sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

JANELAS DO TEMPO: UM NATAL EM MOSQUEIRO

Autor: Gabriel Pereira

“Quando o assunto é travessura, não dá para esquecer de dois irmãos: os gêmeos Alexandre e Joseph Farah. Filhos de Raymundo e Maria de Lourdes, os Farahzinhos, como eram conhecidos por todos que frequentavam a ilha nos anos 50 e 60, eram dois que pareciam um, mas valiam por dez, segundo Leonam Cruz, amigo da família.

A história aconteceu na véspera de Natal, no bairro do Farol. Naquela época, era comum algumas famílias abastadas de Belém, proprietárias de belas residências, passarem as férias escolares de fim de ano em Mosqueiro. Isso incluía o Natal.

As festas natalinas promovidas por essas famílias eram tão animadas, que se transformavam em atrações na Ilha. Depois dos festejos, as crianças se recolhiam em seus quartos. Elas ficavam ansiosas pela chegada do Papai Noel, que traria os presentes delas. Entre as crianças estavam os irmãos Farah. Fingindo que iam dormir sossegados, ficavam à espreita observando, por entre as frestas da porta, a chegada do bom velhinho. O que não demorava para acontecer.

Certo dia, Yêda, irmã dos Farahzinhos, os procurou para fazer uma confissão: “Eu descobri que aquela história de Papai Noel é uma fraude, uma grande mentira. E eu tenho como provar”. Depois do desabafo, ela levou os dois à casa do caseiro Manoel Cearense, onde encontraram as roupas de Papai Noel e três sacos de cetim vermelho, com os nomes das famílias de Raymundo Farah, Pedro de Castro Álvares e Marcos Athias.

Embora entristecidos com a descoberta, não perderiam a viagem. Foi então que resolveram aprontar uma... Eles trocaram as etiquetas com os nomes dos destinatários.

O que, no primeiro momento, foi uma decepção, logo se transformou em uma grande diversão para os gêmeos travessos. A exemplo de anos anteriores, foram se recolher cedo para esperar o desenrolar dos fatos. Por meio das frestas das portas e janelas, os Farahzinhos puderam, em meio a gargalhadas, observar três “Papais Noéis” atrapalhados. Eles corriam de uma casa para a outra, com os sacos nas costas tentando desfazer o engano. Eles nem imaginavam como aquilo tinha acontecido, afinal haviam conferido tudo com antecedência.”

FONTE: Pereira, Gabriel - “Um Natal em Mosqueiro"\in __ Revista Ilhas Amazônicas: o arquipélago de Mosqueiro – parte 1, Ed. 01, JAN 2006. P. 40.

MOSQUEIRANDO: A figura simpática e bondosa do PAPAI NOEL sempre existirá de verdade no coração daqueles que conseguem SENTIR e VIVER o verdadeiro ESPÍRITO NATALINO. Fazer a alegria de uma criança, cujo mundo é sempre repleto de projetos fantasiosos e de esperanças, é perpetuar a figura do BOM VELHINHO. Comemorar o NATAL do MENINO JESUS, levando ao próximo o AMOR, o PERDÃO, a SOLIDARIEDADE e um ABRAÇO FRATERNO é ter consciência de que se vive o momento de RENASCER PARA UMA NOVA VIDA. FELIZ NATAL!

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