terça-feira, 23 de novembro de 2010

CANTANDO A ILHA: SOUVENIR DO CHAPÉU VIRADO

(Texto transcrito do livro “Mosqueiro Ilhas e Vilas”)

Folheto impresso em Paris sob o nome de “Souvenir do Chapéu Virado”, organizado pelo Sr. Pires Teixeira, publica e divulga as principais edificações daquele bairro, citando seus locais e seus proprietários. O raro documento é datado de 1907. – Nos foi cedido pelo seu genro eng. Waldemar Chaves. O folheto tinha a função de exaltar o Chapéu Virado daqueles tempos, no começo do século. Arthur Pires Teixeira foi ali um de seus grandes pioneiros e assim se refere à beleza do Chapéu Virado:

“... é um simples suburbio da florescente villa do Mosqueiro, que, como é sabido, dista poucas milhas, apenas, da Capital do Estado. É, portanto, o que muitos conhecem: um excelente logradoiro a 20 minutos de bond da villa; a 20 minutos de bond porque é servido por uma linha desses veículos, de que é concessionário o conhecido industrial Snr. Pindobussú de Lemos. Ora, o nosso preferido retiro permaneceria como muitos, desconhecido e conseguintemente abandonado, se o homem para alli não fosse attrahido de certa forma, já pelo ardente desejo de aspirar um oxigenio puríssimo, já pela absoluta necessidade de um pouso ameno, onde se pudesse furtar ao bulício das cidades mais ou menos agitadas; se, finalmente, o homem alli não construísse elegantes e confortaveis vivendas, traçadas em chalets de multiplas e bellas formas. E o próprio elemento estrangeiro o procura, o prefere, parecendo-nos conducentes todas essas circunstancias. No “Chapeo-Virado”, emfim, parece que a natureza baila eternamente; sim, baila eternamente – ou não escutassemos ahi, a todos os momentos, o canto mavioso do passaredo em doce concerto com o mystico harpejo que emana d’esse milhão de beijos do mar sanhudo numas adoraveis areias, que dessas, muito brancas, é a longa praia do nosso sympatico “Chapeo-Virado”. E poder-se-á, ainda, negar a poesia da solidão, o encanto de uma vida docemente bucolica? Ahi ficou a descrição do Chapeo-Virado para onde machinalmente nos vamos conduzindo, onde (sem querer talvez) vamos ficando, vamos ficando...”

(Meira Filho, Augusto -- “Mosqueiro Ilhas e Vilas”, Grafisa Ed., 1978, pp 46, 49)

Um comentário:

  1. MÉRITO A MUSA E MESTRA MABEL

    Ali no Chapéu Virado.
    Onde a Musa Mabel reinou.
    Aquele solo sagrado.
    A toda gente fascinou.
    Tem a força da natureza.
    E tem a beleza dela.
    A mais extrema realeza.
    Em tão Divina Aquarela.

    Naquele solo ensolarado.
    Que a brisa fresca vai beijar.
    Tem o sonho mais encantado.
    Da Musa merecendo o louvar.
    Em Estado de emoção.
    Com o sonho no pensamento.
    Nos resta toda imensidão.
    Conforme o nosso sentimento.

    A Musa ia na Capela..
    E sempre estava abençoada.
    Angelical e toda bela.
    Foi para o Céu Consagrada.
    Tão Sagrado Coração.
    No Nosso Maior Ideal.
    Ela atingiu a Imensidão.
    E nos plantou o Divinal.

    Azuir, Oceanira Conceição e Turma de Amigos de Mosqueiro.

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