia de rio. O certo é que o radical coara encontrado em denominações de outros lugares da Ilha (Sucurijuquara, Pratiquara) lembra a antiga presença dos tupinambás nas terras mosqueirenses.

No Google Earth, encontramos alguns registros da praia de Janequara captados nas fotos de Pedro Paulo:

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Sobre a Praia de Janequara, o Professor-poeta Alcir Rodrigues escreveu:

Janequara: olhares para aquém e além

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Já pudeste vislumbrar

a faixa arenosa

da praia de Janequara?

 

Ela age como uma bígama,

pois ousa trocar

com seus consortes

dois longos e

simultâneos beijos –

 

O beijo bege-verde

e o beijo bege-barrento

                               (ou cobreado...).

 

A praia se nutre

da essência da clorofila

da mata

e dos zoofictoplanctuns

do líquido fluxo

indo e vindo da Baía-do-Sol

ou do Furo das Marinhas,

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       paragem esta

de cima e de longe

espionada

por olhos algodoados e azulados...

 

Imagine ali naquelas plagas 

           uma      alma

                                                    s o l i t á r i a

que desliza no piso

frio e macio do rio,

o remo deslocando

a montaria:

 

músculos, braços e mãos,

em automatismo,

 

enquanto os olhos

já filmam

                a verdura

das Ilhas Maruins,

absorto o pensamento

na piema

do pouco peixe,

e siri e camarão vasqueiros,

que ele está levando

para casa,

 

... para a casa e

               (mais ainda)

para as barrigas

                     roncando,

 

enquanto ao longe

um caminhão da Ricosa

na pista da ponte

Sebastião Rabelo de Oliveira,

carregando produtos

alimentícios

para o outro lado da Ilha

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onde eu,

saboreando

         uma bolacha Cream Cracker

e sorvendo café com leite,

           deslizo a esferográfica Bic

 

para,

no leito destas páginas,

imprimir estas imagens

puramente ficcionais

                e,

paradoxalmente,

     nascidas da mais

           pura realidade...

FONTE: http://moskowilha.blogspot.com.br/2014/06/janequara-olhares-para-aquem-e-alem.html

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