segunda-feira, 9 de abril de 2012

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: O MORCEGO GIGANTE

 

Herança de nossos ancestrais morobiras? Manifestações do espírito amazônico latente em cada pedaço de mata, igarapé, rio ou beirada de praia? Produtos do imaginário criativo de nossos ribeirinhos? Quem sabe dizer? O certo é que as histórias fantásticas da ilha do Mosqueiro sempre existiram e existirão sempre, pois – assim parece – aqui se encontra um misterioso portal entre a ficção e a realidade.

Já o grande escritor Cândido Marinho Rocha, em seu romance Ilha Capital Vila, ao contar a história do jovem adormecido nos idos de 1931, assim dissera: “A vila porejava versões, as mais incríveis. Mundiado, para todos os efeitos, estava ele, o jovem adormecido. Mundrunga havia sido colada ao rapaz. Mas, quem teria sido? Mãe de qualquer menina lá dos confins de Carananduba? Trabalho de Pajé pago por moça prejudicada? Bebida encantada? Boto ou entidade das praias? Teria sido alguma cobra grande encantada que virava princesa e o assustara? Ou carreira de medo de alguém ultrajado pelo jovem adormecido? Matinta Pereira ou porca de duas cabeças que apareciam no Largo da Matriz a desoras?”.

Wilson Amanajás, em seu livro Mosqueiro, afirma que “... existem contos sobre a casa das visagens, a Ilha dos Pretos Matintapereira, Cachorro-Fantasma, a Luzerna da Estrada, a Porca Lobisomem, o Encantamento do Boto e as Almas do Outro Mundo.”

Até o emérito pesquisador e historiador Eduardo Brandão, sem dúvida um apaixonado pela Ilha, rendera-se ao fascínio desse mundo encantado, produzindo poética obra literária ricamente ilustrada.

Quanto a mim, só posso repetir o que disse em meu livro sobre o assunto:

“Parece que os entes misteriosos e os seres sobrenaturais que vagavam dentro da noite ficaram presos no passado.

Entretanto, esses espíritos errantes ainda existem. Espreitando por trás das seculares rochas das praias, rondando os antigos casarões, emergindo dos rios e igarapés, movendo-se por entre as árvores, surgem inesperadamente diante do olhar estupefato daqueles que, na solidão, ousam penetrar em seus domínios, tentando descobrir os mistérios da Ilha.”

E foi no mês de março que, ao visitarmos o blog MOSQUEIRENSE de José Carlos Oliveira, encontramos a surpreendente matéria assinada por Sérgio Franco e postada por JKCAMPOS sobre o morcego gigante capturado nas matas da Ilha.

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Falso ET era na verdade um morcego gigante

 

“Foi capturado na madrugada desta quarta-feira o famoso ET que assustou moradores de Mosqueiro e Colares na década de 70. Trata-se de uma espécie rara de morcegos gigantes da Indonésia, que fora do habitat natural desenvolveu-se mais do que os da sua espécie. Com essa descoberta, cai por terra a estória contada pelos moradores dessas ilhas, que disseram terem sido visitados por ETs que chupavam o sangue dos mesmos e também dos animais que criavam.

Sergio Franco

Postado por JKCAMPOS ”

FONTE: http://mosqueirense.blogspot.com.br/2012/03/morcego-capturado-em-mosqueiro-qual-sua.html

Mais surpreendente que a foto foi a comparação feita do tal morcego com o famoso Chupa-Chupa dos anos 70. Acredito que, por mais ingênuos que fossem os habitantes das ilhas, naquela época, jamais confundiriam esse animal com OVNIs ou seres extraterrestres, mesmo porque existem relatos com descrições nada semelhantes.

Melhor comparação faríamos com a ignota figura descrita no “causo” relatado neste blog, em antiga postagem, com o título O homem que foi malinado pela Matinta:

“Quando a minha mãe olhou para cima viu que com a lua estava claro, mas a vista dela escureceu; ela viu algo que tinha asas compridas, cabelos brancos na cara, com altura mais ou menos de dois metros, uma calça encardida, a blusa velha e unhas grandes. A minha mãe a descreveu como um anjo, mas um anjo do mal que ia voando lentamente e passou por cima da minha casa.”

PESQUISE NESTE BLOG:

Chupa-Chupa no Itapiapanema

Chupa-Chupa na Baía do Sol

O homem que foi malinado pela Matinta

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