terça-feira, 25 de junho de 2013

A IMAGEM E O TEMPO: A CASA DO DOUTOR LOLÓ

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Chalet no Chapéu Virado de propriedade do Coronel Lourenço Lucidoro Ferreira da Motta (conhecido como Dr. Loló), político influente e Presidente da Executiva do Partido Republicano do Mosqueiro. Depois, transformado em “Casa de Hóspedes” e, mais tarde, em residência de verão da família de Cipriano Santos, que foi Intendente Municipal (FOTO: 1907 – FONTE: MEIRA FILHO, 1978).

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A bela mansão, negociada pelos herdeiros de Cipriano Santos, foi demolida para dar lugar ao Edifício em condomínio denominado “Liliam-Lúcia” (FOTO: Wanzeller, 2013).

sábado, 22 de junho de 2013

NA ROTA DA HISTÓRIA: NOSSOS NATIVOS NA CONSTRUÇÃO DE BELÉM

Autor: Augusto Meira Filho

Nossos estudos da cidade, a partir de seus primórdios em 1616 e depois com a criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará, nos ensinam que desde os tempos primitivos da Povoação de Nossa Senhora de Belém viviam, aldeados, na antiga “Ilha do Sol” e não muito distante do “presépio”, índios tupinambás, da grande família que formava o maior contingente indígena nas regiões da costa brasileira e, também, pelo sertão. Nos nossos primeiros tempos, o braço do bugre era o maior suporte do desenvolvimento da Colônia, como mão-de-obra especial e farta.

Nossos primitivos desbravadores não dispensavam esse apoio dos nativos aos serviços da Coroa. Cedo colheriam informações a respeito da população selvagem, disponível para os trabalhos internos do vilarejo e as qualidades, em suma, das diversas cabildas existentes próximas a Belém. Crônicas antigas revelam serem de muito agrado dos representantes da Corte no Grão-Pará todos os índios oriundos, principalmente, da tribo dos “Morobiras”, da aldeia de Mortiguara, não muito distante da nova Colônia. Geralmente esses indígenas eram fáceis de adaptação aos usos e costumes lusos, fixados na nova conquista pelos seus primeiros habitadores, vindos d’além-mar. Também os topinambazes da Ilha do Sol, grandes e relevantes serviços prestariam à formação da urbe belemita, naqueles recuados tempos do século XVII. Em 1653, início das missões religiosas dos Padres da Companhia de Jesus, o próprio Padre Antônio Vieira anunciava à Corte que Belém não possuía mais que oitenta moradores, excluídos militares e sacerdotes. Vivia a cidade fundada por Francisco Caldeira em função do braço nativo, sem o qual a penetração sertaneja, a exploração das drogas, as edificações urbanas, a caça, a pesca, os transportes fluviais não atenderiam aos interesses portugueses na sua nova posse no setentrião.

Portanto, a mão-de-obra, o braço humano da gente conquistada seria de um valor econômico inexcedível. Durante todo o primeiro século de nossa formação histórica, social e política até chegar o consulado pombalino na segunda metade do século seguinte, os destinos de Belém, sua evolução e seu progresso dependeriam, em plano superior, da participação nativa em sua grande força propulsora de colher, semear e construir.

Nada menos lógico, naquela época longínqua, do que as campanhas que se fizeram, bárbaras e dizimadoras, contra as nações tupis que se disseminavam em toda a nossa região. Capitães-Mores, sertanistas, mestres-de-campo, comandantes militares, durante anos, trataram de liquidar com centenas de aldeias, queimando-as, aniquilando sua gente, impiedosamente sacrificada sob a fúria conquistadora. Bento Maciel Parente foi um exemplo desse extermínio que comandou de São Luís, no Maranhão, até Belém do Grão-Pará, no arrasamento de centenas de tribos, arrasando-as até as cinzas. Quase todos os representantes do Tejo, igualmente, tiveram sua participação, maior ou menor, nessa luta absurda e tão prejudicial ao desenvolvimento amazônico daqueles dias. Nem mesmo nosso fundador Francisco Caldeira e seus colaboradores na jornada de fundação de Belém escapam desse grupo de homens impiedosos e destruidores da cultura pré-cabralina que existia neste país antes da descoberta em 1500. No sul, no centro e no norte, figuras ilustres da colonização lusa marcaram, também, seu nome nessa alucinada carreira de destruição da vida indígena brasileira.

Essa zona do litoral paraense que é banhada pelas águas do rio-mar nesse avanço contra o oceano, geralmente denominada de “zona do salgado”, é, por natureza, a mais piscosa existente às proximidades da capital. No período colonial, como ainda hoje, a gente que habitava essa extensa área que vai de Belém até os confins dos limites do Estado, da Colônia aos Caetés, até alcançar as fronteiras da capitania do Souza, no Gurupi, era a mais hábil no trato da pesca, explorando a riqueza do rio e a do mar, como sempre o fizeram os habitantes das aldeias dos Uruitás, dos Curuçás, dos Maracanans, dos Marapanins, fazendo dessa hábil operação pesqueira uma fonte de apreciável renda junto à Colônia e para uso próprio. As vigilengas dos primeiros ficaram famosas na nossa história e a gente mansa e boa dos tupinambás da “Ilha do Sol” a que merecia melhor acolhida entre os grandes da cidade que nascia, na permuta natural de interesses comerciais, de hábito naqueles recuados dias do nosso passado. Além dos Pesqueiros da Ilha Grande de Joanes, autorizados pelo Reino nessa comercialização, toda a gente aldeada próxima à capital portuguesa do Grão-Pará desciam uns, subiam outros as correntes do rio para negociar sua colheita, frutos, mandioca, farinhas, caça, drogas-do-sertão e peixe colhido nas redondezas da baía do Guajará e na do Marajó, isso quando não chegavam às águas salgadas do Atlântico!

E era na Casa do Haver-do-Peso, edificada às margens do Piri, à entrada da Rua dos Mercadores ou da Cadeia, que os produtores interioranos pesavam suas mercadorias, para o cálculo do tributo do Rei. Assim nasceu o “Ver-o-Peso”, nos fins do século XVII, aqui instituído por ordem de Lisboa, quando sua renda permaneceria na cidade, para as despesas mensais da Câmara que dirigia os destinos de Belém.

FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978- pp. 27, 28 e 31.

PESQUISAR NESTE BLOG:

O Destino dos Morobiras

http://mosqueirando.blogspot.com/2010/11/na-rota-da-historia-o-destino-dos.html

A Ilha dos Morobiras

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sexta-feira, 21 de junho de 2013

A IMAGEM E O TEMPO: BARRACA DE PRAIA NO CHAPÉU VIRADO

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Barraca de praia “Lanche Bem”, em 1978 (FONTE: Especial de Férias de O Estado do Pará, julho de 1978.)

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Barraca de praia “Lanche Bem”, em 2013 (FOTO: Wanzeller)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

CANTANDO A ILHA: MOSQUEIRO – ONTEM – HOJE SEMPRE




Autora: Celeste Proença


Mosqueiro - a ilha refúgio, encantada e ingênua em suas cores e flores,
é broto a sorrir em moldura dourada de ouro e luz, exibindo aos passantes
toda a beleza inata de suas curvas, de seu fascínio, de seu esplendor.

Mosqueiro é sorriso sem par de criança deslumbrada, gargalhando feliz
sob um céu de ninguém, na vertigem da brisa que vem e que vai, trazendo
notícias, transando amizades, levando saudades.

Mosqueiro - é rede dançando em câmara lenta, pedindo luar para um sonho
de mistério e de paz. Na dança das horas, num céu de plenilúnio, num afogar
de risos e flores, Mosqueiro é sem par, não tem similar. É um bem de todos -
que a todos faz bem, pois há tanto mistério na ilha-refúgio, banhada de sol
e de vento, banhada de mar, que chega a fazer um estado de espírito
a quem se instalar em suas cercanias. Como a própria felicidade, passageira
e fugaz, que todos pedem, que todos desejam e ninguém retém...

Pelo mar, pelo ar e por terra brotam veranistas, que surgem cansados e felizes
porque chegaram ao seu próprio Éden. Tudo é um só gesto, tudo é fraterno,
tudo é amor; porque a gente sente que a ilha morena a todos abraça
e a todos convida ao mais puro fazer.

Assim é Mosqueiro - das madames de luxo, de brotos estonteantes de corpos
perfeitos, que se desnudam em roupas coloridas à mercê da natureza que
as dotou de beleza admirável!
Crianças a esmo esbanjam um encanto maroto ao sol e à brisa que passa
cantando, rendilhando cabelos, fazendo carícias em orelhinhas rosadas
queimadas de sol.
Babás coloridas, de biquínis ousados, entontecem a moçada que passa e admira;
e fala e comenta numa conversinha de férias, num balaô de graça e espanto.

Mas Mosqueiro é muito mais que isso. É caminho rasgando selva, descobrindo
beleza, falando progresso. Surgem praias sem fim, olhando assustadas
de dentro das moitas, num guarani de sons e atabaques, saídos de entranhas
de terra cabocla, virgem de guerras.
··.
E até um igarapé, de tão satisfeito, de tão apaixonado, resolveu aparecer
deslumbrado e feliz, na praia São Francisco, numa união de pura adoração,
para um enlace à luz do luar...

Mosqueiro - é multiplicação de praias, cada vez mais bonitas,
de areias mais alvas, de dorso mais fino, com o cheiro de mato...

Mosqueiro - é o próprio uirapuru das selvas que a todos atrai
com seu canto misterioso e eterno.

Pudesse eu te levar, Mosqueiro, em minha bagagem
e, cansada do burburinho da cidade,
te armasse como a uma rede, num canto qualquer,
num arroubo de saudade, que bem me faria!

Eu te amo, Mosqueiro, ilha da minha ternura, refúgio do meu lazer,
das minhas grandes recordações...
Nas tuas praias, nas tuas estradas, nos bumbás que se exibiam em quadras juninas,
nas fogueiras crepitantes e douradas, nos banhos de cheiro
e nas sortes ingênuas vislumbradas, num misto de curiosidade e fé,
há um manancial imenso das mais puras e enternecedoras recordações
da minha adolescência.

No meu abraço carinhoso e amigo, vai todo o bem que existe em mim
para a grandeza maior da ilha morena, encantada de sombras e luares,
de serestas e amores, balançando saudade, num sabor diferente,
trescalando a banho cheiroso de São João...

Celeste Proença
Louvação ao Mosqueiro
... e outros escritos
Editora Grafisa, 1983
Belém – Pará

FONTE:

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http://mosqueirando.blogspot.com/2013/05/cantando-ilha-escorregando-no-tempo.html

terça-feira, 18 de junho de 2013

A IMAGEM E O TEMPO: A RAMPA DA PRAIA DO CHAPÉU VIRADO

 

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A rampa tradicional e suas correntes, os coqueiros, o “banheiro de madeira” ao pé da praia e seu casario primitivo – 1907 – Doc. Do Folheto “Souvenir do Chapéo-Virado” (FONTE: Meira Filho, 1978).

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A rampa da praia do Chapéu Virado (FOTO: Wanzeller,2013).

SÃO JOÃO MOSQUEIRENSE: UMA PREFERÊNCIA DESDE A DÉCADA DE 30

Autor: Cândido Marinho Rocha

Ora, aconteceu em 1931. O dia 24 de Junho daquele ano foi feriado parcial por ordem do Interventor Federal, capitão Magalhães Barata, e muita gente tomou o navio das 16 horas, rumo à Vila, para pular fogueira. Deixavam Belém com a sua imensa fogueira no Largo de São Braz, onde se exibiam os grupos “Gato Preto”, “Flor do Campo”, “Está Cavando”, “Treme-Treme”, “Pai do Campo” e tantos outros. Deixavam o chopp geladinho dos Bares Paraense e Pilsen, animadas sessões de música e cantores, cortinas humorísticas com alegres e picantes piadas. Deixavam, todavia, nos jornais, um pedido: que Mr. Smith, gerente da Pará Eletric (Paralítica, como o povo alcunhou a Companhia Inglesa) consentisse que os bondes trafegassem até as 2 horas da madrugada do dia 25. Mas deixavam também o fumaceiro que invadia Belém naquelas noites juninas, queimando os olhos. Muitos preferiam a Vila do Mosqueiro, onde tudo era mais à mão, sem problemas de transportes, sem despesas maiores e melhores probabilidades de conquistas amorosas. Eles e elas sentiam-se mais afrodisíacos na Vila. Além de que a cumplicidade da proteção das sombras das mangueiras era detalhe que se não podia abandonar, sem falar, veja-se bem, nas acomodações naturais e convidativas das praias...

Por isso, os espertos e as espertas preferiam, decididamente, o São João na Vila.

FONTE: MARINHO ROCHA, Cândido. “Ilha Capital Vila”- GRÁFICA FALÂNGOLA EDITORA. Belém-Pa. 1973- p. 89.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

QUADRA JUNINA: TEMPO DE FÉ, SUPERSTIÇÃO E MUITA FESTA

Autor: Denilson D’Almeida

O mês de junho é dominado pelo clima de festa e devoção que contagia o povo brasileiro. Apesar de serem caracterizados por manifestações de cultura popular, esses festejos apresentam um forte caráter religioso, nos quais camponeses e agricultores renovam a fé nos santos populares, como São João, Santo Antônio, São Pedro, a quem recorrem por fartura na mesa e boa produção na lavoura.

Esta é a origem das festas juninas que acontecem em todo o mundo e chegaram ao Brasil através dos colonizadores portugueses. Foi graças a essas celebrações que alguns santos passaram a ser cultuados no Brasil e em cada região ganharam crendices e atribuições distintas, que vão desde fazer chover até arranjar casamentos.

A aposentada Regina Tobias, 83, diz ser devota de São Pedro desde criança, quando passou a frequentar a igreja de Sant’Ana, no bairro da Campina. O templo conta com uma imagem do santo que foi trazida da Itália, no início do século XX e, em virtude de um pequeno acidente, ganhou uma devoção, no mínimo, curiosa. O pé esquerdo da réplica, confeccionada em bronze, quebrou durante a viagem e foi reconstruído em gesso.

Por causa disso, um pé tende a ter uma temperatura mais baixa que o outro. Quando os devotos fazem a oração e seu pedido a São Pedro, tocam apenas o pé direito que é quente, pois acreditam que assim é mais fácil alcançar a graça. “Desde criança eu escuto essa história, até que eu recorri à intercessão do santo para pedir uma graça e consegui” disse a devota.

Pedro foi apóstolo de Jesus e o primeiro Papa da Igreja Católica. Nas imagens que o retratam, ele aparece carregando uma chave que abre a porta para o Reino dos Céus. Antigamente, os agricultores do sertão recorriam a ele para pedir chuva e assim molhar a terra e garantir a fertilidade do solo.

Segundo o padre João Paulo Celestino, os santos, para a Igreja Católica, são modelos a serem seguidos pela comunidade, por sua história de devoção e dedicação aos planos de Deus. “João Batista, por exemplo, era primo de Jesus e foi ele quem o batizou nas águas do Rio Jordão. Dedicou sua vida à pregação da palavra de Deus”, comentou.

O dia 24 de junho é dedicado a São João. O padre explica que a data foi criada com base no Natal, quando se celebra o nascimento de Jesus. “Quando visitou a sua prima Izabel, Maria estava grávida de três meses. Logo, se uma gestação dura nove meses e celebramos o Natal no dia 25 de dezembro, então o terceiro mês de gestação de Maria completou em junho”, disse.

As festas de São João deram origem ao nome de festas juninas. No Brasil, principalmente na região Nordeste, os camponeses pediam a São João colheita farta, por isso no dia 24 faziam festa para agradecer e homenagear o santo.

“É por isso que durante as festas juninas predominam as comidas típicas feitas com alimentos da terra, como o milho, por exemplo”, comentou o padre João Paulo.

Como as festas de devoção aos santos populares tendiam a reunir a família dos agricultores, era comum celebrar casamentos nestes festejos. Contudo, isso nada tem a ver com a fama de casamenteiro que Santo Antônio adquiriu ao longo dos anos.

“No geral, predomina a história de uma moça que não conseguia casar e atirou a imagem do santo pela janela. A imagem atingiu a cabeça de um rapaz e eles acabaram casando”, observa o padre. João Paulo, deixando claro que a fama do santo é pura crendice.

A crendice predomina até hoje, embora a história do santo seja amplamente conhecida. “Santo Antônio é celebrado no dia 13 de junho, dia em que ele morreu. Por ter se dedicado ao trabalho com os mais pobres, tornou-se um santo muito popular”, conclui o padre.

FONTE: POLÍTICA- A5 - Diário do Pará – Belém-PA, 10/06/2013.

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MANDINGAS OU SIMPATIAS JUNINAS:

1. No dia de Santo Antônio, quebre um ovo às 18h e coloque num copo com água; no outro dia, se a clara formar uma igreja, é casamento em breve.

2. Coloque duas agulhas num prato com água e deixe no sereno, na noite de São João. Se de manhã elas estiverem juntas, é casamento na certa.

3. Os pretendentes são muitos? Na noite de São João, escreva seus nomes em pedacinhos de papel e coloque em um prato cheio de água e deixe no sereno. Na manhã seguinte, o nome que aparece aberto é o de seu futuro namorado.

FONTE: Pesquisa realizada pelo Anexo Maria Clemildes dos Santos – CB II – 1º. e 2º. anos. (Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, p. 131)

4. À meia-noite, na véspera do dia de Santo Antônio, a moça, usando uma faca virgem, deve esfaquear três vezes uma bananeira e deixar a faca no sereno. No outro dia, com certeza estará desenhado na lâmina da faca o nome de seu futuro marido.

terça-feira, 11 de junho de 2013

EVENTO CULTURAL: ARRAIAL DO PAVULAGEM NO FORROILHA



Promovido pela ONG VIVA MOSQUEIRO e pela AGRUFEM, teve início no sábado, dia 8, o FORROILHA 2013, cuja abertura oficial contou com a participação do ARRAIAL DO PAVULAGEM. Presentes em grande número na Praça da Matriz, moradores da Ilha e veranistas aplaudiram o grupo, destaque no folclore da capital paraense, além de receberem entusiasticamente diversas quadrilhas juninas, que ali se apresentaram com indumentárias vistosas e muita alegria.

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                                                        ARRAIAL DO PAVULAGEM


quinta-feira, 6 de junho de 2013

EVENTO CULTURAL: O SÃO JOÃO MOSQUEIRENSE

 

As manifestações folclóricas da quadra junina são muito valorizadas na Ilha do Mosqueiro, principalmente pela juventude local. Quadrilhas, bois-bumbás, grupos de danças, festividades dos santos da época, destacando-se a Festividade de São Pedro do Areião – que agora é Patrimônio Imaterial do Município de Belém – vêm atraindo, ao longo do tempo, muitos participantes e uma numerosa e alegre assistência, que se reúne na Praça da Matriz, para viver o FORRÓILHA, o Maior São João do Pará. Venha para a Ilha! Participe!

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PROGRAMAÇÃO

Sab.08 de junho/19h às 02h

Abertura Oficial: Festival junino

Show musical

Apresentações de Grupos folclóricos (20 grupos)

Dom. 09 de junho/19h às 00h

Abertura Oficial: Festival junino

Show musical

Apresentações de Grupos folclóricos (20 grupos)

Sexta. 14 de junho/20h às 02h

7º Concurso Intermunicipal de Quadrilhas Adultas

Sab.15 de junho/20h às 04h

7º Concurso Intermunicipal de Quadrilhas Adultas

Dom. 16 de junho/20h às 04h

7º Concurso Intermunicipal de Quadrilhas Adultas

Quinta. 20 de junho/19h às 00h

Festival junino na Praça do Carananduba: bois, pássaros e quadrilhas adultas e humorísticas.

Sexta. 21 de junho/19h às 00h

Festival junino na Praça do Carananduba: bois, pássaros e quadrilhas adultas e humorísticas.

Sab. 22 de junho/18h às 02h

4º Concurso Intermunicipal de Quadrilhas Mirins

Dom. 23 de junho/18h às 02h

4º Concurso Intermunicipal de Quadrilhas Mirins

Terça. 25 de junho/18h às 02h

Festival junino do Aeroporto

Quarta. 26 de junho/18 às 02h

Festival junino do Ariramba

Quinta. 27 de junho/18h às 02h

Festival junino da Baía do Sol

Sab. 29 de junho/19h às 02h

10º Concurso Local de Quadrilhas Humorísticas

Concursos de Miss Caipiras, Mulata e Simpatia.

Dom. 30 de junho/19h às 00h

10º Concurso Oficial de Quadrilhas Adultas

Seg. 1º de julho/09h às 12h

Apuração de todos os Concursos do Forróilha/2013

Sab. 06 de julho/20h às 02h

Aniversário da Ilha de Mosqueiro: - Premiações; Festa das Campeãs e finalizando com grande show musical.

FONTE DA PROGRAMAÇÃO:

http://portalmosqueiro.jimdo.com/forroilha-2013-10-anos/

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terça-feira, 4 de junho de 2013

MEIO AMBIENTE: 3º. PASSEIO CICLÍSTICO-ECOLÓGICO DE MOSQUEIRO

 

Em comemoração à Semana do Meio Ambiente, José Carlos Oliveira, administrador do BLOG MOSQUEIRENSE, promoverá o 3ª. Passeio Ciclístico-Ecológico da Ilha do Mosqueiro, no próximo dia 8 de junho, com a concentração dos ciclistas na Praça da Matriz, às 16 h. Com certeza, o evento terá o mesmo sucesso dos anos anteriores. E por falar em bicicletas, a administração municipal já poderia estar pensando na instalação de uma ciclovia na Avenida 16 de Novembro.

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FONTE: http://mosqueirense.blogspot.com.br/

FONTE: http://passeiociclisticoecologicodemosqueiro.blogspot.com.br/

segunda-feira, 3 de junho de 2013

JANELAS DO TEMPO: OS DOMINGOS MOSQUEIRENSES NOS ANOS 30

Autor: Cândido Marinho Rocha

Os domingos, no Mosqueiro, são ordinariamente coloridos, festivos e iluminados. No sol que nasce por trás de suas terras, vindo a luz das bandas do canal das Marinhas para se pôr à frente por trás da ilha de Tatuoca, veste-se a Ilha de luminosidade e alegria. As pequenas embarcações a vela ou a remo que chegam das ilhas circunvizinhas e o próprio navio da linha, que conduz “turistas” e moradores para o dia de descanso, dão à Vila propriamente dita destacado movimento e constante agitação. As velhas mangueiras da Praça Matriz têm as folhas balançadas pelas brincadeiras dos ventos constantes e o largo fica repleto de casais de namorados e banhistas que, antes de se dirigirem à praia, rondam os bares e o mercado nos preparativos para a excursão. Ouve-se a voz do vigário a dizer a missa, os sinos alegram os ares e os fiéis saem da igreja sem pecados e mais vazios para novos erros serem acumulados. Naqueles tempos, jogava-se futebol nas alas do largo e na primeira rua, um futebol familiar, entre amigos e parentes, futebol bem brasileiro porque repleto de protestos, gritos e ameaças físicas, que depois saravam em torno de uma cerveja ou de uma batida de limão.

Entre dez e dezesseis horas, os banhistas visitantes metiam-se na Praia Grande, cada grupo com seu farnel, suas garrafas bem nutridas, a carne assada de panela, a farofa gordurosa, o peixe assado, o camarão frito, a paçoca paraense, as alegres e desinibidas mulheres, o futebol comendo grosso na praia, as corridinhas maliciosas entre casais, as banhistas tolerantes, os homens atrevidos, os velhos pachorrentos, as velhas saudosas da mocidade. Embora não houvesse ainda biquine, as roupas de banho começavam a revelar belas formas e a sugerir novos romances. Os mais audazes “roubavam” as companheiras alheias para uma ligeira incursão às ramarias vizinhas, cujo lençol verde cobria pudicamente a orla da praia, como que num movimento natural na proteção ao amor. Lá para as quatro horas da tarde, queimados, fatigados e felizes como perus, regressavam aos bandos, à procura do “Almirante Alexandrino”, para a viagem de retorno a Belém. Os veranistas mais prósperos, com residências na Vila, procuravam outras praias, que fossem mais aristocráticas, menos populares, como o Chapéu Virado, Morubira, São Francisco, Ariramba. Entre eles, comentavam os acontecimentos das festas dos dias de sábado, notadamente as do sábado anterior, em que predominavam as façanhas dos alegres meninos de 19 a 30 anos de idade.

Estes meninos com as tais meninas eram participantes autênticos das funções eróticas de que a Ilha era fecundo palco. Mas os pais consideravam seus atos como atividades mergulhadas no mais profundo sentimento de lógica e seriedade. Em consequência, era um prazer voluptuoso a revelação, aos domingos, das visitas noturnas de cada um, não só pelos quintais vizinhos, como pelas sombras da acolhedora ponte de atracação dos navios, onde os corpos também se atracavam, em ancoradouro seguro, habitual e tranquilo. Ao longo das praias, em noites de pouca lua, eles praticavam alegremente o conceito da liberdade.

Entre todos os mais silenciosos estava justamente o que mais agia, aquele que fornecia maiores elementos para os comentários dos dias de domingo, aquele que, mais empertigado e solene, era o maior cultor da libidinagem.

FONTE: MARINHO ROCHA, Cândido. “Ilha Capital Vila”- GRÁFICA FALÂNGOLA EDITORA. Belém-Pa. 1973- pp. 43 e 44).