sábado, 5 de novembro de 2011

A IMAGEM E O TEMPO: AS CAPELAS DA BAÍA DO SOL

Autor: Augusto Meira Filho

clip_image002                                            Capela de São Sebastião ( A. M. FILHO – 1978)

clip_image004                                            Capela de São Sebastião (WANZELLER – 2010)

clip_image006                                 Capela do Divino Espírito Santo (A. M. FILHO – 1978)

clip_image008                                   Capela do Divino Espírito Santo ((WANZELLER – 2010)

“Na região da Baía do Sol, duas casas religiosas se instalaram: a primeira no local denominado “Fazenda” e a segunda no “Bacuri”. Aquela tem como orago São Sebastião e esta, o Divino Espírito Santo. É curiosa a manifestação religiosa anual dos devotos desta última, em alegre procissão, verdadeira romaria fluvial, à base de canoas, barcaças, ubás, que se acumulam nas águas correntes da baía, levando seu protetor abençoando a fartura piscosa dos rios. Das dezenas de promessas de sua gente simples que então apela, pescadores e lavradores unidos pelo coração e pela unção religiosa do meio, muitas benesses chegam a promover espanto no seio da pequenina comunidade que nasce, vive e morre naquele lugar admirável, entre rios e coqueirais, praias a invadir matas e capoeiras, num sonho de permanentes esperanças de melhores dias.

Já no arraial da “Fazenda” as festividades de São Sebastião se consagram entre o povo com aquela mesma sentimentalidade interiorana que se verifica em outros pontos do Estado. Sempre as comemorações do dia do padroeiro se exaltam através da presença do sacerdote, a composição de sua diretoria-da-festa, as danças e bebedeiras, após o culto religioso pregado no templo, quando não faltam as rezadeiras, o pagamento às promessas e a celebração da Santa Missa. Os folguedos entram pela noite adentro e foliões despertam com a madrugada dando vida ao lugar, estreitando as amizades, louvando a Deus pela boa sorte, saúde e ótima colheita nas correntes do rio que se alarga até o horizonte.”

(FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978- pp. 98 e 99)

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