terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

CARNAVAL NA ILHA: O CURUMIM E O CARNAVAL

 

Autor: Claudionor Wanzeller

      Curumim é um índio pequeno e este se chama...

      -- Eu me chamo Peri!

      Peri mora longe, muito longe...

      -- Eu moro numa aldeia, no meio da mata!

      Um dia, o curumim pediu para sua mãe, a índia Naiá:

      -- Mãe, vamos pra perto do mar!

      -- Peri, por que tu queres ir pra perto do mar?

      -- Quero ver onde moravam os nossos parentes antigos. A mãe não contou que eles moravam perto do mar?

      -- Contei sim. Eles moravam lá faz tempo, mas os homens brancos chegaram e expulsaram nossos parentes. Eles vieram pra cá, muito longe, pro meio da mata.

      -- Mãe, se a gente for lá, vamos ser expulsos?

      -- Acho que não. Talvez o Governo do homem branco não deixe.

      -- Então vamos, mãe! Eu quero ver onde ficava a tribo dos morobiras.

       O curumim convenceu a mãe e os dois viajaram por muitos e muitos dias ou, como dizem os índios, por muitas e muitas luas. Passaram por muitas matas e muitos rios até chegarem à Ilha do Mosqueiro. O indiozinho ficou admirado com as ondas:

       -- Mãe, isso aí é o mar?

       -- É o rio-mar, Peri. É doce como o rio; vai pra lá e vem pra cá, bravo como o mar!

       -- Será que a gente encontra ainda algum morobira?

       -- Não, Peri, já faz muito tempo. Mas toda essa gente meio branca e diferente que está aí é nosso parente. Acho que eles não sabem, mas aprenderam muita coisa com o índio: coisas que eles falam, que eles comem, que eles fazem. Tomar banho no rio é um exemplo.

       E assim Naiá foi falando do índio e do “branco” e caminhando à beira-mar, enquanto o curumim se surpreendia com as belezas da nossa Ilha. Finalmente, chegaram à Praça da Matriz. Era domingo de Carnaval. Peri gritou:

      -- Mãe! A senhora não disse que não tinha mais índio? Olha a tribo toda aí! E eles estão em festa: todos pintados de urucum e enfeitados de penas.

      -- Não conhecia essa tribo nem essa dança, Peri. Esses índios são muito animados! Ainda bem que a tradição continua!

      -- Mãe, a senhora deixa eu entrar nessa dança?

      -- Vai, meu filho, segue a tradição!

      E, assim, o curumim enfeitou-se para a festa: pintou o corpo de urucum, pegou cocar e lança, vestiu tanga de penas, pôs colar e foi brincar no meio dos índios. Não existem mais os morobiras, porém você ainda pode encontrar os Peles Vermelha no Carnaval Mosqueirense. Lembre-se do tempo de curumim!

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