quarta-feira, 20 de março de 2013

JANELAS DO TEMPO: RECORDANDO O PASSADO DA ILHA

Relato do Prof. Dr. João Prisco dos Santos, descendente de uma das mais antigas famílias que frequentava Mosqueiro, com residência na Praça Cipriano Santos (Praça da Matriz).

Vamos buscar o ano de 1900 para cá. Naquele tempo, tanto a fisionomia do Porto de Belém, como a do Mosqueiro, eram diferentes. Belém se apresentava cheia de trapiches e a ponte do Mosqueiro terminava em um barranco, seguido de um capinzal.

A ponte denominada “trapiche do peixe”, que ficava ao lado do Forte do Castelo, era o local de onde partia a lancha Tucunaré, pequena embarcação movida a lenha e que conduzia os veranistas para Mosqueiro. Anos depois, essa embarcação foi substituída por outra maior, denominada “Gaivota”. Eu devia ter uns sete anos de idade.

Quando o interesse pela vila balneária aumentou, o Governo do Estado adquiriu o “Almirante Alexandrino”, navio que por muitos anos prestou relevantes serviços aos moradores e visitantes do Mosqueiro, e que, após 1950, foi substituído pelo navio “Presidente Getúlio Vargas”, que há poucos anos naufragou.

Na minha juventude, os veranistas ou visitantes iam para Mosqueiro vestidos nas suas melhores roupas. Era como se fossem para um baile.

As praias eram policiadas. Trocava-se a roupa atrás das moitas de mato nas praias e os homens banhavam-se para um lado e as mulheres para o outro. As praias visitadas, possuindo ainda poucas casas, eram as de Areião, Bispo, Grande e Chapéu Virado, este considerado o bairro chic, destacando-se a residência de Pires Teixeira, o grande incentivador dos melhoramentos ali introduzidos.

As viagens da Vila ao Chapéu Virado eram feitas de tilburi e caleche, até que a Prefeitura de Belém introduziu o bondinho puxado a burro, que partia da Praça Cipriano Santos e terminava na garagem denominada Porto Arthur, abaixo do Chapéu Virado.

Anos depois, o bondinho foi substituído pelo trenzinho, tipo de brinquedo ainda hoje existente nos parques de diversões. Depois, os ônibus.

Devemos sempre lembrar que os grandes benfeitores do Mosqueiro passado foram os Prefeitos Alcindo Cacela e Abelardo Conduru.

FONTE: Amanajás, Wilson – Mosqueiro – IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO, Belém/PA, 1976, pp. 6 e 7.

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