terça-feira, 30 de abril de 2013

EVENTO CULTURAL: LANÇAMENTO DO LIVRO “MOSQUEIRO UMA VIAGEM AO PASSADO”

 

No próximo dia 02 de maio, no Hangar Centro de Convenções, em Belém do Pará, às 19 h, acontecerá o lançamento do livro Mosqueiro Uma viagem ao passado, de autoria do Prof. Francisco Antônio Almeida Pereira, docente da Escola Estadual Honorato Filgueiras. O evento será realizado no Estande da Imprensa Oficial do Estado e constitui uma das programações da XVII Feira Pan-Americana do Livro.

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MOSQUEIRANDO: Recebemos e agradecemos o convite para o citado evento e, sem dúvida, estaremos presentes. Esse convite é extensivo à população, que, certamente, prestigiará o louvável trabalho do professor.

domingo, 28 de abril de 2013

MEIO AMBIENTE: A ILHA E O PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO

 

Com certeza, você já ouviu falar que só se preserva o que se conhece. Na verdade, o conhecimento é o primeiro passo a ser dado em qualquer ação educativa ou administrativa visando à preservação ou à conservação do meio ambiente, seja ele natural ou construído pelo ser humano.

Na última década do século XX, surgiu a ideia do desenvolvimento sustentável como espécie de fórmula mágica para salvar o planeta. Não é bem assim, pois o desenvolvimento que praticamos está atrelado ao capitalismo, sistema econômico que busca, acima de tudo, o lucro mais rápido; enquanto a sustentabilidade tem por base o princípio da conservação, Isto é, do uso dos recursos naturais sem destruí-los, sem degradações às vezes irreversíveis.

No entanto, esse antagonismo ideológico não invalida totalmente o conceito da sustentabilidade, que pode ser – e está sendo – aplicado em pequenas áreas, sempre com base no conhecimento dos meios físico e social e das técnicas de manejo.

Ações antrópicas alteram a Paisagem, seja pela ocupação seja pela exploração. Por esse motivo, existem as leis. Se as propostas buscam o ideal e as promessas, a demagogia; as leis, por sua vez, refletem um consenso social a ser cumprido por todos. O grande problema é a aplicabilidade das leis, que muitas vezes esbarra na falta de vontade político-administrativa, na ignorância do povo, na inexistência de fiscalização e cobrança, na morosidade da justiça ou, quase sempre, nas famosas saídas-pela-tangente que lembram o não menos famoso leão da montanha, personagem de desenho animado.

Já que estamos focalizando tal assunto, vamos abordar alguns artigos da Lei nº. 8.655, de 30 de julho de 2008, a qual dispõe sobre o Plano Diretor do Município de Belém, cuja área territorial abrange a Ilha do Mosqueiro como Distrito Administrativo.

O Art. 110 da referida lei define, entre outras, como diretrizes das Zonas Especiais de Interesse Ambiental (ZEIA) a recuperação de áreas degradadas livres ou ocupadas, o controle das atividades de extração mineral; a preservação dos maciços vegetais remanescentes no interior da malha urbana e os ainda livres de ocupação, as áreas de matas ciliares, margens de cursos d’água e o entorno das áreas de mananciais de abastecimento da cidade.

O Art. 111 relaciona as Zonas Especiais de Interesse Ambiental que estão incluídas na Macrozona do Ambiente Urbano, citando a orla da ilha do Mosqueiro, a bacia do rio Tamanduaquara, a bacia do rio Murubira, a bacia do rio Cajueiro, a bacia do rio Carananduba e a bacia do rio Sucurijuquara.

Já o Art. 112 determina as Zonas Especiais de Interesse Ambiental pertencentes à Macrozona do Ambiente Natural, entre as quais estão o Parque Ecológico da ilha do Mosqueiro, a área entre os rios Pratiquara e Mari-Mari, a área do igarapé do Santana e furo da Bacabeira (leste da ilha), o arquipélago do Furo das Marinhas, a área do furo Pirajuçara e igarapé Pindauateua e a ilha de São Pedro (ao sul).

O Plano Diretor do Município de Belém, em seu Art. 113, trata das Zonas Especiais de Interesse do Patrimônio Histórico e Cultural (ZEIP), definindo-as como “...áreas formadas por sítios e conjuntos arquitetônicos de valor e significância cultural, de relevante expressão artística, histórica, arqueológica e paisagística, que requerem preservação e reabilitação ou compatibilização com o sítio integrante do conjunto (ANEXO VI).” Em seu único parágrafo, determina que os sítios arqueológicos sejam preservados, com o objetivo de contribuírem para o resgate da história dos assentamentos humanos no Município. O Art. 114 lista as ZEIP incluídas na Macrozona do Ambiente Urbano, citando entre elas a Vila do Distrito de Mosqueiro e seu entorno, a orla da ilha de Mosqueiro e a ilha de São Pedro.

Uma vez que existe a lei, pergunta-se: Por que não cumpri-la integralmente? Será que o seu teor, votado e aprovado pela Câmara e sancionado pelo Prefeito, não vai ao encontro dos anseios da coletividade? Ou vai de encontro a interesses pessoais e financeiros de alguns?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

CANTANDO A ILHA: ILHA DE MOSQUEIRO


Autor: Gedson Lidório
 
Uma ilha linda, a mais linda ilha, ilha rainha
Ilha de praias grandes, de Chapéu Virado,
Ilha de camarões, de peixinho ornamentado,
Ilha do tralhoto, dos siris presos nas ocas,
De marés altas e baixas, de raízes suspensas,
Ilha das águas barrentas, das esperanças imensas,
Ilha de água do rio, que tem tudo da ilha do mar,
Que tem mais ainda, água doce, praia linda,
Ondas que bravias nas pedras vêm quebrar!
Ilha de povo bom, do homem irmão,
Ilha do Mosqueiro, o tiro bem certeiro,
Que arrematou meu coração!


Senhor Deus, eu quero agradecer, pelo povo desta ilha,
Pelo pobre, pelo irmão.
Senhor Deus, eu quero te pedir, dê ao pescador queimado,
Tua Palavra Santa, mais conhecimento.
Que possa aquele povo, compreender bastante e novo,
O que é Salvação;
Pois se me tocastes, não o foi tanto por causa do turista rico
Que pelo dinheiro já está consolado...
Me fizestes ver o casebre mal coberto,
O fogão em céu aberto, o chibé mal acabado...
Rostos quase sem esperança, de mulheres, da criança,
Do pescador solitário, que busca seu galardão,
No heróico enfrentar das ondas,
Navegando pra lá de lá, tirando d’água o pão de cada dia,
Que untado com a manteiga do açaí,                                                

Engana um pouco a fome que se adia!


Não! Fizestes q
ue meus olhos de pastor,
Enxergassem o suor, a lágrima, a falta,
O grito de quem tem dor,
A roupa suja e rasgada, o móvel todo quebrado,
O barco, o remo, o motor velho que ronca, a rede bem trançada!
A alma singrando esquecida, em vis correntes amarrada,
Sem garantias de vida, sem vela,                                                    
sem vento, sem  força, sem rumo,
sem paz no coração,
É alma perdida, tomando a morte por vida,
Tomando o abismo por glória,                                                           
Navegando na escuridão!
                                                                                                                       
Senhor, como o dia aqui tem um céu azul,                                    
Que nuvens pude contemplar,                                                          
Que ondas lindas, que praia!!
Oh! Que ilha dos peixes grandes, dos botos, da arraia.
Que cheiro sublime de natureza virgem,
Que linda visão que me causa vertigem,
Que pássaros que esvoaçam, que gralham, que mergulham,
Que ruas de mansões, que cais imenso, que escadas...
Que grandes mangueiras, espalhadas altaneiras,
Que plantas, os musgos, as flores da lama,
O parasita que enrama e é tudo beleza!
Oh, Deus, que natureza!

Lá onde meus olhos não foram, a floresta se emaranha,
Após as águas da baía, numa doce e bela folia,
Animais, pássaros, peixes, de toda sorte e matiz,
Brincam de serem livres, brincam de ser feliz!!
E nos bosques que ainda existem,
Nesta ilha, e nos matos que pude ver,
Vi a aranha terrestre, cuidando da flor silvestre,
Que é para ninguém mexer!
Vi vermes no chão, o macaquinho brincalhão,
O tronco da árvore assassinada,
Na beira da estrada caída
Se fazendo em cinzas, se esvaindo em nada!

Escurecendo... vi a ponte, se erguendo iluminada,
Para traz deixo a cidade,
Saio da ilha abençoada,
Volto para meu formigueiro...
Adeus ilha paraíso, adeus povo bom,
Adeus ilha do Mosqueiro!
                                            
                                            (Mosqueiro, julho de 1986)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

MEIO AMBIENTE: CARAMUJO NERETINA OU ARUÁ-DO-MANGUE

Autor: Pedro Leão

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As Neritinas são pequenos caramujos bastante coloridos, originários de mangues / estuários, mas que se adaptam bem a aquários de água doce. Possuem uma concha globosa e semiesférica, com espira baixa, de aspecto porcelanoso e não nacarado, com superfície lisa e polido. São excepcionais algueiros, mas têm o inconveniente de depositarem cápsulas de ovos nos vidros, rochas, etc. Duas espécies ocorrem no Brasil, Neritina zebra e Neritina virginea.

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Neritina zebra ocorre no Brasil, desde o Pará até Cabo Frio (RJ) e no Suriname. É uma espécie comum em bancos de lama, em águas salobras. Espécie tolerante à poluição, Neritina zebra resiste a regimes de limnéticos a eurihalinos. Esta espécie é utilizada no Estado do Pará como alimento e fonte de renda para famílias ribeirinhas, sendo sua concha também utilizada na preparação de argamassa de taipa, junto com outros componentes, como a água e o barro.

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ILHA DE MOSQUEIRO

Neritina zebra ocorre neste arquipélago do estuário amazônico, tanto nos substratos das áreas de praias (costões) como na do Ariramba, Caruara e Paraíso, como também nos ambientes ribeirinhos da denominada área rural da ilha.

Neritina zebra (Bruguière, 1792) (Mollusca: Gastropoda: Neritidae).

A Neritina zebra é um herbívoro dominante do entremarés dos costões rochosos da Ilha de Mosqueiro, sendo uma importante reguladora das comunidades de  algas. A complexidade do substrato pode ser importante na ocorrência destes moluscos, influenciando na disponibilidade de refúgio.

Substratos: matacão,  argila, transição entre matacão e argila, seixo  e calhau.

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Conchas de  Neritina zebra, apresentando diferentes cores, variando de marrom bem escuro a amarelo.  A última concha do lado direito da segunda fileira foi tratada com hipoclorito de sódio. 

Fontes:

pibic.ufpa.br/ANAISSEMINIC/.../geociencias_oceanografia012.pdf

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=144568

http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=especies_ver&id_categoria=27&id_subcategoria=&com=1&id=133&local=2

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br

FONTE:

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2013/03/caramujo-neretina-ou-arua-do-mangue.html

terça-feira, 23 de abril de 2013

JANELAS DO TEMPO: DESPERTANDO PARA O AMOR.

Autor: Cândido Marinho Rocha

Quando o barco partiu, dois vultos se deitavam sobre uma capa de borracha, estendida na praia do Bispo, úmida e deserta, àquela hora.

A madrugada cedia ao alvorecer.

Ali mesmo havia sido, há muitos anos, aquilo que os pescadores e mercadores chamavam de Ponta dos Maristas, porque ao alto, lá em cima, na ribanceira, localizava-se a casa onde os mestres costumavam descansar das lidas do período escolar. Aos grupos, pela manhã, saíam eles a rezar, no hábito comum. E um rumor uniforme de vozes masculinas se compunha religiosa e perfumadamente, com as últimas notícias da madrugada e as primeiras visões do sol, que nascia por trás da Vila.

De alguns maristas ainda são lembrados os nomes: Eloi, Henrique, Bernardo, Luiz, Estevão e Reginaldo, homens de invulgar sabedoria e estudos alguns vindos da França, Holanda, Espanha, Alemanha, outros nascidos no Brasil, para organizar, como realmente organizaram, uma nova mentalidade escolar aqui no Norte, imprimindo à mocidade de então seus princípios de moral e de razão.

Indiferentes à política partidária, dedicavam-se à educação, severamente obedientes aos princípios brasileiros da ordem e da legalidade.

Talvez sem saber, celebravam ali a origem, segundo alguns, do nome daquela ilha bonita e singela – Mosqueiro. Dizem os pescadores mosqueirenses que, naquela ponta, lá em baixo, projetada para a baía, reuniam-se habitualmente quando regressavam das pescarias, feitas então quase que exclusivamente para a própria subsistência. Ali mesmo tratavam os peixes, faziam o moquém, assavam e, às madrugadas friorentas, comiam deliciadamente, com intercalados sorvos de cachaça.

No dia seguinte, as moscas afluíam e, em consequência, começaram a denominar o lugar de Moqueiro e depois Mosqueiro. Versão recolhida entre vários moradores da Ilha, não confirmada, todavia, pela tradição escrita.

Pois foi ali, naquele mesmo local, já abandonado pelos pescadores, tendo tomado o nome de Ponta dos Maristas, que começou a nossa narrativa.

Os dois vultos que se deitaram sobre a capa de borracha, na manhã vacilante e brumosa, compunham um casal de jovens tomado de amor.

-- Não acreditava que pudesses vir.

-- Nem eu que pudesse sair.

-- Como o conseguiste?

-- Uma tia viajou para Belém e assim surgiu o pretexto para vir até a ponte.

-- Faço votos que ela viaje bem e tenha feliz permanência em Belém.

-- Mas foi imprudência, da qual não deves retirar concessões de minha parte.

-- Sei, mas de outra forma jamais poderíamos conversar assim, sem outros ouvidos, em silêncio e proteção completos.

Ela não disse mais nada e o moço começou a dirigir os assaltos, nas suavidades calculadas. A moça, rendida mas não alheia ainda aos seus princípio, seguia a brisa dos carinhos que o rapaz sabia manipular. A manhã era propiciatória, havia entre eles a atração inicial dos corpos jovens, a proteção humilde e silenciosa das ramas úmidas, pendidas sobre a praia, cobrindo-os de olhares que, ali, eram inadmissíveis.

Progrediam. Mas a Ponta dos Maristas era um lugar onde a luz do sol e a luz da pureza chegavam cedo.

E assim foi que o vozeirar dos Maristas acabou por proteger a moça que, num salto rápido, ergueu-se e partiu correndo pela praia, subiu a ladeira, atravessou a Praça da Matriz e, ainda assustada como avezinha alvejada mas não ferida, chegou a casa, coração agitado, remorso em flor.

Por muitos anos havia de ouvir os Maristas rezando, piedosamente, protetoramente, providencialmente.

O moço, surpreendido pela súbita rezaria, incapaz de evitar a fuga da moça, recolheu a capa sobre os ombros e, ao olhar para o alto, viu ainda o corpanzil do irmão Eloi a dirigir o terço.

E sorriu, sinceramente agradecido.

FONTE: MARINHO ROCHA, Cândido. “Ilha Capital Vila”- GRÁFICA FALÂNGOLA EDITORA. Belém-Pa. 1973- pp. 36, 37, 38 e 39).

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domingo, 21 de abril de 2013

CANTANDO A ILHA: PRAIA




Autor: Prof. Alcir Rodrigues

A flor
do marupá
já desabrocha
e o mar
amor
na preamar
surra as rochas
negras



                                   as estrelas
                                   a noite
                                   o sol
                                   o luar
                                   o arrebol



as areias cor-de-areia
a verdura dos barrancos
a seminudez dos banhistas
a quadra e as escadarias
as pedras Rei e Rainha
o Bispo-Sem-Cabeça
a passear por ti
pequena triste praia.
Não me saia da lembrança
               nunca,
                                                

                                   não me saia!


FONTE:
http://moskowilha.blogspot.com.br/2013/01/praia.html#links

quarta-feira, 17 de abril de 2013

CURIOSIDADES: POR QUE CHAPÉU VIRADO?

Chapéu Virado: denominação curiosamente singular para uma enseada! Essa mesma enseada, a que os índios chamavam Maandeua, é uma das mais belas praias da costa oeste da ilha do Mosqueiro e um dos points turísticos preferidos por banhistas e visitantes.

Esse nome foi atribuído, no início, à ponta mais saliente da Ilha, que avança sobre as águas da baía do Marajó, estando registrado em códices e mapas muito antigos, como a Planta do Porto do Pará, trabalho cartográfico não datado, talvez oriundo dos remotos tempos do século XVII.

Tal situação geográfica de grande importância como referência náutica foi o motivo que levou a Marinha a instalar ali, em 1872, o primeiro farolete, exatamente onde, hoje, se encontra o Hotel Farol. Originariamente batizado como Ponta-do-Chapeo-Virado, o local passou a ser conhecido como Ponta do Farol pelos pescadores. Assim, no final do século XIX, a enseada viu a sua extensão ser dividida, para abrigar um novo nome consagrado pela vontade do povo: praia do Farol.

Dificilmente saberemos quando a designação Chapéu Virado foi empregada pela primeira vez. Difícil também é determinar o porquê de sua origem, o seu real significado, pois não existem documentos comprobatórios, embora muitas explicações tenham surgido, todas envolvendo essa peça tão comum da indumentária em todas as épocas. Seria uma lembrança dos rústicos chapéus de abas largas dos antigos pescadores que ali labutavam ou dos usados pelos valentes cabanos, que derramaram seu sangue naquelas areias? Ou dos finos chapéus de palhinha dos senhores aristocratas que frequentavam a Ilha, naqueles tempos longínquos?

Quem sabe não foi produto da imaginação criativa de algum navegador que, aproximando-se da Ilha, vislumbrou, no formato da enseada, a silhueta de um chapéu beirado cheio de água? E, já que estamos no campo da imaginação, não teria esse viajante comparado o lugar com a praia de Copacabana, cuja ponta avança sobre a baía de Guanabara? Em verdade, guardadas as devidas proporções, ambas as enseadas se assemelham pela forma de meia-lua. Os nomes das duas praias teriam, portanto, certa relação, uma vez que da palavra aportuguesada Copacabana lembrar-se-ia o tal navegador, pois, no sentido dicionarizado, copa é a parte superior do chapéu.

Deixando de lado a fantasia, a verdade é que o invulgar nome Chapéu Virado teve uma grande divulgação em Paris, no inicio do século passado, promovida por Arthur Pires Teixeira, amante fervoroso e benfeitor incondicional daquela magnífica localidade da ilha do Mosqueiro.

imageimage         Praia de Copacabana (Fonte: Google Earth)           Praia do Farol (Fonte: Google Earth)

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sexta-feira, 12 de abril de 2013

NA ROTA DA HISTÓRIA: FORMAÇÃO GEOLÓGICA E COLONIZAÇÃO DA ILHA DO MOSQUEIRO

Autor: Augusto Meira Filho

Curiosa a observação da Ilha do Mosqueiro, em relação ao seu eixo longitudinal. Da “Ponta do Bitar” na Vila à “Ponta da Fazenda” na Baía do Sol, todo o litoral é constituído de uma costa de praias que se sucedem iguais, com a mesma natureza, diferentes apenas em sua extensão. Essa é a face que fronteia a baía do Marajó, noroeste. Simetricamente, o contorno da Ilha pelo sudoeste, frente ao continente, todo ele é formado de argila (tijuco mole, esverdeado ou cinza-queimado), sem um só grão de areia. O Furo das Marinhas ou Mariinhas que corta os dois pedaços, separando-os, sofre influência dupla do fluxo e refluxo das marés, com a invasão das águas na entrada (enchente) e na saída (vazante) por dois canais: Santo Antônio e Baía do Sol. Tanta foi a luta dessas correntes em milênios que a Ilha desligou-se do continente e de tal maneira o furo invadiu as terras laterais, certamente com ímpeto e velocidade que, no interior do rio que se formou, novas ilhotas surgiram de permeio, a se reproduzir, aqui mesmo, o fenômeno amazônico da “terra caída”. Trabalhos geológicos recentes, como veremos no correr deste trabalho, mostraram o leito do canal de areia em elevações situadas no eixo do furo. Montando e descendo, a correnteza, permanente ao sabor das marés, forçaria a condução desse material para o centro, para o próprio talweg, onde se acumula e permanece. Em contrapartida, obedecendo a princípio físico, esse mesmo volume líquido se incumbiria de invadir e arrasar as encostas de ambos os lados, afastando os dois “pedaços” cada vez mais.

O problema colonizador da Ilha do Mosqueiro, em sua forma pioneira, obedeceu naturalmente ao mesmo modus faciende do que aconteceu ao resto da Província e do País. Fez a nação, do mar para o sertão, a sua norma de crescimento. O Brasil, todo ele, excluindo-se tão somente essa pequena faixa dominada pelo rio-mar, desenvolveu-se em “função do mar”. De fora para dentro a sua verdadeira formação. E isso não seria desmentido nessa pequenina porção insular do Mosqueiro. Das margens da baía para o interior, evidentemente, seria marcado seu progresso.

No princípio, sua gente era toda formada de pescadores. Índios ou seus naturais descendentes, misturados com os novos elementos da colonização, a verdade é que a ela se devem seus primitivos habitadores. Ao que julgamos, até a origem de seu nome se prenderia à presença dessa modesta comunidade. Acreditamos, sem temer contestação, que, nos dois primeiros séculos da formação paraense: séculos XVII e XVIII – as terras mosqueirenses não chegaram a fugir à regra geral de um total desconhecimento por parte da administração reinol. Presa à condição de Ilha e subordinada a Benfica. Esta, por sua vez, fora elevada à categoria de Vila, também em 1895 e assim instalada a 8 de dezembro de 1896, ex-vi do Decreto nº. 156 de 28 de novembro de 1895. Foi Freguesia em 1758, estabelecida pelos Jesuítas, com igreja sob devoção de N. Srª. Da Conceição. Vê-se que Mosqueiro vivendo em função daquele lugar, paralelos e similares em sua pobreza e esquecimento, não possuiria meios de desenvolver, na dependência de indígenas, a sua posição privilegiada à entrada da Barra de Belém e próxima à capital da Província.

Na pesquisa desses fatos, encontramos remotas referências àquela região e, ainda assim, sempre com o caráter de defesa náutica às embarcações que demandavam Belém ou deixavam seu porto. E não há melhor convencimento dessa verdade, do que a própria informação que citamos de 1885 – quando ficamos sabendo que, na Freguesia do Mosqueiro, existiam apenas 40 casas e possuía 500 moradores. E já estávamos no último quartel do século passado (século XIX).

FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978- pp. 50, 51 e 52.

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

CANTANDO A ILHA: UMA DAS MAIS BELAS ILHAS DO ENTORNO DE BELÉM




Autora: Simplesmente Pat

Das quarenta e três ilhas nos arredores de Belém,
És querida, és formosa...
Abrigas um Parque que muitas riquezas contém,
Sendo a biodiversidade grandiosa.


Ilha bela que guarda recordações da infância,
Sessenta e sete quilômetros te separam de Belém,
Tua riqueza em fauna e flora se traduz na exuberância,
Casarões seculares, a Vila, a tapioquinha, tudo faz bem.


Teu nome vem de “moqueio”,
Processo de conservação de alimentos de origem dos nossos índios irmãos.
Na verdade te chamas Mosqueiro
E te amamos de montão.


Se em Mosqueiro chegar,
Muitos são os atrativos,
Pode no Igaracoco ficar,
Ariramba, Murubira, São Francisco... Verdadeiros aperitivos.


Praia do Bispo, Praia Grande e Prainha,
Cada qual com seu encanto,
Nos dão prazer de rainha,
Basta escolher o recanto.


Gerenciado por Xavico, o pastel do Oliveira...
Não há nada mais gostoso
Do que comer a besteira,
Ainda que te chamem guloso.


Na Vila, a praia do Areião,
Cada praia uma diferenciação.
No Murubira vai povão,
Contudo, em todas há curtição.



Com teu ar romântico e sossegado,
Tens um quê de melancólico,
Deixa o poeta inspirado,
Te confere um ar bucólico.


Acolhes com simpatia todos os visitantes,
Marca do teu carisma e hospitalidade,
Praias, rios igarapés, belezas caboclas constantes,
O Pará agradece o prazer dessa realidade.



FONTE: http://www.recantodasletras.com.br/poesiasbucolicas/1771221

sábado, 6 de abril de 2013

MEIO AMBIENTE: ARRAIAS (RAIAS) NO ESTUÁRIO AMAZÔNICO

 

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A América do Sul (AS) apresenta uma grande diversidade de peixes de água doce e marinha, com ocorrência de muitas espécies de arraias (raias). Na AS, existe uma família de raias (Potamotrygonidae) que está restrita a ambientes dulcícolas. As raias ou arraias de água doce pertencem à Classe Chondrichthyes, Subclasse Elasmobranchii e a Ordem Rajiformes.

O estuário amazônico forma um ambiente peculiar e ainda pouco estudado, que abriga espécies marinhas, estuarinas e de água doce, sendo algumas de fundamental importância para a pesca regional e nacional. A enorme descarga de águas continentais (6.300 km3/ano) e de sedimentos (9,3x108 ton./ano) do rio Amazonas forma um ambiente complexo e de grande extensão na sua foz.

Neste ambiente natural - foz dos rios Amazonas e Tocantins e um arquipélago de ilhas flúvio-marinhas onde se destaca a ilha   de Marajó abrigam tanto arraias (raias) continentais quanto marinhas.

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Potamotrygon orbignyi

Estudo em ambiente natural sobre os hábitos e estratégias alimentares de espécies de arraia de água doce permite a inferências sobre ecologia e conservação das espécies.

Fisiologicamente, as raias da família Potamotrygonidae, são peixes que possuem o corpo circular ou em forma de disco, comprimido dorso-ventralmente. A boca está situada em posição ventral e possui uma série de pequenos dentes molariformes considerados adaptados ao tipo de alimento consumido, sendo moluscos, crustáceos e pequenos peixes itens alimentares considerados principais.

A revisão sistemática da família apontou a existência de três gêneros válidos para a região Neotropical, sendo: Paratrygon e Plesiotrygon (monoespecíficos) e Potamotrygon (compreendendo aproximadamente 18 espécies). Entretanto, algumas evidências sugerem que outras espécies ainda possam ser descritas. A região amazônica é a que oferece maior diversidade de espécies nos três gêneros.

Algumas espécies de raias de água doce possuem valor no mercado de peixes ornamentais, apesar de não serem amplamente utilizadas para fins de consumo na região da bacia Amazônica. Potamotrygon orbignyi está entre as espécies capturadas na região da foz Amazônica como peixe ornamental.

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Potamotrygon leopoldi

Alguns estudos científicos focaram os hábitos das raias em relação as suas presas, outros relacionaram a anatomia dos potamotrigonídeos com seus hábitos alimentares, afirmando que suas placas dentárias eram consideradas ideais para triturarem conchas e carapaças insetívoras. Paratrygon aiereba possui preferência alimentar por peixes e camarões e P. orbignyi apresentou uma preferência alimentar por piolhos d’água (Família Sphaeromatidae) e larvas de insetos (Família Chironomatidae). Com relação às táticas alimentares de Potamotrygon leopoldi e Potamotrygon aff. histrix (possivelmente se referindo a Potamotrygon orbignyi), como sendo do tipo fuçadoras/especuladoras de substrato.

Outras pesquisas estão voltadas a fauna de animais aquáticos potencialmente perigosos à saúde humana onde aparecem as arraias marinhas e as de águas doces. As arraias estão vinculadas a um tipo de ictismo – caracterizado por acidente causado por peixes, através de ferroada.

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Potamotrygon aff. histrix

A vítima da ferroada sente uma dor aguda e sofre um ferimento de cicatrização difícil, de consequências como necroses (morte de tecidos) ou problemas cardiorrespiratórios. Ainda assim, acidentes fatais com humanos são bastante raros – é preciso que um órgão vital seja atingido ou que a pessoa seja muito sensível à peçonha.

Assim, é bom ficar longe delas. Evite nadar quando a maré está baixa (e elas ficam mais expostas). Lugares com lama e com poucas ondas são alguns dos prediletos das arraias. Pescadores e ribeirinhos, vítimas comuns desses animais, costumam dar outra dica: ao entrar na água, não dê passos largos – arraste os pés para avisar a arraia, que tem tempo de fugir sem que ninguém saia ferido.

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RX de um exemplar de arraia

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Fontes:

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAIlEAJ/alimentacao-potamotrygon-orbignyi

http://www.pescadepraia.com/arraia.htm

http://super.abril.com.br/mundo-animal/arraias-sao-animais-perigosos-446605.shtml

iah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/.../iec/.../leao_cap55p813-817.pdf

FONTE:

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2012/11/arraias-raias-no-estuario-amazonico.html

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: HOJE É NOITE DE MATINTA.

Matinta Pereira
de LaMonalisah


BAÚ DE HISTÓRIAS

Canal dedicado especialmente aos
vídeos da Cia Ópera na Mala.
Para saber mais sobre o grupo:
www.operanamala.com.br
www.tvratimbum.com.br
FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=7DL20ZeQAME


Matinta Perêra - Lendas Urbanas





FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=68NMP9yuX0E

quinta-feira, 4 de abril de 2013

CURIOSIDADES: CURTA PARAENSE MATINTA (TRAILER)






Curta de Fernando Segtowick
Com Dira Paes, Adriano Barroso e Astréia Lucena
Roteiro de Adriano Barroso e Fernando Segtowick
Fotografia de Pablo Baião
Edição trailer Multi Amazônia Brasil Produtora


PESQUISE NESTE BLOG:

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/09/curiosidades-varinhas-da-lembranca.html
http://mosqueirando.blogspot.com.br/2013/03/meio-ambiente-comunidades-rurais-de.html

quarta-feira, 3 de abril de 2013

NA ROTA DO TURISMO: SÍTIO PRATIQUARA

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FOTO: Fernando Lima Kayak Selected for Google Earth [?] - ID: 43234596

FONTE: http://www.panoramio.com/photo/43234596

Sítio Pratiquara

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Localizado em frente ao Rio Pratiquara, é um local belíssimo, além de ter uma ótima infraestrutura. O sitio também oferece trilhas ecológicas aos turistas.

FONTE:

 http://cidadebrasileira.brasilescola.com/para/pontos-turisticos-mosqueiro.htm

UM LADO DIFERENTE DE MOSQUEIRO

Ilha situada no estado do Pará e banhada pelas baías de Santo Antônio, Marajó e do Sol, atrai turistas.

JOÃO PAULO SEABRA

João Paulo Seabra

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Quem pensa que a ilha de Mosqueiro tem a oferecer somente as praias de água doce e a deliciosa tapioquinha na Vila, com certeza ainda não conhece a trilha ecológica do Nonato – como é mais conhecida a Trilha do sítio Pratiquara.
O ponto de partida é o porto do Pelé, nas redondezas do cemitério da cidade. Dentro de no máximo 20 minutos de barco, já se chega lá. O dono do sítio e guia turístico espera os visitantes e ajuda todos a desembarcarem no trapiche que aparece no meio da mata.

No início, todos os avisos e precauções que devem ser tomadas durante as mais de duas horas de caminhada são falados. Muitas pessoas decidem não continuar e atravessam a barco em direção a uma balsa, onde encontrarão mais tarde os aventureiros.

A trilha reveza momentos de mata fechada, em que é necessário se abaixar e empurrar alguma mata, e espaços mais abertos, momento propício para respirar fundo. Também é preciso ter equilíbrio para passar por pontes estreitas feitas com palmeiras do açaí.

Se o horário for o adequado (por volta de oito horas da manhã ou no final da tarde), os trilheiros conseguem ver animais como os pássaros e peixes da Amazônia. Eles ainda conhecem árvores nativas e os seus usos, como são a Castanha do Pará ou a Angelim Pedra.

Ainda é possível ver buracos no chão indicando a principal atividade econômica, até algum tempo atrás, das oito comunidades do entorno da trilha: a produção de carvão. Uma área de mangue também está no meio da trilha do Nonato. Para não prejudicar o meio ambiente, placas com o tempo de degradação de matérias como o vidro e o plástico também estão na trilha. 
No final da aventura, para recuperar as forças, os visitantes podem deitar em redes penduradas em cabanas, tomar banho no rio, andar de pedalo e ainda se impressionar com artesanatos produzidos por moradores da região. Um dos objetos que mais agrada é o “pau da chuva”, um cilindro feito de palmeira com pedras dentro que ao ser virado de um lado para o outro imita o barulho da chuva. Ele tem uma finalidade relaxante.

O almoço é servido logo em seguida e tem no cardápio elementos da culinária do Pará, como o peixe no caldo do tucupi, camarão, sucos de frutas da Amazônia como o cupuaçu e ainda o açaí, que deixa muitos turistas deliciados.
Depois de completar a trilha com a família e amigos, a arquiteta Luíza Figueira se mostrou empolgada com a aventura pela qual passou. Ela já tinha feito esse tipo de atividade antes, mas diz que a do Sítio Pratiquara é diferente, pois é de mata fechada como poucas.

Até o ano de 2004 a trilha ainda estava em fase de experimentação, quando estudos topográficos e estratégicos estavam sendo feitos. Agora ela já está funcionando regularmente e recebe grupos de no máximo 15 pessoas, duas vezes na semana.

Durante a caminhada, eles fazem uma interpretação, ou seja, conhecem espécies animais e vegetais típicas da região, comentam as suas utilidades, muitas vezes medicinais, e como os povos aborígenes as usavam.
Para visitar a trilha é necessário agendar um grupo por meio de uma empresa. Outras informações e agendamentos podem ser conseguidos pelo e-mail
sitiopratiquara@yahoo.com.br.

FONTE: http://www.ilc.ufpa.br/jornal/lazerturismo/index.php?id=12

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FONTE: http://www.fabelnet.com.br/graduacao/turismo/visitas/pratiquara.asp

segunda-feira, 1 de abril de 2013

MEIO AMBIENTE: ASPECTOS ECOLÓGICOS EM UMA ÁREA DE MANGUE NA BAÍA DO SOL.

 

ASPECTOS ECOLÓGICOS EM UMA ÁREA DE MANGUE NA BAIA DO SOL MOSQUEIRO, BELÉM - PA.

ASPECTOS ECOLÓGICOS EM UMA ÁREA DE MANGUE NA BAIA DO SOLMOSQUEIRO, BELÉM - PA.

                         JOSÉ CARLOS SILVA SANTOS

                              Gestor Ambiental - UNOPAR 

1 - INTRODUÇÃO:

Este estudo tenta descrever de maneira simples e objetiva os aspectos, como populações, relações ecológicas, cadeias alimentares e condições ambientais, junto com seus equilíbrios e desequilíbrios, em uma área de ambiente de mangue localizada na Baia do Sol, ilha de Mosqueiro, Distrito de Belém-PA.

A importância deste estudo é a aplicação in loco de algumas idéias básicas de Ecologia, onde o principal objetivo é especificar as ações mutuas entre os seres vivos e o meio ambiente. A  Ecologia como fim cientifico, procura compreender as relações existentes entre os organismos e o meio ambiente.     

2 - ÁREA DE ESTUDO

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A área definida para o estudo localiza-se em uma das margens do igarapé Irapara, território da Baia do Sol, Mosqueiro, Belém-PA.

Esta área onde foi realizado o estudo é de grande importância para comunidade ribeirinha que ali reside, o manguezal liga o ambiente terrestre, de água doce ao marinho e se desenvolve em áreas encharcadas, salobras e calmas, com influência das marés, porém não atingidas pela ação direta das ondas, o substrato é lodoso e formado por uma mistura de lama e areia; os sedimentos apresentam cor cinza-escura e possui grande quantidade de água, baixas concentrações de oxigênio, elevados teores de sal, muita matéria orgânica e são ricos em sulfeto de hidrogênio; a vegetação é relativamente pobre em número de espécies vegetais, porém as águas são ricas em nutrientes e materiais em suspensão.       

3 – RESULTADOS

As áreas alagáveis ou várzeas desempenham um papel fundamental na regulação da quantidade e qualidade da água, e a ampliação do conhecimento sobre estas áreas são essenciais para evidenciar a função positiva deste ambiente.

Estes sistemas têm importantes funções dentro dos ecossistemas onde são inseridos, entre as quais se destacam:

- Regular os fluxos dos rios;

- Modificar e melhorar a qualidade das águas, funcionando como filtros naturais que purificam a água à medida que a mesma escoa;

- Controlar a erosão, evitando o assoreamento dos rios;

- Proteger a biodiversidade, como, área de refúgio da fauna terrestre;

- Fornecer o suprimento de alimentos para toda a cadeia alimenta e

- Ser um local para reprodução e alimentação da fauna aquática.

3.1- AS POPULAÇÕES EXISTENTES

Após visita na área delimitada, constatamos a existência de um numero enorme de seres vivos que ali habitam e se reproduzem. Foi possível identificar, listar e contar as populações de algumas espécies na área de interesse, dentre as quais: crustáceos como o camarão regional, siri, caramujo, sarará e o turu, uma espécie que vive dentro da madeira apodrecida do mangueiro. Encontramos uma espécie de peixe conhecido como tralhoto, que adentra o mangue na maré cheia em busca de alimentos, algumas aves também habitam o ambiente, como o bem-te-vi, andorinha, garça, maçarico, urubu, pica-pau, guará e alguns insetos que sobrevivem nos troncos apodrecidos, onde a água não alcança: o cupim, aranha, besouro, ambuá, lagarto, sapo e cobra. Há forte presença de fitoplânctos e zooplânctos, pois se trata de área estuarina.

3.2- ALGUNS TIPOS DE RELAÇÕES ECOLOGICAS EXISTENTES

Relações harmônicas:

Ø  Inquilinismo: orquídeas nas árvores

Ø  Mutualismo: Presença de micorrizo, relação às raízes de certas orquídeas e de árvores florestais com fungos, que em troca fornecem as orquídeas nutrientes minerais e nitrogênio.

Relações desarmônicas:

Ø  Competição: A ocorrência desse tipo de relação entre peixes, por nutrientes no estuário.

Ø  Predação: Camarão gigante conhecido popularmente como malasiano (macrobrachium rosenbergii) e camarão regional (macrobrachium amazonicum).

Ø  Parasitismo: Erva-de-passarinho nas árvores

Ø  Herbivorismo: (intraespecífica) Uso de parte de plantas na alimentação de passarinho e outras aves. O peixe denominado bacu (lithodoras  dorsalis), utiliza em sua alimentação o broto de uma espécie de tajá. (aninga)

3.3. CADEIAS ALIMENTARES QUE OCORREM NA ÁREA DE MANGUE:

A cadeia alimentar completa apresenta três categorias de organismos, que constituem seus níveis tróficos: o nível dos produtores, os níveis dos consumidores e o nível dos decompositores (fungos e bactérias).

Ao contrário de outras florestas, os manguezais não são muito ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância das populações que neles vivem. Por isso, podem ser considerado um dos mais produtivos ambientes naturais do Brasil.

Devido à riqueza de matéria orgânica disponível, uma grande variedade de seres vegetais e animais irão utilizá-la: centenas de diferentes tipos de minúsculos seres, denominados plâncton. A fração vegetal do plâncton denominada fitoplâncton, retira os sais nutrientes da água e, através da fotossíntese, cresce e se multiplica.          

A porção animal do plâncton, o zoo-plâncton, alimenta-se das microalgas do fitoplâncton e de matéria orgânica em suspensão. Larvas de camarões, caranguejos, siris e Caracas filtram a água e retiram microalgas e matéria orgânica. Pequenos peixes filtradores, como o tralhoto, também se alimentam desse rico caldo orgânico. A partir das microalgas, se estabelece uma complexa teia alimentar.

Quanto à fauna, destacam-se as várias espécies de caranguejos, formando enormes populações nos fundos lodosos. Nos troncos submersos, vários animais filtradores, alimentam-se de partículas suspensas na água.

Os caranguejos em sua maioria são ativos na maré baixa, enquanto os moluscos alimentam-se durante a maré alta.

Uma grande variedade de peixes penetra nos manguezais na maré alta. Muitos dos peixes que constituem o estoque pesqueiro das águas costeiras dependem das fontes alimentares do manguezal, pelo menos na fase jovem.

Diversas espécies de aves comedoras de peixes e de invertebrados marinhos nidificam nas árvores do manguezal. Alimentam-se especialmente na maré baixa, quando os fundos lodosos estão expostos.

3.4. EQUILIBRIO E DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL.

Ø  Desequilíbrio

Na área em estudo o principal elemento que vem causando desequilíbrio ambiental é o homem, ocupando áreas como beira de igarapé e enseada da praia, sem as mínimas condições de infraestrutura, como água potável e esgoto sanitário, e o lixo depositado em quase toda área de mangue.

Ø  Equilíbrio

A pesca artesanal de subsistência do camarão é considerada como um fator de equilíbrio, pois são usados materiais de pesca artesanais, que não agridem e não depredam o meio ambiente, ex: o matapi, instrumento usado para captura do camarão, e o viveiro que é usado para armazenar e selecionar o mesmo durante o período de pesca, e isso contribui para o equilíbrio da população do camarão.

4 – CONCLUSÃO

A área de mangue possui um elenco de populações, estabelecendo diversas relações ecológicas. Assim, se apresentam diversas cadeias alimentares na área. A principal condição para manter na área o equilíbrio ambiental e sua ocupação é o uso ordenado de forma a contribuir na sustentabilidade ambiental da ilha de mosqueiro.

5 - APOIO BIBLIOGRÁFICO:

Ø  Zompêro, Andréia de Freitas. Ecologia aplicada: gestão ambiental, São Paulo: Person Education do Brasil, 2009-03-24

Ø  Colégio São Francisco: WWW.colegiosaofrancisco.com.br

Ø  Ecologia: Ecossistema e cadeia alimentar. O que é ecologia? Disponível em WWW.ambientaebrasil.com.br Acesso em 22 de março de 2009.

FONTE:

http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2012/05/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_31.html