domingo, 30 de dezembro de 2012

MOSQUEIRANDO: O NOME DO BLOG

 

 

O termo Mosqueirando, denominação do blog, é forma nominal do gerúndio do verbo mosqueirar, um neologismo surgido na Ilha, nas primeiras décadas do século passado, para traduzir o crescente interesse turístico do belenense, que, seguindo o costume introduzido pelo europeu, criara o hábito de frequentar o aprazível balneário nos fins de semana e nas férias escolares.

Segundo o historiador Augusto Meira Filho, em seu livro Mosqueiro Ilhas e Vilas (pág. 79), “Mosqueiro é um balneário popular, democrático, onde todo mundo se sente livre e igual. Em toda parte predomina a alegria, o bem-estar, a satisfação de viver! O veranista, parece, às vezes, senhor de tudo! Cada belenense cuida de que é dono de um pedaço qualquer do Mosqueiro. Criam-se gerações, seguidas dos mesmos hábitos, dos mesmos amigos, da mesma maneira de viver. Até certos meses do ano, pela sua casualidade libertadora nas férias, já têm uma fisionomia mosqueirense, típica, especial e irreversível. Há como que um vício de mosqueirar.”

Assim, mosqueirar significa “usufruir os prazeres do Mosqueiro” ou, usando uma expressão mais popular, “curtir o Mosqueiro”.

Foi esse o pensamento inicial que nos levou, em 2.010, à criação do blog com o nome Mosqueirando. Afinal, já vínhamos assinando uma coluna na Folha da Ilha, com a mesma denominação, focalizando, exclusivamente, os aspectos históricos e culturais do Mosqueiro. Com o blog, decidimos ampliar a nossa meta, criando uma fonte de pesquisa sobre a Ilha, a qual reúne publicações de autores diversos sobre os mais variados assuntos. Procuramos, assim, difundir conhecimentos sobre o Mosqueiro, eventos e manifestações artísticas e sócio-culturais do lugar. Para nós, foi uma grata satisfação receber a visita de internautas do Brasil e de outros países, em 2012. Agradecemos, desejando a todos um NOVO ANO REPLETO DE PROSPERIDADE!

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Nesta semana:

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FONTE DOS DADOS ESTATÍSTICOS: http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2720256392959873661#audiencestats

sábado, 22 de dezembro de 2012

NA ROTA DA HISTÓRIA: A LOCOMOTIVA PATA CHOCA”

 

Mais uma lacuna da História social e urbana de Mosqueiro está sendo desvendada – a primeira foto recuperada da locomotiva “Pata Choca” em 1933.

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Após intensas pesquisas em diversas bibliotecas e no arquivo público de Belém, além  de contatos com moradores mais antigos de Mosqueiro e na rede mundial de computadores, eis que na pesquisa feita no Google (dia 05/12/2012) sobre fotos e imagens antigas de Mosqueiro, apareceu no portal Artesfotos.fot.br (Paisagens Fluminenses – Luiz Anciães) duas fotos raras sobre a ilha de Mosqueiro em 1933:

A foto acima  raríssima, e até então inédita, mostra a locomotiva a vapor na orla de Chapéu Virado em 1933. Essa locomotiva, em idos das décadas de 1920 e 1930, fazia o transporte de passageiros entre a Vila  - do trapiche - até a curva do Murubira. Pra quem não sabe, ela (a locomotiva) recebeu a denominação popular de “Pata Choca”, pois, segundo Meira Filho em seu livro: Mosqueiro, ilhas e vilas –1978, a sirene da locomotiva, quando acionada por passageiros solicitando a parada para descida, possuía um som parecido ao piar de uma pata choca. A sabedoria popular sabiamente prevaleceu e o nome popular “pegou”. Infelizmente, com a chegada dos primeiros ônibus adquiridos pela Prefeitura de Belém/Agência Distrital de Mosqueiro para fazerem o transporte interno de passageiros em Mosqueiro, em meados da década de 1930, a “Pata Choca” foi desativada e junto com o Ferrocarril (linha de trilhos) desapareceu, não se sabendo qual o seu destino. Uma pena!!! pois se estivessem sido conservados, seriam importantes monumentos/marcos da influência da “belle époque” na Ilha, tais como o trapiche, o prédio do Mercado Velho na Praça da Matriz (provável garagem da”Pata Choca”) e os Chalés espalhados pela orla de Mosqueiro.

A segunda foto, abaixo, (não inédita) mas rara, mostra, também em 1933, um dos bondes, talvez, destravados da Locomotiva “Pata Choca”. Provavelmente, as duas fotos devam ter sido registradas pelo mesmo fotógrafo no dia, na orla do Chapéu Virado, haja vista que ambas mostram, ao fundo, a praia.

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É válido destacar a dedicação e o trabalho incessantes de pesquisa dos professores Alcir Alvarez Rodrigues (estudioso da literatura e da cultura da Ilha) e Aldo Alvarez Rodrigues (estudioso da História e da Geografia de Mosqueiro), que  buscam, já há algum tempo, contribuir na coleta de dados e informações sobre aspectos da Cultura, da História e da Geografia da Ilha. Parabéns aos dois professores por terem tido a perspicácia e sorte de localizar a foto rara da locomotiva “Pata Choca”!

Obs.: Nas duas fotos, aparece o termo Paisagens Fluminenses, pois fazem parte do acervo particular do Sr Luiz Anciães, morador do Rio de Janeiro e que possui muitas fotos antigas de vários lugares do Brasil, em especial do estado do Rio de Janeiro.

Postado por PT de Mosqueiro, quinta-feira, dezembro 06, 2012

FONTE: http://ptdemosqueiro.blogspot.com.br/

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CANTANDO A ILHA: CHEGAMOS AO FIM?

 

CHEGAMOS AO FIM?

Autor: Claudionor Wanzeller

O Tempo é eterno: Criação Divina;

mas a medida do tempo é finita: convenção humana.

Se o Passado não mais existe e o Futuro é projeção,

o que nos resta?

Resta-nos o Hoje, que já foi Ontem e será o Amanhã,

ou seja, o Conhecimento e o Sonho.

O Conhecimento, que nos dá Poder.

O Sonho, que nos faz Viver.

Viver o Hoje, o Agora, o Momento, fração de segundo

que passa com a velocidade do pensamento.

E, se passa, terá Princípio e Fim?

O Fim do princípio é a Vida!

E o princípio do Fim é a Extinção da Vida!

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URL da Imagem:

http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQndV4pucuupomMtxeWHGh2lQxrqKCg_SRBZJz1yh5HyK5CNcfaNA

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

CANTANDO A ILHA: Um certo Mário… em uma certa praia

Autor: Prof. Alcir Rodrigues

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Aqui, nesta calçada, 
        defronte deste caramanchão, 
        próximo ao chalé Porto Franco ― desde a Belle Époque 
        mirando a Baía de Marajó ―, 
        sem chapéu na cabeça, 
        na mão, ou virado no chão, 
        contemplo um tempo 
        que não vi (vi): 
        vejo ali na areia 
        e após na água da praia, 
                                    (a banhar-se), 
        a alegria descontraída 
        de Mário de Andrade 
                                                    ― é maio de 1927 ―, 
                    entregue às ondas 
      destas águas do Chapéu-Virado, 
neste tempo que não 
                                              vi (vi), 
mas que perco-ri 
na transcendência das entrelinhas imaginárias 
deste poema 
que agora escrevi (vi).

FONTE: http://www.komedi.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=9247

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

MEIO AMBIENTE: AS EMBARCAÇÕES DE MADEIRA NA ILHA DE MOSQUEIRO

 

 

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Embarcação em madeira sendo construída no Porto do Cajueiro - Mosqueiro,

Qual o papel das embarcações de madeira no desenvolvimento de nossa região e mais especificamente para a Ilha de Mosqueiro? Se necessitamos dessa atividade, como podemos realizá-la de forma sustentável, isto é, sem agredir o meio ambiente?

Em face de sua grandeza espacial e suas características de ambientes inóspitos, até hoje presentes em algumas áreas da Amazônia, com difícil acessibilidade para ocupação e exploração da mesma, as embarcações de madeira cumprem até hoje papel de relevância para o desenvolvimento das comunidades regionais.

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Travessia de balsa no furo das marinhas - Belém/Mosqueiro (1965). Detalhe para o moderno  e o tradicional.

Com uma vegetação densa e a presença de inúmeros entrecortes de rios e suas ramificações (igarapés e furos), estes corpos d’águas contribuíram para uma ocupação humana dispersa por este território, porém incentivou pelos fartos cursos fluviais intercomunicantes da maior bacia hidrográfica do mundo, assentamentos às margens dos mesmos, inúmeros aglomerados humanos - cidades, vilarejos e comunidades ribeirinhas.

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Montarias (de troncos e de três tábuas) ancoradas no Porto Pelé –Mosqueiro.

No curso histórico da região, tanto o nativo quanto o colonizador ocidental tiveram de superar estes ambientes adversos e suas longas distâncias, nas suas atividades de uso e ocupação das terras. Assim, os ambientes exigiram dentro da tecnologia existente e dos materiais disponíveis a feitura e a utilização de embarcações de madeira na conquista e conhecimento de novas áreas interiores, finalidades de meios de vida e sobrevivência e manutenção da rede social.

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Imagem do saudoso navio de passageiro Antônio Lemos no trapiche de Mosqueiro.

Tendo o rio como rua, como disse o poeta, o nativo, o colonizador, mais tarde o tapuio e o caboclo, garantiram através das embarcações de madeira a vida humana nos centros e nos hinterlands regionais. Através desse elemento integrador da região se compunha sua economia, as relações sociais, a religiosidade.

Segundo Moreira & Fernandes (2009), à guisa de conclusão de sua pesquisa, sobre as embarcações de madeira no Pará:

“A análise dos resultados permitiu considerar que as embarcações de madeira no Estado do Pará constituem elementos da cultura material local envolvidos tradicionalmente na estrutura da vida cotidiana sob aspectos sociais e econômicos. Em relação ao aspecto social, a referência às embarcações de madeira ocorre de maneira comum e espontânea pela população paraense, principalmente a ribeirinha, quando tematizam-se assuntos relacionados a veículos  para integração sócio-espacial, ou quando registra-se a participação daquelas em eventos de natureza religiosa e de cultura popular, citando aqui o Círio Fluvial de Nazaré e Réveillon na Orla de Belém, entre outros. Quanto ao aspecto econômico os barcos de madeira demonstram estabelecer relação íntima com o comércio pesqueiro, o transporte de mercadorias para abastecimento dos municípios ribeirinhos, o transporte de passageiros entre as diversas localidades ao longo dos ambientes lacustres, costeiros e fluviais. A construção artesanal das embarcações em madeira é uma atividade que gera renda para as pessoas que nela trabalham e que nela obtém o sustento material de si mesmas e de suas famílias.”

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  Imagem do Círio Fluvial de N. Sr.ª do Ò - Mosqueiro

Analisando seus elementos (projeto, dimensionamento, construção, materiais envolvidos, tipos de madeira, mão de obra, ferramentas utilizadas, custos e manutenção das mesmas) e os tipos de relações sociais estabelecidas, religiosidade e perfil ocupacional dos sujeitos da pesquisa, os pesquisadores enfatizam a importância das embarcações para a região:

“(...) a relevância das embarcações construídas artesanalmente em madeira para a vida do homem amazônida, especialmente do paraense, devendo os órgãos de gerência pública atentar para este fato e buscarem no âmbito de suas competências estabelecerem ações que auxiliem a manutenção da existência desta atividade propiciando a organização de uma produção mais qualificada em termos técnicos promovendo assim condições mais dignas e cidadãs para os artesãos carpinteiros navais e seus ajudantes que encontram nessa atividade uma expressão da capacidade criativa e um fazer que propicia suas auto-identificações enquanto seres biopsicossociais, culturais e históricos.”

Segundo Meira Filho, autor de “Mosqueiro, ilhas e vilas”, nesta ilha amazônica, desde tempos imemoriais, este processo se estabelecera com os índios Tupinambás, “exímios canoeiros”, na arte da pesca e cuja alimentação se concentrava no moqueio de peixe, passando pela fase de vigilenga de pescadores até os dias atuais, onde a pesca local se estabelece não apenas como uma importante atividade econômica, mas, sobretudo como um rico legado dos pescadores e ribeirinhos dessa comunidade tradicional no estuário amazônico.

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A construção e uso de embarcações de madeira na ilha, voltadas para a pesca, como meio de transporte e servindo a outras atividades, tem-se como legado cultural e patrimonial de muitas gerações de povos que por ali se estabeleceram ou que culturalmente influenciaram às contínuas adaptações sociais, por meio do conhecimento tradicional.

Por outro lado, um aspecto chama atenção: a atividade não agride o meio ambiente, já que a escolha de madeira para confecção das embarcações é seletiva, isto é, poucas espécies florestais servem de matéria-prima na construção de barcos. Além disso, os barcos de madeira são mais agradáveis em nível de conforto térmico. Quanto a sua resistência material pelo contacto com a água, dependerá de tratamento químico e de manutenção constante.

A exploração legal e racional dos recursos existentes (madeireiros) mobilizados na construção naval devem interferir o mínimo possível no equilíbrio entre o meio ambiente e a sociedade.

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Tipos de embarcações de pesca da Ilha de Mosqueiro construídas em madeira. Em sentido horário, canoa a vela, barco de médio porte, barco de pequeno porte e montaria.

Estudo realizado em 2010 na ilha de Mosqueiro sobre sua pesca artesanal caracterizou a estrutura de embarcação em madeira voltada para a captura do pescado, dessa forma:

“Nas 08 (oitos) áreas da ilha de Mosqueiro, o levantamento mostrou que de acordo com as definições de embarcações de pesca artesanal, CPNOR/IBAMA (1998), baseada no trabalho da unidade familiar ou no grupo de vizinhança, a composição é a seguinte:

A montaria (MON), embarcação rústica, ainda é bastante representativa na pesca local (38%), chegando a 87% e 100% nas Ilhas e Praia Grande, respectivamente. Por outro lado os barcos de pequeno porte (BPP), medindo entre 8,00m a 12,00 m (CEPNOR/IBAMA, 1998), representam 28%, participando com 60% na pesca do Cajueiro, a mais estruturada a nível comercial. Por seu turno, as canoas (CAN), perfazem 19% das embarcações pesqueiras de Mosqueiro. Montarias (MON), Barco de Pequeno Porte (BPP) e Canoas (CAN) representam, portanto 85% das embarcações em uso. Identifica-se, também que 8% dos pescadores não possuem embarcações de pesca, operando a atividade em parceria como meeiros na produção, seja nas pescarias longas ou nas curtas.”

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Reparo de embarcação em madeira - Baia do Sol, Mosqueiro.

Como forma de enriquecer nossas informações sobre a construção e uso de embarcações de madeiras em Mosqueiro, lançamos mão da importante pesquisa “COM QUANTOS PAUS SE FAZ UMA CANOA TRADICIONAL RIBEIRINHA?”, realizada em 2007 pela Associação Ecológica de Canoagem à Vela de Belém (AECAVBEL), donde a primeira parte se efetivou no vilarejo de Caracará, município de Cachoeira do Arari, arquipélago do Marajó e a segunda (A construção das Canoas de três tabuas) na Ilha Amazônica de Mosqueiro, precisamente no Estaleiro São Pedro, Porto Pelé, bairro do Maracajá.

O artigo “COM QUANTOS PAUS SE FAZ UMA CANOA TRADICIONAL RIBEIRINHA?”, torna-se a nosso ver, um nobre documento histórico, pois resgata o papel contributivo de muitos “anônimos” para o desenvolvimento das comunidades, como é o caso do saudoso mestre em carpintaria naval da Ilha de Mosqueiro, Pedro da Páscoa Bittencourt, o mestre Pedro, já falecido.

Acesse:

COM QUANTOS PAUS SE FAZ UMA CANOA TRADICIONAL ...

www.cbca.org.br/arquivos/.../artigosobreaconstrucaodecanoas.pdf

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FONTES:

Antonio Luciano Seabra MOREIRA & Jacqueline Kelly Sagica FERNANDES,  IMPORTÂNCIA DAS EMBARCAÇÕES DE MADEIRA PARA A INTEGRAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA DO ESTADO DO PARÁ. IN.: IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica, Belém – PA., 2009, Disponível em: connepi2009.ifpa.edu.br/connepi-anais/artigos/187_1535_1276.pdf. Acesso: 01/11/2012.

LEÃO, Pedro da Silva. ILHA DE MOSQUEIRO: Práticas de Pesca Sustentável numa Comunidade Tradicional da Amazônia – Estudo de Caso. 2011.92 p. Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental – Universidade Norte do Paraná, Belém-Pará, 2011.

Imagens:

skyscraper.talkwhat.com

flickr.com

MOSQUEIROAMBIENTAL

http://www.scielo.br/scielo. php?pid=S0104-59702012000300014&script=sci_arttext

FONTE: http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2012/11/as-embarcacoes-de-madeiras-na-ilha-de.html

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

EVENTO RELIGIOSO: CÍRIO DO MOSQUEIRO

 

CÍRIO DO MOSQUEIRO

Sabe-se que a devoção à Nossa Senhora do Ó teve início na Espanha e, segundo o historiador João Lúcio D’Azevedo, há fortes indícios de que aventureiros espanhóis sob o comando de Francisco de Orellana estiveram na Baía do Sol, em 18 de dezembro de 1545, exatamente no dia consagrado à Santa, conforme relato do Frei Gaspar de Carvajal, escrivão da viagem.

Nos primeiros tempos de ocupação da Ilha, em 1653, os jesuítas instalam a Missão Myribira e trazem a antiga devoção espanhola. Mais tarde, no século XIX, a Irmandade de Nossa Senhora do Ó inicia o culto na ilha do Mosqueiro, venerando a nossa Padroeira em pequena capela, na praça do povoado.

Em 10 de outubro de 1868, o Cônego Manuel José de Siqueira Mendes cria a Freguesia do Mosqueiro, sob a égide de Nossa Senhora do Ó, desapropriando a capela da Irmandade para transformá-la em Igreja Matriz. Em 02 de abril do ano seguinte, o Bispo da Província do Grão-Pará Dom Macedo Costa designa como primeiro pároco da Freguesia do Mosqueiro o Padre Manuel Antônio Raiol, que, ao assumir, transfere o cemitério existente na praça, em área contígua à capela, para o local onde se encontra atualmente, na Travessa Pratiquara. Entretanto, a Igreja Matriz será inaugurada somente em 1917.

A partir da década de 1920, teve início a Procissão do Círio na ilha do Mosqueiro, quando todos os fiéis conduziam compridas velas (círios) acesas e os romeiros pagavam suas promessas carregando oferendas como canoas em miniatura, boias de pesca, enormes pedras sobre a cabeça e peças do corpo humano em cera. Os pescadores, geralmente molhados, puxavam a corda atrelada à Berlinda, como pagamento de promessas por terem sido salvos de algum naufrágio. Os demais carros do cortejo eram movidos por tração animal.

Naquela época, a Imagem conduzida na Berlinda era a de Nossa Senhora de Nazaré e o Círio, a partir de 1929, acontecia no 2º domingo de novembro, por determinação de D. João Irineu Joffily. A Trasladação da Imagem seguia, no sábado à noite, até a Casa-sítio dos Irmãos Maristas, na estrada da Praia Grande, às proximidades da Travessa Coronel Motta, de onde, no domingo, saía a Procissão do Círio para a Igreja Matriz, sempre acompanhada por banda de música, cujos integrantes eram mosqueirenses.

Na década de 1950, o trajeto do Círio foi ampliado para a Capela do Sagrado Coração de Jesus, no Chapéu Virado, ocorrendo também, naquele momento, a substituição da imagem de Nossa Senhora de Nazaré pela de Nossa Senhora do Ó, padroeira da ilha do Mosqueiro, ressaltando a antiga devoção local. O Círio passou a ser realizado no 2.º domingo de dezembro e, no dia 18, que é dedicado à Santa, ocorre a Procissão de Nossa Senhora do Ó.

Dizem que o Círio é o Natal dos Paraenses e assim o é, principalmente na ilha do Mosqueiro, pois aqui festejamos, no segundo domingo de dezembro, Nossa Senhora do Ó, a Imaculada Conceição na expectativa do nascimento de Jesus, o Messias.

A IMAGEM E O TEMPO:

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1212 - Catedral de Évora, Portugal.            1653 - Ilha do Mosqueiro.

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    2008 – Ilha do Mosqueiro.

FONTE DA IMAGEM DE ÉVORA: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/55/Evora88.jpg/198px-Evora88.jpg

 

PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA

No começo do século XIX, mudanças no culto mariano começavam a estimular o dogma da Imaculada Conceição, o que não combinava com aquela santa em estado de adiantada gravidez, como a retratava a iconografia, estimada pelas mulheres à espera da hora do parto.

Muitas imagens foram trocadas pela da Nossa Senhora do Bom Parto, vestida de freira, com o ventre disfarçado pela roupa, ou mesmo pela imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, mais condizente com os ventos moralistas de então.

Somente no fim do século XX se voltou a falar e pesquisar o assunto, tendo-se encontrado imagens antigas enterradas sob o altar das igrejas.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_%C3%93

 

No dia 05 de outubro de 2008, às 19h30, na Igreja Matriz, abrindo a Semana Comemorativa aos 140 anos de fundação da Paróquia, foi apresentada pelo então pároco Pe. José Maria da Silva Ribeiro e abençoada pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta, a nova imagem de Nossa Senhora do Ó, a qual representa uma visão da Mãe de Jesus diferente da tradicional, porém sob a luz das Sagradas Escrituras. Sem dúvida, é uma inovação no culto mariano surgida na ilha do Mosqueiro, uma imagem que aproxima a Virgem Maria de todas as mães, para as quais é exemplo de amor e disponibilidade, elementos essenciais à base familiar.

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No próximo domingo, dia 9, acontecerá o Círio do Mosqueiro, que traz como tema “Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Fé”. Venha para a Ilha! Participe!

PARA CONHECER MAIS DETALHES, PESQUISE NESTE BLOG:

A Freguesia do Mosqueiro

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/10/janelas-do-tempo-freguesia-do-mosqueiro.html

A Padroeira da Ilha

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2010/11/na-rota-da-historia-padroeira-da-ilha.html

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

NA ROTA DO TURISMO: ILHA DE MOSQUEIRO, EL PARAÍSO AMAZÓNICO

 

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Playa del Chapéu Virado

Mosqueiro es una isla fluvial localizada en la costa oriental del rio Pará, en el brazo sur del río Amazonas, delante a la bahía de Guajará. Posee un área de 212 km², con 17 km de hermosas playas de agua dulce con movimiento de marea. Distante 70 km de la ciudad de Belém, la isla fluvial de Mosqueiro  tiene su historia ligada al ciclo del caucho.

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Las elegantes casonas

 

A finales del siglo XIX los extranjeros, atraídos por la bonanza económica, fueron los primeros en valorar la isla como lugar para el veraneo. Así llegaron los ingleses de la "Pará Electric Railways Company", alemanes, franceses y americanos funcionarios de compañías como la "Port of Pará" e la "Amazon River, por ejemplo.

Fueron ellos los constructores de hermosas mansiones modernistas que hasta hoy pueden ser vistas en las playas del Farol, Chapéu Virado, Porto Arthur y Murubira.

Los barones del caucho beleneses también fueron atraídos por las bellezas de la isla y, así, empezó un proceso de urbanización que se ha ido intensificando en las últimas décadas hasta convertir a la Isla de Mosqueiro en el balneario del área metropolitana de Belén por excelencia. La población residente es de 25.000 habitantes, pero en la época estival llega hasta las 400.000 personas.

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Playas desiertas fuera de la temperada estival


Mosqueiro todavía conserva una naturaleza exuberante y una urbanización rural. Por las carreteras e igarapés que cortan la isla es posible observar la Floresta Amazónica con sus árboles gigantes, abrazando un cielo de azul profundo.

La tranquilidad de la isla en esa época del año, con las playas prácticamente solo para nosotros fue toda una experiencia. El tráfico de vehículos es poco intenso, lo que unido a hecho de que la isla es llana, hace que la mayoría de la población utilice las bicicletas.

Nosotros nos animamos y dimos unos paseos al atardecer que nos permitió recorrer con calma los rincones de Mosqueiro. Además de la belleza del paisaje,   la cantidad de agua y las olas nos hizo sentir que estábamos en el mar, no en río. En realidad es un mar de agua dulce, hasta el punto que algunas playas las olas son tan altas que se puede hasta surfear. 

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Chiringuitos, cerveza garantizada

Es posible pasear con tranquilidad por las calles disfrutando de las bellezas locales y de los chiringuitos al borde de las playas. Precios de temporada alta, hay que decírselo. 

A los sábados y domingos por la noche la plaza de la villa se llena de gente. Decenas de puestos de venta de comidas típicas, dulces y mucha música alegran las noches de la población.

Una curiosidad: la gente literalmente “toma la plaza”, bajando con sus sillas y ocupando los extensos céspedes.  ¡Una delicia!

Mosqueiro nos dejó enamorados con sus arenas blancas, el ritmo calmo del día a día, la variedad de peces y frutas, pero en especial por la hospitalidad y la gentiliza de sus habitantes. 

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El encantador Mercado

Ya hemos planteado: Cuando nos jubilemos cogeremos nuestras mochilas y vamos vivir allí, por lo menos por una gran parte del año.  Afinal, Mosqueiro también es conocida como la isla del amor. Que así sea.

FONTE:

http://obrasilpordentro.blogspot.com.br/2011/10/ilha-de-mosqueiro-el-paraiso-amazonico.html

domingo, 2 de dezembro de 2012

CANTANDO A ILHA: CÍRIO

 

 

Autor: Claudionor Wanzeller

                   Círio

O povo caminha conduzindo a Santa

E, caminhando, carrega a sua tradição para o futuro.

Um futuro que o povo sonha

E reza por ele.

Um futuro que terá as boas marcas do passado,

Que clama por ele.

O clamor dos que fizeram o presente

E a oração do povo que construirá o futuro

Serão ouvidos pela Santa?

Ou se perderão no entrechoque do religioso com o profano?

Será o “Ó!” apenas o símbolo de um clamor eventual?

Ou terá o povo já uma perfeita consciência crítica de sua realidade?

Os filhos da Padroeira da Ilha permanecerão passivos,

Rezando fórmulas já feitas?

Ou transformarão suas vidas na verdadeira oração?

Círio é vela acesa,

Mas a chama da VERDADE e da FRATERNIDADE

Só poderá brotar no coração e na mente

De quem conscientemente o conduz!

O autor:

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Claudionor dos Santos Wanzeller, filho de Raimundo Azevedo Wanzeller e Raimunda Miranda dos Santos, nasceu na Ilha do Mosqueiro, no dia 8 de junho de 1949. Em 1958, transferiu-se com a família para Belém, voltando a fixar residência na Ilha em 1974. Fez o Curso Primário no Grupo Escolar Inglês de Sousa e no Grupo Escolar Dr. Justo Chermont. No Colégio Estadual Magalhães Barata, cursou o Ginásio e Ciências Matemáticas. É formado pela Universidade Federal do Pará, concluindo, em 1973, o Curso de Licenciatura em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa.

Foi professor no Colégio Municipal Alfredo Chaves – anexo do Mosqueiro, Colégio Comercial Ruy Barbosa, Colégio Nossa Senhora do Ó, Escola Estadual de 1.º Grau Paes de Carvalho e Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Prof. Honorato Filgueiras.

Como desportista, além de ocupar cargos nas Diretorias do Botafogo F. C. e Pedreira E. C., agremiações tradicionais da Ilha, implantou em 1972, com os professores Firmino Melo e Carmen Dolores de Freitas Jorge, o Futebol de Salão no Mosqueiro. Tornou-se mais tarde, inclusive, técnico de FUTSAL do 5 Estrelas R. C., conquistando o título de Campeão Paraense da 1.ª Divisão. Como Coordenador dos Primeiros Jogos Estudantis Mosqueirenses, recebeu votos de louvor da Câmara Municipal de Belém. Preocupado sempre com a conservação das tradições locais, foi um dos fundadores da Associação dos Grupos de Folclore do Mosqueiro (AGRUFEM) e diretor-fundador da Universidade de Samba Piratas da Ilha.

Autor de várias crônicas publicadas em jornais locais, escreveu, também, o livro Mosqueiro: Lendas e Mistérios, tendo sido homenageado como escritor pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará, durante a realização da IV FEIRA DE LITERATURA PARAENSE, em 2005.

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