quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

NA ROTA DA HISTÓRIA: ABELARDO LEÃO CONDURU

 

Inspirado no ideal de Zacharias Mártyres, construtor pioneiro de uma Casa de Hóspedes (depois hotel) na antiga Ponta do Chapéu Virado, o Prefeito Abelardo Conduru fundou o bairro do Farol, na Ilha do Mosqueiro, saneando e urbanizando uma área de várzea que assustava a todos pela alta incidência de malária.

Sendo personalidade expressiva na história de nossa Ilha, conheçamos alguns aspectos de sua vida pública:

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Abelardo Leão Conduru, filho de Felipe Oliveira Conduru e Francisca Belina Leão, é natural da cidade de Belém, Estado do Pará, onde nasceu no dia 17 de fevereiro de 1889. Concluiu o Ensino Secundário na Escola Normal, formando-se professor.

Na cidade de Belém, foi tabelião, jornalista, Secretário da Prefeitura e Diretor do Banco de Crédito da Borracha.

Em sua residência, na Rua dos Pariquis, nº. 22, entre as travessas Apinagés e São Matheus (atual Padre Eutíquio), é que, no dia 2 de fevereiro de 1914, uma segunda-feira, aconteceu a fundação do Paysandu Sport Club.

No Legislativo, foi Deputado Estadual de 1920 a 1928 e Senador da República de 1935 a 1937.

Foi Prefeito de Belém de 1932 a 1933, nomeado pelo Interventor Joaquim de Magalhães Cardoso Barata e, de 1936 a janeiro de 1943, eleito pela Câmara Municipal.

FONTE DA IMAGEM:

 http://catadordepapeis.blogspot.com.br/search/label/Banco%20da%20Amaz%C3%B4nia

FONTES DOS DADOS:

http://www.senado.gov.br/senadores/senadores_biografia.asp?codparl=1355&li=37&lcab=1934-1937&lf=37

http://www.memoriafutebol.com.br/blog/arquivo/02/2013/pg/6

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_prefeitos_de_Bel%C3%A9m

Os estudiosos ressaltam que os prefeitos seguiam a linha traçada pelo Estado Novo. A fala sobre Abelardo Leão Condurú, indicado pelo Interventor José Malcher, é um bom exemplo dessa indicação.

O senhor Abelardo Leão Condurú elemento destacado na sociedade paraense e espírito experimentado em vários setores da vida pública [...]. Inteligente e operoso, testemunha a actividade do estimado prefeito as suas realizações no actual governo, discriminadas no discurso expositivo com a interventoria, por intermédio do secretário geral do Estado, Deodoro de Mendonça, deu conta das atividades da administração pública em todos os setores no primeiro aniversário do Estado Novo. (RODRIGUES, 1939, p. 172).

O Prefeito seguia a cartilha do Estado Novo, mas procurava dar um tom próprio ao seu projeto político e de ensino, objetivando orientar e atender as demandas educacionais da sociedade belenense. Desse modo, ao edificar sua obra educacional, participava do grupo dirigente local e ao mesmo tempo fortalecia a sua figura como político de grande influência. Os noticiários da época evidenciam a participação do prefeito nas obras em que a prefeitura estava envolvida.

Noticiário:

Ontem, pela manhã, em companhia do Dr. Nilo Bezerra, prefeito municipal de Rio Branco, Território do Acre, o prefeito Abelardo Condurú visitou vários estabelecimentos e instituições do Estado e do Município [...]. [...] Do bairro da Pedreira, dirigiram-se os mesmos ao Grupo escolar Dr. Freitas, cujas obras de reconstrução e ampliação progridem rapidamente. [...], em companhia prefeito Condurú, seguiu para o bairro do Jurunas, onde visitou demoradamente as obras do grupo escolar Camilo Salgado. (DIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ, 01/02/1940).

A construção de escola constituía-se em oportunidade ímpar para a veiculação e consolidação de idéias no campo político. A importância da escola Dr. Freitas pode ser verificada no discurso do Diretor de Educação e cultura:

O grupo escolar Dr. Freitas‟ inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas, que é um orgulho da nossa organização de ensino primário, foi reconstruído, ampliado e remodelado, sob directa assistência do prefeito Abelardo Condurú, pelo Departamento de Engenharia Municipal, em estreita cooperação com o governo do Estado (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM, 1940, p. 31).

A (in)dependência do prefeito Abelardo Condurú, em 1940, pode ser percebida quando da injeção de recursos aplicados, numa ação conjunta com o governo do Estado para construção de prédios escolares:

Atendendo a que o governo do Estado tenciona construir, no bairro chamado - Cidade Velha - um grupo escolar, concorrendo, deste modo, para dar maior eficiência à instrução da infância neste importante trecho de nossa capital; atendendo a que o edifício que se vai construir objetiva um dos mais importantes postulados do Estado Novo que é, de acôrdo com a Constituição vigente, "assegurar', pela fundação de instituições públicas de ensino em todos os seus gráus a possibilidade da infância e da juventude receberem uma educação adequada às suas faculdades, aptidões e tendências vocacionais; Atendendo ainda, que a instrução às classes menos favorecidas é o dever daquele que exercita qualquer parcela do poder federal, estadual ou municipal, estendendo-se esse dever até os sindicatos e aos particulares como inequívoca demonstração de patriotismo.

RESOLVE:

Ajudar na construção nos termos da lei (DIÁRIO DO PARÁ, 01/03/1940: 05).

O poder político, ao empreender ou erigir construções que expressavam a obra educacional de Belém, o fazia porque acreditava na possibilidade de demarcar a presença da prefeitura como co-autora de obras em andamento. Por outro lado, o atendimento às diversas demandas sociais, inclusive aquelas advindas da oposição fazia-se necessário para emoldurar o desenho do quadro político. A educação servia como suporte de atendimento às necessidades da sociedade belenense.

A demonstração de contribuição ao projeto político do governo central pode ser analisada a partir do discurso de inauguração da Escola Dr. Freitas.

Não tínhamos realmente modo mais significativo e patriótico de assinalar às gerações futuras a sua passagem por aqui do que a abertura de mais uma casa de ensino. É dever imperioso salientar que esta significativa construção que obedece aos princípios da pedagogia moderna, é o resultado da alta compreensão que têm de seus deveres os snrs. interventor federal e o prefeito de Belém. (Prefeitura de Belém, 1940:31)

FONTE: http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/43e/art17_43e.pdf

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